Boletim Agropecuário Nº 1 - FEVEREIRO Evolução da Produção Agropecuária

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Transcrição:

Boletim Agropecuário de Nº 1 - FEVEREIRO 218 Evolução da Produção Agropecuária

Embrapa Rondônia Rodovia BR-364, Km 5,5, Zona Rural CEP: 76815-8 - Porto Velho RO www.embrapa.br/fale-conosco/sac Autores Calixto Rosa Neto Francisco de Assis Correa Silva Leonardo Ventura de Araújo Apoio Thaiane Cristino de Souza Estagiária Revisores Técnicos Alaerto Luiz Marcolan Alexsandro Lara Teixeira Frederico José Evangelista Botelho Editora Embrapa Rondônia Editoração Renata Kelly da Silva Projeto gráfico Rafael Alves da Rocha Fotos da capa: Rafael Alves da Rocha Jefferson Christofoletti Publicação Trimestral / 218 / Número 1 - fevereiro Disponível em: https://www.embrapa.br/boletim-agropecuario Este documento foi elaborado pela Embrapa Rondônia. Todas as informações nele contidas foram obtidas de fontes secundárias oficiais, devidamente citadas e referenciadas. A Embrapa Rondônia não garante a precisão dos dados informados, não se responsabilizando, portanto, por eventuais perdas decorrentes de operações com base em informações desse relatório.

Apresentação Este documento analisa o desempenho produtivo e econômico da agropecuária rondoniense ao longo dos anos, sendo que, para algumas atividades, são exibidos dados comparativos dos últimos 4 anos. São apresentadas bases de dados de preços dos principais produtos agropecuários do estado, considerando o período de 213 a 215, tendo como fonte das informações a pesquisa semanal de preços de produtos agropecuários realizada pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia Emater-RO, com a atualização dos valores pelo Índice Geral de Preços (IGP/DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em 217, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) do estado alcançou seu maior valor, de quase 8,8 bilhões de reais, desde 28, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na produção de grãos predominou, até finais dos anos 9, o cultivo de milho, arroz e feijão. Embora a área plantada com o milho tenha declinado até 22, a partir daí voltou a crescer, alcançando 197,1 mil hectares (ha) na safra 216/217. Já o arroz e o feijão apresentaram redução significativa ao longo desses anos. Por outro lado, o plantio da soja apresentou forte evolução a partir de meados dos anos 2, sendo que na safra 216/217 a área plantada com esse grão foi de 296 mil hectares. O café segue a tendência de aumento da produção por meio de maior produtividade, já que a área plantada com a cultura vem diminuindo ao longo dos anos. Variedades clonais, mais produtivas, melhores tratos culturais e irrigação são fatores que explicam a evolução em curso. De 21 até 217, a área em produção reduziu 69,7%, mas houve aumento significativo da produtividade em 234,8% no período. A produção de mandioca, nos últimos dois anos, tem-se mantido estável, embora em 217 a quantidade produzida desse tubérculo tenha decrescido 1,5% em relação à safra anterior, enquanto a área colhida cresceu,7%. Já a banana apresentou significativa evolução no referido ano, tanto da área plantada quanto da quantidade produzida, com aumento de 44,4% e 49,8%, respectivamente; por outro lado, a produtividade aumentou 3,8%. No que diz respeito à produção animal, houve retração de 2,5% no abate de animais em 217 em relação a 216. A quantidade de leite produzido, que em 214 alcançou seu maior nível de produção, de 94,6 milhões de litros, decaiu desde então, chegando a quase 791 milhões de litros em 216. Já a piscicultura vem apresentando evolução significativa desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a divulgar os dados do setor, passando de uma produção de pouco mais de 25 mil toneladas em 213 para 9,6 mil toneladas em 216, com crescimento médio anual de 53,3%. Carne bovina e soja em grãos, principais produtos de exportação do estado, apresentaram desempenho positivo em 217, com ganhos de 24,3% e 2,3%, respectivamente, quando comparado com 216. Com esse primeiro boletim, a Embrapa Rondônia inicia o acompanhamento trimestral da produção agropecuária em Rondônia, com análises do comportamento do setor como um todo. A próxima edição apresentará os indicadores das safras de 217/218, bem como as perspectivas para o setor agropecuário neste ano. Boa leitura. 3

