UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Verônica Vicentini T. dos S. Monte ORIENTADORA Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA Rio de Janeiro 2010

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicomotricidade. Por: Verônica Vicentini Targa dos Santos Monte Rio de Janeiro 2010

3 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus e ao nosso senhor Jesus Cristo por ter me dado a oportunidade e ter me favorecido quanto ser humano. Aos meus familiares por ter me auxiliado nessa trajetória compreendendo a minha ausência e a todos os que acreditaram e torceram por mim na minha caminhada.

4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a meu marido Marco e a meu filho Pedro Henrique, como resultado dos momentos em que estive ausentes pessoas estas que almejo compartilhar esta conquista.

5 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo saber o que é psicomotricidade, suas áreas de atuação, reconhecer e diferenciar a psicomotricidade relacional e funcional e como se dá a educação psicomotora com as crianças de três a cinco anos de idade. Após o estudo ficou provado que as crianças precisam ter acesso a práticas psicomotoras para que assim possam desenvolver sua lateralidade, sua coordenação global, fina e óculo manual ter um maior conhecimento do seu esquema corporal, sua estruturação espacial, espaço temporal com maior segurança dos movimentos que seu corpo pode realizar. A fim de estudar estas e outras questões relacionadas ao tema psicomotricidade considerando que o desenvolvimento psicomotor tem uma importância característica ao desenvolvimento escolar do individuo de três a cinco anos de idade. Por fim analisar as possíveis contribuições que as práticas psicomotoras proporcionam ao desenvolvimento infantil.

6 METODOLOGIA Os métodos utilizados para a realização deste projeto foram leitura de livros sobre psicomotricidade citados na bibliografia, leitura de artigos monográficos, textos e a participação nas aulas acompanhadas durante o período dessa pós-graduação. Buscando assim, identificar descrever, analisar e aprender a utilizar a psicomotricidade com crianças que estão na faixa etária de três a cinco anos de idade.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPITÚLO 1 9 PSICOMOTRICIDADE CAPÍTULO 2 24 EDUCAÇÃO PSICOMOTORA COM CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS DE IDADE CAPÍTULO 3 28 PRATICANDO A PSICOMOTRICIDADE ATRAVÉS DO TRABALHO LUDICO CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 39 ÍNDICE 40

8 INTRODUÇÃO Segundo Coste (1978), a psicomotricidade é uma ciênciaencruzilhada ou, mais exatamente técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza a aquisições de numerosas ciências constituídas (biológica, psicologia, psicanálise sociologia e lingüística) Muito se fala das dificuldades das crianças nas escolas nas séries de Educação Infantil e fundamental, fala-se que as crianças não possuem comportamentos adequados, quanto à tonalidade da voz, escrita, porém pouco se comenta sobre o trabalho psicomotor que devem fazer para que um corpo se movimente adequadamente. Todos concordam que a infância de hoje não é a mesma de alguns anos atrás, nos dias atuais quase não vemos mais as crianças brincando nas ruas com grupos de pique ou de cantigas de roda, devido ao trânsito e a própria violência, nas brincadeiras atuais vemos as crianças brincando com vídeo game, computador sozinhas, dificultando assim o seu desenvolvimento psicomotor.porém algumas pessoas por terem algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor precisam fazer uma reeducação psicomotora para que assim possa desenvolver o aspecto comunicativo do seu corpo. Todos concordam que a criança deve praticar criar, vivenciar diversas atividades para que assim ela descubra os outros e o mundo o qual ela vive.

9 CAPÍTULO 1 PSICOMOTRICIDADE 1.1 O Que é Psicomotricidade? A Psicomotricidade é uma ciência-encruzilhada ou, mais exatamente, uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vistas e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (COSTA,1978) Dr. Jolivet (apud Coste, 1981, p. 9). Diz que Além de a psicomotricidade ser uma ciência ela é uma terapia. A terapia psicomotricista. A prática da psicomotricidade faz com que o homem não seja o seu corpo. O homem é um ser que pensa e que fala e a reeducação psicomotora tem o objetivo fazer com que esse corpo se comunique da melhor maneira possível. No livro teoria e prática em psicomotricidade de Geraldo Peçanha de Almeida diz que a psicomotricidade, portanto é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. 1.2 Áreas de Atuação Segundo Almeida (2009), estudos de pesquisadores recentes dizem que às áreas de atuação da psicomotricidade são: Educação, Clinica,

10 consultoria e supervisão. Apesar de suas particularidades em determinados momentos esses três campos da atuação se confundem. Os três campos de atuação da psicomotricidade poderão fazer uso de materiais como dinâmicas, brincadeiras jogos específicos ou adaptados. Junto deles pode-se fazer o uso de materiais como o tatame, bolas de vários tamanhos, colchões e materiais diversos. Contudo o que diferenciará as áreas de trabalho serão os projetos e os objetivos de trabalho a forma de utilização dos diversos recursos que serão utilizados. A educação psicomotora é direcionada a crianças que são ditas normais, atuando como parte integrante da educação de base na fase da préescola, fazendo assim parte do currículo escolar. 1.2.1 Estimulação Os brinquedos das crianças não são brinquedos, é necessário considerá-los como ações sérias. (MONTAIGNE apud ALVES, 2009, p. 23) Entende-se por estimulação psicomotora o programa que envolve contribuições para o desenvolvimento harmonioso da criança no começo de sua vida. Estimulação quer dizer despertar, desabrochar, o movimento. Dirigese primeiramente a recém-natos e pré-escolares. Alguns autores referem-se á estimulação psicomotora como estimulação precoce, mas consideramos o termo errôneo, sendo mais sensato utilizarmos estimulação essencial. De acordo com a lei de Diretrizes e base n º 9394/46, art. 9 define como finalidade a Educação Infantil o desenvolvimento integral até os seis anos de idade em seus aspectos físico psicológico, intelectual e social(...). É no processo de autoconstrução que a criança chega à instituição de ensino. O professor tem como função trabalhar cada uma das dimensões, para levá-lo a construção da unidade corporal e a afirmação da identidade. O

