UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA EXECUÇÃO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Por: RODRIGO DOS SANTOS PEREZ CARNEIRO Orientador Prof. JEAN ALVES Rio de Janeiro 2012

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA EXECUÇÃO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Direito Processual Civil Por: Rodrigo dos Santos Perez Carneiro

3 AGRADECIMENTOS Aos amigos e parentes, meus patrões ao meu escritório.

4 DEDICATÓRIA Dedica-se ao pai, mãe, amigo,família, meu tio.

5 RESUMO O processo civil Brasileiro, a partir de alguns anos vem sofrendo alterações no âmbito do Código do Processo Civil, dentre algumas dessas a reforma do processo de execução introduzida pela lei n 11.232, 22 de dezembro de 2005. Esta reforma modificou a forma de execução de sentenças como antes era em processo autônomo hoje é feito nos mesmo autos do processo de conhecimento, que pode ser dividido em duas fases. Executar é satisfazer uma prestação devida. A execução pode ser espontânea quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação, ou forçada, quando o cumprimento da prestação é obtido por meio de pratica de atos executivos pelo Estado. No entanto, convém frisar toda execução realiza-se em um processo de execução, procedimento em contraditório, em um processo instaurado com esse objetivo, seja como fase de um processo sincrético. Esta reforma teve como objetivo principal dar celeridade, simplificação desformalização e democratização do processo. A presente monografia destinada ao término do curso de pós-graduação na área de Direito processual civil, em foque na alteração da nova lei de execução de sentença pelo número 11.232/2005.

6 METODOLOGIA Os métodos utilizados foram jurisprudência do tribunal do Rio de Janeiro referente ao caso a ser estudado e bibliografias de grandes juristas, apresentarei a forma que esta sendo utilizada nos tribunais do Rio de Janeiro e a recente tese 189 de um paradigma julgado no Recurso Especial em agravo de instrumento n 0060884-44.2010.8.19.0000,em relação aos honorários advocatícios,além da fase do cumprimento de sentença. Assim buscando a melhor maneira de estudar o cumprimento da sentença. Contudo o desenvolvimento do presente estudo baseou-se na análise do procedimento do cumprimento de sentença e seus respectivos pressupostos, como: a fase inicial, o prazo para pagamento, a multa, a impugnação, os títulos executivos judiciais e extrajudiciais, a execução provisória, a competência e outros assuntos relacionados a execução.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Cumprimento de Sentença 09 CAPÍTULO II - Impugnação 16 CAPÍTULO III Execução Provisória 26 CAPÍTULO IV Honorários Advocatícios 33 CAPÚTULO V Atos Iniciais da Execução por Quantia Fundada em Título Extrajudicial 39 CAPÍTULO VI Penhora 45 CAPÍTULO VII Execução em Face da Fazenda Pública 52 CAPÍTULO VIII Extinção da Execução 58 CONCLUSÃO - 61 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 63 ÍNDICE 65

8 INTRODUÇÃO A nova visão na sistemática do direito processual civil com a nova lei da execução vem dar uma maior efetividade no atual sistema através da democratização e celeridade. Desta forma, coma emenda constitucional n 45 de 8 de dezembro de 2004, veio a garantia fundamental expressamente no artigo 5,inciso LXXVIII da CF, que dispõe a todos, no âmbito judicial e administrativo,são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação. Assim, diversas alterações ocorreram no código de processo civil. Dentre elas a dada pela lei n 11.232 de 22 de dezembro de 2005, a qual concentrou o processo de conhecimento e o da execução por titulo judicial, em um só processo, sem precisar ajuizar outro, como era antes da lei citada, ou seja, um único procedimento. Deste modo, o presente trabalho tem como escopo a análise do procedimento de cumprimento de sentença, introduzido pela referida lei. Torna a prestação jurisdicional mais efetiva e célere, em razão da unificação do procedimento cognitivo e executivo.

9 CAPÍTULO I CUMPRIMENTO DA SENTENÇA A Reforma introduzida pela lei n 11.232/2005 buscou inserir no Código de Processo Civil Brasileiro um processo moderno e eficiente, que seja instrumento adequado e célere para o cumprimento de sentença,e, com isso,a satisfação do direito material,afastamento o formalismo e o lento sistema processual civil brasileiro. Como bem exemplificou o Marcio Thomaz Bastos: A efetivação forçada da sentença condenatória será feita como etapa final do processo de conhecimento, após um tempus iudicatti, sem necessidade de um processo autônomo de execução (afastam-se os princípios teóricos em homenagem à eficiência e brevidade); processo sincrético, no dizer de autorizado processualista. Assim, no plano doutrinário são alteradas as cargas de eficácia da sentença condenatória, cuja executividade passa a um primeiro plano; em decorrência, sentença passa a ser o ato de julgamento da causa, com ou sem apreciação de mérito. (Bastos, Marcio Thomaz. Exposição de Motivos que procedeu o projeto que deu origem à lei n 11.232/2005 Apud THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil-processo de execução e cumprimento de sentença, cautelar e tutela de urgência. V.2 Rio de Janeiro: Forense,2007 p. 15)

10 1 A FASE INICIAL DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA (475-I E 475-R) O cumprimento da sentença far-se-á conforme os artigos 461, quando se tratar de obrigação de fazer ou quando diz respeito a uma obrigação de não fazer. E, nos casos do artigo 461-A, a entrega de coisa e, conforme os artigos: 475-J, 475-L e 475-M, quando dizer respeito a obrigação de pagar quantia. Ainda, é definitiva a execução de sentença transitada em julgada e provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo, conforme dispõe 1 do artigo 475-I. Também, a legislação processual dá a possibilidade para o credor, na hipótese em que haja na sentença uma parte líquida e outra ilíquida, promover simultaneamente à execução da parte líquida e, em autos apartados a liquidação da parte ilíquida. Destarte salientar que se aplicam subsidiariamente ao cumprimento de sentença, no que couberem as normas que regemo processo de execução de título extrajudicial, bem como explicita o artigo 475-R: Aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença, no que couber,as normas que regem o processo de execução de título extrajudicial. Até mesmo porque a reforma veio para simplificar o procedimento executivo e não a alteração da pretensão executiva.

