PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BOM NEGÓCIO PARANÁ NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ



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Transcrição:

1 PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BOM NEGÓCIO PARANÁ NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ Marta Paiz 1 Márcia Bonifácio Stooc 2 Adriana Picagevicz Mellk 3 Jaime Antonio Stoffel 4 Nelson Alpini 5 Área de conhecimento: Administração Eixo Temático: Outros (Gestão ambiental, Tecnologia da Informação, Ensino e Pesquisa em Administração, Associativismo) RESUMO O presente estudo tem como objetivo identificar o perfil dos empreendedores da Região Sudoeste do Paraná que participam do Programa de Capacitação Bom Negócio Paraná, destacando a importância da capacitação para estes empresários visando a melhoria e crescimento de seus empreendimentos. A maioria das empresas da Região são Micro e Pequenas, e isso evidencia a necessidade ainda maior dos empreendedores buscarem conhecimento tanto de seus ramos de atividade, quanto de gestão, para que as empresas se mantenham competitivas e se desenvolvem de forma sustentável. A metodologia utilizada na pesquisa foi bibliográfica, documental, e de campo através da aplicação de questionário para os participantes de turmas de cinco municípios da Região Sudoeste do Paraná, quais sejam, Francisco Beltrão, Pato Branco, Palmas, Realeza e Santo Antônio do Sudoeste. Os resultados da pesquisa apontam uma diversidade entre os participantes tanto em gênero, quanto em nível de escolaridade, tempo de atuação e ramos de atividade das empresas. Palavras-chave: Capacitação. Empreendedores. Gestão. Sustentabilidade Empresarial. INTRODUÇÃO O surgimento de novas empresas, ou o empreendedorismo vem aumentando a cada dia. Segundo Daft (2010) o empreendedor é aquele que reconhece uma oportunidade de negócio, e a realiza assumindo os riscos e recompensas associados. Hisrich (2009) complementa dizendo que a ação empreendedora é um comportamento que surge a partir de uma possível oportunidade de lucro arriscada e incerta. As micro e pequenas empresas (MPEs) representam um grande número de empreendimentos em funcionamento no Brasil, que contribuem com a economia do país representando 99% dos empreendimentos formais no Brasil (SEBRAE, 2013). Em conjunto, as micro e pequenas empresas contribuem com a geração de novos

2 empregos, inserção de inovações, estimulam a competição, concedem auxílio às grandes empresas e produzem bens e serviços com eficiência (LONGENECKER apud VIAPIANA, 2001). Lourenço (2006) apresenta que o perfil dos empresários brasileiros das micro e pequenas empresas, são de pessoas de espírito empreendedor que, um dia quiseram sair da informalidade, onde o encerramento poderia ser realizado a qualquer momento, sem grandes perdas financeiras ou morais, e obteve êxito em sua atividade, executando-a até hoje, buscando soluções para os problemas que surgem no cotidiano e administrando à sua maneira seu empreendimento. Puga (2000) apresenta que as micro e pequenas empresas apresentam um número elevado de mortalidade em comparação com empresas de maior porte, os empreendedores justificam que dentre as dificuldades encontradas, estão causas decorrentes de problemas financeiros, condições econômicas adversas, motivos internos e elevada carga tributária. Ercolin (2007) relaciona o fator de mortalidade das pequenas empresas com problemas ligados ao empreendedor, à empresa ou ambiente externo, os quais podem conduzir ao aceleramento a extinção da empresa. Lourenço (2006) apresenta como um dos fatores motivadores a mortalidade dos pequenos empreendimentos são decorrentes de problemas internos. Dentre eles estão a falta de discernimento (profissional x pessoal), onde o administrador do empreendimento, por várias vezes, toma decisões focado em sua vida pessoal. Pereira e Sousa (2009) destacam que já é registrado em diversas pesquisas, que o índice de mortalidade das MPE está diminuindo gradativamente, contudo no Brasil esse índice ainda é bem significativo, principalmente quando o empreendimento está no início, especialmente até os dois anos de existência, devendo o empreendedor atentar quais os principais fatores que levam a empresa à falência. Para a permanência e sucesso dos negócios, é imprescindível que os empreendedores obtenham conhecimento para administrar suas empresas, pois, a falta de conhecimento pode ocasionar dificuldades contribuindo até mesmo para mortalidade das mesmas. Considerando a importância das micro e pequenas empresas para a economia do Estado do Paraná, bem como a importância da capacitação dos

