PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS RISCOS FISCAIS

Documentos relacionados
PPP. Registro de passivos e Limites

LEI Nº 9.038, DE 14 DE JANEIRO DE O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PPP Aspectos Contábeis. Coordenação Geral de Normas de Contabilidade Aplicadas à Federação STN/CCONF

LEI Nº 9.548, DE 22 DE ABRIL DE A CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA, Estado de Goiás, aprova e eu, PREFEITO MUNICIPAL, sanciono a seguinte Lei:

A INSTITUIÇÃO TESOURO ESTADUAL EM TEMPO DE AMEAÇAS ÀS FINANÇAS CAPIXABAS*

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

EXTRATO DA POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS

Fundamentos de Parcerias Público-Privadas (PPPs)

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

PROJETO DE LEI DAS PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

ANEXO 5 ESCOPO DO ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E JURÍDICA

Operações Estruturadas sob o Conceito de Parceria Público Privado -PPP

PPPS E ILUMINAÇÃO PÚBLICA SOB

Proposta preliminar para discussão com. Versão de 23 de abril de Potenciais Parceiros Privados

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO Vigência: 30/06/2016

Prof. Murillo Sapia Gutier.

ANEXO III PROPOSTA ECONÔMICO FINANCEIRA DA SABESP PARA A REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA - RMBS MUNICÍPIO DE SANTOS

A T I V O P A S S I V O CIRCULANTE E REALIZÁVEL A LONGO PRAZO CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

A contabilização das PPP pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), publicado pela STN. Henrique Ferreira Souza Carneiro

Relatório dos auditores independentes. Demonstrações contábeis Em 31 de dezembro de 2014 e 2013

6. Pronunciamento Técnico CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro

Parcerias Público-Privadas

Fundamentos Decifrados de Contabilidade

TERMO DE REFERÊNCIA PARA A AUDITORIA DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO PRODAF

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL

ANEXO 1 PROJETO BÁSICO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL DE ENTIDADES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Gerenciamento de Riscos Pilar 3

O Sr. ÁTILA LIRA (PSB-OI) pronuncia o seguinte. discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores. Deputados, estamos no período em que se comemoram os

Sumário. 1 Introdução. Demonstrações Contábeis Decifradas. Aprendendo Teoria

DELIBERAÇÃO CVM Nº 734, DE 17 DE MARÇO DE 2015

PPP s em Projetos de Infraestrutura 8º Encontro de Logística e Transportes

MBA PPPs e Concessões Programa do Curso

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS PARA 2010

Unidade III AVALIAÇÃO DE EMPRESAS. Prof. Rubens Pardini

Sumário. 1 Introdução. 2 O Conceito de Provisão. Demonstrações Contábeis Decifradas. Aprendendo Teoria

Não. A Sabesprev tem dinheiro em caixa suficiente para garantir o pagamento aos beneficiários pelos próximos anos. O que existe é um déficit atuarial.

PROPOSTAS PARA O COMBATE À ALTA ROTATIVIDADE DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO

Gerenciamento de Riscos Pilar 3

REFERÊNCIA Transporte Rodoviário Agenda Setorial 2012 Acompanhamento/Monitoramento da política pública de transporte rodoviário

CP 013/14 Sistemas Subterrâneos. Questões para as distribuidoras

Lei Federal de Incentivo ao Esporte. 1. Introdução

Telecomunicações. Introdução

NOTA TÉCNICA Nº 005/2010 SRE/ADASA

PROJETO BÁSICO GRAMADOTUR. 3.1 O presente projeto básico consiste na contratação de empresa especializada

P4-MPS.BR - Prova de Conhecimento do Processo de Aquisição do MPS.BR

GRATUITO CURSO COMPLETO DO SUS 17 AULAS 500 QUESTÕES COMENTADAS. Professor Rômulo Passos Aula 09

O custo financeiro do Estado brasileiro

Demonstração do Ativo Líquido por Plano de Benefícios - Visão Celular CRT

NOTA CEMEC 07/2015 FATORES DA DECISÃO DE INVESTIR DAS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS UM MODELO SIMPLES

NOTA TÉCNICA Nº 007/2009


7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso


MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

PNE: análise crítica das metas

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E DE 2003 SOCIEDADE CIVIL FGV DE PREVIDÊNCIA PRIVADA FGV PREVI

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2013

Programa de Engenharia de Transportes COPPE/UFRJ

Secretaria de Assuntos Estratégicos Presidência da República. Re d u ç ã o d a s d e s i g u a l da d e s

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

Seguro-Saúde. Guia para Consulta Rápida

EIXO 4 PLANEJAMENTO E GESTÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS» ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA «

BETAPART PARTICIPAÇÕES S.A. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E DE Página 1 de 16

CÓPIA MINISTÉRIO DA FAZENDA Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Eólica Faísa V Geração e Comercialização de Energia Elétrica S.A.