11 educador não pode só investir no intelecto ele também tem que investir no corpo como instrumento de aprendizagem. A educação psicomotora tem a função educativa e preventiva. Segundo Lapierre e Aucouturier (1986), para aprender a criança necessita de: a) Uma organização de si do espaço e do tempo que lhe permita aprender; b) Uma organização mental que lhe permita aprender; c) Uma organização psicoafetiva que lhe permita desejar aprender. As atividades psicomotoras são abrangentes e contribuem de forma plena para com os objetivos da educação. 1.2.2 Educação Psicomotora Para falar de Educação Psicomotora será iniciado com uma citação dos mais conceituados autores da psicomotricidade Jean Le Boulch (1992ª, p. 24 e 25) apresenta o objetivo da educação psicomotora proposta pela comissão de renovação pedagógica para o 1º grau na França. A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primaria. Ela condiciona todos os aprendizados pré escolares, leva a criança a tomar consciência de seu corpo da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habitualmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas(...) Já Morizote (1979) explica a educação psicomotora como uma atividade através do movimento visando um desenvolvimento de capacidades básicas sensoriais, perceptivas e motoras propiciando uma organização adequada de atitudes adaptativas atuando como agente profilático de

12 distúrbios da aprendizagem. A educação psicomotora é trabalhada através de várias atividades, principalmente jogos e exercícios procurando elevar a um adequado desenvolvimento físico, mental afetivo e social. Ao realizar um exercício psicomotor várias áreas estão sendo trabalhadas nesse momento. Segundo Mello (1987) uma função psicomotora sempre encontra-se associada a outras. Prova-se, entretanto que pessoas aplicadas a psicomotricidade utilizam terminologias e classificações para as áreas psicomotoras que não indicam diferenças sensíveis. Cada autor ressalta certas funções psicomotoras sob determinados aspectos dificultando terminologias comuns para as diversas áreas psicomotoras. 1.2.3 Reeducação Psicomotora Segundo Mello (1989) a reeducação psicomotora trabalha com portadores de sintomas de ordem psicomotora, como debilide, atraso e instabilidade psicomotora, dispraxias, distúrbios do tônus da postura do equilíbrio e da coordenação e deficiências perceptivo motoras. Já Coste (1981, p. 10) apresenta de uma forma bastante transparente os objetivos da reeducação psicomotora. A reeducação psicomotora tem por objetivo desenvolver esse aspecto comunicativo do corpo o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar o seu corpo e de economizar sua energia de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio. Os objetivos citados por Coste (op.cit) se assemelham aos objetivos da terapia psicomotora e da educação psicomotora. Seja para pessoas de pouca idade com problemas de ordem patológica, que são encaminhados para a terapia psicomotora ou para as

13 crianças de inteligência dita normal, que terão uma educação psicomotora, que permitirá prevenir defasagens e inadaptações escolares, é valorizando esse aspecto comunicativo e de domínio do seu corpo. O transmissor de antigos conhecimentos trabalhará sobre o sintoma de ordem psicomotora que já foi diagnosticado. Fonseca (1993) indica para a terapia psicomotora a debilidade motora, crianças psicóticas, deficientes motores, debilidade mental, deficiência visual e a reinserção profissional. A reeducação psicomotora segue dois eixos diferentes sobre os quais eles não se excluem mutuamente. Para executar o seu trabalho o psicoeducador tem direito a uma sala de aula, a material, a horários apropriados, e ao direito de participar de reuniões, o que não favorece a solução de conflitos de poder ou saber. A solução desses conflitos habita em parte na disposição próprios para a expressão de motivos de queixas pessoas ou coletivos. Também reside em cada um compreender o outro para assim vencer as suas dificuldades. (COSTE, p. 75 a 81) 1.2.4 Terapia A terapia psicomotora envolve crianças com quadro de hipercinese associado a outras dificuldades, crianças com agressividade acentuada, pulsões motoras incontroladas, casos de excepcionalidades e dificuldades de relacionamento corporal e também destinada a individuo que possuem a associação de transtornos psicomotores com transtornos da personalidade. A diferença entre reeducador e terapeuta está no foco do problema.

14 1.3 Psicomotricidade Funcional e Relacional A psicomotricidade divide-se em funcional e relacional. Psicomotricidade funcional são as possibilidades percebidas através da ação e da qualidade dos movimentos integrandos no tempo e no espaço. Na área relacional a expressão vem através do gesto do corpo, há um dialogo e uma comunicação entre outros corpos, revelando ser mais afetivo ou mais agressivo, isso é a personalidade. Os conceitos relacionais facilitam a reação entre esses corpos através dos desejos, das frustrações e ações. 1.3.1 Psicomotricidade Funcional São as condições adquiridas através da ação da qualidade dos movimentos, integrando-os num tempo espaço. Os conceitos funcionais são: Coordenação motora global - Ela permite contrair grupos musculares diferentes de uma forma independente, inibindo os movimentos parasitas, como as paratoninias e sincinesias. Segundo Alves (1981), Para que ocorra essa coordenação é necessária uma perfeita harmonia de grupos musculares colocados em movimento ou em repouso. A criança progressivamente se descobre através de uma atividade corporal global ou instintiva a principio, diferenciada e intencional depois, e esta atividade lhe permite descobrir o mundo que a rodeia. (DAMASCENO, 1992).