3 empresários para a gestão dessas empresas, e a necessidade de investimentos para atender esta demanda foi criado o Programa Bom Negócio Paraná. O objetivo do presente estudo é identificar o perfil dos participantes do programa de capacitação e concessão de crédito subsidiado, na Região Sudoeste do Estado. Inicialmente foram abordados conceitos de empreendedorismo e a importância das micro e pequenas empresas para a economia. Na sequência fez-se uma apresentação do Programa, seguida da apresentação dos dados informados pelos empreendedores de cada turma e posterior análise dos mesmos. A metodologia utilizada na pesquisa foi bibliográfica, documental, e de campo através da aplicação de questionário para os participantes das cinco turmas que representam a amostra. 1 O PROGRAMA BOM NEGÓCIO PARANÁ As micro e pequenas empresas são um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira, tanto por sua capacidade de gerar empregos e renda quanto pelo aumento do número de estabelecimentos nos últimos anos, tornando fundamental a capacitação de seus gestores, visando o crescimento, continuação e competitividade no mercado. Com o intuito de capacitar os empresários, foi criado um programa pela Prefeitura Municipal de Curitiba, em 2005, chamado de Bom Negócio Curitiba. Este teve como objetivo promover o desenvolvimento econômico local dos bairros, através da capacitação, consultoria e acompanhamento de empreendedores, fortalecendo as iniciativas que possam resultar na sustentabilidade das empresas e na geração de novos negócios. Com a finalidade de ampliar o programa e desenvolver a economia local e social, juntamente com a geração de emprego e renda, o governo do Estado do Paraná implantou o Programa Bom Negócio Paraná, direcionado às micro e pequenas empresas de todo o Estado. O Programa disponibiliza capacitação com módulos de Gestão de Negócios e Empreendedorismo, Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão de Pessoas e Gestão Estratégica, além de consultoria e acompanhamento de empresas, melhorando a gestão das mesmas e contribuindo

4 para a sustentabilidade dos negócios em cada região do Paraná. Os empresários que participam da capacitação podem ter acesso a linhas de crédito subsidiado através da Fomento Paraná e Banco do Empreendedor (SETI, 2013). 2 ANÁLISE E DISCUSSÃO Os dados que serão apresentados a seguir foram coletados através de um questionário pré-curso aplicado aos participantes de cinco turmas dos municípios de Francisco Beltrão, Palmas, Pato Branco, Realeza e Santo Antônio do Sudoeste. Os dados apontam o perfil dos empreendedores que tiveram participação na capacitação ofertada pelo Programa até o momento. A capacitação através do Programa Bom Negócio Paraná na Região Sudoeste do Estado está a cargo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) campus de Francisco Beltrão. Até o momento foram capacitados aproximadamente 300 empreendedores de seis municípios na Região. 2.1 Francisco Beltrão Um dos municípios atendidos pelo programa é Francisco Beltrão, o maior município da Região Sudoeste do Paraná. De acordo com o Censo 2010, sua população é de 78.943 habitantes, sendo formada em sua maioria por mulheres, correspondendo em números 39.985 mulheres e 38.958 homens. Quanto ao número de empresas atuantes, o município conta com 3.769 empresas (IBGE, 2013). Foram realizadas cinco turmas em Francisco Beltrão, mas para a amostra foram consideradas as três últimas até a data de elaboração do artigo, a maioria dos participantes são do sexo masculino totalizando 61% e 39% do sexo feminino. A faixa etária foi bem variada 27% estão na faixa de 18 a 30 anos e a maioria, 63%, tem entre 31 e 50 anos apenas 8% acima de 50 anos. Em termos de escolaridade 27% possuem ensino médio completo sendo que destes 2% tem formação em cursos técnicos, 22% possuem curso superior e destes alguns também possuem especialização. Dos empreendedores consultados 87% possuem empresas formalizadas, 4% ainda trabalham na informalidade, os demais são empregados que estão buscando capacitação com o intuito de abrir um negócio. Dentre as empresas pesquisadas,