Contextualização da produção agropecuária em Rondônia Rondônia é um estado onde a produção agropecuária tem significativa importância do ponto de vista socioeconômico, sendo que, em 215, o setor foi responsável por 11,9% do PIB estadual, bem acima da média nacional, que foi de 6,4%, em valores correntes (IBGE, 217a; Cepea, 215). Bovinos, soja, leite e café são os principais produtos agropecuários produzidos no estado, respondendo por 84,4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) 1 estadual em 217 (Mapa, 217a). A Tabela 1 apresenta a evolução do VBPA em Rondônia nos últimos cinco anos. Tabela 1 Evolução do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) em Rondônia 2 213 217 (Em R$ 1.,) Produtos Bovinos Soja Leite Café Milho Mandioca Banana Outros Total 213 4.75.372 723.712 997.228 356.33 245.77 394.226 99.484 347.737 7.239.562 214 4.194.852 738.74 995.644 419.81 282.52 273.698 115.777 285.215 7.34.861 215 3.913.654 879.567 849.915 56.758 43.32 272.369 113.499 316.227 7.255.39 216 4.261.896 99.719 819.832 644.85 39.265 286.356 167.594 414.113 7.894.58 217 5.71.294 843.769 652.564 1.31.9 42.887 19.41 235.631 341.315 8.768.879 Fonte: Mapa, 217a nota: Valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV novembro, 217 Pelos dados apresentados na Tabela 1 verifica-se que o VBP do café em 217 aumentou 59,9% em relação a 216, superando o VBP da soja. O VBP da banana também teve aumento significativo, com crescimento de 4,6% no mesmo período. A carne bovina e a soja destacam-se como produtos agropecuários de exportação de Rondônia. Em 217 foram embarcadas 151,6 mil toneladas de carne e 878,1 mil toneladas de soja, com receitas de US$ 559,4 milhões e US$ 332,8 milhões, respectivamente (Mapa, 218). No referido ano, os valores (US$) das exportações de carne e soja superaram as operações de 216 em 24,2% e 2,3%, respectivamente. A Figura 1 apresenta o comportamento das exportações de carne e soja, em US$ e em volume (toneladas), referente aos anos 216 e 217. A exportação da soja, tanto a produzida em Rondônia quanto a oriunda da região oeste de Mato Grosso, bem como o milho cultivado em ambos os estados é feita pela calha do Rio Madeira. A Figura 2 apresenta a movimentação de carga desses dois produtos no período de 213 a novembro de 217. 1 O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento, calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil. 4 2 A piscicultura, embora não conste da base de dados do VBPA, constitui-se em importante setor da agropecuária rondoniense, com o Valor Bruto de Produção de 216 estimado em R$ 674,7 milhões (IBGE, 217f).

Figura 1 Comportamento das exportações de carne e soja de Rondônia, em US$ e em volume (toneladas), 216-217. US$ mil/toneladas 1.. 9. 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1. - Fonte: Mapa, 218 766.114 449.886 276.593 127.18 US$ (mil) 216 Volume (t.) Carne bovina Soja em grãos 878.79 559.338 332.791 151.61 US$ (mil) 217 Volume (t.) Figura 2 Movimentação portuária de soja e milho oriundos de Rondônia e Mato Grosso pela calha do Rio Madeira 213 217 4. 3.5 3.782 3.458 mil/toneladas 3. 2.5 2. 1.5 1. 5 1.951 921 2.359 2.188 1.734 1.161 1.17 2.238 Soja Milho - 213 214 215 216 217* Fonte: ANTAQ, 217 Nota: * Até novembro De acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab, 217), a produção de grãos em Rondônia na safra 216/217 foi de 1,86 milhão de toneladas, com a soja e o milho respondendo por 92,6% desse volume. Em escala menor, aparece a produção de arroz e feijão, cujo auge de área plantada e quantidade produzida se deu na década de 9. 5