RELATÓRIO DE GERENCIAMENTO

Gestão social da valorização fundiária urbana

Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga TRANSPORTE E LOGÍSTICA NO BRASIL VISÃO DO SETOR PRIVADO

Unidade II. Unidade II

PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA

CURSO ON-LINE PROFESSOR: DEUSVALDO CARVALHO

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA Analista/Técnico MPU

CONSELHO DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO DELIBERAÇÃO Nº 68

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

XIV SIMPÓSIO NACIONAL DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DO RISCO OPERACIONAL DO BANCO COOPERATIVO SICREDI E EMPRESAS CONTROLADAS

Correção 9)As operações de mercado aberto envolvem variações nos encaixes compulsórios que os bancos. Conceito de Déficit e Dívida Pública

Razões para Investir em Fundos de Fundos de Private Equity

Módulo 9 A Avaliação de Desempenho faz parte do subsistema de aplicação de recursos humanos.

Curitiba, 25 de agosto de SUBSÍDIOS À CAMPANHA SALARIAL COPEL 2010 DATA BASE OUTUBRO 2010

Contratos Teoria Geral dos Contratos

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

TRANSIÇÃO DAS CERTIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL, PARA AS VERSÕES 2015 DAS NORMAS.

CONTRIBUIÇÃO DO GRUPO CMS (CPEE, CSPE, CJE E CLFM) PARA A AUDIÊNCIA PÚBLICA ANEEL No 019/2005

9º Encontro Nacional SINAENCO Novas formas de contratação 1º. de dezembro de 2011

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE TÉCNICA DO SETOR PÚBLICO NBCT (IPSAS)

INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital

Dommo Empreendimentos Imobiliários S.A.

Demonstrações financeiras em 31 de julho de 2014 KPDS 96085

Material Explicativo. ABBprev Sociedade de Previdência Privada

EDITAL SAL/MJ Nº 1, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2016 PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO

Prova Escrita de Economia A

IAS 38 Ativos Intangíveis

Transcrição:

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA Subsecretaria de Política Fiscal Órgão da SEFAZ PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS RISCOS FISCAIS Breves reflexões sobre o tema. George Santoro

BREVE HISTÓRICO: DO ESTADO BUROCRÁTICO AO GERENCIAL A Parceria Público-Privado (PPP) emergiu da escassez de recursos dos Estados para financiarem grandes projetos de infraestrutura. Não se podia mais aumentar a carga tributária, já que esta estava em patamares bastante elevados, sendo necessária, assim, a entrada de recursos extra públicos. A partir da crise fiscal dos Estados nos anos 70-80, o neoliberalismo tornou-se a filosofia econômica pelo qual se criou espaço para compartilhar investimentos, riscos, responsabilidades e resultado entre os atores privados e o Estado. Estado Burocrático Estado Gerencial Busca de maior eficiência e efetividade. Descentralização de atividades antes desenvolvidas pelo Estado: atração de particulares para a prestação de serviços públicos. Estado regulador e fiscalizador.

PPP: A solução ideal? As PPP s podem ser uma alternativa eficiente à contratação pública tradicional? A experiência do Setor Privado propiciará serviços com maior qualidade? Como cuidar das necessidades de mais gastos em infraestrutura e, simultaneamente, garantir a sustentabilidade fiscal? Até que ponto explorar esse novo mecanismo de financiamento? Risco Fiscal? Como gerir? CUIDADO: Infraestrutura gratuita governos com dificuldades de caixa. pode ser tentadora para

PPP - Riscos Fiscais: O que seriam? Seguindo a definição dada pelo Banco Mundial*, os Riscos Fiscais, em Parceria Público-Privada, referem-se a todas possibilidades de mudança nas variáveis fiscais existentes e previamente analisadas no momento de elaboração do orçamento. Exemplos de Variáveis Fiscais - Frustação de Receitas: as receitas inicialmente previstas não se realizam, impactando negativamente nos planejamentos realizados para o exercício e de médio e longo prazo. - Despesas a maior: ocorrência de despesas inesperadas ou subestimadas no momento de planejamento orçamentário. *Riscos Fiscais e Sustentabilidade Fiscal em Contratos de PPP. (Barroso, Rafael)

