Competências brasileiras na exportação de software. Cíntia Borges Ferreira

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Transcrição:

Competências brasileiras na exportação de software 00101001101011011010010101 001010101010101010010 00101001101011011010010101 0101010101111001 0010001110110100101010010 01010101010100100000111100 0 00011110 011011 Cíntia Borges Ferreira

Introdução Balança de serviços: vantagens apesar dos déficits. Quanto maior a capacitação tecnológica, mais especializado é o conhecimento profissional e mais desenvolvidas são as habilidades que sustentam as rotinas de produção. (Furtado, 1994; Gomel, 2005). Em 2007 a exportação de softwares brasileiros chegou a uma cifra superior a US$ 800 milhões, de acordo com dados da Brasscom (2009).

Balança comercial de serviços Fonte: Banco Central, 2009

SETOR DE SOFTWARE Softwares: toda a documentação e dados necessários para a operação dos programas. Softwares de pacote: transpõem as fronteiras do país de origem. Softwares sob encomenda: estes podem ou não passar pelas alfândegas. Softwares embarcados: referem-se a todos os programas instalados em equipamentos eletrônicos.

EXPORTAÇÃO DE SOFTWARE Diferenças por países: Maiores exportadores: Estados Unidos, França, Alemanha e Japão, mais países como a Índia, Irlanda e Israel. Fase de transição: Rússia e China. Países com pouca participação nas exportações: BRASIL, Costa Rica, México, Filipinas entre outros. Para destacar essa classificação, o autor considerou três critérios: a maturidade voltada há quantos anos o país exporta; a participação em arranjos locais e o total de exportações em dólares.

COMPETÊNCIAS X CAPACIDADES TECNOLÓGICAS Competências organizacionais: critérios considerados para o sucesso empresarial. Para a competência ser considerada essencial, o conhecimento obtido do processo deve estar acompanhado de um processo de aprendizagem, que envolve descobrimento/inovação e capacitação de recursos. (Porton, Figueiredo e Sorat, 2008, p.4).

As competências para esse estudo serão as variáveis influentes dos ambientes institucional, tecnológico e organizacional, sendo esse último formado a partir da correlação do termo com o de capacidade. Como o tema em estudo é sobre software, optou-se por analisar as capacidades tecnológicas e como essas podem compor o cenário de uma nação.

CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA Autor Sanjaya Lall (1992) André Furtado (1994) Bell e Pavitt (1995) Amorim (2005) Definição Capacidades organizacionais e nacionais: investimento, capital humano e conquista tecnológica. Âmbito empresarial: capacitação em produção, subdividida em produto e processo; a capacitação em projeto; capacitação em P&D e capacitação em recursos humanos. Conhecimento humano: saber, a especialização e a experiência, que somados a estrutura institucional e seu aprendizado interno, entre empresas e fora dela. Empresa: pessoas, o marketing, as finanças, as estratégias, os processos e a gerência. Produto: estágio de desenvolvimento, comercialização atual, países alvo, idioma, design, aspectos jurídicos e barreiras as exportações

MODELO CONCEITUAL COMPETÊNCIAS BRASILEIRAS Capacitação tecnológica Ambiente Institucional Ambiente Tecnológico Ambiente Organizacional Leis IED Certificações Financiamentos Estado da tecnologia P&D Pessoas Parcerias Produto Estratégias Fonte: própria pesquisa

INDICADORES COMPETÊNCIAS TECNOLÓGICAS PESSOAS PARCERIA PRODUTO ESTRATÉGIAS CONHECIMENTO CIENTÍFICO COMERCIALIZAÇÃO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO CLIENTE EXPERIÊNCIA NA ÁREA INVESTIMENTO FINANCEIRO TIPO DE SOFTWARE COMERCIALIZADO PREÇO PROFICIÊNCIA NA LÍNGUA INGLESA AQUISIÇÃO TECNOLÓGICA BARREIRAS E OPORTUNIDADES PARA COMERCIALIZAÇÃO EXTERNA CANAIS DE COMERCIALIZAÇÃO RECICLAGEM (TREINAMENTOS E CURSOS) VOLUME EXPORTADO CONHECIMENTO PAÍSES ALVO

UNIDADES DE OBSERVAÇÃO Conceito de exportação: ampliada. Definição das empresas: de capital majoritário nacional. Excluiu-se as multinacionais e do setor público. Porte das empresas: não foi considerado. Universo: não quantificável Amostra: 40 empresas obtendo retorno de 33. Acttive, Altus, Arcadian Tecnologia, BRQ, Cast, Cesar, Ci&T, CPM Braxis, Datasul, Dígitro, Disoft, DTS Consulting, E-core, Elipse, Eversystems, HS Informática, Itautec, Light Infocon, Modulo, Octus, Orbisat, Politec, Pollux, Positivo, Resource, Salles, Secrel, Sira, Smar, Stefanini, Tivit, Totvs, Virtus (Automatos e Visionaire).