Produção de Grãos em Rondônia Foto: Renata Silva 6

Arroz A área plantada com arroz em Rondônia que, na safra 1976/77 alcançou 73,7 mil ha, apresentou forte crescimento até a safra 1996/97, quando atingiu 141 mil hectares. A partir daí foi declinando, sendo que, no período de 2 anos, houve redução de 1,4 mil ha, com a cultura ocupando uma área plantada de 4,6 mil ha na safra 216/217 (Conab, 217). A cultura do arroz é tradicionalmente cultivada em áreas novas, com fertilidade ainda baixa, e à medida que essas áreas são corrigidas, naturalmente o arroz é substituído por culturas como a soja e o milho. Nesse sentido, a redução da área cultivada de arroz é justificada pela evolução das áreas de soja e milho. Embora a área plantada com a cultura tenha sido reduzida de forma drástica nesses 2 anos, a produtividade evoluiu de forma significativa, passando de 1.75 kg/ha na safra 1996/97 para 2.956 kg/ha na safra 216/217 (Conab, 217). A Figura 3 apresenta a evolução quinquenal (de cinco em cinco anos) da produção de arroz em Rondônia nos últimos 4 anos. Porto Velho é o principal município produtor de arroz do estado, cuja produção na safra 216/217 foi de 24,2 mil toneladas, seguido por Cujubim e Cabixi. Figura 3 Evolução quinquenal da produção de arroz em Rondônia 1976/77 216/17 Milhares 3 25 2 15 1 5 1.589 73,7 117,1 246,8 141 1.75 2.956 12 4,6 3.5 3. 2.5 2. 1.5 1. 5 Kg/hectare 1976/77 1981/82 1986/87 1991/92 1996/97 21/2 26/7 211/12 216/17 Ano Safra Fonte: Conab, 217 Rendimento (kg/ha) Área plantada (mil ha) Quantidade produzida (mil t.) No contexto regional, Rondônia aparece como o terceiro maior produtor de arroz, tendo respondido por 11% do total produzido na safra 216/217, atrás apenas dos estados do Tocantins e Pará (Conab, 217). Porto Velho é o principal município produtor de arroz do estado, cuja produção na safra 216/217 foi de 24,2 mil toneladas, seguido por Cujubim e Cabixi, que produziram na referida safra 9,3 e 7,8 mil toneladas do produto, respectivamente (IBGE, 217b). 7

Produção de Grãos em Rondônia Foto: Renata Silva 8

Milho A produção de milho começou a ser aferida pela Conab na safra de 1976/77. A primeira área plantada registrada em Rondônia foi de 22,7 mil hectares, apresentando crescimento constante até a safra 1996/97, quando chegou a 23,4 mil ha. A partir dessa safra, houve diminuição da área plantada, que tornou a se expandir na safra 26/7, quando foram plantados 137,4 mil ha. De acordo com dados da Conab (217), estima-se que a área plantada com a cultura na primeira e segunda safra 216/217 tenha atingido 197,1 mil ha, com incremento de 24,7% em relação à safra 215/216. A quantidade produzida intensificou-se até 1997, quando foram colhidas 386,5 mil toneladas. A partir dessa safra ocorreram oscilações, sendo que, a partir da safra 26/27, a produção alcançou novamente o patamar superior a 3 mil toneladas, atingindo seu ápice na safra 216/217, cuja produção alcançou 795 mil toneladas (Conab, 217). A produtividade desse cultivo foi quase sempre crescente. Na safra 1976/77, o rendimento médio foi de 1.52 kg/ha, chegando a 2.796 kg/ha na safra 211/212. Na safra 216/17 a produtividade foi de 4.33 kg/ha (Conab, 217). Figura 4 - Evolução quinquenal da produção de milho em Rondônia 1976/77 216/17 Milhares 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1.52 22,7 34 1976/77 1981/82 1986/87 1991/92 1.9 23,4 386,5 1996/97 21/2 2.796 2.21 137,4 33,4 26/7 211/12 4.33 162,8 453,7 197,1 795 216/17 4.5 4. 3.5 3. 2.5 2. 1.5 1. 5 Kg/hectare Ano Safra Rendimento (kg/ha) Área plantada (mil ha) Fonte: Conab, 217 Quantidade produzida (mil t.) 9

Produção de Grãos em Rondônia Foto: Renata Silva 1

Soja Foto: Dhiony Costa e Silva Conforme dados da Conab (217), a soja começou a ser plantada em Rondônia em 1984, em uma área de 4 ha. Na safra de 1996/97 a área plantada ainda era pequena, de apenas 3,3 mil ha. A partir daí começou a se expandir e, em 26, já ocupava uma área de 9,4 mil ha com o cultivo do grão. Na safra 211/12 atingiu 143,5 mil ha e, na safra 216/217, a área plantada chegou a 296 mil ha, com crescimento médio anual de 15,6% nesse período de seis anos. Considerando o mesmo intervalo de seis anos, o crescimento médio anual da produção foi de 15%, inferior, portanto, ao do crescimento médio da área plantada, implicando em perda de produtividade, ainda que pouco significativa, no precitado período. Vale ressaltar que, nos últimos dez anos, a produtividade média tem oscilado pouco, com leves aumentos e reduções entre uma safra e outra (Figura 5). Figura 5 - Evolução quinquenal da produção de soja em Rondônia 1986/87 216/17 Milhares 1 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1.833,6 1,1 1986/87 1991/92 1996/97 21/2 3.7 3.221 9,4 277,5 26/7 143,5 462,2 211/12 3.143 296 93,3 216/17 3.5 3. 2.5 2. 1.5 1. 5 Kg/hectare Ano Safra Rendimento (kg/ha) Área plantada (mil ha) Fonte: Conab, 217 Quantidade produzida (mil t.) 11