11 1.1 Prazo para o pagamento e multa (475-J) 1.2.1- Contagem do prazo para o pagamento. A legislação vigente preconiza que o devedor deverá pagar a quantia fixada na sentença condenatória num prazo de 15 (quinze) dias, conforme o disposto 475-J do CPC: Artigo 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento da quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de 10% (dez porcento) e, a requerimento do requerimento do credor e observado o disposto no artigo 614, inciso II, desta lei,expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. (incluído pela lei n 11.232/2005). Como bem assinalou o nobre doutrinador e professor José Maria Rosa Tesheiner, a questão que certamente desencadeará controvérsia é a relativa ao termo inicial do prazo de quinze dias,para que o devedor,condenado, efetue o pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação (TESHEINER, José Maria Rosa. Execução de Sentença regime introduzido pela lei 11.232/2005. IN:Revista dos Tribunais. Ano 95.v. 850. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda, agosto de 2006. P. 43). Assim entendo que o prazo para o pagamento conta-se a partir do transito em julgado e com a publicação do acórdão sem precisar da intimação do advogado, uma vez que a partir do transito em julgado a empresa já sabe da referida obrigação de pagar, o eminente doutrinador Athos Gusmão Carneiro acrescenta: tal prazo passa automaticamente a fluir da data em que a sentença (ou o acórdão, CPC artigo 512) se torne exequível, quer por haver transitado em julgado, quer por interposto recurso sem efeito suspensivo.

12 (CARNEIRO, Athos Gusmão. Nova Execução. Aonde Vamos? Vamos Melhorar? IN: Revista Forense. V. 379.Rio de Janeiro: Junho de 2005. P.57). Mas parte da doutrina entende que o prazo para o pagamento conta-se da intimação da sentença condenatória ou da decisão de liquidação. Deste modo, corrobora o jurista Daniel Carnio Costa: o devedor condenada ao pagamento da quantia certa ou já fixada em liquidação será intimada da sentença ou da decisão de liquidação e terão prazo de 15 dias para fazer o pagamento. (COSTA, Daniel Carnio, O Novo Processo de Execução de Sentença,à LUZ das Alterações Promovidas pela Lei n 11.232/2005. IN: Revista IOB de Direito Civil e Processual Civil. V.7. n.41. São Paulo:IOB Thomson, julho de 2006. P. 110). Assim, o executado que efetua o pagamento da quantia após o prazo de 15 dias, incide a multa dos 10%, que vai de encontro ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Intimado a parte contrária para o cumprimento da sentença, transitada em julgado, não faz a tempo previsto, visto que o termo inicial de incidência da multa consubstanciada no aludido artigo é a intimação do executado como já dito, em órgão de publicação oficial, e, prima facie, a mora resta configurada,pois deixou o prazo determinado. Este entendimento é maioria nos tribunais superiores. Contudo já é matéria pacificada no Superior Tribunal de Justiça. De modo diverso, Nelson Nery Junior e entende que o devedor deverá ser intimado na pessoa de seu procurador, para que, no prazo de 15 dias cumpra o julgado, sob pena de incidir multa de 10% do valor da condenação. (NERY JUNIOR, Nelson. Código de Processo Civil Comentado. 9 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 641). Assim com muitas Câmaras Cíveis os 10% da multa, conta a partir da intimação do advogado através do Diário Oficial do devedor conforme orientação do STJ ( REsp. n 940.274/MS, Relator Ministro Humberto Gomes

13 de Barros, Relator p/ acórdão Ministro João Otavio Noronha, Corte Especial, in DJe 31/*05/2010). Vale ressaltar que a matéria já esta pacificada e que a maioria dos tribunais vem seguindo esta orientação da multa do 10% do artigo 475-J, como exemplo: Des. Claudio de Mello Tavares Julgamento: 03/10/2011 Décima Primeira Camara Cível : Apelação Cível. 0053063-25.2006.8.19.0001 e Des. Adolpho Andrade Mello Julgamento: 06/09/2011 Décima Primeira Camara Cível: Agravo de Instrumento n 0034737-44.2011.8.19.0000. 1.2.2- Avaliação (475-J 2 ) Na execução fundada em título judicial, a avaliação se realiza no ato da penhora, à semelhança do que sucede na execução fiscal, e do ato se encarrega, ordinariamente, o oficial de justiça. Só em casos mais complexos o juiz designará perito. Na nova sistemática o ato de realizar a penhora e a avaliação do bem é realizado, via de regra, pelo Oficial de Justiça. Entretanto, será realizado mediante avaliador, somente em casos específicos. Pode haver desvantagem na avaliação efetivada pó Oficial de Justiça, não se pode deixar considerar que se trata de uma medida econômica, até porque, caso não tenha conhecimentos técnicos para avaliar determinado bem, Oficial deverá informar o juízo a fim de que nomeie um perito avaliador. A Legislação dá possibilidade às partes impugnarem a avaliação realizada por Oficial de Justiça, do mesmo modo que ocorreria se esta fosse realizada por avaliador. Inclusive, a penhora incorreta ou avaliação errônea é uma das possibilidades de impugnação, conforme artigo 475-L III do CPC.

