GESTÃO TRIBUTÁRIA EM EMPRESAS DO SERTOR VAREJISTA DE ALIMENTOS



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Transcrição:

Faculdades Sudamérica Volume 6-2014 GESTÃO TRIBUTÁRIA EM EMPRESAS DO SERTOR VAREJISTA DE ALIMENTOS Cássio Roberto de Araújo Elielson Alves da Silva Fernando de Sousa Santana Giani Claudia Setto Vieira Wander José da Silva RESUMO Este artigo procura averiguar como é utilizada a gestão tributária nas empresas procurando identificar se o seu gestor possui algum conhecimento e interesse em relação a este assunto. Tem - se com como objetivo averiguar a utilização da gestão tributária das empresas no ramo de supermercados e minimercados do perímetro urbano de Lajinha - MG. Os resultados obtidos com a pesquisa revelam que as empresas envolvidas na pesquisa possuem conhecimentos sobre o assunto abordado e certo interesse sobre a área, porém, sua utilização não envolve todas as atividades da empresa, muitas das vezes sua realização é feita de maneira individual, não havendo uma conciliação entre as pessoas envolvidas, sendo este geralmente gestor e contador. Palavras chave: Gestão tributária. Planejamento Tributário. Tributos ABSTRACT This article seeks to explore how the tax management is used in companies seeking to identify if your manager has some knowledge and interest in this matter. Has - with the objective to investigate the use of tax management of companies in the business of supermarkets and mini markets of the urban perimeter Lajinha - MG. The results of the study reveal that the companies involved in the research have knowledge of the subject addressed and certain interest in the area, however, their use does not involve all activities of the company, often their achievement is made individually, not there is a reconciliation between the people involved, which is usually the manager and accountant. Keywords: Tax management. Tax Planning. taxes

2 1 INTRODUÇÃO Segundo SEBRAE (2010a), a gestão tributária exerce um papel vital dentro de uma empresa, pois, além do fato de reduzir ou controlar significativamente os tributos pagos, deve-se ainda analisar o contexto geral das operações em uma empresa. Através dela avalia-se o real custo-benefício, e serve também de apoio nas decisões e estratégias a serem seguidas. De acordo com Borges (1999), pelo fato dos tributos exercerem um papel importante nas empresas, fazem com que as organizações invistam mais em recursos, e passem a gerir com base em metas e estratégias, buscando no planejamento tributário, melhores formas e meios que anulem, reduzam ou adiem o ônus tributário. O papel da gestão tributária se torna muitas vezes o principal motivo de sobrevivência das empresas. De acordo com SEBRAE (2010a), avaliar de forma correta a tributação da empresa é o ponto chave entre o sucesso e o fracasso empresarial. Como lembra Andrade Filho (2009), as empresas têm como único auxílio à prática do planejamento tributário ou elisão fiscal, para redução da carga tributária por se tratar de algo lícito e sem penalidades futuras, pois, este visa minimizar os impostos através de brechas encontradas na legislação. Andrade Filho (2009), afirma que o ato de evasão ou sonegação, é ilícito e tal prática será penalizada de acordo com a lei, pois, causa enorme prejuízo ao governo e á sociedade como um todo. O presente estudo tem como objetivo principal identificar de que forma as empresas no ramo de supermercados e minimercados do perímetro urbano de Lajinha MG estão trabalhando a gestão tributária dentro de suas empresas. Seguindo neste viés em averiguar qual o conhecimento dos gestores e suas percepção em relação a utilização desta ferramenta. Diante disso podemos apresentar duas situações importantes, o primeiro é que os tributos representam o maior ônus dentro da empresa, e o segundo é que as