Produção de Grãos em Rondônia Foto: Banco de imagens da Embrapa Rondônia 12

Feijão O levantamento da safra de feijão em Rondônia começou a ser realizado pela Conab em 1979/8, cuja área plantada, na época, foi de 29 mil ha, com produção de 14 mil toneladas e produtividade média de 483 kg/ha. A partir desse ano houve aumento exponencial da área plantada, que chegou a 178,4 mil ha na safra 1993/94, com crescimento médio anual de 13,9% no decurso de 15 anos. Já a quantidade produzida teve crescimento médio anual de 15% no mesmo período, passando de 14 mil toneladas colhidas na safra 1979/8 para 99 mil toneladas na safra 1993/94. Houve, portanto, no período analisado, ganho de produtividade, ainda que pequeno, com crescimento médio anual de 1%. A partir da safra de 1993/1994 a área plantada com a cultura começou a decair, diminuindo para 125 mil ha na safra seguinte, voltando a crescer na safra 1995/96, com o plantio de 151,5 mil ha e, dessa safra em diante, foi se reduzindo ano após ano. De acordo com dados da Conab (217), na safra 216/217 a área cultivada com feijão no estado foi de 19,3 mil ha. Os principais fatores relacionados à redução da área plantada e, consequentemente, do volume produzido, foram, provavelmente, o fim do programa de distribuição de sementes por parte do governo estadual, fatores climáticos e incidência de doenças, principalmente a mela do feijoeiro. A Figura 6 apresenta a evolução quinquenal da produção de feijão, considerando o intervalo entre as safras de 1979/8 e 214/15, bem como os dados relativos à safra 216/217. Figura 6 - Evolução quinquenal da produção de feijão em Rondônia 1979/8 214/15 e dados da safra 216/217 Milhares 14 12 1 8 6 4 2 483 29 125 65 81,3 971 19,3 18,7 12 1 8 6 4 2 Kg/hectare 14 1979/8 1984/85 1989/9 1994/95 1999/ 24/5 29/1 214/15 216/17 Ano Safra Rendimento (kg/ha) Área plantada (mil ha) Quantidade produzida (mil t.) Fonte: Conab, 217 13

Em Rondônia, os preços pagos ao produtor em 217 para os produtos objetos desta análise, exceto o arroz, foram inferiores aos praticados em 216. Via de regra, os produtos agrícolas apresentam ciclos de preços mais altos alternados com outros mais baixos. Isso ocorre em anos de baixa ou alta produção de determinado produto, que pode ser causado por estímulos de aumento de preços no ano anterior e/ou por fatores climáticos. No caso das commodities, como o milho e a soja, os preços do mercado interno são também altamente influenciados pelos preços do mercado externo. A Figura 7 apresenta a evolução dos preços da soja, milho, arroz e feijão pagos ao produtor em Rondônia, entre 213 e 217. Nos cinco anos analisados, a alta mais expressiva se deu no preço do feijão em 216. Isso ocorreu devido a basicamente dois fatores: o primeiro pelo não reajuste do preço mínimo do produto em 215, o que levou à diminuição da área plantada no país, já que os preços da soja e do milho se mostraram mais atraentes e com melhores perspectivas de produção; o segundo em virtude de fatores climáticos causados pela influência do El Niño, que provocou seca em algumas regiões produtoras e excesso de chuvas em outras, resultando em significativa quebra da safra. Portanto, a alta do preço do feijão em Rondônia refletiu o que aconteceu no Brasil como um todo. Figura 7 Evolução dos preços pagos ao produtor em Rondônia para a soja, milho, arroz e feijão, no período de 213 a 217 R$/saca de 6 kg 35 315,92 3 R$/saca 6 kg 25 2 15 1 5 216,98 165,57 123,36 186,49 7,53 65,72 63,43 68,61 55,95 51,73 47,46 45,59 49,61 5,75 28,26 26,58 28,97 36,86 25,56 213 214 215 216 217 Feijão Soja Arroz Milho Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217. ANO 14