14 1.3- Avaliador judicial e avaliador perito Realizará a avaliação, conforme explica o artigo680, o avaliador judicial a existência deste tipo de auxiliar depende das regras locais se organização judiciária o u na falta o juiz nomeará qualquer pessoa idônea para estimar os bens penhorados. A nomeação de avaliador perito implica algumas distinções. A avaliação de imóveis, para fins do artigo 680, é atribuição exclusiva de engenheiro, descabendo a investidura de corretor de imóveis, que se limita a opinar sobre valores nos negócios imobiliários. No entanto, a 4ª Turma do STJ estipulou que a determinação do valor de um imóvel depende,principalmente do conhecimento do mercado imobiliário local e das característica do bem. (4ª. T. do STJ, Resp.130.790-RS, 05/08/99, Rel. Min. Sávio de Figueiredo, DJU 13.09.99, P. 67.) O avaliador judicial e o avaliador perito se aplicam a teor dos incisos II e III artigo 138, c/c o artigo 423, os motivos de impedimento e de suspeição catalogados nos artigos 134 e 135. Em outras palavras, o avaliador pode ser recusado. O prazo de 10 dias para opor a exceção se conta da data em que tiver ciência da remessa do processo executivo ao avaliador judicial ou da nomeação do avaliador perito. 1.4- Pagamento parcial e multa (475-J 4 ) O disposto citado prevê a possibilidade de pagamento parcial da dívida. Tal benefício se deve em função de eventualmente o devedor não possuir a quantia equivalente ou porque deseja alegar a existência de excesso de execução, não sofrer a incidência da multa de 10% sobre o valor total da dívida, mas apenas sobre a quantia controversa.

15 Assim, com o pagamento parcial o executado terá que pagar 10% sobre a quantia da diferença e não sobre a totalidade. 1.5- Arquivamento dos autos (artigo 475-J 5 ) O exequente deverá requerer a execução no prazo de 6 meses,sob pena de arquivamento dos autos. Entretanto, não fica impossibilitado de requerer seu posterior desarquivamento, ressalvado a hipótese da prescrição, bem como preconiza a súmula 150 do Supremo Tribunal Federal prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação No entanto o entendimento de Guilherme Rizzo Amaral, o qual assevera nãoser possível decretar a prescrição da ação executiva, como disposto na sumula 150 STF, pois o processo que interrompeu a prescrição não restará encerrado,mesmo na pendência do requerimento para a execução do devedor. (AMARAL, Guilherme Rizzo.IN: Alvaro de Oliveira,Carlos Alberto. A Nova Execução: comentários à lei 11.232,22 de dezembro de 2005. Rio de Janeiro: Forense, 2006. P.119.) De qualquer modo, caso o credor não requeira o cumprimento da sentença, os autos serão arquivados. O devedor deverá cumprir voluntariamente o debito sem necessidade de intimação, a fim de cumprir a obrigação que lhe foi imposta sob pena de 10%, ou em pagamento parcial os 10% será sobre a diferença. Caso isso não ocorra o credor deverá requerer o cumprimento da sentença, instruindo seu pedido com memória de calculo atual e com os 10%, alem do pedido dos honorários advocatícios, no prazo de 6 (seis) meses. Após o requerimento elaborado pelo credor, o juízo expedirá o mandado de penhora e avaliação. O próprio Oficial de Justiça fará simultaneamente a penhora à avaliação do bem, em casos em que não conhecer os bens o juízo nomeara um perito avaliar. Assim a lavratura do auto de penhora e avaliação o devedor será intimado para apresentar a impugnação no prazo de 15 dias.

16 CAPÍTULO II IMPUGNAÇÃO (ARTIGO 475-L E 475-M) 1- Introdução A nova sistemática, introduzida pela lei 11.232/2005, estabeleceu um novo meio de defesa para o executado, a impugnação, a qual substitui os embargos a execução. Não obstante a impugnação tenha sido prevista expressamente apenas para a execução de quantia certa, parece cabível a aplicação, por analogia as demais execuções de sentença, como fazer, não fazer e dar coisa. Também é a impugnação o meio defensivo para execução de sentença estrangeira, arbitral. Penal condenatória e do acórdão em revisão criminal, artigo 630 do CPP, a despeito do artigo 475-N, parágrafo único, que prevê a sobrevivência do processo de execução para a efetivação desses títulos judiciais. De fato não haverá muito sentido em defender a sobrevivência dos embargos de executado para efetivação de apenas esses títulos judiciais. A impugnação serve à concretização do exercício do direito de defesa, o executado não demanda, não age, ele resiste se opõe. 1.1- Prazo e preclusão temporal A impugnação deve ser oferecida no prazo de15 (quinze) dias, contados da intimação do auto de penhora e avaliação. No caso da efetivação das sentenças que imponham obrigação de fazer, não fazer ou de entrega de coisa, o prazo conta-se da intimação para a efetivação da sentença.

17 Mas na verdade, é preciso observar se a intimação via Imprensa Oficial dirigiu ao advogado, ou se na verdade na falta do advogado, foi feita pessoalmente ao executado, por mandado ou por correio. Feita a intimação por publicação por diário Oficial, o prazo de quinze dias para o oferecimento da impugnação já se inicia desde logo. Caso, porém tenha a intimação sido feita pessoalmente ao executado, por carta ou por mandado, impõe-se aplicar, na espécie, o disposto no artigo 241, I, II, do CPC, iniciando-se o prazo a partir da juntada aos autos o aviso de recebimento ou da juntada aos autos do mandado de intimação devidamente cumprido. 1.2- Falta ou nulidade e citação, artigo 475-L, I A falta ou nulidade de citação, caso o processo ocorra em revelia é um dos pressupostos para impugnação, é de observar que nem todos os títulos executivos judiciais podem ser impugnados, sob a alegação de falta ou nulidade de citação. A citação é condição de eficácia do processo em relação ao réu e, além disso, requisito de validade dos atos processuais que lhe seguirem. Ademais, sentença proferida sem citação do réu, mas a favor dele, não é inválida nem ineficaz, tendo em vista a total ausência de prejuízo. O indeferimento da petição inicial, Por exemplo, é uma sentença liminar, com ou sem julgamento do mérito, favorável ao réu e expressamente prevista no direito processual. Mesmo diante de vícios de tal gravidade, há possibilidade de suprimento do defeito pelo comparecimento do réu ao processo. Se o réu, intimado regulamente na execução da sentença proferida em processo com tal defeito, comparecer e não o apontar, sanado está o vício pela preclusão.

