1. Ressalte-se que a regra geral de fixação de competência nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é a do foro da situação da coisa.

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Transcrição:

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS Órgão 7ª Turma Cível Processo N. APELAÇÃO 0705114-51.2017.8.07.0020 APELANTE(S) ALEX JUNIOR TOSATTI APELADO(S) SWISS PARK BRASILIA INCORPORADORA LTDA. Relator Desembargador ROMEU GONZAGA NEIVA Acórdão Nº 1119967 EMENTA RESCISÃO CONTRATUAL EM AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO FUNDADA EM DIREITO DE PROPRIEDADE EIS QUE HOUVE ESCRITURAÇÃO DO IMÓVEL. COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA SITUAÇÃO DA COISA. ART. 47 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA ABSOLUTA, QUE PODE SER DECLARADA DE OFÍCIO PELO MAGISTRADO, A QUALQUER TEMPO (art. 64, 1º E 3º do NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL). SENTENÇA CASSADA. AUTOS PARA SEREM REMETIDOS AO JUÍZO A QUO PARA DECLINAR DA COMPETÊNCIA EM FAVOR DO JUÍZO DA COMARCA DO MUNICÍPIO DA CIDADE OCIDENTAL DO ESTADO DE GOIÁS. 1. Ressalte-se que a regra geral de fixação de competência nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é a do foro da situação da coisa. 2. Versando a causa sobre direito real, o Demandante não tem a faculdade de eleger foro diverso do da situação da coisa. 3. A competência para processar ação de adjudicação compulsória é absoluta, nos termos do art. 47 do Novo Código de Processo Civil. 4. "Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro da situação da coisa (fórum rei sitae), tendo em vista que o juiz desse lugar, por exercer ali sua função, tem melhores condições de julgar essas ações, aliado ao fato de que as provas, normalmente, são colhidas mais direta e facilmente. 5. Sendo a ação de adjudicação compulsória fundada em "jus possidendi", de natureza petitória, dominial, tem-se como competente o foro da situação da coisa.

ACÓRDÃO Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 7ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, ROMEU GONZAGA NEIVA - Relator, LEILA ARLANCH - 1º Vogal e GISLENE PINHEIRO - 2º Vogal, sob a Presidência da Senhor a Desembargadora GISLENE PINHEIRO, em proferir a seguinte decisão: CONHECIDO. SENTENÇA CASSADA. UNÂNIME., de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasília (DF), 22 de Agosto de 2018 Desembargador ROMEU GONZAGA NEIVA Relator RELATÓRIO Trata-se de ação proposta por Alex Júnior Tosatti contra Swiss Park Brasília Incorporadora LTDA, objetivando seja decretada a rescisão do contrato firmado entre as partes, de imóvel referente ao lote n.º 11, quadra 21, do Loteamento Parque do Distrito, que adquiriu pelo valor total de R$ 67.989,24 (sessenta e sete mil novecentos e oitenta e nove reais e vinte e quatro centavos). Afirma que a disponibilização do imóvel ficou pactuada para ocorrer até 28/02/2015. Alega que a requerida não disponibilizou a unidade na data pactuada. Sustenta que efetuou até o momento o pagamento de R$ 50.992,85 (cinquenta mil novecentos e noventa e dois reais e oitenta e cinco centavos) à requerida. Apresenta argumentos de direito que entende embasarem o seu pleito, alegando que, ante a mora da requerida, é cabível a rescisão contratual com a restituição integral dos valores pagos. Sustenta que a requerida é responsável pelo ressarcimento dos lucros cessantes suportados pelo autor ante o atraso na entrega da unidade. Ao final, requereu: a) tutela provisória para suspensão da exigibilidade das parcelas do contrato e para restituição de 90% do valor pago; b) decretação da rescisão contratual por culpa da ré; c) condenação da requerida à restituição dos valores pagos, totalizando R$ 50.992,85 (cinquenta mil novecentos e noventa e dois reais e oitenta e cinco centavos); d) condenação da requerida ao pagamento de R$ 500,00 (quinhentos reais) mensais a título de lucros cessantes, totalizando R$ 29.610,74 (vinte e nove mil seiscentos e dez reais e setenta e quatro centavos); e) condenação da requerida nas verbas sucumbenciais. Requerida a tutela de urgência esta foi indeferida. (ID 7901402). Citada a Requerida apresentou contestação suscitando preliminar de ilegitimidade ativa.

No mérito, refutou os argumentos fáticos e jurídicos da exordial, alegando que, não há que se falar em rescisão contratual eis que foi outorgada escritura pública de compra e venda ao autor, com pacto adjeto de alienação fiduciária, devendo ser aplicada a legislação de regência à consolidação da propriedade na alienação fiduciária. Rebateu o requerimento de lucros cessantes a serem indenizados na hipótese. Pugnou pela extinção do processo sem avanço ao mérito, pela improcedência do pedido autoral e pela condenação do requerente nas verbas sucumbenciais. Acrescento que o r. Sentenciante julgou improcedente o pedido do autor, resolvendo o processo com mérito, nos termos do artigo 487, I, do CPC. Confirmou a decisão de ID 7901402, que indeferiu a tutela provisória requerida, pelos seus próprios fundamentos. Condenou o Autor nas custas e nos honorários sucumbenciais, estes fixados 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, 2º, do CPC. Irresignado apela o Autor, requerendo a reforma da r. sentença monocrática para: 1. 2. 3. 4. 5. Reconhecer a aplicabilidade do CDC no caso concreto; Reconhecer a qualidade de destinatário final ao apelante, mediante inteligência do art. 2 da Lei 8.078/90 (CDC). Reconhecer que o contrato não se exauriu, posto que o próprio parcelamento se estende até 2024 e a propriedade do imóvel somente se consolida em favor do comprador após a quitação e liberação da garantia fiduciária; Reconhecer a falha na prestação do serviço por parte da incorporadora apelada, pelo efetivo atraso na entrega do imóvel livre e desimpedido; Declarar a rescisão do contrato de compra e venda com a condenação da incorporadora a devolver ao apelante a integralidade, em parcela única, dos valores pagos, em conformidade com a Súm. 543 do STJ. Preparo regular. Contrarrazões às fls. Num. 4352959 - Pág. 1 às Num. 4352959 - Pág. 11. É breve relato. VOTOS O Senhor Desembargador ROMEU GONZAGA NEIVA - Relator Trata-se de ação proposta por Alex Júnior Tosatti contra Swiss Park Brasília Incorporadora LTDA, objetivando seja decretada a rescisão do contrato firmado entre as partes, de imóvel referente ao lote n.º 11, quadra 21, do Loteamento Parque do Distrito, da Cidade Ocidental/GO. Antes de analisar o recurso apelativo, imprescindível que se faça algumas considerações.