Foto: Renata Silva 15

Café Rondônia é o quinto maior produtor de café do País e está entre os três maiores estados produtores da espécie Coffea canephora (conilon e robusta). Destaca-se em termos de importância socioeconômica na agricultura rondoniense, principalmente por ser explorada, majoritariamente, por produtores familiares. A cultura vem apresentando ganhos significativos de produtividade, devido, principalmente, à substituição de lavouras antigas por novos plantios de variedades clonais, bem mais produtivas. Nos últimos 17 anos a área em produção de café reduziu quase 7% e a produtividade teve aumento de 235%. Em termos de área plantada o café atingiu seu ápice no ano de 21, com a área cultivada com a cultura somando 318 mil ha, sendo, desses, 245 mil ha de café em produção, tendo sido produzidas no referido ano 1,9 milhão de sacas de café beneficiadas (Conab, 217). Vale ressaltar que, já no ano de 2, o preço do produto começou a declinar, com o preço médio pago ao produtor 3 naquele ano, de R$ 8,74 por saca beneficiada, ficando 23% abaixo do que havia sido pago na safra anterior. Essa tendência de queda se acentuou nos dois anos seguintes, sendo que, no ano de 22, o preço médio foi de R$ 52,12 4. Em virtude dos baixos preços pagos pelo produto, notadamente nas safras de 21 a 23, houve redução, nesse intervalo, de 35% da área plantada, com oscilações para mais e para menos no período que vai de 21 até 217, tanto da área em produção quanto da em formação, conforme se verifica nos dados apresentados na Figura 8. Ainda que, nesses 17 anos, a área em produção tenha reduzido 69,7%, a quantidade produzida em 217 foi maior do que a de 21, o que pode ser explicado pelo aumento significativo da produtividade, com evolução de 234,8% no período. Entre 21 e 217 ocorreram oscilações na quantidade de café produzida, com variações na produtividade que, a partir de 214, apresentou evolução constante, decorrente, principalmente, da entrada em produção das novas variedades clonais e uso de tecnologias como poda e irrigação. Em 217 a produtividade estimada foi de 26,1 sacas de café beneficiadas por hectare, 4,6% superior à da safra do ano anterior (18,56 sc/ha) (Figura 9). Figura 8 Área (ha) com café em produção e em formação em Rondônia, 21-217 16 Em hectares 3., 25., 2., 15., 1., 5., Fonte: Conab, 217 Nota: Estimativa em dezembro/217 3 Conforme pesquisa de preços pagos ao produtor rural, realizada pela Emater-RO. 4 Preços em valores correntes. 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215 216 Área em produção Área em formação 217

Figura 9 Quantidade produzida e produtividade do café em Rondônia, 21-217 Quantidade produzida (em mil sacas beneficiadas) 3., 2.5, 2., 1.5, 1., 5, 21 22 23 24 25 26 27 28 29 21 211 212 213 214 215 216 217 3, 25, 2, 15, 1, 5, Produtividade (sacas beneficiadas/ha) Fonte: Conab, 217 Nota: Estimativa em dezembro/217 Quantidade produzida Produtividade Considerando os últimos cinco anos, os preços do café pagos ao produtor rural mantiveram-se relativamente estáveis entre 213 e 215. Em 216, a partir do segundo semestre, em virtude, principalmente, da queda da safra do Espírito Santo, maior estado produtor de café conilon do país, houve elevação contínua dos preços, que atingiu seu ápice em dezembro 216, quando alcançou o valor médio de R$ 47,21 pago pela saca de 6 kg de café beneficiado. O patamar acima de R$ 4, por saca perdurou até fevereiro de 217, sendo que, com a recuperação parcial da produção do Espírito Santo, a cotação do produto fechou 217 sendo cotado a R$ 327,27/sc. Cabe ressaltar que o café, dada a sua condição de commoditie, sofre a influência dos fatores externos na formação dos seus preços, principalmente câmbio e condições climáticas nos países produtores. A Figura 1 apresenta o comportamento dos preços médios mensais pagos ao produtor rural em Rondônia no período de 213 a 217. Figura 1 Preços médios mensais de café pagos ao produtor rural em Rondônia no período de 213 a 217 Preço médio por saca de 6 kg (em R$) 5, 45, 4, 35, 3, 25, 2, 15, 1, 5,, Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217. MÊS 17