18 1.3- Inexigibilidade do título artigo 475-L, II O executado pode defender-se alegando inexigibilidade da pretensão creditícia. A inexigibilidade não é título, mas da pretensão. Será inexigível, a pretensão se prender alguma condição ou termo que iniba a eficácia do direito reconhecido na sentença. A maior parte da doutrina, ao comentar tal artigo e inciso examina sob essa perspectiva. O brilhante doutrinador Araken de Assis sugere outra interpretação de tal artigo citado, autor entende que o excesso refere-se a inexigibilidade,ou seja falta de título ou ausência dos atributos da respectiva obrigação, a inexigibilidade do artigo 475,inciso II representa excesso de execução (artigo 475-L. c/c artigo 743, IV e V) e integra,portanto a correspondente rubrica (ASSIS, Araken de. Cumprimento de sentença. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.321). Parece correta essa observação. A inexigibilidade da pretensão ficaria mais bem acomodada à hipótese de excesso de execução, artigo 743, IV e V. Ademais, o artigo 475-L 1 do CPC, contem dispositivo que traz hipótese de rescisão da decisão judicial, por motivo anterior à formação do título executivo. Tal artigo traz mais uma hipótese de desconstituição da coisa julgada material, tenso em vista que permite que o executado oponha resistência à satisfação do crédito suscitando matéria atinente a formação do próprio titulo executivo, quando estiver fundado em preceito tido por inconstitucional ou quando se tenha coferido a este preceito interpretação tida pela Suprema Corte como inconstitucional. Dessa forma, em casos tais tido por forma, em casos tais, admite-se a rescisão da sentença pelo acolhimento de argumento de defesa deduzida na impugnação.

19 1.4- Penhora incorreta ou avaliação errônea artigo 475-L, III Conforme já visto, a impugnação do executado poder precedida da penhora e avaliação. Se o for, caberá ao executado, se quiser discutir a regularidade da penhora ou valor da avaliação, fazê-lo já na impugnação, sob pena de preclusão. Também é ônus do executado discutira validade da penhora em sua impugnação como exemplo suscitar a impenhorabilidade ou despeito à ordem de preferência do artigo 655 do CPC. 1.5- Ilegitimidade das partes artigo 475-L, IV Pode o executado arguir, em sua defesa, a ilegitimidade das partes, não se trata de ilegitimidade que poderia ter sido deduzida na fase de conhecimento, em razão da eficácia preclusiva da coisa julgada, que protege o título judicial. A ilegitimidade, aqui, diz respeito a fase executiva, tão somente. Com efeito, ao executado se permite alegar ilegitimidade para a execução, não se lhe franqueando a possibilidade de discutir a legitimidade relativa à própria demanda cognitiva, eis que se trata de assunto já alcançado pela preclusão e, até mesmo pela coisa julgada. De qualquer modo, a impugnação versada ma ilegitimidade das partes possui o condão de extinguir a execução, caso seja acolhida. 1.6- Excesso de execução artigo 475-L, V Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior a resultante da sentença, cumprir-lhe declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação.

20 Trata-se de norma interessante, que impõe um ônus ao executado, sob pena de sua defesa sequer ser examinada; o ônus de opor a exceptio declinatória quanti. Não exercida a execução,há preclusão quanto ao valor da divida,ressalvando erro de caçulo ou valor excessivo. (NERY Jr., Nelson, Nery, Rosa. Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante. 9 ed. São Paulo: RT, 2006,P.650). O exequente deve, em seu requerimento, apresentar a memória de calculo discriminada e atualizada do débito, o executado, da mesma forma, deve, em suas alegações, apresentar o calculo que reputa como correto. Contudo podemos ver o excesso de execução esta mais detalhado no artigo 743 do CPC e incisos. 1.7- Causas impeditiva, modificada ou extintiva da obrigação artigo 475-L, VI Uma observação se impõe a redação do inciso VI do artigo 475L corresponde à do inciso VI do artigo 741, em sua redação original de 1973, com uma diferença. Exigi-se, antes, que, para alegação de compensação, o crédito deveria ter sido objetivo de uma ação executiva já aparelhada, expressão duvidosa, que dava ensejo a diversas interpretações. Agora deixa claro que para alegar a compensação basta cumprir o artigo 369 do Código Civil. Convém lembrar, ainda, que o crédito prescrito não pode ser utilizado para fim de compensação, tendo em vista a regra do artigo 190 do cc, segundo a qual a exceção substancial prescreve concomitantemente com a pretensão a que esteja vinculada. Outra observação é possível ao executado ajuíze impugnação, alegando a existência de transação superveniente. A transação pode ser celebrada após a sentença ou, até mesmo, depois do transito em julgado. É

21 possível as partes de celebrarem transação sobre uma questão já resolvida judicialmente, a não ser que uma delas desconheça a existência do transito em julgado. Celebrada transação após a sentença, não deve ser proposta execução de sentença, sob pena de ser ajuizada e acolhida impugnação do executado. Se a transação for celebrada quando já proferida a sentença e ainda pendente apelação perante o tribunal, o procedimento recursal deverá ser extinto em razão da homologação do negócio jurídico pelo tribunal. Se a transação se der após o transito em julgado, quando os autos já retornaram ao juízo de primeira instancia para a execução,será deste a competência para homologar a transação no próprio procedimento executivo, sendo homologado a execução esta será o título executivo E se não for feita a homologação a versão original, o executado poderá apresentar sua impugnação, reportando-se a transação e apresentando o seu respectivo instrumento. 1.8- Impugnação e efeitos artigo 475-M 1 2 A impugnação, via de regra, não terá efeito suspensivo. Contudo, é ilícito ao juiz atribuir-lhe tal efeito desde que relevantes seus fundamentos, e o prosseguimento da execução seja, manifestamente, suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. Assim, caberá ao magistrado, ma analise do caso concreto, atribuir efeito suspensivo à impugnação. De observar-se que é licito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, mesmo que tenha sido atribuído efeito suspensivo à impugnação. Contudo, deverá oferecer e prestar caução suficiente idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos. No requerimento que o exequente dirige ao juízo pedindo o prosseguimento da execução, deve ser oferecida a caução, demonstrando-se sua suficiência e idoneidade.