5 42% são do comércio seguido por 32% de serviços e 16% da indústria. Quanto ao número de empregos gerados 55% possuem até 10 funcionários 13% possuem acima de 10 e 27% não possuem funcionários, cabe ressaltar, porém, que alguns que afirmaram não ter funcionários contam com apoio de familiares em seus negócios. Quanto ao tempo de atuação 32% das empresas estão atuando a mais de cinco anos no mercado o que, de acordo com estatísticas indica que já superaram o período mais crítico de maior risco de falência, 36% de dois a cinco anos e 29% estão iniciando suas atividades atuando no mercado a menos de dois anos, fase considerada crítica em termos de adaptação e superação de dificuldades. 2.2 Palmas O município de Palmas também beneficiado com o Programa, conta com uma população de 42.888 habitantes, sendo 21.183 homens e 21.705 mulheres. Quanto ao número de empresas, possui um total de 1.288 estabelecimentos, segundo Censo 2010 (IBGE, 2013). Nas turmas do programa de capacitação em Palmas, a maioria dos participantes 71% são do sexo masculino e 29% do sexo feminino. A faixa etária foi bem variada 29% estão na faixa de 18 a 30 anos e a maioria 50% tem entre 31 e 50 anos e 21% acima de 50 anos. Em termos de escolaridade 50% possuem ensino médio completo, 28% apenas concluíram o ensino fundamental e 15% nem chegaram a concluir o ensino fundamental, apenas 7% possuem um curso de graduação. Dos empreendedores consultados 64% possuem empresas formalizadas, 36% declararam ser autônomos alguns deles com empresas formalizadas e outros estão buscando capacitação com o intuito de formalizar seu negócio. Dentre as empresas pesquisadas 57% são do comércio seguido por 29% de serviços os demais atuam no comércio e serviços. Quanto ao número de empregos gerados 43% possuem até três funcionários e 57% não possuem funcionários. Quanto ao tempo de atuação 50% das empresas estão atuando a mais de cinco anos no mercado, 15% de dois a cinco anos e 35% estão iniciando suas atividades, atuando a menos de dois anos.

6 O baixo nível de escolaridade apresentado nesta turma, associado ao fato de 50% deles estarem atuando a menos de cinco anos, reforça a necessidade de formação gerencial para a melhoria da gestão e preparo para a utilização do crédito que poderão requerer após a conclusão do curso de capacitação. 2.3 Pato Branco Pato Branco, o segundo maior município da Região em termos populacional, também tem sido atendido pelo Programa. Conforme Censo 2010, possui 72.370 habitantes, essa população é formada em sua maioria por mulheres, em números 34.984 homens e 37.386 mulheres. O município possui 3.879 empresas formais em atividade (IBGE, 2013). No quesito de idade a turma foi diversificada, constando pessoas de todas as faixas etárias, 38% tem idade entre 18 e 30 anos, 42 % tem entre 31 e 50 anos apenas 16% acima de 50 anos. Quanto ao gênero há uma equiparação sendo 50% dos participantes do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Quanto a escolaridade a metade dos empreendedores, ou seja, 50% possuem ensino superior e destes aproximadamente metade com especialização, não foi constatada a presença de empresários com escolarização inferior ao ensino fundamental completo, alguns concluíram o ensino médio e outros ao menos iniciaram. As empresas formalizadas correspondem a 65% da amostra, não houve na turma registro de empresas informais, 35% são empregados que estão buscando capacitação com o intuito de abrir o próprio negócio. Dentre as empresas pesquisadas 38% são do comércio seguido por 23% de serviços e 19% indústria. Algumas ainda atuam em dois segmentos 12% comércio e serviços e 8% indústria e comércio. Quanto ao tempo de atuação 46% das empresas estão atuando a mais de cinco anos no mercado, 15% de dois a cinco anos e 39% iniciaram suas atividades a menos de dois anos. Quanto ao número de empregos gerados 54% possuem até dez funcionários 19% possuem mais que dez funcionários e 19% não possuem funcionários.