PPP - Riscos Fiscais: O que seriam? PODEMOS ENTENDER TAIS RISCOS COMO VERDADEIROS PASSIVOS CONTINGENTES, OU SEJA, CONDIÇÕES (SITUAÇÕES) CUJO RESULTADO FINAL, POSSIVELMENTE DESFAVORÁVEL AO ESTADO, DEPENDE DE EVENTOS FUTUROS INCERTOS. Assim, são extremamente importantes as seguintes etapas para um adequado controle: - Identificação; - Transparência; - Análise; - Gestão.

PPP - Riscos Fiscais: Origem Os Riscos Fiscais surgem de diversos pontos. Selecionamos alguns: Choques Macroeconômicos. Projetos mal estruturados, avaliados e selecionados. Forma Contratual assumida da parceria. Comprometimento máximo do Programa de PPP s do Ente com base em percentual da Receita Corrente Líquida Anual (RCL). Cumprimento das Obrigações Pecuniárias assumidas.

PPP - Riscos Fiscais: Origem CHOQUES MACROECONÔMICOS Choques macroeconômicos são os fatores da economia que tiram o sistema econômico de seu ponto de equilíbrio anterior. Tais choques podem ser positivos, negativos ou neutros e se subdividem em choques de demanda, de oferta e políticos com implicações econômicas. A alteração do equilíbrio econômico da baseline do contrato, modifica a estrutura financeira, causando distorções em variáveis estratégicas (taxa de juros, inflação, emprego, investimentos, consumo, tributos, e outros), impactando os cenários projetados de médio e longo prazo do Estado.

PPP - Riscos Fiscais: Origem PROJETOS MAL ESTRUTURADOS, AVALIADOS E SELECIONADOS Às vezes os projetos fracassam porque são mal planejados e não levam em conta alguns fatores importantes. Assim, é importante garantir que todos os aspectos sejam considerados:. Demanda muito bem estimada: A demanda pelo projeto pode ser mal avaliado em sua utilização/consumo a longo prazo alterando os custos de manutenção ou/e receita.. Divisão dos riscos envolvidos: definição correta da participação dos agentes em todos as possíveis ameaças;. Atendimento às necessidades concretas do ente: decisões bem planejadas;. Adequação ao planejamento elaborado: incorporação da estratégia das parcerias à gestão de investimentos do ente;

PPP - Riscos Fiscais: Origem FORMA CONTRATUAL ASSUMIDA Respeitados os limites definidos no arcabouço jurídico existente, cada parceria apresentará características próprias que precisam ser verificados para uma adequada gestão fiscal. - MODALIDADE: a legislação define duas possíveis espécies de PPP: Administrativa ou Patrocinada. A depender do modelo adotado, a parcela indenizatória, contraprestação pecuniária de responsabilidade da Administração Pública, terá proporções distintas, sendo maior na modalidade Administrativa. Patrocinada: é a concessão de serviço público quando envolver adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público. Administrativa: é o contrato de prestação de serviços de que a administração pública seja a usuária direta ou indireta, não ocorrendo a remuneração por tarifa.

PPP - Riscos Fiscais: Origem FORMA CONTRATUAL ASSUMIDA - REPARTIÇÃO DE RISCOS: a alocação dos riscos permeará as cláusulas do contrato, assegurando aos parceiros, público e privado, a adequada alocação do risco, permitindo sua gestão durante a vigência do contrato. - definição das penalidades aplicáveis à administração pública e ao parceiro privado em caso de inadimplemento contratual. - repartição dos riscos envolvidos entre as partes, inclusive os referentes a casos fortuitos, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária. - TEMPO: o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos investimentos realizados, não inferior a cinco, nem superior a trinta e cinco anos, incluindo eventual prorrogação, deve ser muito bem estimado para mitigar possíveis impactos fiscais ocasionados por acréscimos não estimados.

PPP - Riscos Fiscais: Origem FORMA CONTRATUAL ASSUMIDA - REMUNERAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DOS VALORES CONTRATUAIS: - as cláusulas contratuais de atualização automática de valores baseadas em índices e fórmulas matemáticas têm que estar muito definidas. - o contrato, quando prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade, deverá estabelecer os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado, evitando possíveis aumentos indevidos.