22 Nos casos em que tenha sido deferido o efeito suspensivo, a impugnação será e decidida nos próprios autos do processo principal, assim quanto a impugnação não for atribuído efeito suspensivo deverá ser em autos apartados para não causar tumulto no processo principal. 2- Recurso Cabível artigo 475-M, 3 A decisão que resolver a impugnação é recorrível mediante agravo de instrumento, salvo quando importar extinção da execução, caso em que caberá apelação, conforme preconiza o artigo 475-M, 3, introduzida pela nova sistemática. É uníssono o entendimento jurisprudencial e doutrinário, que da decisão que julga extinto o feito, com ou sem julgamento de mérito, recurso cabível é o de apelação, por cuida-se de sentença, conforme artigo 162, 1 c/c 513 e 475-M, 3, todos do CPC, considerando que o decusum pôs fim ao processo executivo. Assim, caso seja interposto recurso de agravo de instrumento, a jurisprudência entende erro grosseiro e a inaplicabilidade do principio da fungibilidade recursal. Assim, o recuro cabível será, via de regra, o agravo de instrumento, contudo, quando a decisão extinguir a execução,caberá apelação. 2.1- Títulos Executivos Judiciais 475-N 2.1.1 Artigo 475-N, I A referida norma corresponde ao revogado artigo 584, I, do CPC, o qual considerava título executivo a sentença condenatória proferida no processo civil.

23 Este artigo adota a teoria que enxerga na condenação uma dupla declaração, assim, pressupõe que, quando o julgador declara a existência de prestação a cargo do vencido, concomitantemente o condena a adimplir tal obrigação. Portanto, é titulo executivo judicial a sentença que a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. Não obstante, o texto legal não fazer menção expressamente a sentença condenatória, a norma abrange toda e qualquer sentença proferida no cível. 2.1.2 Artigo 475-N, II A sentença penal condenatória constitui título executivo judicial somente após o transito em julgado e deverá ser líquida, somente após a liquidez do título é que será hábil para ser executada. A sentença penal, de regra, atinge somente o condenado. 2.1.3 Artigo 475-N, III A sentença homologatória é aquela em que o julgador não prefere condenação, e, sim, homologa conciliação ou transação. Neste caso, a homologação de conciliação ou de transação judicial decorre do principio da economia processual, e da maior efetividade jurisdicional do Estado que é o de abolir os conflitos mediante critérios justos, uma vez que há possibilidade de transacionar objeto mais amplo da lide.

24 2.1.4 Artigo 475-N, IV A sentença arbitral é equiparada à sentença judicial, sem a necessidade de homologação pelo Poder Judiciário. O órgão arbitral não possui competência executiva, a qual fica reservadamente ao Poder Judiciário. O artigo 31 da Lei de Arbitragem 9.307/1996 dispõe a sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. 2.1.5 Artigo 475-N, V A nova sistemática introduziu o acordo extrajudicial, homologado judicialmente, rol dos títulos executivos judiciais. Neste caso, não há pendência de processo entre as partes. Assim a natureza jurídica do requerimento dos interessados ao juiz, pedindo a homologação do acordo é de jurisdição voluntária. 2.1.6 Artigo 475-N, VI Conforme o artigo 105, I, i da CF, compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias, a alínea i foi acrescentada pela Emenda Constitucional numero 45 de 2004. No Brasil, o STJ adota um sistema de deliberação para homologar a sentença estrangeira, é concedida eficácia a sentença estrangeira após exame intrínseco de sua harmonia com o ordenamento jurídico.

25 2.1.7 Artigo 475-N, VII A partilha de bens é homologada por sentença, conforme dispõe o artigo 1.026 do CPC, a qual é representada pelo formal ou certidão. Assim, a sentença que homologa a partilha é executiva lato sensu, porquanto nas divisões e partilhas judiciais, o seu cumprimento se dar por meio de mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, artigo 462-A, 2 do CPC. Assim como preceitua a legislação, o formal e a certidão de partilha são títulos executivos judiciais, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. São esses títulos que podem ser executados através do cumprimento de sentença.

26 CAPÍTULO III EXECUÇÃO PROVISÓRIA (475-O) 1- Fundamento O ordenamento processual tem no recurso, com efeito, meramente devolutivo o substrato em que repousa a propositura da execução provisória. Com efeito, o artigo 475-I no parágrafo 1 do CPC que fala a execução da sentença transitada em julgado e provisório quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. A execução fundada em título em extrajudicial é definitiva aplicamse, contudo as regras da execução provisória,enquanto pendente a apelação da sentença de improcedência dos embargos do executado,quanto recebidos com efeito suspensivo, artigo 587 do CPC. É bem de ver que resta autorizada a propositura de execução provisória em face da interposição de recurso desprovido de efeito suspensivo. A execução provisória permite que o vencedor, ou seja, o credor efetive uma decisão que lhe foi favorável, ainda que tenha sido impugnada por recurso. Justifica-se como forma de compensá-lo pelo fato de o vencido. Devedor ter recorrido. Além disso, desestimula a interposição de recursos meramente protelatórios, no instituto de postergar indefinitivamente o inicio da atividade executiva, sem efeito suspensivo, o recuso não impede a realização de atividade executiva. Como o credor executa com base em título provisório, há uma legitima preocupação na preservação, também, dos interesses do devedor, o que traduz na garantia de reversibilidade e na atribuição de responsabilidade objetiva ao exequente, em razão da prática de atos executivos que ao final se mostrem indevidos.

