Cultura da convergência e da participação. Me. Aline Corso

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Transcrição:

Cultura da convergência e da participação Me. Aline Corso

Pensando o (novo) papel do consumidor e dos meios.

Quem é Henry Jenkins?

Henry é autor sobre diversos aspectos da mídia e cultura popular.

Convergência: fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca de experiências de entretenimento que desejam. Sistemas de distribuição são apenas e simplesmente tecnologias; meios de comunicação são também sistemas culturais. Um meio é um conjunto de protocolos associados ou práticas sociais e culturais que cresceram em torno dessa tecnologia. Tecnologias de distribuição vêm e vão o tempo todo, mas os meios de comunicação persistem como camadas dentro de um estrato de entretenimento e informação cada vez mais complicado. A convergência implica transformações nos protocolos de produção e de consumo midiático. Ela altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos. Altera também as lógicas de operação da indústria midiática e dos consumidores.

A convergência dos meios de comunicação impacta o modo como consumimos esses meios. [...] Fãs de um popular seriado de televisão podem capturar amostras de diálogos no vídeo, resumir episódios, discutir sobre roteiros, criar fan fiction, gravar suas próprias trilhas sonoras, fazer seus próprios filmes e distribuir tudo isso ao mundo inteiro pela internet.

Cultura da convergência Expressão que define transformações, mercadológicas, culturais e sociais. Onde as novas e velhas mídias colidem. Onde a mídia alternativa e a corporativa se cruzam. Onde o poder do produtor de mídia e do consumidor interagem de forma imprevisível.

Em 2001, Dino Ignácio, um estudante secundarista filipino-americano criou, no Photoshop, uma montagem do Beto, de Vila Sésamo (1970), interagindo com o líder terrorista Osama Bin Laden, como parte de uma série de imagens denominada " Beto é do Mal". A imagem foi postada em sua página na Internet.

Após o 11 de setembro, um editor de Bangladesh procurou imagens de Bin Laden na Internet para produzir cartazes antiamericanos. A imagem acabou impressa em milhares de pôsteres e distribuída em todo o Oriente Médio. Repórteres da CNN registraram o que parecia improvável: uma multidão enfurecida marchando em passeata pelas ruas, gritando slogans anti americanos e agitando cartazes com Beto e Bin Laden.

A colagem do estudante apareceu na cobertura da CNN de protestos anti americanos logo após o 11 de setembro.

De seu quarto um estudante desencadeou uma controvérsia internacional. Suas imagens cruzaram o mundo, algumas vezes veiculada por meios comerciais, outras, por meios alternativos e, no final, inspirou seguidores de sua própria seita por todo o planeta.

Segundo Jenkins, convergência é a colisão entre velhas e novas mídias, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis.

CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA. CULTURA PARTICIPATIVA. INTELIGÊNCIA COLETIVA.

Convergência midiática Um serviço que no passado era oferecido por um único meio, seja pelo rádio, televisão ou impresso, agora pode ser oferecido de várias formas diferentes. O processo de convergência não deve ser compreendido apenas como um processo tecnológico, mas como uma transformação cultural. Os consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos.

Cultura participativa Cultura participativa é a mudança do comportamento do consumidor na relação com o produto. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia em papéis separados, podemos considerá-los como participantes interagindo com novas regras que nenhum de nós entende por completo. É importante citar que alguns consumidores possuem mais habilidades para participar dessa cultura que outros.

Inteligência coletiva Inteligência coletiva é uma expressão cunhada por Pierre Lévy. Em cultura da convergência, o termo é utilizado para definir o consumo atual como parte de um processo coletivo. Nenhum de nós pode saber tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades. A inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder midiático. Estamos aprendendo a usar este poder em nossas interações diárias dentro da cultura da convergência.

O mito da Caixa Preta Cedo ou tarde todos os conteúdos de mídia irão fluir por um único aparelho, no qual vamos poder assistir filmes, ouvir e gravar músicas, ler textos e nos comunicar com outras pessoas; Claro que esses aparelhos já existem e se multiplicam ao nosso redor. Os smartphones são um grande exemplo disso; Parte do mito da caixa preta é reduzir a transformação dos meios de comunicação a uma transformação apenas tecnológica sem considerar as mudanças culturais envolvidas; A convergência das mídias altera a lógica que a indústria midiática opera e sua relação com mercados e públicos. É uma transformação tanto na forma de produzir quanto na forma de consumir os meios de comunicação.

Conclusão Convergência midiática traduz mudanças no relacionamento do público com os meios de comunicação. Estamos experimentando uma reconfiguração através da nossa relação com a cultura popular e o entretenimento comercial. Essas habilidades adquiridas durante esse processo de convergência vão acabar implicando em mudanças no jeito como trabalhamos, aprendemos e como participamos de procedimento político. Habilidades desenvolvidas no entretenimento comercial aplicadas no: Trabalho Coworking, Crowdsourcing Financiamento de projetos: Crowdfounding Político/Social criação de ferramentas com objetivo dentro da concepção política

Narrativa transmidiática A narrativa transmidiática refere-se a uma nova estética que surgiu em resposta à convergência de mídias uma estética que faz novas exigências aos consumidores e depende da participação ativa das comunidades de conhecimento. A narrativa transmidiática é a arte da criação de um universo. Fortalecimento de uma economia afetiva que orienta consumidores de bens simbólicos e criadores midiáticos + expansão de formas narrativas transmidiáticas.

Bibliografia https://www.slideshare.net/marcoanuschek/henry-jenkins-cultura-da-convergncia?qid=9c6fd371-3105-438a-b78d-7f f266f4efea&v=&b=&from_search=9 https://www.slideshare.net/laulopes1/a-cultura-da-participao?qid=92e7f08d-f89c-46c9-b44f-d329a41e2a9b&v=&b=& from_search=2 JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009. SHIRKY, Clay. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.