3 empresas devem ter consciência da sofisticação e complexidade de nossa legislação. Sendo assim, não se pode apenas ignorar esta realidade, é necessário que a cada dia se busque informações e conhecimentos para que assim possam estar preparados. Esta pesquisa se torna interessante para as empresas que buscam alternativas de reduzir seus tributos e que queiram agir de forma correta em relação ao fisco. Porém, para que tal atitude seja executada é necessário segundo Borges (1999), não pensar apenas em idéias criativas de reduzir tributos, mais sim de seguir regras como: verificar, examinar, analisar e investigar se tais práticas não infringem nenhuma lei. Atualmente as empresas vivem um momento de transformação, onde a era industrial vem sendo substituída pela era da informação, do conhecimento, as mudanças muitas vezes não são percebidas pelo fato de correr com grande velocidade. Sendo assim, esta pesquisa expõe às empresas a real situação e algumas medidas necessárias a serem tomadas sobre a gestão tributária (DUARTE, 2008). Portanto, este trabalho serve de alerta para as empresas, que não estejam preparadas. Como lembra Duarte (2008), no atual cenário, todas as empresas estão passando, por um Big Brother Fiscal, ou seja, as empresas estão sendo observadas vinte e quatro horas por dia pelo fisco. Com isso, qualquer informação adquirida a respeito deste assunto se torna imprescindível, caso as empresas queiram continuar no mercado. Sendo assim, nesta pesquisa serão demonstrados cuidados necessários, sendo exposto ao empresário que além da redução da carga tributária também deve se pensar em otimização, e que para gerir uma empresa deve se preocupar também com os métodos e procedimentos utilizados, se estes são legais, pois, de acordo com Amaro (2007), caso tais procedimentos sejam realizados de maneira errada, independente de ser com ou sem intenção, será caracterizado crime fiscal. A metodologia utilizada para realização da pesquisa foi, quanto aos procedimentos de coleta de dados, bibliográfica e quanto aos objetivos, descritiva. E também de levantamento de dados, através da aplicação de um formulário direcionado ao gestor da empresa.

4 2 GESTÃO TRIBUTÁRIA Conforme Padoveze (2004), os tributos permeiam todos os processos operacionais relacionados às atividades de compra e venda, gerando um grande impacto em todas as atividades da empresa, exigindo, assim, um gerenciamento eficaz, buscando otimização e redução do impacto financeiro ocasionado pelos tributos. De acordo com Fabretti (2006), o gestor tributário é o responsável em acompanhar e decidir qual melhor alternativa a ser tomada. Sua tarefa inicia desde a definição do planejamento tributário, e posteriormente seu gerenciamento em todos os processos dentro da empresa. Padoveze (2004, p.68) conceitua a gestão de tributos como: um acompanhamento sistemático de todos os impostos da corporação, empresa e estabelecimento. Fabretti (2006), afirma que o gestor deve estar presente em todos os processos envolvendo a tributação, organizando e verificando documentos comerciais e fiscais, analisando os tributos pagos e verificando as dezenas de informações exigidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais. Para Padoveze (2004), pela complexidade do assunto, é necessário que as empresas discutam e examinem sua situação em relação à carga tributária, periodicamente. Conforme Padoveze (2004), na gestão dos impostos deve haver a participação de todos da empresa, como: diretor, contador, responsável jurídico, se determinado assunto for relacionado a uma área específica, como, por exemplo, vendas; deve haver a colaboração do responsável pela emissão de nota fiscal. A gestão tributária se torna cada vez mais presente na vida das empresas, pois, através dela se define qual é o real custo do produto oferecido, facilitando nas tomadas de decisões. Portanto, quando mal administrada, poderá resultar em prejuízos. Serve também, de auxílio para que as empresas possam identificar

5 oportunidades tributárias e ameaças fiscais, ou seja, quando o gestor tributário se mantém atualizado das adversidades tributárias, evita possíveis penalidades e se mantém competitivo no mercado, pois, está preparado para tais acontecimentos (SEBRAE, 2010a). De acordo com Duarte (2010), atualmente a procura por uma boa gestão tributária vem se tornado comum, muitas empresas estão criando departamentos, com intuito de planejar a melhor decisão a ser tomada e com objetivo de reduzir o montante de tributos pagos pelas empresas, exigindo do gestor maior cuidado, pois, muitos empresários na pressa em reduzir os tributos acabam atropelando regras que devem ser seguidas, caso contrário seu gasto pode ser ainda maior. Conforme o SEBRAE (2010b), os contadores são parceiros da administração da empresa, sua função não se restringe somente a gerar impostos ou serem guarda livros, sua função principal é dar suporte ao gestor auxiliando e fornecendo informações para as tomadas de decisões. O valor pago em impostos vem despertando a atenção de muitas empresas, exigindo delas equipes e recursos cada vez maiores, com intuito de obter idéias e planos que conciliem os impostos pagos sem prejudicar o rendimento da empresa. Sendo assim, o planejamento tributário se torna cada vez mais necessário (BORGES, 1999). Neste processo de arrecadação, as empresas exercem o papel de contribuinte. E sofrem com as altas cargas tributárias. Como conseqüência, surge a necessidade de reduzirem o montante pago ao Estado, pois, a redução do ônus tributário, de maneira lícita, não se caracteriza como crime (ANDRADE FILHO, 2009). Neste contexto Corrêa (2006), afirma que o planejamento tributário é uma ferramenta estratégica da gestão empresarial. Seu foco está na redução da carga tributária de maneira legal, sem que o empresário corra risco em relação ao fisco. 3 MÉTODO DE PESQUISA