27 Na verdade, esse aditamento da atividade executiva o legislador tenta conciliar interesses contrapostos, de um lado o credor de ver a decisão que lhe foi favorável ser efetivada e do outro lado o devedor diante da possibilidade de anulação ou reforma da decisão e que seja retornado ao estado anterior à execução com reparação de danos sofridos. Promove-se assim uma harmonia entre o direito à efetividade do credor e o direito à segurança jurídica do devedor. 1.1- Cabimento Como já visto, só é possível execução provisória de título judicial, somente decisão judicial impugnável por recurso cível, que claro não desfrute de efeito suspensivo. Para que dê ensejo à execução provisória, o recurso pode estar pendente contra a decisão, que certifique um direito a uma prestação; proferida em liquidação da decisão que certifica direito a uma prestação; ou meramente homologatória de acordo judicial ou extrajudicial. Assim a execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva. Ainda, para que se execute provisoriamente, há a necessidade de a sentença ou decisão ter sido impugnada, por recurso sem efeito suspensivo. Contudo, há títulos executivos judiciais que não admitem a execução provisória, em razão de seu caráter definitivo, até porque a realização pratica de tais títulos iniciam com a ordem de citação do executado. A execução provisória corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente o qual se obriga a reparar os danos que o executado haja sofrido, no caso de sentença for reformada. Portanto, aquele que propõe execução provisória responderá objetivamente por eventuais danos decorrentes da mesma, haja vista, conforme já dito, que a sentença

28 condenatória não transitou em julgado, estando pendente de decisão de grau superior. Como a execução provisória corre por iniciativa do exequente como bem ressalta o doutrinador Leonardo Grecco afasta qualquer possibilidade de instauração dessa fase executória por iniciativa do próprio juiz (GRECCO, Leonardo. Primeiros Comentários sobre a reforma da execução oriunda da Lei n 11.232/2005.IN: Revista do Advogado. N. 85. São Paulo: AASP (Associação dos Advogados de SãoPaulo),maio de 2006, p.109.) O inciso II do caput do artigo 475-O, estabelece que as partes serão restituídas ao estado anterior e serão liquidados, por arbitramento,eventuais prejuízos,nos mesmos autos,caso sobrevenha acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução. Assim, as partes deverão ser restituídas ao estado anterior quando sobrevier decisão que modifique ou anule, no todo ou em parte, a decisão que foi executada provisoriamente. De observar que, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, obviamente que só nesta parte da execução ficará sem efeito. Outrossim, o jurista Daniel Roberto Hertel, analisando o artigo 475- O,II do CPC, constatou que o legislador fez menção à restituição da partes ao estado anterior, e não à restituição das coisas ao estado anterior,conclui que a distinção é relevante e apresenta conteúdo programático. Significa dizer como serão restituídas apenas as partes ao estado anterior, eventual alienação do bem que seja feita na execução provisória será valida,posto que seja reformada a sentença exequenda. (HERTAL, Daniel Roberto. Execução Provisória e as Inovações da Lei n 11.232/05. IN: Revista Jurídica.Ano 54. N. 348. Porto Alegre: Notadez,outubro de 2006, p.58.) Esse entendimento, de que a restituição das partes ao estado anterior não implica em desfazimento de eventual alienação do bem,

29 explicitado por alguns juristas predominantes na doutrina, uma vez realizada a arrematação do bem penhorado, o eventual provimento do recurso não repercutirá na esfera jurídica do terceiro que tenha participado da hasta pública. Correto tal entendimento porque terceiros que participaram dos atos de expropriação, ao adquirirem o bem em hasta pública não poderão ter sua situação jurídica, já consolidada, modificada. Até porque isso acabaria com a segurança jurídica, e, consequentemente, com a arrematação de bens em hasta pública, salvo melhor prejuízo. Entretanto, em que pese estar expresso no código de processo civil a utilização da liquidação por arbitramento, artigo 475-O, II, na hipótese da necessidade de reparação ao exequente, por parte do executado, por força de dano decorrido da utilização da execução provisória, da decisão que, posteriormente, veio a ser modificada, existe posição doutrinária que defende, neste caso, a possibilidade da utilização da liquidação por artigos artigo 475-E, do CPC. Há orientação doutrinária de que esta liquidação não é aquela prevista nos artigos 475-C e 475-D, do CPC, e, sim uma determinação legal para que o juiz arbitre o quantum a ser indenizado. Segundo o artigo 475-O, os prejuízos sofridos pelo executado serão liquidação por arbitramento. Parece-nos que o legislador não quis referir-se à liquidação por arbitramento, prevista nos artigos 475C e 475-D do CPC, já esta realiza através de pericia, ora, a realização de pericia poderá ser desnecessária, o que inviabilizará a realização de tal modalidade de liquidação. Por outro lado, poderá haver casos em que, para a definição do quantum da indenização, será imprescindível a produção de provas sobre os prejuízos sofridos pelo executado que se realiza através de liquidação por artigos. Inferese, assim, que a interposição literal do dispositivo legal conduz a resultados insatisfatórios.

30 1.2- Caução e Possibilidade de dispensa (artigo 475-O. III, E 2 I, II) Afim de que haja o levantamento de depósito em dinheiro e prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. Cumpre mencionar que a referida caução, uma vez arbitrada pelo magistrado, deve ser prestada de forma fidedigna e completa, sob pena de ser indeferida a medida que se requer. A caução idônea é dispensa quando se tratar de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, desde que o exequente demonstre situação de necessidade, contudo, deverá ser observado o limite legal, qual seja até o limite de sessenta vezes o valor do salário mínimo. Também, a legislação prevê a dispensa de caução, nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, artigo 544 do CPC. Contudo, mesmo neste caso, deverá prestar caução, quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. O eminente Desembargador e doutrinador Araken de Assis, comentando tal dispositivo constatou que ao dispensar a caução o legislador supôs que pendente de agravo para o STF ou STJ, e encontrando-se sucumbente na instancia ordinária, não nutre consideráveis expectativas de êxito, e, em vista disso, dispensa a caução para a execução se completar e satisfazer o crédito.