15 É por meio de uma coordenação dinâmica adequada que a criança consegue estabelecer relações de ações e movimentos que serão seu carro- chefe na educação de sua motricidade. Para que se tenha um bom desenvolvimento da coordenação dinâmica global, as atividades deverão seguir uma progressão, partindo de propostas simples para outras sucessivas e combinadas, seguindo do amplo para o especifico. Coordenação motora Fina Ela é instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. É a união harmoniosa de movimentos, ela supõe integridade e maturação do sistema nervoso. Segundo Jocian ela é considerada como a capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios refinados, e envolve também a coordenação viso-motora ou óculo motora, a coordenação viso manual ou óculo-manual e a coordenação músculo facial. A Coordenação músculo-facial refere-se aos movimentos refinados da face propriamente ditos e é fundamental na aquisição da fala, da mastigação e da deglutição A Coordenação viso-manual - é a coordenação entre a visão e o tato. O treinamento da coordenação viso-manual deve atingir três particularidades da coordenação: a destreza, a velocidade e a precisão. O tônus - É uma tensão muscular existente em repouso como também em movimento. Ele pode ser muscular (quando realiza o movimento), Afetivo (refere-se ao estado de espírito apresentado), tônus mental (é a capacidade de ação no momento). (FÁTIMA, 2009). Dalila Costallat (1990) considera o tônus como um estado de atenção necessário para harmonia do gesto e do equilíbrio do organismo.

16 Ganong (1977) cita que a resistência de um músculo à distensão é comumente referida como seu tônus ou tono. Geralmente os músculos são hipotônicos quando a freqüência de descarga eferente gama é baixa e hipertônicos quando a freqüência é alta.para a criança ter um bom desenvolvimento manual coordenado ou uma boa coordenação viso manual ela precisa ter um bom desenvolvimento do tônus. Ajuriaguerra (1980) afirma que O tônus que prepara e guia o gesto é simultaneamente a expressão de realização ou frustração do individuo. Wallon (1966) comenta que a nível corporal existe uma organização tônica ligada as vivencias emocionais e afetivas, sendo uma forma espontânea de lidar com o significado simbólico da vivencia e que não podemos evitar. Segundo Lapierre (apud Santos, 1996), as pessoas se relacionam em duas dimensões, sendo uma consciente e lógica e a outra analógica. O espaço analógico é percebido e deletado pelo tônus muscular. É a maleabilidade nas relações afetivas por meio do dialogo tônico- afetivo estabelecido entre dois indivíduos que instituirá a verdadeira comunicação. Equilíbrio - É à base de toda a coordenação dinâmica global. Ele pode ser estático ou dinâmico. O equilíbrio estático apresenta mais dificuldade sendo mais abstrato e exigindo muita concentração (Jocian, 1998, p. 55). Já o equilíbrio dinâmico está em estreita relação com a constituição estato-ponderal, com as funções tônico-motoras, com os membros e os órgãos tanto sensoriais como os motores. O equilíbrio depende essencialmente do sistema labiríntico e do sistema plantar.

17 Segundo Alves (1981) O equilíbrio necessita de uma estruturação do esquema corporal e uma integração e perfeição dos mecanismos neuropsicomotores. Esquema corporal - É um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança, sendo seu núcleo central, pois reflete o equilíbrio entre as funções psicomotoras e sua maturidade. O individuo se conscientiza do seu corpo através da percepção do mundo externo. É a imagem corporal, ou seja, a intuição que a criança tem de seu corpo em relação ao espaço dos objetos e das pessoas, propiciará a relação deste com o outro de qualquer maneira normal, quer de maneira patológica (Jocian, 1998, p. 57). No livro Psicomotricidade Teoria e Prática, Lovise (1998, p. 57), diz que segundo Coste (1978), O esquema corporal é, portanto, resultado da experiência do corpo do qual o individuo toma pouco a pouco consciência e da maneira como o corpo se põe em relação ao meio. O conhecimento intelectual das partes do corpo e de suas funções chama-se esquema corporal. A função de socialização do indivíduo também é representada através do desenvolvimento do esquema corporal Através de todos os sentidos a criança percebe o seu corpo, e assim o conhecimento da criança pelo próprio corpo tem um papel importante nas suas relações com o ambiente, a criança começa a formar sua própria imagem corporal quando começa a estabelecer diferenciações partindo de seus próprios movimentos. Sendo assim através da distancia percebida entre ela e os objetos a criança começa a delinear as primeiras noções espaciais. O esquema corporal abrange a imagem corporal, o conceito corporal. A lateralidade está intimamente ligada ao esquema corporal quem definirá se uma criança será destra ou canhota e o hemisfério cerebral. A integração bilateral postural do corpo é a lateralidade. Ela é inata e

18 basicamente governada por fatores genéticos, embora as experimentações e o social possam influenciar. Problemas psicológicos, sociais motores ou neurológicos. Lateralidade - É a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do corpo. É o elemento fundamental de relação e orientação com o mundo exterior. A lateralidade liga-se ao desenvolvimento do esquema corporal. As atividades motoras são controladas por um dos hemisférios cerebrais, considerado dominante. Essa dominância é relativa mesmo no que se refere à organização neurobiológica e cerebral e podem ocorrer numerosas substituições e compensações. Canongia (apud Jocian, 1998, p. 59) diz que: a lateralidade é O emprego de preferência dos membros de uma metade a outra do corpo. Durante o crescimento da criança se define a dominância lateral. Pode-se observar: Lateralidade homogênea- dominância destra ou canhota a nível de todas as observações. Lateralidade cruzada- destra da Mão, canhota do pé, do olho e do ouvido ou vice versa. Ambidestra É tão hábil do lado direito quanto do esquerdo. A definição do nosso lado dominante está relacionada a vários fatores (culturais, ambientais, neurobiológicos etc.) Fonseca (apud Jocian, 1998, p. 60) coloca que Se uma criança é imatura no plano psicomotor, hesitará em definir sua lateralidade e que só depois de definida a lateralidade a criança poderá aprender a orientação, seriação, precisão e ajustamento espaço-temporal.

