PROPOSTAS PARA O SETOR SUCROENERGÉTICO NO ESTADO DE SÃO PAULO

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Transcrição:

PROPOSTAS PARA O SETOR SUCROENERGÉTICO NO ESTADO DE SÃO PAULO Julho/2018 O presente documento apresenta uma agenda do setor sucroenergético para o Estado de São Paulo, destacando a importância da atividade para a economia paulista e os principais pleitos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), entidade que representa 60% da produção brasileira de etanol, açúcar e bioeletricidade. No anexo, são detalhados os diagnósticos e as sugestões de ações. 1. A importância do setor no estado e os benefícios ambientais - O setor apresenta 158 unidades produtoras em operação hoje no estado de São Paulo, presentes em 469 municípios paulistas (mais de 70% do total do estado), e com 6 milhões de hectares cultivados na atual safra (2018/2019). No total, são 14 mil produtores rurais de cana-de-açúcar no estado. - São 312 mil postos de trabalho formais no setor produtivo, o que corresponde a cerca de 940 mil empregos indiretos. - O número de produtores rurais de cana-de-açúcar independentes é relevante: cerca de 70 mil fornecedores no Brasil, e 14 mil em São Paulo - Com um faturamento de mais de R$ 47 bilhões na última safra (2017/2018) no estado, o setor responde por quase metade do valor gerado por toda a agropecuária do estado de São Paulo. Em 2017, foi responsável por US$ 8,3 bilhões em divisas, cerca de 65% do valor exportado por todo o setor sucroenergético brasileiro naquele ano. - Os derivados da cana-de-açúcar são a 1ª fonte de energia renovável do Estado de São Paulo, responsável por 37% da oferta interna bruta de energia do Estado. - As propriedades canavieiras de São Paulo possuem cerca de 300 mil hectares de áreas de matas ciliares e nascentes conservadas ou em recuperação. O investimento para a completa recuperação dessas matas, apenas nos canaviais paulistas, demandará pelo menos R$ 2 bilhões. - O emprego do fogo para a despalha da cana-de-açúcar está praticamente eliminado no Estado. A mecanização da colheita saltou de 34% em 2006 para 97% em 2017, o que evitou a emissão de 9,27 milhões de toneladas de CO2eq (causador de efeitos estufa) entre 2007 e 2017 - volume equivalente à emissão anual gerada pela circulação de 160 mil ônibus em uma grande cidade - e de 56 milhões de toneladas de poluentes atmosféricos. - Estudo da Universidade de São Paulo concluiu que o uso do etanol combustível na Região Metropolitana de São Paulo é responsável pela redução de 1.100 mortes e mais de 8.000

internações anuais ocasionadas por problemas respiratórios e cardiovasculares associados aos combustíveis fósseis. Trata-se de significativa economia para o sistema de saúde pública e privada. 2. Principais propostas do setor para o estado - Matriz de transportes: Incentivo ao uso de diversas tecnologias que utilizem o etanol combustível no sistema de transporte coletivo, utilização de veículos movido a etanol na frota leve do Estado e ações junto ao governo federal que apoiem o fomento ao Programa Renovabio. Regulamentação dos procedimentos e padronizações que viabilizem as emissões de autorização especial de transporte (AETs) para combinações de veículos de carga de 91 ton para o transporte de cana de açúcar. Finalmente, espera-se a regulamentação necessária para a regularização dos acessos provisórios utilizados pelo setor para o escoamento da produção de cana-de-açúcar durante as frentes de corte. - Questões tributárias: Preservação da competitividade do etanol hidratado em face da gasolina, e transformar a apuração de crédito de ICMS do modelo ordinário para a via do crédito presumido. Criar benefícios (ICMS, IPVA e etc.) para os modelos de veículos flex novos que apresentarem nos testes oficiais do Inmetro paridade do etanol em relação à gasolina igual ou superior a 75%. Criação de programa de concessão de incentivos fiscais e tratamento tributário diferenciado no fornecimento da energia elétrica produzida a partir de unidades sucroenergéticas geradoras de bioeletricidade, semelhante ao implementado em Minas Gerais. Desenvolvimento de um Programa de Incentivo ao Aproveitamento Energético dos subprodutos originados no processamento da cana-de-açúcar, por meio de incentivos fiscais incidentes sobre os investimentos utilizados no seu processamento. - Bioeletricidade Incentivo à comercialização da bioeletricidade e biogás por meio de leilões regulados e chamadas públicas das distribuidoras locais (Geração Distribuída) e o investimento em reforços sistêmicos na transmissão/distribuição do Estado de São Paulo, e incentivos fiscais para a aquisição de equipamentos. Regulamentação estadual necessária para viabilizar a aquisição de biometano pelas concessionárias para o suprimento do mercado consumidor, bem como gerar incentivos para o desenvolvimento de tecnologia e de infraestrutura para a geração de biogás a partir de subprodutos originados no processamento da cana-de-açúcar. - Regularização ambiental Aplicação integral do Código Florestal, incluindo as providências para regularizar a operacionalização do Programa de Regularização Ambiental (PRA) no estado, atualmente suspensa devido a uma decisão liminar no âmbito de uma ADIN tramitando no TJSP.