31 Assim a dispensa de caução quando pendente de julgamento agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, não importa na natureza e no valor do crédito, diferentemente do que ocorre com o disposto no inciso I, 2 deste artigo. Deste modo, a necessidade de prestar caução nestes casos, dependerá do juízo verossimilhança do julgador. 1.3- Peças Necessárias artigo 475-O, 3 O credor exequente deverá formular seu requerimento por meio de petição escrita, devidamente instruída com documentos e cópias de peças dos autos principais, conforme artigo 475-O, 3, do CPC, que sejam necessários para o desenvolvimento da atividade executiva. Quando o exequente requerer a execução que ocorrerá em autos apartados via de regra, não precisando ser autenticadas apenas são declaradas autênticas pelo advogado sob sua responsabilidade pessoal. 1.4- Responsabilidade objetiva do exequente A execução provisória, sobretudo pelo fato de ser fundada em título precário, corre por conta em risco do credor.o credor responderá,objetivamente, pelos prejuízos causados ao executado, se porventura o seu título for casado ou alterado. É o que dita o artigo 475-O, I, CPC. A forma de ressarcimento do devedor, contudo, depende do tipo de prestação efetivas. Em sendo prestação de pagar quantia certa, operar-se-à com a devolução dos bens e valores expropriados na execução, juntamente com o pagamento de uma indenização pelos prejuízos sofridos, em razão do período de que foi privado da fruição do bem ou com danos causados à coisa restituída. Se acaso os bens expropriados já tenham sido transferidos para terceiros, cabe ao credor indenizar o devedor pela perda do bem.

32 Em se tratando de prestação de entregar a coisa, dar-se-à com a restituição às coisas e com uma recompensa pecuniária por eventuais danos a ela causados. Caso já tenha sido transferido para terceiros, restituirá o valor pecuniário equivalente, sendo, devida ainda, uma indenização pelo período em que o credor não pode dela fruir. Em caso de prestação de fazer, a parte responsável deve desfazer a prestação positiva por sua conta em risco, sempre que possível, retornando ao estado anterior, bem como pagar indenização aos danos sofridos e caso não seja possível o retorno deverá reembolsar o devido pelo equivalente pecuniário. Em caso de imposição e pagamento de multa, medida coercitiva, seu valor deverá ser devolvido. Em caso de prestação de não fazer, deve-se, na medida do possível, eliminar os efeitos da conduta negativa do devedor, recompensandoo pecuniariamente por prejuízos experimentados. Em caso de imposição de pagamento de multa, seu valor deverá ser devolvido. Em qualquer dos casos, nada impede que se imponha ao credor o pagamento de uma indenização por danos morais eventualmente suportados pelo devedor, caso a execução tenha sido ruidosa a ponto de lhe lesar a honra.

33 CAPÍTULO IV HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Os honorários advocatícios estão no artigo 20, 4, tratando-se por quantia certa artigo 659, caput, baliza o cumprimento da obrigação pecuniária, que abrangerão principal, correção monetária, juros, custas e despesas processuais e finalmente honorários de advogado,no caso de penhora por Oficial de Justiça,e bem assim de cumprimento ex vi do artigo 652. Mas é evidente que os honorários também são devidos nas demais espécies da execução, como exemplo entregando a coisa o devedor, ressalva o artigo 624 o prosseguimento da execução para o pagamento de frutos ou ressarcimento de prejuízos, ainda que não seja este o caso, restarão para executar por quantia certa os honorários da sucumbência. Ademais não importa o caráter provisório ou definitivo da execução, são devidos honorários, em qualquer hipótese, incluindo a da extinção em virtude do provimento do recurso pendente. 1- Cabimento dos honorários O cabimento dos honorários na demanda executória, seja qual for a classe do título exibido pelo credor,decorre do fato de que ela se baseia no descumprimento imputável de uma obrigação. O evento torna o obrigado responsável por perdas e danos. Esta indenização incluirá todas as verbas gastas na obtenção do cumprimento e, destarte, os honorários do advogado do credor, explicitamente mencionados no texto da lei civil.

34 Ademais da disciplina material, decisiva no ponto, cumpre rememorar a autonomia funcional da execução, relativamente à pretérita demanda condenatória, e a necessidade de o advogado para ajuizá-la, elaborando peças técnicas próprias da sua atribuição. Celso neves escreveu qual a verba honorária, aludida no artigo 659, caput concerne à que foi objeto de condenação, no processo de conhecimento, e não pode ser incluída no mandado, quando se trate de execução fundada em título extrajudicial (Celso Neves, Comentários..., n.17, p.54. No mesmo sentido, Yussef Said Cahali,Honorários advocatícios, n.172, p.570-571.), desenhou os efeitos do inadimplemento da obrigações. A jurisprudência superou a falta de critério, afirmando a 1ª Turma do STJ: No processo de execução por título extrajudicial impõe-se a condenação em honorários por sucumbência.) Mas resta a regra dos honorários na execução fundada em título judicial, que a doutrina recalcitrava em admiti-los devidos, de forma autônoma, as objeções se renovavam após da Lei 11.232/2005. O título judicial abstrai-se das suas origens e de sentença condenatória em que se formou por isso criando a demanda executória nova atividade processual, independente da originária, justifica-se o recebimento pelo credor de verba honorária diversa da primeira contemplada no título. É importante falar que os honorários correspondem ao trabalho desenvolvido na demanda condenatória. Basta ler os critérios que presidem sua fixação, artigo 20, 3. A execução inaugura outras espécies de serviço, deferentes daqueles anteriormente prestados, a reclamarem contraprestação digna e suficiente. Eliminar os honorários nesta classe de demanda executória, portanto, também infringirá o principio da restitutium ad integrum. Nãodeve impressionar a ninguém que a execução do título judicial se realize in simultaneo processu. Todavia, há o argumento decisivo do artigo 20, 4. Nada se distingue nesse dispositivo. Admitindo-se que a execução