PPP - Riscos Fiscais: Origem COMPROMETIMENTO MÁXIMO COM BASE EM PERCENTUAL DA RCL Artigo 24 da Lei Estadual N.º 5.068/2007 A Administração Pública Estadual somente poderá contratar PPP quando: - a soma das despesas de caráter continuado e das contraprestações, derivadas do conjunto das parcerias já contratadas, incluindo créditos tributários e outras formas de renúncias fiscais, não tiver excedido, no ano anterior, a 3% da RCL do exercício, e - desde que as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10 (dez) anos subsequentes, não excedam a 3% da RCL projetada para os respectivos exercícios.

PPP - Riscos Fiscais: Origem COMPROMETIMENTO MÁXIMO COM BASE EM PERCENTUAL DA RCL E se a projeção da RCL não se realizar? Quais são os impactos na gestão fiscal do Ente? Essa possibilidade foi trabalhada? Há margem de manobra no planejamento? Vale lembrar que a Lei Federal 11.079/04, em seu artigo 28, estabeleceu: A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência voluntária aos E, DF e M se a soma das despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por esses entes tiver excedido, no ano anterior, a 5% da RCL do exercício ou se as despesas anuais dos contratos vigentes nos 10 (dez) anos subsequentes excederem a 5% da RCL projetada para os respectivos exercícios.

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ DURANTE A VIGÊNCIA DOS CONTRATOS, COMO ASSEGURAR A GESTÃO DOS RISCOS? De acordo com o Manual de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio de Janeiro, a alocação do risco deverá ter sido negociada e especificada no contrato de PPP. Os riscos são susceptíveis de mudar à medida que o projeto avança, e, sendo assim, é essencial que o Estado assegure que eles sejam regularmente monitorados e revistos. Na Fase de Enquadramento no Plano Estadual de PPP, o Estudo Técnico elaborará uma Matriz de Risco que permeará as cláusulas do contrato, assegurando ao Estado e ao concessionário a adequada alocação do risco. Uma boa divisão inicial dos riscos só será eficiente se o Setor Público conseguir assegurar a sua adequada gestão. O deficiente acompanhamento e gestão dos contratos conduz à imputação, de riscos ao Estado que antes tinham sido designados ao parceiro.

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Matriz de Riscos) Modelo de Matriz de Riscos elaborada durante o processo de avaliação segundo Manual de PPP do ERJ.

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Matriz de Riscos) Localização do Manual: Página da SEPLAG menu Projetos Parceria Público-Privada http://www.rj.gov.br/web/seplag/listaconteudo?search-type=projetos&secretaria=/seplag

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) Segundo o Manual de PPPs do ERJ, as principais fases para implementação dos projetos de PPP são: Fase de Préenquadrame nto Fase de Enquadramen to no Plano Estadual de PPP Fase do Processo de Licitação Fase de Gestão do Contrato

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) A Fase de Enquadramento no Plano Estadual de PPP compreende a elaboração do Estudo Técnico com vista à inclusão do empreendimento no planejamento do Estado. O estudo consiste numa análise criteriosa de viabilidade técnica, econômica e financeira do projeto. Preliminar es Avaliação de Demanda Dimension amento da Oferta Prémodelage m da PPP Projeto Básico de Eng. Requi Prest de Serv Indic Desemp Indicadore s de Desemp. Elaboração da Matriz de Risco Avaliação Financeira Avaliação Econômica Projeto Básico de Eng. Minuta do Edital de Licitação Consulta Pública Pareceres Enquadramento no Plano Estadual de PPP

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) Diante da competência atribuída à SUPOF, Avaliação dos Aportes de Recursos Públicos no Projeto e seu Impacto no Cenário Fiscal, e, considerando o comprometimento assumido com a gestão adequada dos cenários de médio e longo prazo, desenvolveu-se a seguinte metodologia para Análise Fiscal. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Checar as características da Parceria (Objeto, Modalidade, Prazo) ANÁLISE DO IMPACTO FISCAL Identificar os pontos causadores de impacto no cenário fiscal (contraprestação pecuniária, forma de remuneração, penalidades, repartição dos riscos, ganhos econômicos). PARECER FINAL Após avaliar a Análise Financeira feita pelo setor responsável, ponderar, dentro do contexto estadual das parcerias, o impacto no cenário fiscal de médio e longo prazo

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) Modelagem do cenário fiscal do ERJ no software Analytica capacidade de estudar previamente possíveis choques.