6 O presente estudo foi realizado no município de Lajinha - MG, envolvendo as empresas do ramo de supermercado e minimercados do perímetro urbano de Lajinha - MG. Para identificação da população e amostra foram consideradas todas as empresas com código e descrição da atividade econômica principal (CNAE-F 47.12-1-00 e 47.11-3-02) de comércio varejista de mercadoria em geral, com predominância em produtos alimentícios supermercados, minimercados, mercearias e armazéns, registradas na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Os pesquisadores fizeram visitas nas 23 (vinte e três) empresas selecionadas para se certificar se atividade exercida pela empresa condizia com o Cnae registrado na junta. Identificou-se que apenas 05 (cinco) dessas empresas realmente exerciam a atividade de supermercado e minimercados. Em relação aos métodos utilizados para a realização da pesquisa: quanto aos objetivos à pesquisa foi descritiva e quanto aos procedimentos de coleta de dados foi bibliográfica e de levantamento de dados. Descritiva, pois segundo Gil (2007 p. 42). as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. A pesquisa é de caráter descritivo, pois, procura identificar como as empresas no ramo de supermercados, minimercados do perímetro urbano da cidade de Lajinha - MG vem trabalhando a gestão tributária nas empresas. Segundo Gil, (2007), a pesquisa bibliográfica é embasada em estudos científicos que já foram publicados. Para a realização dessa pesquisa, foram utilizados materiais como: livros, revistas e artigos especializados impressos e eletrônicos. Segundo Marconi e Lakatos (2002), o formulário é o contato direto entre o pesquisador e o pesquisado, sendo preenchido pelo próprio entrevistador. Para a coleta de dados foi utilizado um formulário elaborado pelo pesquisador. O instrumento foi entregue pelos pesquisadores, no período de 01/11/2010 a 03/11/2010, aos gestores responsáveis pelas empresas no ramo de supermercados e minimercados do perímetro urbano de Lajinha- MG selecionados para compor a amostra.

7 Após a aplicação do formulário, os dados foram tabulados e analisados, quantitativa e qualitativamente, dando origem ao capítulo de discussão e análise dos resultados. 4 RESULTADOS OBTIDOS Diante dos resultados obtidos podemos percebe-se que das 05 empresas envolvidas no estudo, em 02 quem executa o seu gerenciamento é o sócio/gestor, em 03 das empresas possui um gestor contratado especificamente para realizar atividades administrativas. Em relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, foi observado que dentre as 05 empresas pesquisadas, 02 gestores possuem ensino médio completo, 02 gestores possuem ensino superior incompleto e 01 gestor possui ensino superior completo. Dentre das 05 empresas pesquisadas observa-se que todas as empresas atuam a mais de 10 anos no comércio varejista de produtos alimentícios. Em relação ao conhecimento sobre gestão tributária ou planejamento tributário, verificou-se que 04 das empresas envolvidas no estudo têm conhecimento e 01 das empresas não tem nenhum conhecimento sobre gestão tributária ou planejamento tributário. Foi observado que este assunto não se trata de algo totalmente desconhecido para os gestores, pois, a maioria demonstrou que detém algum conhecimento sobre o tema abordado, este fato é bastante importante, pois, nos revela que os gestores estão atentos aos acontecimentos e estão em buscar de alternativas que gerem benefícios para as empresas. Em relação ao regime de tributação da empresa, das 05 empresas entrevistadas 03 são optantes pelo simples nacional e 02 são optantes pelo lucro real. Em relação regime de tributação, nota-se que entre as empresas pesquisadas houve uma análise sobre qual é o melhor regime, pois, está pesquisa está relacionada a um mesmo ramo no caso mercado e minimercados, porém, pode-se observar que a escolhas diferentes sobre os regimes de tributação.

