Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts 267 e 269 desta Lei.

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1 SENTENÇA CÍVEL 1. CONCEITO. Art. 162 parágrafo 1º do CPC Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts 267 e 269 desta Lei. Redação anterior...é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. Agora, não se põe mais termo ao processo, porque segue como CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, não necessitando a instalação de uma nova demanda processual. Lei /05. A sentença não é mais o ato final que acaba o ofício jurisdicional como prescrevia o caput do art. 463 do CPC. Nova redação do art. 463 Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:, mantidos os incisos I (erro) e II (embargos declaratórios). Ato estatal Ato Processual Ato do Juiz (Ato indelegável) Ato extremamente complexo. Ato final. A sentença é sentimento documentado Nagib Slaibi Filho.

2 A sentença é o ato culminante do processo (Moacyr Amaral Santos). A lei do caso concreto (Liebman). 2. ESTRUTURA LÓGICA E LEGAL (REQUISITOS) DA SENTENÇA Juízo de Concreção (norma e fato) Subsunção é a conexão lógica de um fato a norma. (Operação intelectual). Enlace entre a norma (abstrata e genérica) e o fato (concreto e específico). Operação Lógica Silogismo Ato de criação da inteligência e vontade humana. Premissa Maior = Lei Premissa Menor= Fato Conclusão= Dispositivo da Sentença. Ex. Ação de indenização Premissa maior = todo aquele que,por imprudência, causar dano a outrem tem o dever de indenizar Premissa menor= o réu causou dano ao autor por imprudência Conclusão = Condeno o réu a indenizar.

3 A principal obrigação do julgador é fundamentar Isso é garantia do cidadão tanto que está previsto na Constituição Federal art. 93, IX. Art. 458 do CPC I Relatório - Historia relevante do processo (Pontes de Miranda). Não há juízo de valor. II Fundamentos Aqui são valorados os fatos e feto o juízo de concreção da norma aos fatos. Há juízo de valor. III Dispositivo É a conclusão Aqui o juiz resume o que foi decidido e julga procedente, parcialmente procedente ou improcedente a pretensão do parte postulante. É sobre essa parte que se forma a coisa julgada material. 3. PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA ou CORRELAÇÃO Há necessidade de uma correspondência entre o pedido e a sentença congruência A incongruência fere o art. 128 do CPC - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. art. 459 do CPC O Juiz proferirá a sentença, acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito, o juiz decidirá de forma concisa.

4 O juiz aprecia o pedido do autor. Não do réu, exceto em caso de reconvenção (art. 315 do CPC) ou contrapedido (art. 278, parágrafo 1º do CPC) e alguns outros casos previstos em lei. É o autor que impõe os limites em que quer ver sua pretensão atendida. TODOS os PEDIDOS DEVEM SER ANALISADOS por mais absurdos que sejam, mas somente eles. Nada mais. O STJ disse que os pedidos devem ser interpretados de acordo com o corpo da petição e não exclusivamente o que consta no item dos pedidos. Em caso de dúvida, conforme o CPC, os pedidos devem ser interpretados restritivamente (art. 293 do CPC). Análise da petição inicial = MUITO IMPORTANTE. Apreciação de ofício = questão polêmica. STJ 1993 Ao Judiciário mostra-se defeso apreciar questões concernentes a direitos disponíveis e não-enquadráveis entre aquelas conhecíveis de ofício (art. 267, parágrafo 3º do CPC) se não tiverem sido arguidas, de forma

5 específica, pela parte interessada. Min. Sálvio de Figueiredo Resp MG 1993) STJ 2009 Revisar cláusulas de ofício é decisão extra petita (Resp ) Súmula 381 do STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer de ofício da abusividade das cláusulas. Projeto de CPC - Art O juiz decidirá a lide nos limites propostos pelas parte, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. Parágrafo único. As partes deverão ser previamente ouvidas a respeito das matérias de que deve o juiz conhecer de ofício. Importante a observância do princípio da congruência, pois a desobediência gerará sentenças viciadas (ultra, citra e extra petita). art É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único: A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional. 4. VÍCIOS DAS SENTENÇAS (art. 460 do CPC)

6 art É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único: A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional. Extra petita: bem diverso do que foi pedido (fora do pedido) (Nula) Não confundir com parcial procedência. Por exemplo, pede a dissolução integral da sociedade anônima e o juiz concede a dissolução parcial. Ultra petita: Conceder mais do que foi pedido. (Por economia processual, basta o Tribunal readequar ao que foi pedido). Não é ultra petita a) Concede correção monetária b) Juros legais (art. 293 do CPC) c) Na ação de rescisão de contrato de promessa de compra e venda, determina a restituição das prestações (CDC art. 53) d) Fixar multa (art. 461, parágrafo 4º do CPC) para o cumprimento de obrigação Citra petita: menos do que foi pedido. (nula).