19 Estrutura espacial - A estruturação espacial não se ensina nem se aprende, descobre-se. (Lapierre, 1986). No entanto é necessário que no processo educativo leve em conta a evolução da estrutura progressiva da noção de espaço a fim de poder proporcionar os meios e motivações mais eficazes para ajudar essa descoberta. Ela é a tomada de consciência da situação das coisas entre si. Toda a nossa percepção de mundo é uma percepção espacial na qual o corpo é o termo de referencia. A todo instante a criança encontra-se em um espaço bem preciso onde lhe é solicitado que se situe que situe os objetos uns em relações aos outros que se organize em função do espaço de que dispõe. Portanto, a estruturação espacial é parte integrante de nossa vida. Aprender a localização de um objeto no espacial não é fácil, pois começa no inicio da vida e continua durante a idade adulta por meio das revisões de nossos conceitos espaciais. A percepção do espaço constitui um requisito para a criança se encontrar em casa, na rua, nos campos nas escolas em suas muitas situações de vida e exigem tanto capacidade motora quanto percepção espacial. A elaboração do espaço deve-se essencialmente à coordenação dos movimentos, vendo-se aqui a estreita relação que existe entre o desenvolvimento e a inteligência sensório-motora propriamente dita. O eixo corporal ocupa um lugar importante na construção do espaço, determinando as noções de em cima, embaixo, alto baixo, direita esquerda, direções obliquas, à frente atrás. O espaço deve ser organizado primeiro em relação ao próprio corpo e depois em relação ao outro e aos objetos, após ter adquirido essas noções, e de acordo com a percepção temporal desenvolverse-ão exercícios de observação da velocidade, duração etc. (Jocian, 1998, p. 64) A carência espacial pode comprometer a aprendizagem na leitura.

20 Organização temporal - As noções temporais são bastante abstratas e muitas vezes bem difíceis de ser adquiridas pelas crianças. A noção de tempo está intimamente ligada à noção de espaço. O tempo é, no entanto uma noção material a qual não podendo ser objetivada, pode apenas ser expressa pelo som (Jocian, 1998, p. 65). Para a compreensão do tempo é fundamental a ação da memória, que desempenha importante papel. Ela é sobretudo sensorial e sensível até o concreto. Para Fonseca (1983), A orientação temporal é o tempo ligado ao espaço e envolve ritmo. Bucher (in Chazaud,1987) afirma que a noção de tempo está muito ligada a afetividade e que todas as crianças que apresentam problemas afetivos têm a noção de tempo perturbada. Ritmo É a força criadora que está presente em todas as atividades humanas e se manifesta em todos os fenômenos da natureza. Nas atividades humanas ele é inerente tanto nas atividades intelectuais como nas físicas, caracterizando-se por uma sucessão de movimentos diferentes. Existem os ritmos; ritmo vital; ritmos biológicos, os ritmos biológicos são eles: ritmo ultradiano, circadiano e infradiano. (Jocian, 1998, p. 66). Os ritmos externos organizam a sucessão dos eventos naturais e do conjunto de fenômenos que correspondem (claridade, escuridão, calor, frio, germinação e floração, migração dos animais etc.) e os internos, seus ciclos vitais. Segundo Berges (in Masson,1988), o ritmo é o teatro principal da atividade Tonico-motora, o qual funciona como suporte de todos os comportamentos humanos. Por intermédio do ritmo a criança conseguirá equilibrar os processos de assimilação e acomodação que permitem sua adaptação para poder apreciar os valores e ideais humanos. O individuo que consegue desenvolver um ritmo próprio aumenta seu poder de concentração e facilita sua capacidade de aprendizagem indo mais a fundo e aprimorando o ritmo próprio do individuo,

21 estaremos desenvolvendo sua própria individualidade desenvolvimento. (Jocian, 1998, p. 66) O verdadeiro objetivo da atividade rítmica em educação psicomotora reside em que ao ajudar a supressão das contraturas devido a uma atividade voluntaria mal controlada, o ritmo permite a flexibilidade, o relaxamento, a independência segmentaria, elementos indispensáveis da autonomia motora. Ajuriaguerra (1980) diz que a educação pelo ritmo é um meio extremamente eficaz de combater a ansiedade, a inibição, a debilidade motora, a inexpressão, a rigidez de atitudes etc. 1.3.2 Psicomotricidade Relacional Lapierre (apud Jocian, 1998, p. 72) afirma: Não podemos existir no desejo do outro a não ser na medida em que o outro existe., por meio da psicomotricidade e pelo movimento desse corpo. Por meio dom movimento desse corpo e por meio da psicomotricidade, pode-se desenvolver o corpo que se expressa que dialoga que se comunica com outro s corpos que revela sua personalidade mais afetiva e agressiva. Esses conteúdos relacionais permeiam a relação entre esses corpos, frustrações e ações. Expressão - Por meio dela a criança demonstra verdadeiramente os seus sentimentos e, conseqüentemente as suas dificuldades, sejam elas de ordem psicológica física ou biológica. Para se atingir uma expressão plena do corpo inteiro é preciso é preciso ter a coordenação física e psíquica integradas. Por meio da espontaneidade o individuo facilita sua adaptação a novas situações, Berge (apud Jocian, 1998, p. 72) cita que: O movimento espontâneo nascerá quando o corpo tomar consciência da pele, dos músculos, das articulações, da respiração, quando o ouvido perceber os sons, quando o olhar souber ver no outro a graça viva do gesto. Qualquer manifestação corporal expressa deve ser revelada, pois traz em si a natureza espontânea do

22 gesto. Guedes (apud Jocian, 1998, p. 73) comenta: Somente nesse processo de comunicação com o mundo, onde as relações se estabelecem dialeticamente, é que se torna possível a construção do conhecimento. A expressão e a comunicação caminham juntas. Pode-se se dizer que é impossível um individuo não se comunicar, comunicar-se não é só transmitir uma informação.para que um profissional consiga estabelecer uma relação de comunicação é preciso que ele estabeleça uma relação de crescimento, precisa aprender a escutar. Referimos a escutar a ouvir o outro em todos as características. Ouvir verdadeiramente alguém resulta em uma satisfação especial. Aucouturier & Lapierrre (1986) comentam que na prática psicomotora passamos por diferentes etapas de comunicação, mas o essencial nesses modos de comunicação é a carga afetiva que se encontra por baixo deles. A linguagem não verbal tem uma forma significativa na abordagem psicomotora, o interessante é que a linguagem verbal venha após o vivido na sua reflexão e não associado a ele. Na educação alguns professores se esquecem que as crianças se comunicam com o corpo. É com o corpo que os dois indivíduos conseguem falar, ouvir, perceber e sentir. A conversa se dá através pela comunicação e pela linguagem que cada corpo possui. Em Rogers (apud Jocian, 1998, p. 74) disse que Uma sensibilidade para ouvir, uma satisfação em ser ouvido. Uma capacidade de ser autentico que provoca uma maior autenticidade dos outros. E conseqüentemente, uma maior liberdade para dar e receber amor. São os elementos para uma comunicação verdadeira e viva. Afetividade - A primeira comunicação da criança com o meio é a psicomotora o fator estimulante nesse caso é a afetividade. Essa relação só é existente se o adulto se dispuser corporalmente. Para haver a troca é necessário que os dois corpos ajam e se cooperem corporalmente, Piaget (1986) coloca que existe um estreito paralelismo entre o desenvolvimento da