8 Em relação à forma de opção pelo regime de tributação da empresa, verificou-se que das 05 empresas envolvidas no estudo, 03 responderam que de acordo com o contador o regime utilizado é a melhor opção e 02 responderam que após analisar a empresa, o contador e ele concluíram que este é o regime que apresenta maiores vantagens para o negócio. Em relação à pergunta podemos observar que as empresas se preocupam, se sua atual forma de tributação é a mais viável, entretanto, em relação à tomada de decisão, nota-se que não há uma participação da maioria dos gestores, deixando apenas aos seus contadores avaliarem e estudarem sua situação, este fato deve ser analisado pelas empresas, pois, o apoio dos gestores e o seu acompanhamento são de fundamental importância. O resultado da análise da carga tributária; 01 empresa analisa somente a nota fiscal de entrada e acrescenta uma margem já pré definida, as 04 demais ao comprar a mercadoria é analisado a tributação do produto deste a entrada até a venda para posteriormente acrescentar nossa margem de lucro. Este resultado foi bastante satisfatório, pois, mostra que a maioria das empresas, ao precificar o produto faz uma análise da carga tributária deste a compra até sua venda, este fato é bastante importante, pois, conhecer o real valor do produto e imprescindível para as empresas se manterem vivas. Em relação às vantagens em um trabalho tributário dentro da empresa, verificou-se, dos entrevistados 04 consideram que há vantagens em quanto 01 não visualiza vantagens. Este resultado mostra que as empresas vêem a gestão tributária de forma positiva, este fato é de grande relevância no atual cenário, pois, mostra que os gestores observam que a gestão tributária não é apenas algo de exigência do fisco, pois, quando executadas de forma legal elas oferecem benefícios a empresas Dentre os quesitos expostos, 01 dos gestores disse que em nossa região faltam funcionários qualificados e os custos são muito altos. Como era esperado dentre os resultados obtidos possuem empresas que sentem dificuldade em aceitar a gestão tributária com algo benéfico para empresa, ou seja, elas não estão dispostas a investirem nesta atividade e não dão a devida importância a este assunto, sendo assim, fatalmente estas empresas estarão destinadas ao fracasso.

9 Em ralação se empresa possui um responsável pela área de tributação 04 empresas têm, porém, sua tarefa cabe somente a organização dos documentos necessários ao contador e apenas 01 dos 05 entrevistados tem um departamento responsável pela questão de tributação da empresa, presente desde o momento da compra até sua venda. Através do resultado obtido foi observado que apesar das empresas conhecerem um pouco a respeito do assunto, e se mostrarem preocupadas com sua tributação, este resultado nos reafirma o que foi mencionado anteriormente, onde inexiste a figura de um gestor tributário ativo dentro da empresa, está tarefa é desempenhada pelo contador da empresa não havendo nenhum trabalho interno, a empresa se preocupa em apenas organizar os documentos e entregar ao contador para que sejam realizadas as devidas obrigações. Ao questionar se as empresa já procuraram algum tipo de serviço especializado na área, dentre as 05 empresas pesquisadas, 03 já procuraram ajuda de um profissional da área de tributação e 02 empresas ainda não procuram ajuda de um profissional na área de tributação. Este resultado nos mostra que muitas das empresas já buscaram serviços externos que as auxiliasse em relação à tributação da empresa, este fato é bastante relevante, pois, mostra que as empresas estão procurando agir de forma correta e estão abertas a opiniões e possíveis mudanças, porém, não se trata da grande maioria, pois, uma boa parte nunca procurou nenhum profissional especializado em consultoria sobre está área. Verificou se os gestores buscam informações em sites, livros ou periódicos que possuam assuntos relacionados à tributação da empresa, 04 das empresas entrevistadas responderam que buscam informações e 01 empresa respondeu que não busca informações. Este resultado é bastante satisfatório, observamos que as maiorias das empresas procuram ler revista, livros relacionados a esta área, ou seja, é dada certa atenção a este assunto. Das 05 empresas entrevistadas, 04 responderam que procuraram o contador e fizeram uma análise para melhores benefícios para empresa em relação à tributação e 01 empresa respondeu que não. Podemos observar que apesar de não manter um trabalho tributário dentro da empresa, este resultado mostra que o gestor busca alternativa que tragam