7 Acórdão é o julgamento proferido pelos Tribunais (art. 163 do CPC). 5. CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS: 3.1 Quanto ao conteúdo: Terminativas art. 267 do CPC. Definitivas art. 269 do CPC Quanto à pretensão de direito material: É feito segundo a natureza da ação de direito material: É a mesma classificação das ações de Direito Material Por quê? Mais uma vez: há necessidade de uma correspondência entre o pedido e a sentença congruência A incongruência fere o art. 128 do CPC - O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. Ação de Conhecimento. Classificação Tradicional

8 Liebman - a sentença limita-se a aplicar a sanção (mundo do direito). Depois, numa nova relação (executória) é que ATUA na realidade dos fatos (mundo dos fatos). Declaratória Constitutiva Condenatória Críticas (Ovídio Baptista e outros) a) sob o rótulo condenatória uma série de sentenças heterogêneas que são absolutamente distintas. Reintegração de posse x Ação de cobrança. b) pressupõe-se que as sentenças tenham somente uma eficácia. Ex. Ação indenizatória acidente de trânsito. Classificação feita por Pontes de Miranda. 1. Declaratórias afirma a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou fato (falsidade documental). Esgota-se com a simples prolação da sentença e produção da coisa julgada. Visa eliminar incertezas. art. 4 do CPC. Toda e qualquer sentença tem eficácia declaratória, em maior ou menor intensidade. 2. Constitutivas -- o juiz cria, modifica ou extingue determinada relação jurídica.ex. Ação anulatória

9 Nas declaratórias e constitutivas são desnecessárias ou impossível qualquer atividade subsequente para realizar o próprio enunciado. 3. Condenatórias Sempre vai ter uma declaração anterior. Não desce ao mundo dos fatos. Ele emite um juízo de valor. Após, vai, com nova atividade, ao mundo dos fatos. Até aqui as sentenças limitam-se ao plano do pensamento (mundo dos fatos). 4. Executivas contém, em si, como eficácia interna, o poder de atuar no mundo dos fatos transformação da realidade física. Ex. Ação de Despejo. O estado-juiz substitui o demandado que não praticou o ato que deveria. Obs: (art. 466-A Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida'). 5. Mandamentais também atua no mundo dos fatos transformando a realidade. Porém, aqui se busca a prática de ato estatal que não pode ser praticado originariamente pelo particular. Pontes traz assim porque entendeu que as sentenças tem mais de uma eficácia e que uma delas é preponderante. Ex. Ação de despejo. Por que somente as sentenças de procedência tem essa classificação?

10 Porque se for improcedente será sempre declaratória. 6. Momentos de prolação da sentença Quando da propositura da demanda a) art. 295 do CPC indeferimento da petição inicial b) art. 285 A do CPC matéria unicamente de direito e já houver sido proferida outra sentença de total improcedência em casos idênticos no mesmo juízo 7.2 Julgamento conforme o estado do Processo art. 329 do CPC - Extinção art. 267 e 269, II a V. art. 330 do CPC - Julgamento antecipado da lide a) unicamente de direito ou não existir necessidade de prova em audiência. b) Revelia Não se faz a audiência prevista no art. 331 do CPC se for caso de julgamento antecipado. Pode-se marcar uma audiência de conciliação (art. 125 do CPC). 7.3 Após os debates ou memoriais quando houver audiência de instrução art. 456 do CPC.

11 7. Encargos sucumbenciais Paga as custas e honorários quem der causa (Princípio da causalidade). AJG pode o juiz investigar matéria pacífica e sumulada. Pessoa Física presunção Pessoa jurídica tem que provar. 8. Observações: a) Ônus da prova: Regra Geral: art. 333 do CPC 1. Exceção: Código de Defesa do Consumidor: inversão (relação de consumo e verossimilhança da alegação ou hipossuficiência do consumidor) Momento da inversão: ideal é no início, mas a lei não diz. Então, pode ser a qualquer momento. Porém, há jurisprudência que diz que na sentença não pode (cerceamento de defesa).

12 2. Teoria da Carga Dinâmica das Provas. Não há definição a priori da distribuição do ônus da prova art. 333 do CPC Há a demonstrar o fato, pouco releva se alegado pela parte contrária, aquele se encontra em melhores condições de fazê-lo. Distribui-se conforme o caso concreto, observando quem, pelas circunstâncias reais do caso concreto, tem melhores condições. b) Perdas e danos e lucros cessantes: tem que ser provados no processo, o que pode ser remetido para liquidação é o valor, mas não a existência! c) Evitem sentenças ilíquidas. Sempre que possível, liquidar a sentença. Deixar claro o dispositivo acerca dos honorários advocatícios. Não fazer redação para cálculos mirabolantes. d) Usar a regra do decaimento mínimo do pedido art. 21 do CPC.

13 Bibliografia FILHO, Nagib Slaibi. Sentença Cível, Rio de Janeiro: Forense, SILVA, Ovídio Baptista da. Curso de Direito Processual Civil, vol. 1, Porto Alegre: Sérgio Fabris editor, SILVA, Ovídio Baptista da. Sentença e Coisa Julgada, Rio de Janeiro: Forense, SANTOS. Moacir Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. vol. I a III. São Paulo: Saraiva, JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil, I.Rio de Janeiro: Forense, MIRANDA, Pontes de. Tratado das Ações. Tomo I. São Paulo: Revista dos Tribunais, ASSIS, Araken de. Cumprimento da Sentença. Rio de Janeiro: Forense,