18 Foto: Renata Silva

Mandioca A mandioca é cultivada em todos os 52 municípios de Rondônia, constituindo-se em importante fonte de subsistência e de renda para a agricultura familiar. Projeções feitas a partir dos dados do Censo Agropecuário de 26 (IBGE, 211), indicam que, atualmente cerca de 11.5 estabelecimentos agropecuários possuem lavouras de mandioca, tanto de mesa quanto para produção de farinha. Nos últimos dez anos, a área colhida com a cultura diminuiu,7%, enquanto a quantidade produzida apresentou crescimento de 33,8%, com ganhos significativos de produtividade. A Figura 11 apresenta a evolução da área plantada e da produção de mandioca no estado entre 28 e 217. Figura 11 Evolução da área plantada e da produção de mandioca em Rondônia, no período de 28 a 217 35. 7. 3. 6. 25. 5. Hectares 2. 15. 4. 3. Toneladas 1. 2. 5. 1. 28 29 21 211 212 213 214 215 216 217 Fonte: IBGE, 217b,c. Área colhida Quantidade Produzida Em Rondônia, a mandioca é utilizada para consumo in natura e para produção de farinha (industrial), embora haja também a produção artesanal de fécula, em pequena escala, utilizada na preparação de pratos regionais, sendo vendida basicamente em feiras livres. Considerando os três produtos comercializados (mandioca de mesa, industrial e farinha de mandioca), os preços médios pagos ao produtor nos últimos cinco anos, corrigidos pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV) a preços de novembro de 217, tiveram variação percentual positiva de 21% e 42% para mandioca de mesa e farinha de mandioca, respectivamente, e negativa de 1% para a mandioca industrial. A Figura 12 apresenta a evolução dos preços desses produtos no interstício de 213 a 217. Figura 12 Evolução dos preços médios anuais da mandioca e da farinha entre 213 e 217 em R$/kg. 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1,5 213 214 215 216 217 Mandioca de mesa Mandioca industrial Farinha de mandioca R$/Kg 1,1,31 2,91 1,11,32 4, 1,32,3 4,21 1,23,29 3,84 1,22,28 4,13 Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217 19

2 Foto: Renata Silva

Banana A banana é a fruta mais produzida e a mais consumida em Rondônia. A área plantada no estado, que até meados da década de 9 girava em torno de 3 mil ha, teve drástica redução em virtude da ocorrência da Sigatoka Negra, doença causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet, que dizimou grande parte dos plantios então existentes, principalmente das variedades maçã, prata e nanica. Nos últimos dez anos a área plantada oscilou entre 5.621 ha e 11.83 ha, com crescimento médio anual de 7,8%, superior ao do crescimento médio anual da produtividade, que ficou em 2,3%. Porto Velho, Buritis e Jaru são os principais produtores de banana do estado, respondendo por 59,1% da quantidade total produzida em 217 (IBGE, 217b,d). A Figura 13 - apresenta a evolução da área colhida, quantidade produzida e produtividade de banana em Rondônia, no período de 28 a 217. Área colhida (ha) e quantidade produzida (t.) 12. 1. 8. 6. 4. 2. 28 29 21 211 212 213 214 215 216 217 12. 1. 8. 6. 4. 2. Quilograma Fonte: IBGE, 217b,d. Rendimento (Kg/ha) Quantidade produzida (t.) Área colhida (ha) Nos últimos cinco anos, a banana prata foi a que maior receita proporcionou ao produtor, com aumento de preços da ordem de 36,1%, enquanto a banana de fritar teve a menor evolução, de apenas 9,8%. A Figura 14 apresenta o comportamento dos preços da banana no período de 213 a 217, por variedade. Figura 14 - Evolução dos preços médios anuais da banana entre 213 e 217 em R$/kg. R$/Kg 2,5 2, 1,5 1, 1,94 1,77 1,44 1,44 1,57 1,51 1,24 1,31 1,88 1,82 1,65 1,76 1,87 2,18 1,83 2, 2,13 2,29 1,82 1,96,5, 213 214 215 216 217 Banana de fritar Banana maçã Banana nanica/nanicão Banana prata Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217 21