7 2.4 Realeza A cidade de Realeza foi uma das ultimas atendida pelo Programa até a elaboração do artigo. A população da cidade é de 16.129 habitantes, sendo destes 7.899 mulheres e 8.230 homens. No quesito de idade a turma foi diversificada, constando pessoas de todas as faixas etárias, 26% tem idade entre 18 e 30 anos, 58 % tem entre 31 e 50 anos apenas 13% acima de 50 anos. Quanto ao gênero 59% dos participantes do sexo masculino e 41% do sexo feminino. No que se refere a escolaridade a maioria dos empreendedores, 50% possuem ensino médio, 16% possuem ensino superior e destes 3% fizeram especialização, os demais alguns concluiram o ensino fundamental outros não. As empresas formalizadas somam 37% da amostra, os demais são empregados em sua maioria com carteira assinada que estão buscando capacitação com o intuito de abrir o próprio negócio. Não houve na turma registro de empresas informais. Dentre as empresas pesquisadas 53% são do comércio seguido por 42% de serviços e 5% indústria. Algumas ainda atuam em dois segmentos sendo 5% na indústria e comércio. Entre as empresas pesquisadas 50% estão atuando a mais de cinco anos no mercado, 26% de dois a cinco anos e 24% iniciaram suas atividades a menos de dois anos. Quanto ao número de empregos gerados 55% possuem até dez funcionários 8% possuem mais que dez funcionários e 26% não possuem funcionários. 2.5 Santo Antônio do Sudoeste Santo Antônio do Sudoeste é um município situado na fronteira do estado do Paraná com o estado de Santa Catarina e com a Argentina. A população registrada no Censo 2010 é de 18.608 habitantes, sendo 9.118 homens e 9.490 mulheres. Em relação ao gênero dos participantes foi predominante a participação feminina representando 57% comparado aos participantes do sexo masculino que

8 representaram 43% da amostra. Foi identificado um público jovem, pois 66% dos participantes entre 18 a 40 anos, seguido do público com idade entre 41 e 50 anos correspondendo a 15% e apenas 6% acima de 50 anos. O nível de escolaridade da turma prevaleceu os que possuem ensino médio completo com 26%, e um número considerável de participantes com superior incompleto 18%, não sendo possível identificar se os mesmos desistiram da graduação ou durante a realização do curso ainda não haviam concluído, 13% concluíram o ensino superior, 23% informaram ter concluído o ensino fundamental. Como o curso é destinado aos micro e pequenos empreendedores, 71% dos participantes possui empresa, dessas empresas a maioria, 31% são com mais de 10 anos de atuação, 28% das empresas ainda se encontram na faixa de risco, que são os dois primeiros anos, 23% possuem de 2 a 5 anos e 18% de 6 a 10 anos de empresa. Dos 71% que possuem empresas, a maioria atua no comércio (45%), no setor de serviços são 24% e indústria 13%, 16% atuam nos ramos de indústria e comércio. Destas 56% são empresas formalizadas, 5% ainda atuam na informalidade e os demais participantes da capacitação estão em busca de capacitação para abertura de seus negócios futuramente. Mesmo com um percentual significativo de empresas atuando por mais de 10 anos, pode-se afirmar que o quadro de funcionários é restrito, sendo que 41% possuem até três funcionários e 28% não possuem funcionários, nenhuma das empresas participantes informaram ter mais de 20 funcionários. CONSIDERAÇÕES FINAIS A maioria das empresas da Região Sudoeste do Paraná são micro empresas (MPEs), Empresas de Pequeno Porte (EPP) ou ainda Empresários Individuais (EI). Muitas delas estão no mercado a menos de cinco anos, conforme dados apresentados, o que indica que ainda estão em fase de adaptação e mais suscetíveis as variações do mercado. Dessa forma, correm mais riscos de não resistirem às adversidades, o que justifica a necessidade de capacitação, bem como