10 benefícios para empresa, outro fato importante observado neste gráfico foi à existência de uma relação entre o gestor e o contador, este fato é bastante relevante, pois mostrar o real papel do contador em uma empresa. Quanto à participação das empresas em cursos ou palestradas sobre tributação, o resultado, mostra que das 05 empresas pesquisadas 04 já participaram, enquanto, 01 ainda não participou. Este resultado nos mostra que os empresários realmente estão procurando melhorar e estão em busca de alternativas, este fato é bastante satisfatório, pois, mostra que os gestores reconhecem a necessidade deste conhecimento. Em relação ao interesse em conhecer a tributação da empresa, mostra que das 05 empresas, 04 responderam que sim, 01 empresa respondeu que não possui interesse em conhecer melhor o processo de tributação de sua empresa. Com o resultado obtido pode-se confirmar que os gestores vêem a gestão tributária como uma necessidade e de maneira benéfica, estando disposto a melhorar cada vez mais, este resultado é bastante satisfatório, pois, mostra que apesar de se tratar de empresas localizadas no interior, estas empresas contam com gestores modernos e abertos a esta nova realidade Dentre os quesitos expostos, 01 dos gestores disse que os motivos que impedem de buscar conhecimento sobre tributação é a falta de tempo. Percebe-se que o número de empresas que não procuram conhecer melhor este assunto não se trata da realidade da grande maioria, e uns dos motivos citados acima é pela falta de tempo, porém, este fato se dá, conforme averiguado na questão 10, é que não existe um responsável pela área, sendo assim torna-se o tempo escasso surgindo então uma sobrecarga de tarefas, fazendo com que a empresa perca qualidade em uma função. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a análise e discussão dos dados coletados durante a pesquisa, notou-se que este assunto não é algo desconhecido para os empresários, pois, foi constatado que os gestores já vêm buscando conhecimento. Alguns dos principais meios utilizados são site especializado, livros, periódicos e participação em palestras.

11 Ao avaliar a percepção dos gestores, foi possível observar que estes veem de maneira positiva a gestão tributária. Os gestores realmente visualizam vantagens e benefícios. Um fato que merece destaque é que a maioria dos gestores já utilizou serviços de consultoria na área tributária, confirmando assim seu interesse no assunto, foi possível observar, também, que existe entre os gestores um interesse de conhecer melhor a tributação de suas empresas. Em relação á sua utilização, embora haja uma aceitação e uma procura em relação à gestão tributária, não existe uma aplicação dentro da empresa. Foi observado que não há uma participação e dedicação dos gestores em todos os processos que envolvem assuntos tributários dentro da empresa. Apesar de existir uma relação entre o gestor e contador, foi observado que ela não é presente em todos os processos no âmbito tributário, muitas das vezes os assuntos que envolvem a tributação da empresa é realizada de maneira individual, ou seja, não há um trabalho conjunto do contador e o gestor. Em algumas decisões o contador é responsável em decidir o que é bom, ou melhor, para a empresa em termos tributários, porém, esta tarefa quando desempenhada sozinha sem o acompanhamento do gestor, pode resultar em falhas, pois, os contadores não estão presentes diariamente dentro da empresa. O envolvimento do gestor no âmbito tributário aplica somente na hora de precificar o produto. Neste momento é realizado um estudo para definir o custo do produto, entretanto, como estas empresas não possuem um trabalho diário ou até mesmo um departamento somente para tal função, este trabalho fica prejudicado, pois, os assuntos relacionados à tributação são complexos e bastante variados de produto para produto. Com isso, se não houver um acompanhamento e um estudo minucioso as informações ficam distorcidas, resultando até mesmo em perdas financeiras. É importante salientar que a gestão tributária e planejamento tributário, estão em processo de evolução. Trata-se de um assunto atual, sendo assim, estas empresas estão no caminho certo, pois, conforme a análise, pode se observar que estas empresas estão em processo de adaptação e busca de conhecimento, e o mais importante é que estão dispostas a mudar e a aceitar esta nova fase. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

12 AMARO, L. Direito Tributário Brasileiro. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. ANDRADE FILHO, E. O. Planejamento Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009. BORGES, H. B. Planejamento Tributário: IPI, ICMS E ISS: economia, racionalização de procedimentos fiscais Relevantes Questões Tributárias. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. CORRÊA, A. C. M. Planejamento Tributário: Ferramenta estratégica da gestão empresarial. Revista Brasileira de Contabilidade. ano XXXV, n. 158, p. 57-72, mar. abr. 2006. DUARTE, R.D. Big Brother Fiscal na Era do Conhecimento. 2. ed. Belo Horizonte: Quanta editora e empreendimentos, 2008a. DUARTE, R. D. Os principais erros da gestão tributária e como resolvê-los. Financial Web. 2. ed. 30 dez. 2009. Disponível em: <http://www.robertodiasduarte.com.br/financialweb-os-principais-erros-da-gestaotributaria-e-como-resolve-los/>. Acesso em: 20 out. 2010. FABRETTI, L.C. Direito tributário Aplicado. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006b. GIL, A.C., Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. PADOVEZE, C. L. Controladoria básica. São Paulo: Thonson, 2004. SEBRAE, Gestão tributária e legislação. Disponível em: <http://www.sebraepr.com.br/portal/page/portal/portal_internet/principal20 09/BUSCA_TEXTO2009?codigo=986> Acesso em: 06 jun. 2010a. SEBRAE, Seu contador é seu parceiro na administração da sua empresa. Disponível em:

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