PECUÁRIA DE Foto: Rafael Rocha 22

Pecuária de corte A produção de carne bovina é uma das principais atividades econômicas do estado. De acordo com dados da 43ª etapa de vacinação contra febre aftosa, realizada no período de 15/1/217 a 15/11/217, o rebanho de bovino de corte no estado era de 1,34 milhões de cabeças (Idaron, 217a). O estado possui 17 frigoríficos com Selo de Inspeção Federal (SIF) e cinco com estadual (SIE), sendo que em alguns municípios existem frigoríficos com o selo de inspeção municipal (SIM). Rondônia, em 217, foi o quinto maior exportador de carne do Brasil, em valores monetários, e o quarto em volume embarcado, vendendo o seu produto para 39 países (MDIC, 218). Os municípios com maior efetivo de rebanho de corte são: Porto Velho (82.343), Nova Mamoré (427.96), Ariquemes (421.53), Cacoal (386.434) e Alta Floresta do Oeste (378.355). Em 217, foram abatidos 2,634 milhões de animais no estado, considerando os estabelecimentos sob inspeção federal (SIF), com retração de 2,5% quando comparado com os dados de 216 (Mapa, 217b). Entretanto, nos últimos dez anos o crescimento médio anual de animais abatidos foi de 5,4%. A Figura 15 apresenta a evolução do número de animais abatidos no estado no período de 28 a 217. Figura 15 Evolução da quantidadade de animais abatidos nos estabelecimentos sob fiscalização do Serviço de Inspeção Federal em Rondônia (SIF), 28-216. Quantidade de animais abatidos (milhares) 3., 2.5, 2., 1.5, 1., 5, Fonte: Mapa, 217 1.641 1.734 1.98 1.854 2.5 2.349 2.175 2.444 2.71 2.634 28 29 21 211 212 213 214 215 216 217 Os preços do boi gordo em Rondônia, entre 213 e 217, tiveram sua melhor cotação em 215 e 214, quando o valor médio anual pago à vista pela arroba foi de R$ 147,49 e R$138,41, respectivamente, em valores corrigidos a preços de novembro de 217. Em 216 e 217 os preços recuaram, com a arroba fechando esse último ano cotada a R$ 12,24, para pagamento à vista e R$ 123,7 para pagamento com prazo de 3 dias (Figura 16). Figura 16 Preços médios anuais pagos ao produtor pela arroba do boi no período de 213-217 em R$ R$/arroba 16, 14, 12, 1, 117,56 115,17 14,53 138,41 15,1 147,49 134,6 132,8 123,7 12,24 Boi gordo à vista Boi gordo com 3 dias 213 214 215 216 217 Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217 23

PECUÁRIA DE Foto: Renata Silva 24

Pecuária de leite O estado de Rondônia é o principal produtor de leite da Amazônia, com 79,9 milhões de litros, seguido pelo Pará, cuja produção em 216 foi de 577,5 milhões de litros. Juntos, perfazem 72,9% da produção regional, ocupando a nona e 11ª posição entre todos os estados brasileiros produtores, respectivamente. Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de leite, com 8,9 bilhões de litros produzidos em 216 (IBGE, 217e). A produção de leite em Rondônia é realizada, predominantemente, por produtores de base familiar. Conforme dados do Censo Agropecuário de 26 (IBGE, 211), a produção de origem familiar correspondeu a 82,3% do total produzido naquele ano, constituindo-se no maior percentual de participação dos estados da Região Norte. De acordo com os dados coletados na 43ª etapa de vacinação contra a febre aftosa, da Idaron (217b), realizada no período de 15 de outubro a 15 de novembro de 217, o número de propriedades com atividade leiteira no estado era de 32.458 estabelecimentos. Considerando os últimos dez anos, a produção de leite no estado experimentou crescimento contínuo entre 27 e 21. Em 211, o volume produzido decresceu 12% em relação ao ano anterior, voltando a aumentar a partir de 212 até 214, sofrendo novas retrações em 215 e 216 (Figura 17). Mil litros 1.. 9. 8. 7. 6. 5. Figura 17 Evolução da produção de leite em Rondônia, 27-216 5 92.946 94.621 82.969 817.52 746.873 78.349 723.18 79.947 76.647 716.829 Fonte: IBGE, 217e 27 28 29 21 211 212 213 214 215 216 ANO Considerando os últimos cinco anos, o maior valor médio anual do preço do leite pago ao produtor ocorreu em 214, sendo que o menor se deu em 215, conforme apresentado na Figura 18. 1,2 1,8 Figura 18 - Preços médios anuais pagos ao produtor pelo litro do leite resfriado no período de 213 a 217 em R$,87 1,1,84,96,89 R$/litro,6,4,2 213 214 215 216 217 Fonte: Emater-RO, 217 Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de novembro de 217 5 Os dados da produção leiteira na Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE (217e) estão disponíveis até 216. 25