9 acesso a créditos com juros baixos, visando o fortalecimento dessas empresas, na busca de um desenvolvimento mais sustentável. Considerando os dados apresentados pode-se afirmar que há uma variação na faixa etária dos pesquisados demonstrando que tem aumentado o número de empreendedores mais jovens. Além disso, é possível perceber a presença das mulheres empreendedoras no mundo dos negócios em algumas turmas se equiparando aos homens em número de participantes. Em todas as turmas o setor da economia que prevalece é o comércio seguido, de serviços e indústria, algumas delas atuando em dois setores. Embora os índices de escolarização superior sejam relevantes entre os respondentes, pôde-se concluir, durante a capacitação, que as formações são diversificadas, a maioria dos empreendedores possui formação técnica nas suas áreas de atuação, mas necessitam de capacitação para a gestão de suas empresas, o que vem a confirmar a importância do Programa. O índice de informalidade na maioria das turmas é baixo ou quase inexistente. Importante salientar a presença de pessoas na capacitação, que hoje ainda trabalham como empregados, mas que estão buscando conhecimento para futuramente abrirem seus negócios. REFERÊNCIAS DAFT, Richard L. Administração. São Paulo: Cengage Learning, 2010. ERCOLIN, C. A. Fatores financeiros determinantes da mortalidade de micro e pequenas empresas. São Paulo, 2007. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/.../dissecarlosercolin.pdf> em: Acesso em: 03/08/2013. HISRICH, R. D. et al. Empreendedorismo. 7. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat. Acesso em 01/04/2013. LOURENÇO, D. F. C. A falta de planejamento como fator determinante para a não sobrevivência da micro e pequena empresa brasileira. Técnicas de planejamento para as micro e pequenas empresas brasileiras. São José dos Campos, 2006. Monografia de conclusão do curso de Controladoria e Administração Financeira. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/4132f65f53dfe44a0325713500 031F61/$File/NT000AF29A.pdf>. Acesso em: 03/08/2013.

10 PEREIRA, R. C. M.; SOUZA, P. A. Fatores de mortalidade de micro e pequenas empresas: um estudo sobre o setor de serviços. SEGeT Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2009. Disponível em: <http://ww.aedb.br/seget/artigos09/195_mortalidade_nas_mpes.pdf>. Acesso em: 03/08/2013. PUGA, F. P. Experiência de apoio às micro, pequenas e médias empresas nos Estados Unidos, na Itália e em Taiwan. Rio de Janeiro: BNDS, 2000. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/sitebndes/export/sites/default/bndes_pt/galerias/arquivo s/conhecimento/td/td-75.pdf>. Acesso em: 03/08/2013. SEBRAE. Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas empresas. Disponível em: <http://leigeral.sp.sebrae.com.br/publicacoes/publicacoes.aspx>. Acesso em: 01/04/2013. SETI. Secretaria da Ciência Tecnologia e Ensino Superior http://www.seim.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=220. Acesso em 27/03/2013 VIAPIANA, C. Fatores de sucesso e fracasso da micro e pequena empresa. ANAIS DO II EGEPE, p. 505-525, Londrina/PR, Novembro/2001