DETALHAMENTO DO DIAGNÓSTICO E AÇÕES PROPOSTAS 1. MATRIZ DE TRANSPORTES 1.1. INCENTIVO AO USO DO ETANOL COMBUSTÍVEL. O Estado de São Paulo pode se qualificar como referência mundial no uso de bioenergia e de biocombustíveis, especialmente do etanol, por meio de políticas estaduais que visem: - Incentivos a sistemas de transporte coletivo sobre rodas (ônibus e microônibus urbanos) mais sustentáveis, como aqueles equipados com sistemas de propulsão que utilizam etanol (sistemas bicombustível etanol-diesel, etanol-biogás ou etanol-gnv; mistura etanol-diesel; etanol aditivado em motores ciclo diesel; sistemas híbridos com o motor de combustão operado com etanol e sistemas com células de combustível). Seu uso pode contribuir para que os municípios paulistas tenham sistema público de transporte mais limpo e sustentável em termos ambientais e de saúde pública, com repercussões positivas também sob aspectos social, econômico e tributário. - Incentivos para que a frota leve do Estado seja composta por veículos movidos a etanol; - Ações junto ao Governo Federal e órgãos de meio-ambiente no fomento do Programa RenovaBio. 1.2. EMISSÃO DE AUTORIZAÇÃO ESPECIAL DE TRANSPORTE (AETS) PARA COMBINAÇÕES DE VEÍCULOS DE CARGA (CVCS) DE 91 TONELADAS - Necessidade do Governo do Estado de São Paulo regulamentar o procedimento para emissão de AETs para as CVCs de até 91toneladas, nos termos da Resolução Contran 663/2017; - Necessidade de padronizar a atuação das concessionárias de rodovias estaduais no que se refere às restrições e exigências para emissão de AETs para as CVCs com 74 a 91 toneladas. 1.3. REGULAMENTAÇÃO DOS ACESSOS PROVISÓRIOS - Necessidade de regulamentação dos parâmetros para caracterização e regularização dos acessos provisórios utilizados pelo setor durante as frentes de corte para escoamento da produção de canade-açúcar. 2. QUESTÕES TRIBUTÁRIAS