26 Fotos: Jefferson Christofoletti

Piscicultura Em 216, a produção de peixe no Brasil foi de 57 mil toneladas, o que representou um incremento de 4,4% em relação ao ano anterior (IBGE, 217f). Projeções feitas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, 216) estimam que a produção brasileira crescerá cerca de 1% até 225. Será o maior crescimento das Américas, seguido por México (54%) e Argentina (53%). Por outro lado, o consumo tem crescido em todo o planeta. Em 216 o consumo per capita mundial superou, pela primeira vez, a marca de 2 kg por pessoa/ano. A OMS recomenda que o consumo seja de 12 kg/ano. No Brasil, o consumo também tem crescido, embora não haja consenso quanto aos números. Segundo a FAO (216), o consumo do brasileiro foi de 9,6 kg/ano em 215 e chegará a 12,7 kg em 225. Já o Ministério da Agricultura apresenta um consumo per capita anual de 14,4 kg. Esse cenário é altamente favorável à expansão da atividade em Rondônia que, em 216, produziu 9,6 mil toneladas de peixes em cativeiro (IBGE, 217f), configurando-se como maior produtor nacional. As duas principais espécies são o tambaqui e o pirarucu, cuja produção corresponde a 85,6% do volume total produzido. Outras espécies como a jatuarana, pacu, pintado e tambacu são criadas em pequena escala, respondendo pelos demais 14,4% da produção no referido ano (IBGE, 217f). Atualmente a atividade ocupa uma área de 14,4 mil hectares de lâmina d água implantados em cerca de quatro mil estabelecimentos rurais licenciados pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam). O valor total da produção em 216 foi de 624 milhões de reais (IBGE, 217f). Observa-se, na Figura 19, que a produção de peixe em cativeiro aumentou 198,4% em 214 em relação a 213, com crescimento moderado a partir daquele ano. Esse incremento na produção é resultante de uma série de ações governamentais, que visaram à implantação de novas unidades produtivas, tais como: celeridade no licenciamento ambiental, assistência técnica e acesso ao crédito. Toneladas Figura 19 - Evolução da produção de peixe em Rondônia, 213 216 6 1. 9. 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1. Fonte: Fonte: IBGE, 217f 213 214 215 216 Analisando os dados da pesquisa de preços da Emater-RO no período de 213 a 217 (Figura 2), verificase que os preços médios anuais pagos ao produtor pelo pirarucu vem declinando ao longo dos anos, com retração de 19,7% no período considerado. Já o tambaqui apresentou, no mesmo interstício, oscilações nos preços, sendo que, em 217 houve retração de 9,6% em relação ao que foi pago em 216. Em R$ 14 12 1 8 6 4 2 Figura 2 Evolução dos preços médios anuais pagos ao produtor pelos peixes tambaqui e pirarucu, 213-215 11,59 5,51 213 214 1,54 1,29 1,9 4,98 5,73 215 Fonte: Emater-RO Nota: Valores corrigidos pelo IGP-DI/FGV a preços de dezembro/217. 6 27 Os dados da piscicultura na Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE (217f) estão disponíveis até 216. 5,62 9,31 5,8 216 217 Pirarucu Tambaqui

Considerações Finais A agropecuária em Rondônia vem se consolidando cada vez mais no cenário econômico regional e nacional. O estado é o quinto maior produtor de café do País e o nono na produção de leite, com aumento expressivo também na produção de grãos, principalmente soja e milho. Essa evolução se dá mais em função de ganhos de produtividade do que do aumento da área plantada, bem como pela substituição de culturas, como foi o caso do arroz, substituído pela soja e pelo milho. Na pecuária, a produção de carne aparece como uma das principais atividades econômicas do estado, sustentada por um rebanho de pouco mais de 1 milhões de cabeças. Com um volume de abate de 2,6 milhões de animais em 217, a atividade proporcionou um valor bruto de produção de cinco bilhões de reais nesse mesmo ano. Nos últimos cinco anos o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) do estado teve crescimento médio anual de 4,9% O estado é o quinto maior produtor de café do país e o nono na produção de leite. A produção de carne bovina é uma das principais atividades econômicas do estado, com um rebanho de pouco mais de 1 milhões de cabeças. Esse avanço na produção tem sido acompanhado também pelo aumento das receitas advindas do setor. Nos últimos cinco anos o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) do estado teve crescimento médio anual de 4,9%, descontada a inflação do período. 28

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