23 afetividade e das funções intelectuais, e que nenhum ato é puramente intelectual nem puramente afetivo, mas que sempre em todas as partes, tanto nas condutas relativas aos objetos como nas relativas ás pessoas, ambos os elementos intervém porque um supõe o outro. No desenvolvimento da criança a afetividade tem um papel importante. Wallon (apud Jocian, 1998, p. 75) dá a afetividade um valor um valor funcional. Para ele a afetividade É o resultado de sensações agradáveis e desagradáveis de sentimento e de amor, que determinam a conduta postural e dão ao corpo sua expressão.. O lugar das expressões e das impressões de afetividade é o corpo. A afetividade também é o principal elemento entre o individuo e o seu educador, reeducador e terapeuta. E para que isso aconteça Lapierre & Aucouturier (1986) comentam que a criança espera que o educador uma disponibilidade de empréstimo de seu corpo afim de que possa projetar simbolicamente seus desejos e encontrar ferramentas corporais e emocionais para relacionar-se com o mundo. Agressividade - Segundo Lapierre e & Aucouturier (1986) agressividade é o resultado de um conflito entre o desejo de afirmação pela ação e os obstáculos e interdições que essa afirmação encontra. Eles também afirmam que a agressividade deve ser vista como estruturante e o excesso da agressividade, levando agressão e á auto-agressão, devem ser pontuados e limitados. Por meio da agressividade a criança tem a possibilidade de assumirse e de afirmar sua identidade. A Agressividade bem canalizada ajuda a criança a esgotar as manifestações próprias de uma fase canalizando-as de forma mais elaborada ou modificada para a fase seguinte, ajudando-a a crescer. Reprimir a agressividade ou leva a impulsão ou a compulsão. Limites - O limite muitas vezes vem associado à disciplina que depende do meio. Existem vários tipos de limites. O limite que é nosso, que vem do nosso próprio corpo. Outro tipo de limite é o externo ele se refere às

24 noções espaciais e temporais de contorno de textura de relação entre os desejos das pessoas etc. eles passam a ser percebidos pelo movimento intencional e prazeroso. Os educadores não devem confundir disciplina com poder e muito menos subordinar o indivíduo, e mais acentuadamente a criança a seus desejos e imposições, Moreira (apud Jocian, 1998, p. 78) aborda o risco da Domesticação corpórea., em que a disciplina acaba fabricando corpos dóceis e submissos, dissociando o poder do corpo Segundo Garcia (1988) (apud Jocian, 1998, p. 78) na conquista do corpo harmônico o prazer e a necessidade de limites não querem dizer repressão. Não há nada que reprimir, mas sim controlar. Aquilo que não se reprimir se conhece, não atua a um nível inconsciente e então podemos controlar e assim pode chegar a um corpo em harmonia, a um ser em harmonia com os outros e com si mesmo. O papel principal do psicomotricista é dar condições para que esse adulto futuro, exerça livremente seu poder de agir sobre o meio conservando a autonomia própria e respeitando a do outro como educadores e profissionais essa é uma de nossas funções. Vayer & Toulose (apud Jocian, 1998, p. 78) afirmam que não existe ação que não seja corporal. A condição básica para a qualidade de vida do individuo é a corporeidade. Unidade corporal é como é chamada a corporeidade dentro da psicomotricidade. Essa construção se da pela estruturação da imagem corporal. Através do equilíbrio entre a quantidade e a qualidade das relações e correlações se dá a imagem do corpo. A noção de corporeidade está intimamente ligada á noção de identidade, conseguimos perceber o outro e relacionarmos com ele através da atividade dinâmica e globalizante.

25 CAPÍTULO 2 EDUCAÇÃO PSICOMOTORA COM CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS DE IDADE A Educação Psicomotora abrange todas as aprendizagens da criança processando-se por etapas progressivas e específicas conforme o desenvolvimento geral de cada indivíduo, realiza-se em todos os momentos da vida por meio de percepções vivenciadas, com uma intervenção direta a nível cognitivo motor e emocional estruturando o individuo como um todo. A educação passa pela facilitação das condições naturais e prevenção de distúrbios corporais. Ela se realiza na escola, na família e no meio social com a participação dos pais, educadores e dos professores em geral. Le Bouch (apud Jocian, 1998, p. 84) comenta que A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola elementar, ponto de partida de todas as aprendizagens pré-escolares e escolares.. Vayer (1989) coloca que, do ponto de vista educativo, o papel e lugar da educação psicomotora na educação geral corresponderá naturalmente, ás diferentes etapas do desenvolvimento da criança, e assim entendemos que: no curso da primeira infância toda educação é educação psicomotora; no curso da segunda infância a educação psicomotora permanece sendo o núcleo fundamental de uma ação educativa que começa a diferenciar-se em atividades de expressão, a organização das relações lógicas e as necessárias aprendizagens de leitura-escrita-ditado; no curso da grande infância. Lapierre (apud Jocian, 1998, p. 84) coloca que a educação psicomotora É uma ação psicopedagógica que utiliza os meios da educação física, com a finalidade de normalizar ou melhorar o comportamento do individuo.. Com a Lei de Diretrizes e bases de 1996 o ensino da Educação Infantil ganha destaque no cenário brasileiro. E com isso a Educação