- Incentivar a preservação da competitividade do etanol hidratado em face da gasolina, independentemente da sistemática de arrecadação tributária (substituição tributária, monofásica). É importante que o governo paulista lidere este movimento, para que o etanol não perca competividade no Estado caso haja qualquer mudança, especialmente no caso de unificação de alíquotas. Qualquer alteração que favoreça unicamente a gasolina, deve ser igualmente aplicada ao etanol anidro e ao etanol hidratado, sob pena de comprometer a política federal do RenovaBio, hoje em regulamentação. - Transformar a apuração de crédito de ICMS do modelo ordinário para a via do crédito presumido. A iniciativa permitirá que um substancial ganho de eficiência, tanto para a Fazenda Estadual quanto para os contribuintes. - Criar benefícios (ICMS, IPVA e etc.) para os modelos de veículos flex novos, comercializados a partir de meados de 2019, que apresentarem nos testes oficiais do Inmetro paridade do etanol em relação à gasolina igual ou superior a 75%. - Criar programa de concessão de incentivos fiscais e tratamento tributário diferenciado no fornecimento da energia elétrica produzida a partir de unidades sucroenergéticas geradoras de bioeletricidade. Tal modalidade de incentivo já foi implementada pelo Estado de Minas Gerais, que concedeu ao consumidor uma redução efetiva no custo de aquisição de energia elétrica a partir de fontes alternativas. - Incentivar o consumo de etanol, por meio da concessão de créditos aos consumidores finais, no âmbito do Programa Nota Fiscal Paulista. - Criar um Programa de Incentivo ao Aproveitamento Energético dos subprodutos originados no processamento da cana-de-açúcar, a partir da isenção do ICMS incidente sobre os equipamentos, materiais e serviços utilizados na construção de centrais de processamento desses subprodutos para produção de biogás e biometano. 3. BIOELETRICIDADE - Promover articulação institucional junto ao Poder Executivo Federal para o desenvolvimento da bioeletricidade e do biogás, incentivando a comercialização nos leilões regulados e chamadas públicas das distribuidoras locais (Geração Distribuída) e o investimento em reforços sistêmicos na transmissão/distribuição do Estado de São Paulo, objetivando a conexão elétrica dos empreendimentos de bioeletricidade e de biogás. - Adotar e/ou manter incentivos fiscais e tratamento tributário diferenciado adequados ao desenvolvimento da bioeletricidade, do biogás e do biometano, desde a fabricação, venda e instalação de equipamentos e sistemas, incluindo a infraestrutura de conexão e de transmissão necessária aos empreendimentos, até a comercialização da biomassa, bioeletricidade, biogás e do

biometano, na forma da legislação tributária. - Prover a regulamentação estadual necessária para viabilizar a aquisição de biometano pelas concessionárias para o suprimento do mercado consumidor, com a definição de um percentual mínimo de mistura ao gás canalizado e preço capazes de estimular investimentos em projetos de aproveitamento do biometano para distribuição na rede de Gás Canalizado do Estado de São Paulo. - Incentivar o desenvolvimento de tecnologia e de infraestrutura para a geração de biogás a partir de subprodutos originados no processamento da cana-de-açúcar. A saber, o biogás pode ser utilizado como substituto do óleo diesel em motores e na geração de calor industrial; purificado, atinge as características do biometano e pode ser injetado nos dutos de gás natural, complementando a oferta deste produto. 4. REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL - Lei Estadual n.º 15.684/2015, que instituiu o Programa de Regularização Ambiental (PRA) do Estado de São Paulo, foi suspensa em função de uma decisão liminar no âmbito de uma ADIN que está tramitando no TJSP. Com isso, operacionalização do PRA paulista está totalmente suspensa, gerando grande insegurança jurídica, o que impede a realização de investimentos em recuperação ambiental. - Assegurar a aplicação do Código Florestal em sua integralidade, remetendo à atuação do Estado para garantir a segurança jurídica necessária à realização dos investimentos em recuperação ambiental. STF já declarou a constitucionalidade dos dispositivos que estão sendo discutidos na ADIN estadual. - Após a superação da ADIN estadual, é necessário revisar o texto da Resolução Conjunta SMA/SAA 1/2016, que burocratizou a homologação dos PRAs, instituindo que em caso de dupla negativa de proposta de compensação da RL, o proprietário ficaria obrigado a instituir a RL no imóvel (afastando os mecanismos de compensação previstos no CF) - Garantir a vocação produtiva das propriedades e valorizar a vegetação nativa que está em pé (como, por exemplo, CRA). Importante afastar o conceito de identidade ecológica, pois não possui embasamento legal, sendo uma inovação restritiva trazida pelo STF.