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) O modelo desenvolvido permite a análise macroeconômica; crescimento de receitas e despesas; estudo da dívida; entre outros parâmetros.

PPP - Riscos Fiscais: Gestão no ERJ (Metodologia) Exemplo: Análise, no médio e longo prazo, para as NFSP.

PPP - Riscos Fiscais: Estudo de Casos Colômbia Objetivo: Desenvolvimento de Rodovias. Problema: Falta de clareza no compartilhamento dos riscos; grande parcela dos riscos assumidos pelo governo; e grande volume de despesas não previstas. Solução Adotada: Emissão de títulos públicos. Espanha Objetivo: Construção do VLT Jaén. Problema: Demanda superestimada - Demanda Real: ZERO. Solução Adotada: Fechar o VLT, pois o recurso investido não gerou impactos positivos (social e econômico).

PPP - Riscos Fiscais: Atenção! O crescimento dos Gastos Públicos e o aumento das restrições fiscais, associada a menor capacidade financeira dos governos para arcar com Investimentos Públicos de grande vulto, induziram o Estado a buscar esse modelo de parceria. A estratégia de atrair o setor privado (nacional e/ou estrangeiro) para investimentos em projetos de infraestrutura necessários ao desenvolvimento do País cujos recursos previstos excedem a capacidade financeira do ente público, baseada na garantia do retorno mínimo sobre o capital investido assegurada por uma contraprestação assumida pelo Ente Público, pode levar a situações fiscais insustentáveis!

PPP - Riscos Fiscais: Atenção! Apesar da Lei Federal 11.079/04 (em seu artigo 28) estabelecer um limite máximo, 5% da RCL para despesas decorrentes das PPP, nem todos os entes subnacionais possuem tamanha capacidade fiscal - vinculações e despesas obrigatórias ocupam grande espaço em suas programações orçamentárias e financeiras, restando pouca margem de manobra para o planejamento traçado. Exemplo: - O ERJ, por meio da Lei 5.068/2007, estabeleceu um limite inferior: 3% RCL Vale lembrar que ERROS podem custar CARO!!

PPP - Riscos Fiscais: Atenção! A fim de elucidar o ponto abordado, apresentamos abaixo uma breve análise de dois entes hipotéticos. Importante ponderarmos a representatividade do limite concedido (5% RCL) sobre o saldo apurado (total de receitas arrecadadas menos as despesas obrigatórias).

O Futuro das PPP s Há a necessidade, o interesse e as condições para a implementção deste novo modelo contratual. Mas é fundamental que o Estado racionalize a sua função, na preparação, negociação, acompanhamento e gestão das PPP. Nesse contexto, faz-se necessário: A Profissionalização das Equipes Responsáveis - vital para o sucesso e adequada gestão, evitando, assim, as surpresas não desejadas. A Análise e Gestão dos Riscos Fiscais diretamente envolvidos mitigando quaisquer surpresas gravosas indesejadas. Arcabouço Jurídico bem definido reduzindo as incertezas e riscos gerados pelo Público sobre o Privado. Análise Contratual - definição minuciosa de todos os elementos impactantes.

O Futuro das PPP s Conforme apontado pelo Banco Mundial*, a decisão de se contratar uma PPP, geralmente, é tomada 4 a 6 anos antes do 1º impacto financeiro (pagamento). Nesse sentido, tais direcionamentos não refletem no Orçamento do Exercício ou da Lei de Diretrizes (LDO), representando um projeto de custo zero para o governo atual. Assim, é extremamente importante integrarmos os compromissos assumidos pelo Ente Público à análise fiscal de médio e longo prazo, adicionando, inclusive, um possível cenário negativo. É vital projetar, publicar e incorporar no processo orçamentário o comprometimento do governo com todos os pagamentos de PPP ano a ano, compatibilizando-os com as projeções e expectativas de arrecadação. *Riscos Fiscais e Sustentabilidade Fiscal em Contratos de PPP. (Barroso, Rafael)

Pensamento Final A boa Gestão dos Riscos Fiscais, assumidos pelo Ente Público por meio das Parcerias Público-Privadas, aumenta a credibilidade dos programas; reduz a margem de erros; possibilita o desenvolvimento de novas parcerias; eleva a capacidade do Estado de pactuar; e, principalmente, procura respeitar um princípio explicito na Carta Magna: a eficiência.

Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro Subsecretaria de Política Fiscal Órgão da SEFAZ MUITO OBRIGADO.