26 psicomotora ganha espaço, pois ela trabalhará através de várias atividades como jogos e exercícios promoverão um desenvolvimento físico, social, mental, sabendo-se que essas atividades estarão colaborando para o desenvolvimento das áreas psicomotoras e que ela nunca desenvolverá somente uma área. Le Boulch (1983) define que a aplicação da Educação Psicomotora é entendida como uma metodologia de ensino que instrumentaliza o movimento humano enquanto meio pedagógico para favorecer o desenvolvimento da criança. A psicomotricidade tem como objetivo combater a inadaptação psicomotora, pois ela tem a finalidade de reorganizar os processos de aprendizagens de gestos motores. Fonseca (1995) diz que a psicomotricidade surge como alicerce sensório perceptivo - motor indispensável na contribuição do processo de Educação, e reeducação psicomotora, pois atua diretamente na organização das sensações, das percepções e nas cognições, visando a sua utilização em respostas adaptativas previamente planificadas e programadas. 2.1 Educação Psicomotora na Educação Infantil A lei de Diretrizes e bases de 1996 definiu que a primeira etapa da Educação Básica diz que nas creches e na pré-escola acontecem as mudanças mais ricas no dia-a-dia das crianças, nesse período tanto a Creche como a Educação Infantil ajuda a desenvolver e ampliar conhecimentos. De acordo com o referencial cabem aos educadores da pré-escola trabalhar a imagem positiva de si a fortalecer a auto-estima, para isso os alunos deverão conhecer próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, também devem ser desenvolvidas a comunicação e a interseção social. Nessa interação com os outros e que se aprende a respeitar e valorizar a diversidade. É fundamental o trabalho com a linguagem corporal, musical, plástica oral e escrita. A criança tem de se perceber como integrantes e agentes transformados do meio ambiente e contribuir para a sua preservação. A brincadeira não pode ser esquecida, pois quando a criança brinca

27 principalmente de faz de conta ela recria acontecimentos e expressa emoções, sentimentos desejos, pensamentos e necessidades. Através da brincadeira a criança desenvolve habilidades importantes como a atenção, a memorização a imaginação, a imitação a criança também amadurece a capacidade de socialização por meio da interação e da utilização de regras e papeis sociais. Através da fantasia e da imaginação é que aprendemos sobre o relacionamento das pessoas. O desenvolvimento psicomotor da criança de três anos de idade é acentuado ela já consegue saltar sobre uma corda, pular fora de uma cadeira, permanecer sobre um pé e gosta de correr. Começa a ter noção do alto, baixo frente atrás e muitas vezes conseguem desviar-se do objeto quando corre, percebe que não consegue passar por baixo da mesa sem inclinar a cabeça. Nesta fase apresenta gostar de chutar ou jogar bola usando as pernas, os braços e o corpo com certa desenvoltura, envolve-se em brincar de puxar um cordão amarrado em carrinhos abertos onde coloca objetos pequenos, gostam de brincar com água, terra areia que na brincadeira se tornam outros objetos saindo do seu estado natural. Em torno dos três aos quatro anos de idade mais ou menos as locomotivas e os carros são os preferidos pelos meninos nessa idade começa a valorização por uma gaveta um pequeno móvel ou um armário onde possam guardar seus brinquedos. Nesse momento dá-se o primeiro passo para que aprendam a se organizar e manter seus pertences em ordem e no futuro. Nesse período a criança tem o sentimento de posse mais forte e recusa emprestar os seus brinquedos. Nessa idade a criança brinca desenhando e quando desenha seu primeiro interesse é o corpo. Também tem a casa como objeto central de suas paisagens. Quando a criança brinca investiga e para crescer ela precisa dessa experiência. Se um adulto modifica a brincadeira ou interrompe ou interfere pode perturbar o desenvolvimento da experiência que a criança realiza. A criança

28 que usa a sua imaginação e a criatividade de forma tranqüila aparentam ser mais feliz. A partir dos quatro anos, a criança prefere brincar sozinha a se dividir a brincadeira com outras crianças fica mais centrada em si, egocêntrica. Demonstra gostar de brincar de quebra cabeças e de brinquedos que possam der montados e desmontados. Apresenta gosto por lápis de cera, pincéis modelagens em argila, recortar e colar papeis. Toda atividade deve ter como objetivo atender o objetivo da criança Entre quatro e cinco anos começa o interesse pelo jogo cooperativo, esses jogos estimulam as trocas sociais. Em torno dos cinco anos os meninos demonstram gostar de brincadeiras de conquista de mistério e de ação, gostam de vestir roupas de super heróis, vibram com desenhos animados e muitas fantasias enriquecem seus brinquedos. Já as meninas preferem brincar de bonecas, de casinha onde recriam as atividades domesticas, utilizam os adereços de suas mães em suas brincadeiras, entusiasmam-se com cosméticos, pinturas e perfumes. Observar uma criança brincando e algo fascinante.

29 CAPÍTULO 3 PRATICANDO A PSICOMOTRICIDADE ATRAVÉS DO TRABALHO LÚDICO Segundo Wigotsky, (1991, p. 111): Na idade pré escolar ocorre, pela primeira vez, uma divergência entre os campos do significado e o da visão. No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos a ação surge das idéias e não das coisas: um pedaço de madeira torna se um boneco e um cabo de vassoura tornam-se um cavalo. A ação regida por regras começa a ser determinada pelas idéias e não pelos objetos, isso representa uma tamanha inversa da relação da criança com a situação concreta real e imediata, que é difícil subestimar seu pleno significado. No período da pré-escola o jogo desempenha um forte fator na socialização da criança. Nesta fase a atividade lúdica ajuda significativamente a alfabetização. Através dos brinquedos em grupo a criança começa a perceber a liderança. Para a criança brincar é coisa séria. Da mesma forma que o adulto precisa ocupar-se a criança também precisa brincar. O jogo dá sentido, o objetivo é o treino necessário ao desenvolvimento da criança. Quando existi prazer no aprender o Aprender e Crescer. O conteúdo aprendido se incorpora facilmente no acervo cultural. De acordo com o objetivo do brinquedo ele deverá ter o seu uso adaptado para a tarefa que será realizada. O grau de dificuldade do brinquedo deve ser de acordo com a idade da criança, os brinquedos podem ser sugestivos, porém devem estimular a criatividade. Observa-se que a criança aprende muito brincando.