35 constitua um incidente, artigo 20 1, encontrar-se-ia excepcionado, de todo o modo, pelo subsequente 4, relativo a execução. É o gravame da imposição dessa nova verba se harmoniza com finalidade de tornar o descumprimento do comando judiciário superlativamente oneroso para os recalcitrantes. Na perspectiva em que aqui se situa a questão, o ajuizamento dos embargos ou impugnação, embora fato relevante, quanto ao momento da fixação e ao montante dos honorários, não condiciona ou cria o direito ao percebimento de verba. Esta ideia se respalda no artigo 20 4 do CPC, que prevê a fixação de honorários nas execuções, embargadas ou não. A partir da nova redação do artigo 20 4, Celso Agricola Barbi alterou seu ponto de vista, escrevendo o seguinte A lei não distingue, a propósito de honorários de advogado, entre as execuções fundadas em título executivo extrajudicial e em judicial, devendo entender-se que os honorários são devidos em todas elas. Isto se justifica porque em todos os casos há omissão do devedor em cumprir a obrigação. (Celso Agrícola Barbi, comentários..., n. 191, p.145.) Neste sentido, em seguida, pronunciou-se a 4ª Turma do STJ: São devidos honorários advocatícios na execução de título judicial, ainda que não embargada.(4ª T. do STJ, Resp. 133.105-RS, 19.08.97, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJU 22.09.97, p. 46.502.) E finalmente,a Corte Especial STJ, uniformizando a questão decidiu o seguinte: A nova redação do artigo 20 4, do CPC deixa induvidoso o cabimento de honorários de advogado em execução, mesmo não embargada, não fazendo a lei,para esse fim,distinção entre execução fundada em título judicial e execução fundada em título extrajudicial. (Corte Especial do STJ, EREsp 158.884-RS, 30.10.00, Rel. Min. Gomes de Barros, DJU30.04.01, p.123). Porém regra expressa pode excluir os honorários na execução baseada no título judicial; por exemplo, artigo 1 -D da lei 9.494/1997, com a redação da MP 2.180-35, de 24.08.01,estipulou que não serão devidos

36 honorários advocatícios pela Fazenda Publica nas execuções não embargada. Toda,a Corte Especial do STJ estimou cabíveis os honorários, porque o disposto na Medida Provisória 2.180-35/2001 não se aplica às execuções ajuizadas antes se sua vigência. O STF deu solução definitiva ao problema, proclamando a constitucionalidade da MP citada acima incidentalmente, a dando-lhe a interpretação conforme a Constituição,para o efeito de reduzir-lhe a aplicação à execução por maior quantia contra Fazenda Publica. Assim não cabem honorários nas execuções não embargadas propostas posteriormente à edição do referido diploma. Em alguns casos, a jurisprudência tempera a regra do artigo 20, 4, do CPC, assim anulada execução, ex officio, por vício da penhora, isentou o credor dos honorários, ante a inexistência de vencido. 1.1- Momento da fixação Considerando as diretrizes do parágrafo 3 do artigo 20 do CPC, que assentam em juízo a posteriori quanto à qualidade do trabalho do advogado, ao juiz somente caberia arbitrar honorários no julgamento da ação de embargos, ou na extinção da execução. Mas, o mencionado parágrafo, criado com vistas ao processo de conhecimento, padece daquele defeito de perspectiva que sua aplicação subsidiária, não oculta nem dissipa. Ensejando o cumprimento na abertura da demanda executória, artigo 652 do CPC impõe a fixação dos honorários no momento do deferimento da inicial. A inadequação do artigo 20, 3 do CPC, é manifestamente em sede executiva e de que nada valeria para o credor o arbitramento de honorários na sentença de extinção uma vez já levantado no valor principal. Assim o juízo deve arbitrar os honorários antes do credor levantar o dinheiro, expedindo o mandado no nome do advogado correspondente.

37 A duplicidade de ações executórias e embargos com os objetivos distintos, e trabalhos deferentes, não excluem reciprocamente a verba honorária. No entanto a Corte Especial do STJ decidiu pela unidade dos honorários. Os honorários de advogado, arbitrados na execução, passam a depender da solução dos embargos.procedentes estes, sucumbe o exequente, não prevalecendo o arbitramento dos honorários na execução. Improcedentes os embargos ou ocorrendo desistência,permanece uma única sucumbência,posto que tanto na execução como nos embargos,a questão é única: procedência ou não da dívida. (Corte Especial do STJ,EDiv no REsp.97.466-RJ,02.12.98, Rel. Min. Garcia Vieira,RJSTJ11(121)/17.) Contudo os honorários na fase de cumprimento de sentença estavam sendo discutidos nos tribunais do Rio de Janeiro e outros Estados uma vez que estava acontecendo uma dúvida a onde o juiz deveria arbitrar os honorários na fase de execução se seria após a intimação do devedor para o pagamento da obrigação ou assim que se se inicia a execução. Sendo assim, com tantos recursos interpostos e abarrotando a Corte Superior com essa discussão da onde se inicia os honorários advocatícios o Superior Tribunal de Justiça com autos sobrestados para o recurso de paradigma representativo da Tese n 189 do repetitório de teses do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a orientação do STJ por oportunidade do Recurso Especial n 1.134186/RS; RECURSO ESPECIAL N 1.134.186 RS (Pub. 21-10-2011) EMENTA: RECURSO ESPECIALREPETITIVO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, 1. Para o Efeito do artigo 543-C do CPC: 1.1 São Cabíveis honorários advocatícios em fase de

38 cumprimento de sentença,haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para o pagamento voluntário a que alude o artigo 475-J do CPC, que somente se inicia após a intimação do advogado, com a baixa dos autos e a aposição de cumpra-se (REsp. n. 940.274/MS). 1.2. Não são cabíveis honorários advocatícios pela rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença.1.3. A penas no caso de acolhimento da impugnação,ainda que parcial, serão arbitrados honorários em benefício do executado,com base no artigo 20, 4, do CPC. 2. Recurso especial provido (Tese n 216, repertório de teses deste Tribunal).