TÉCNICA DE COLETA DE DADOS 1º momento: busca por informações junto as bases de dados (Banco Central, Unctad, OMC, Softex e Brasscon). 2º momento: contato com as empresas 1ª parte: pesquisa pelos sites das empresas em busca de informações relevantes. 2ª parte: contato por telefone e envio dos questionários Resistência das empresas.

AMBIENTE INSTITUCIONAL Lei 8.248 de 1991, complementação com a Lei 10.176 de 2001. Financiamentos: muita burocracia e jogo de interesses. Preferência pelos bancários. Certificações: ISO e CMM (91%), porém os estágios de desenvolvimento são inferiores. Alto custo de manutenção. IED: aumento mas foco em tecnologia ainda é pequeno.

AMBIENTE TECNOLÓGICO Desenvolvimento da tecnologia: estado da arte. Investimento em P&D: acima do exigido pela legislação.

AMBIENTE ORGANIZACIONAL Predominância pelas empresas de médio (12,2%) e grande porte (84,8%). Período em que iniciaram as atividades de exportação: após abertura do mercado. Localização das matrizes: regiões Sul e Sudeste próximas a polos de informática. Capacitação dos profissionais fora do país. Posicionamento da empresa quanto qualificação dos profissionais.

Parcerias: associações com Brasscon e Softex Tipo de software exportado: 90,9% exportam software de pacote, 96,96% software sob encomenda e 81,81% software embarcado 35% comercializam apenas os produtos ou serviços, enquanto 65% além de vender para o exterior, fazem também outras atividades como desenvolvimento de produtos, codificação de programas e assessoria aos clientes.

Benefícios: troca de informações e inovações tecnológicas e parcerias para comercialização em outros mercados Barreiras: imagem do país no mercado externo, que ainda é limitada e distante da correlação com tecnologia; a exigência de alguns importadores sobre a plataforma para desenvolvimento dos software.

Exportações das empresas estudadas: 14% das empresas assumiram valores de até US$ 10 milhões, 45% valores entre US$ 10 e 50 milhões e 61% acima de US$ 90 milhões. Exportação de software embarcado ligados a informática, incluído no capítulo 84 da NCM: aproximadamente US$ 457 milhões em 2007. Exportação das grandes empresas associadas a Brasscon em 2007: US$ 800 milhões.

Diversificação dos mercados de destino. Presença de subsidiárias no mercado externo. Estratégias: mesmo querendo mostrar a importância de sua empresa quanto ao desenvolvimento, os profissionais da área de negócios internacionais desacreditam do potencial existente, o que pode ser visualizado em diversas questões como a de qualidade do produto, onde 48,4% apontaram que discordam da afirmativa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Com uma análise mais detalhada do setor, é possível perceber suas vantagens tanto econômicas como social, a começar pela corrente de comércio favorável, pelo número de empregos, pela aquisição tecnológica e informacional, pela troca de experiências, relações diplomáticas entre países, atração de IED, percebe-se que muito se tem de competente nessa atividade.

Análise institucional: Vantagens: estabilidade política e ambiental; boa localização geográfica; infra-estrutura de transações eletrônicas com elevado número de acessos a internet; baixos custos de treinamento e aperfeiçoamento dos profissionais, assim como de redes de telecomunicação; boa adaptação as diferentes culturas; sistema bancário e governamental de destaque no mundo, além de um grande número de profissionais na área. Desvantagens: certificações e financiamentos. Propostas: Siscoserv, difusão das informações e facilitação do acesso as certificações.

Análise tecnológica: Vantagens: parcerias e acordos no mercado externo. Desvantagens: atraso tecnológico. Propostas: incentivar as parcerias e acordos.

Análise organizacional: Vantagens: valores comercializados, aquisições tecnológicas e informacionais, parcerias, diversificação de mercados, entrada em outros países, divulgação dos produtos e consequente marca Brasil. Desvantagens: retoma-se aos ambientes institucional e tecnológico atuar frente a concorrência. Propostas: redução /isenção dos impostos sobre as atividades de exportação e importação. O Brasil é sim competente no setor, podendo atingir as expectativas da Brasscon em assumir a 3ª posição dos maiores exportadores de software.

Obrigada! Cíntia Borges Ferreira cintiabferreira@hotmail.com 00101001101011011010010101 001010101010101010010 00101001101011011010010101 0101010101111001 0010001110110100101010010 01010101010100100000111100 0 00011110 011011