30 3.1 O Papel do Lúdico Gross (1922) (apud Neto, 3ª edição, p. 161), conferi ao jogo o estatuto de espaço de pratica das potencialidades características inatas da criança. O comportamento lúdico pode ser entendido por duas vertentes: uma objetiva ou externa e outra subjetiva ou interna. Pode-se dizer que no jogo temos algo que vem antes da estrutura- o significado. Quem define o significado não é a estrutura, porém é este que faz a estrutura existir. Henriot (1969) refere-se ainda que o jogo supõe Um desvio em relação ao objeto. Isto é uma maneira própria de agir. Chateau (1961) (apud Neto, 3ª edição, p. 162) disse que Sem prazer não há jogo.. Porém esse não é um fator suficiente para caracterizar e identificar um comportamento de jogo. Henriot (1969) refere-se alguns conceitos das características lúdica, concebe a atividade lúdica como envolta de certa incerteza temporal, de uma determinada duplicidade e ilusão e considera a presença de aparelhos de jogo como reveladora de uma situação lúdica. Neto (1997) Através da convenção Internacional dos Direitos da criança são delimitadas intenções que devem ser definidas e implementadas pelos estados membros. Em seu artigo 31º que consagra o direito da criança ao jogo assume uma importância vital num tempo em que as mudanças sociais são enormes a par de tendências alarmantes de normalização das atitudes, pensamentos e ações. O acesso ao lúdico é uma necessidade própria da criança. Nio homem a componente lúdica não pode ser marginalizada, pois ela é uma característica fundamental. O jogo define os horizontes subjetivos e aleatórios do controle das energias físicas e mentais e a compatibilidade com o meio ambiente. O objetivo do jogo não é conduzir ao processo do seu desenvolvimento e aprendizagem é antes de tudo dar-lhes os instrumentos

31 para que a criança possa se fazer entender e se auto-conduzir. Jogar não é um processo linear é um processo aleatório. O ato lúdico não é um direito é uma necessidade, não é só uma idéia é uma vivência, Não deve ser uma imposição é uma descoberta. No brincar o que importa é auto descoberta, a experiência vicária, o treino psicomotor o envolvimento emocional psíquico as trocas sociais etc. É interessante brincar com a criança apresentando-lhes quadrinhos que contenham uma seqüência. Você pode embaralhar e pedir a criança para contar uma história sugerida e montar os quadrinhos assim você estará exercitando a relação espaço-temporal, linguagem oral, percepção memória e raciocínio lógico. Através dos jogos a criança vivencia situações sociais como respeitar regras, respeitar o direito do semelhante, vibrar com a vitória, aceitar a derrota com civilidade e compreensão. Geralmente as brincadeiras das crianças são ricas em criatividade. Aprender é crescer e quando nesse aprender existe prazer, o conteúdo aprendido se incorpora facilmente ao acervo intelectual do aluno. Com a aprendizagem escolar aparecem novos jogos que combinam as aptidões intelectuais o desenvolvimento psicomotor e pedagógico. 3.2 Práticas Psicomotoras Nesta parte a pesquisadora apresentará uma coletânea de atividades onde caracteriza a Prática Psicomotora na Educação Infantil. O professor exerce papel fundamental na orientação das atividades ele deve criar situações adequadas para a criança solucionar seus problemas. De acordo com Berger (1986), o professor deve ser bastante cuidadoso quando se dirigir às crianças, pois a sua atitude pode liberá-las ou oprimi-las.

32 Le Boulch (1986, p. 140) diz que o jogo constitui um fator valioso para o relacionamento professor-aluno e assim se expressa: O educador, mediante uma atitude não diretiva, garantindo certa liberdade no jogo espontâneo, permite a criança realizar sua experiência do corpo indispensável ao movimento das funções mentais e sociais. O professor não encontra facilidades em realizar sua tarefa e ela não deve ser encarada levianamente, deve-se ter planejamento, execução de planos e aprendizagem a partir dos erros cometidos. Ao invés de Soluções prontas., o professor deve transmitir a orientação para que a criança possa refletir sobre as suas próprias ações e explicar os fatos que observa. Segundo Toscano (1974), professor deverá criar oportunidades para que todas as crianças participem dos jogos, quer estimulando os inibidos ou refreando os excessos dos mais irrequietos. 3.2.1 Atividades com Bolas Comuns Recreativas - Montar atividades e circuitos combinando diferentes materiais e formas de equilíbrio. Quicar, lançar arremessar. Quicar bolas entre obstáculos diversificando o ritmo e a trajetória. Lançar o material dentro do alvo préestabelecido. Chutar bolas, conduzir a bola até o alvo indicado. Objetivo: trabalhar coordenação motora, a lateralidade e o equilíbrio. Primeira atividade: Pedir ao aluno que vá chutando com uma perna em direção ao gol e que volte chutando com a outra. Segunda atividade: Pedir para que cada criança de uma vez vá quicando a bola e faça uma cesta.

