PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

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Transcrição:

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Organização para a Cooperação e Desenvolvimento e Governança Corporativa Jerônimo Henrique Portes Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara PUC-SP 2018

O que é? A foi criada no dia 30 de setembro de 1961 para substituir a Organização Europeia para a Cooperação Econômica (OECE), formada em 1948 com o objetivo de administrar o Plano Marshall no processo de reconstrução dos países europeus envolvidos na Segunda Guerra Mundial (1939 1945). A sede da OCDE está localizada na cidade de Paris, capital da França.

Missão A missão da é promover políticas que melhorem o bem-estar econômico e social das pessoas em todo o mundo.

Áreas de Atuação:

Membros 36 Países

Parceiros O Brasil, a Índia e a República Popular da China emergiram como novos gigantes econômicos. Os três, com a Indonésia e a África do Sul, são os principais parceiros da Organização e contribuem para o seu trabalho de forma sustentada e abrangente. Juntamente com eles, a OCDE traz em torno de sua mesa 39 países que respondem por 80% do comércio mundial e investimento, dando-lhe um papel fundamental na abordagem dos desafios que a economia mundial enfrenta.

TÓPICOS Agricultura e Pescas Indústria e empreendedorismo Suborno e corrupção Inovação Segurança Química e Biossegurança Seguros e pensões Concorrência Internet Governança corporativa Investimento Desenvolvimento Migração Economia Governança pública Educação Desenvolvimento regional, rural e urbano Emprego Reforma regulatória Meio Ambiente Ciência e Tecnologia Finança Questões sociais e de bem-estar Crescimento verde e desenvolvimento sustentável Imposto Saúde Comércio

Conselho O poder de decisão está investido no Conselho da OCDE. É composto por um representante por país membro e por um representante da Comissão Europeia. O Conselho reúne-se regularmente a nível de representantes permanentes junto da OCDE e as decisões são tomadas por consenso. Estas reuniões são presididas pelo Secretário-Geral da OCDE. O Conselho também se reúne em nível ministerial uma vez por ano para discutir questões fundamentais e estabelecer prioridades para o trabalho da OCDE. O trabalho mandatado pelo Conselho é executado pelo Secretariado da OCDE.

Comitês Representantes dos 36 países membros da OCDE reúnem-se em comitês especializados para avançar ideias e revisar o progresso em áreas políticas específicas, como economia, comércio, ciência, emprego, educação ou mercados financeiros. Existem cerca de 250 comissões, grupos de trabalho e grupos de especialistas. Cerca de 40.000 altos funcionários das administrações nacionais vão às reuniões do comité da OCDE todos os anos para solicitar, rever e contribuir para o trabalho realizado pelo Secretariado da OCDE. Quando voltam para casa, eles têm acesso on-line a documentos e podem trocar informações por meio de uma rede especial.

Conselho Angel Gurría chefia o Secretariado da OCDE e é assistido por um ou mais vice-secretários-gerais. O Sr. Gurría também preside o Conselho, fornecendo a ligação entre as delegações nacionais e o Secretariado. O Secretariado em Paris é composto por cerca de 2 500 funcionários que apoiam as actividades das comissões e realizam o trabalho em resposta às prioridades decididas pelo Conselho da OCDE. A equipe inclui economistas, advogados, cientistas e outros profissionais. A maioria dos funcionários está baseada em Paris, mas alguns trabalham em centros da OCDE em outros países.

A OCDE usa sua riqueza de informações em uma ampla gama de tópicos para ajudar os governos a promover a prosperidade e combater a pobreza por meio do crescimento econômico e da estabilidade financeira. Ajudamos a garantir que as implicações ambientais do desenvolvimento econômico e social sejam levadas em conta. O trabalho da OCDE baseia-se no monitoramento contínuo de eventos nos países membros, bem como fora da área da OCDE, e inclui projeções regulares de desenvolvimentos econômicos de curto e médio prazo. O Secretariado da OCDE coleta e analisa dados, após o que os comitês discutem a política referente a essas informações, o Conselho toma decisões e, em seguida, os governos implementam recomendações.

Revisão Por Pares O exame mútuo pelos governos, a supervisão multilateral e um processo de revisão por pares, através do qual o desempenho de cada país é monitorado por seus pares, todos realizados em nível de COMITÊ, estão no centro de nossa eficácia. Um exemplo do processo de revisão por pares notrabalho encontra-se nogrupo de Trabalho sobre Suborno, que monitora a implementação pelos países signatários da Convenção da OCDE sobre o Combate ao Suborno de Funcionários Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais.

Acordos, Normas e Recomendações As discussões no nível de comitê da OCDE às vezes evoluem para negociações em que os países da OCDE concordam com as regras do jogo para a cooperação internacional. Elas podem culminar em acordos formais de países, por exemplo, no combate ao suborno, nos acordos para créditos de exportação ou no tratamento de movimentos de capital. Podem produzir padrões e modelos, por exemplo, na aplicação de tratados bilaterais sobre tributação, ou recomendações, por exemplo, sobre a cooperação transfronteiriça na aplicação de leis a o spam. Eles também podem resultar em diretrizes, por exemplo, sobre governança corporativa ou práticas ambientais.

O que é Governança Corporativa? OCDE A boa governança corporativa não é um fim em si mesma. É um meio para apoiar a eficiência econômica, o crescimento sustentável e a estabilidade financeira. Facilita o acesso das empresas ao capital para investimentos de longo prazo e ajuda a garantir que os acionistas e outras partes interessadas que contribuem para o sucesso da corporação sejam tratados de maneira justa. Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades do sector público e privado são dirigidas e controladas. A estrutura da governança corporativa especifica a distribuição dos direitos e das responsabilidades entre os diversos atores da empresa, como, por exemplo: Conselho de Administração, Presidente e os Diretores, Acionistas, e Outros terceiros fornecedores de recursos.

O que é Governança Corporativa? Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. (IBGC, 2015)

O que é Governança Corporativa? Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente: transparência, equidade de tratamento dos acionistas e prestação de contas (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS CVM, 2002). Governança corporativa pode ser entendida como o conjunto de mecanismos de incentivo e controle, internos e externos, que visam a minimizar os custos decorrentes do problema de agência. (SILVEIRA, 2006)

Governança Corporativa x Gestão

Princípios de Governança Corporativa?

Contexto e estrutura do sistema de GC

REFERÊNCIAS CVM. Comissão de Valores Mobiliários, 2002. Disponível em:<http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/decisoes/anexos/0001/3935.pdf>. Acesso em: 27 out. 2018. IBGC. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. 5ª edição, São Paulo, 2015. OECD (2015), OECD Guidelines on Corporate Governance of State-Owned Enterprises, 2015 Edition, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/9789264244160-en. SILVEIRA, A. M. Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 397 p.