Ressalte-se que a regra geral de fixação de competência nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é a do foro da situação da coisa. Versando a causa sobre direito real, o Demandante não tem a faculdade de eleger foro diverso do da situação da coisa. É a hipótese dos autos. Sobre o tema, confira-se o aresto: OBRIGAÇÃO DE FAZER - IMÓVEL - TRANSFERÊNCIA NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS - SITUAÇÃO DO BEM - ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA - COMPETÊNCIA ABSOLUTA - DECISÃO MANTIDA. 1) - Tem competência para julgar as ações que versem sobre direitos reais, ainda que decorrentes de direito obrigacional, o foro da situação do bem imóvel. 2) - A ação de adjudicação compulsória cuida de direitos reais, o que faz com que a competência tenha que ser fixada a favor da comarca onde se localiza o bem, como que o artigo 95 do CPC. 3) - Tratando-se de competência absoluta, não é possível a eleição do foro de domicílio do comprador. 4) - Recurso conhecido e não provido. (Acórdão n.629602, 20120020220604AGI, Relator: LUCIANO MOREIRA VASCONCELLOS, 5ª Turma Cível, Data de Julgamento: 24/10/2012, Publicado no DJE: 29/10/2012. Pág.: 93)(grifei) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. AÇÃO FUNDADA EM DIREITO DE PROPRIEDADE. COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA SITUAÇÃO DA COISA. ART. 95 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RÉU INTERDITADO. COMPETÊNCIA RELATIVA EM RELAÇÃO AO DOMICÍLIO DO REPRESENTANTE DO INTERDITADO. ART. 98 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SÚMULA Nº 33 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. O conflito consiste em definir se o foro competente seria o da situação do bem imóvel sob litígio ou o do juízo onde foi processado o feito de interdição do réu. 2. Acompetência para processar ação de adjudicação compulsória é absoluta, nos termos do art. 95 do Código de Processo Civil. 3.1 "Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro da situação da coisa (fórum rei sitae), tendo em vista que o juiz desse lugar, por exercer ali sua função, tem melhores condições de julgar essas ações, aliado ao fato de que as provas, normalmente, são colhidas mais direta e facilmente. Embora esteja topicamente no capitulo da competência territorial (relativa), trata-se de competência funcional, portanto absoluta, não admitindo prorrogação nem derrogação por vontade das partes" (in Código de Processo Civil, Nelson Nery Junior, RT 12ª edição, p. 423). 3. Ademais, é relativa a competência delineada no art. 98 do Código de Processo Civil, que dispõe que "A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu representante". 4. Embora o réu seja interditado, sendo a ação de adjudicação compulsória fundada em jus

possidendi, de natureza petitória, dominial, tem-se como competente o foro da situação da coisa. 5. Conflito de competência conhecido para declarar competente o d. Juízo de Direito suscitado, qual seja, 1ª Vara Cível, de Família e de Órfãos e Sucessões da Circunscrição Judiciária de Santa Maria. (Acórdão n.789980, 20140020040122CCP, Relator: JOÃO EGMONT, 1ª Câmara Cível, Data de Julgamento: 12/05/2014, Publicado no DJE: 20/05/2014. Pág.: 62)(grifei) Essa é a regra do artigo 47 do NCPC/2015 (art. 95 do CPC/1973) que estabelece, no particular, competência absoluta, e que pode ser declarada de ofício pelo magistrado, a qualquer tempo conforme o artigo 64, 1º e 3º, do NCPC (antigo art. 113 do Código de Processo Civil). Confira-se: Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. Art. 64, 1º. A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. (...) 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. Na hipótese dos autos, o imóvel objeto da discussão é situado na Cidade Ocidental/GO. Assim, o Juízo daquela Circunscrição é o competente para o julgamento desta demanda. Ante o exposto, casso a r. sentença monocrática e determino o retorno dos autos à instância a quo, para que seja RECONHECIDA a INCOMPETÊNCIA do Juízo da 1ª Vara Cível de Águas Claras, e para que seja DECLINADO DA COMPETÊNCIA em favor do Juízo da Vara Cível da Comarca do Município da Cidade Ocidental/GO, tudo com esteio no artigo 64, 1ºe 3º, do NCPC/2015 (antigo art. 113, 2º, do CPC/1973). É como voto. A Senhora Desembargadora LEILA ARLANCH - 1º Vogal Com o relator A Senhora Desembargadora GISLENE PINHEIRO - 2º Vogal Com o relator

DECISÃO CONHECIDO. SENTENÇA CASSADA. UNÂNIME.