33 3.2.2 Desenho com as Mãos ao Som de Música Material a ser utilizado: Papel ofício, giz de cera, rádio e CD Contendo música de diferentes estilos. Duração: Aproximadamente 5 minutos Objetivo: Desenvolver a coordenação motora fina, óculo-manual, podendo-se trabalhar a lateralidade, espaço temporal, ritmo e a emoção. Como realizar a atividade: Organizar os alunos participantes da atividade, distribuir uma folha de papel ofício para cada um, pedir para que cada um escolha o seu giz de cera; colocar a música e iniciar o desenho que desejarem depois pedir para que falem sobre o seu desenho. 3.2.3 Atividades com Bambolê Material a ser utilizado: Bambolê Duração: Aproximadamente 15 minutos Objetivo: Desenvolver a coordenação motora fina, óculo-manual, podendo-se trabalhar a lateralidade, espaço temporal, ritmo, a emoção e a coordenação viso motora. Primeira atividade: Pedir para que cada criança leve o bambolê de um ponto ao outro da quadra girando do chão sem deixar ele cair, cada grupo de criança deverá receber um bambolê. bambolê Segunda atividade: As crianças deverão brincar de dança do Duração: depende do número de alunos e do ritmo da turma Objetivo: trabalhar o companheirismo do grupo Execução: No inicio deveremos ter o mesmo número de bambolês que o de aluno conforme a música for parando retiraremos um bambolê porem na regra do jogo nenhum participante da atividade deverá ficar fora do bambolê, fazer a atividade até que permaneça só um bambolê.

34 3.2.4 Construção de Instrumentos Musicais com Sucatas Objetivo: Desenvolver a Percepção musical, o ritmo e a criatividade Execução: construção de chocalhos com garrafas plásticas, latas de leite; construir pratos com tampas de panelas velhas ou com latas de tinta, e construir um tambor com baldes velhos ou com as lata de tinta. Como realizar a atividade após a construção dos objetos nos deveremos trabalhar com os alunos alguns brinquedos cantados utilizando os instrumentos confeccionados por eles. 3.2.5 Pintura Livre Objetivo: Desenvolver a coordenação motora fina Material utilizado: papel ofício, tinta guache, rádio, CD e pincel Execução: colocar uma música calma de fundo e deixar a criança representar no papel o que ela desejar fazendo assim a sua obra de arte. 3.2.6 Corrente Humana Objetivo: Visa estimular a coordenação ampla, discriminação visual, percepção corporal, atenção. Com ênfase na orientação e organização espacial. Material utilizado: Cadeiras, humano Execução: Dividir os participantes em equipes. As equipes posicionam-se formando equipes paralelas. Colocar as cadeiras com uma certa distancia das equipes. Dado um sinal, a primeira pessoa de cada equipe sai correndo, da uma volta ao redor da cadeira e volta a fila para pegar o próximo participante. Os dois correm de mãos dadas, passam ao redor da cadeira e voltam para pegar a terceira pessoa da fila. A atividade prossegue ate que todos estejam de mãos dadas e a equipe inteira de a volta na cadeira, voltando então à posição inicial. Se durante a brincadeira alguém da corrente soltar as mãos, a equipe deve voltar a posição inicial e recomeça a corrida.

Vencerá a primeira equipe que completar a corrente humana e voltar a posição inicial. 35 3.2.7 Comboio Objetivo: Um grupo tenta cruzar a sala e o outro tenta impedi-lo. Visa estimular a atenção, orientação e organização espacial, percepção corporal, discriminação da lateralidade, com ênfase na discriminação visual. Material utilizado: Ambiente, humano. Execução: Dividir os participantes em dois grupos. Um deles será o comboio e o outro será o interceptor. Diga a um grupo para atravessar a sala de um canto a outro e instrua o outro para impedi-lo. Explique que ambos os grupos terão de permanecer de mãos dadas o tempo todo. Vence o grupo que cruzar a sala em primeiro. 3.2.8 Olá Coleguinha Objetivo: promover o contato físico afetivo entre os componentes do grupo desenvolvendo a socialização e a coordenação ampla do grupo. Material utilizado: Ambiente, humano. Execução: Os alunos separados em dupla cantam a musica: olá coleguinha, como vai coleguinha e a família com vai? A minha vai bem e a sua também! Como é bom, a gente se encontrar. Ao comando do orientador os alunos cantam tocando as diferentes partes do corpo de seu parceiro.

36 3.2.9 Mantendo o Ritmo Objetivo: RITMO, a discriminação da lateralidade, o equilíbrio dinâmico, coordenação fina dos membros superiores, coordenação motora, atenção. Material utilizado: Ambiente, humano. Execução: Fazer um círculo com os participantes em pé, mantendo um ritmo de dois passos para a direita e dois passos para a esquerda, conhecido como dois pra lá e dois pra cá. O círculo deve estar sincronizado sem perder o ritmo. O orientador deve manter sempre a marcação sendo falada, para que sigam o andamento. Mantendo o andamento rítmico proposto pelo orientador, o mesmo começa a colocar movimentos dos membros superiores para dificultar, como por exemplo: Mão direita na orelha, Mão esquerda no ombro do amigo, duas mãos se abraçando, bate palma, entre outros. Quem errar ou sair do ritmo sai do circulo. A outra forma de brincar também é a seguinte, ao invés do orientador dizer as variantes dos membros superiores, podemos ter participantes do circulo fazendo estas mudanças e o orientador somente mantém o andamento rítmico, pode-se usar musica para facilitar o andamento. 3.2.10 Movimento do Conjunto Objetivo: Movimento, coordenação, atenção, discriminação visual, coordenação fina dos membros superiores. Material utilizado: Ambiente, humano. Execução: Fazer um círculo, todos sentados, um participante e o Mestre que deve ser seguido por seus movimentos, porem somente um pode copiá-lo, pois os demais devem seguir seus Mestres. O Mestre que inicia as mudanças dos movimentos é seguido e copiado por um participante, os demais, devem ter seus mestres escolhidos pela pessoa que esta aplicando o jogo. Não se deve copiar do Mestre que inicia as mudanças, somente uma pessoa pode copiá-lo e os demais devem copiar sucessivamente de acordo com seus

37 Mestres. O importante e, mesmo sabendo da mudança do Mestre principal, os participantes devem esperar a percepção de quem ele esta olhando para seguir e não copiar imediatamente. Quem olhar diretamente para o participante que esta fazendo as mudanças (mestre), é quem sai do circulo. A outra forma de brincar também é a seguinte, pode ser feito em pé ou em movimento constante mantendo determinado ritmo, ao invés do participante que errar sair, o participante que errar pode se tornar o Mestre, evitando a exclusão do jogo.