Aposentadoria Especial

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Transcrição:

Continuação... Aposentadoria Especial Art. 246, da IN INSS/PRES 77/2015. A concessão de aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, dependerá de caracterização da atividade exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período de quinze, vinte ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme o caso, podendo ser enquadrado nesta condição: I - por categoria profissional até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, conforme critérios disciplinados nos arts. 269 a 275 desta IN; e ou II - por exposição à agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou a associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, em qualquer época, conforme critérios disciplinados nos arts. 276 a 290 desta IN. Beneficiários da Aposentadoria Especial Art. 247, da IN INSS/PRES 77/2015 traz rol de quais segurados teriam direito a aposentadoria especial. Art. 247. A aposentadoria especial será devida, somente, aos segurados: I - empregado; II - trabalhador avulso; III - contribuinte individual por categoria profissional até 28 de abril de 1995; e IV - contribuinte individual cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de produção, para requerimentos a partir de 13 de dezembro de 2002, data da publicação da MP nº 83, de 2002, por exposição à agente(s) nocivo(s). Perceba que a IN 77/2015 exclui a contagem de tempo especial para os outros contribuintes individuais não cooperados. Porém, como sabemos, os médicos e dentistas por exemplo, mesmo que não cooperados, muito provavelmente estarão sujeitos à agentes nocivos que colocam em risco a sua saúde no exercício de sua atividade laborativa.

O empregado doméstico, também está excluído. O facultativo também não consta no rol, mas como ele não trabalha, é justificável ele não estar aqui. O segurado especial (trabalhador da agropecuária ou da pesca) também não está aqui. Essas exclusões são inconstitucionais. Normas que fundamentam a impossibilidade de exclusão de qualquer espécie de segurado: Art. 201, p. 1 da CF/1988, Art. 5 caput da CF/1988 (Principio da Isonomia), Art. 57 da Lei 8.213/91, Art. 18 da Lei de Benefícios. Motivos para o INSS não aceitar o cômputo como especial pelos segurados indicados acima: 1) por que não teria um responsável para a emissão do documento comprobatório do tempo especial e 2) por falta de fonte de custeio (art. 22, II da Lei de Custeio (RAT)). Doutrina e jurisprudência dizem que não há razão para essas exclusões do rol de beneficiários. Súmula 62, da TNU: O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física." (DOU 03.07.2012) STJ também tem jurisprudência nesse sentido: STJ REsp 1.540.963. Perceba que é ônus do segurado contribuinte individual fazer prova da atividade especial. Algumas formas de comprovar atividade especial para contribuinte individual: 1. Notas Fiscais de compras de produtos específicos da atividade; 2. Certidão do órgão de classe (CRO, CRM, CNH profissional, etc.); 3. Diploma universitário, informando a graduação na atividade especial, se for o caso; 4. Certificados de especialização de cursos durante a vida laboral;

5. Inscrição na Prefeitura e respectivos impostos (ISS, TL); 6. Contratar empresa de saúde e segurança do trabalho para elaboração de PPRA e PCMSO; 7. Testemunhas; 8. Prova pericial judicial; 9. Contrato de prestação de serviço; 10. Laudo da empresa tomadora do serviço; 11. Fretes (no caso de motorista de caminhão); 12. Inscrição no INSS de autônomo; 13. Fichas dos pacientes atendidos (uma por ano), no caso de dentista ou médico. (deve ser apresentada em sigilo) *** Fonte: Professora Adriane Bramante Administrativamente só é possível computar como especial tempo de contribuinte individual não cooperado para períodos até 28.04.1995 por categoria profissional Aposentado na aposentadoria especial pode continuar trabalhando em atividade especial? Art. 57, 8º e 46, da Lei 8.213/91: 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. Quem se aposenta na especial (B46) não pode continuar trabalhando em atividade especial. Tem um recurso extraordinário pendente de julgamento com repercussão geral sobre o tema - RE 791.961/PR.

Precedente: O TRF-4 entende que essa proibição é inconstitucional (Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade 5001401-77.2012.404.0000 e Apelação/Reexame necessário 5000262-89.2010.404.7104). Caso o INSS tome conhecimento que a pessoa que se aposentou como especial voltou a exercer atividade especial, ele irá suspender o benefício (se a pessoa abandonar a atividade especial, o benefício volta a ser pago). A lei fala em cancelamento e alguns tratam na doutrina como cessação, mas o professor defende que na verdade é uma suspensão, visto que parando de laborar em atividade especial o benefício é restabelecido. No período em que o aposentado pela especial exerceu atividade especial, no entendimento do INSS, o pagamento da aposentadoria foi indevido, logo teria que restituir o INSS dos valores recebidos de benefício. Então são duas consequências: ter o beneficio suspenso e ter que devolver os valores pagos de aposentadoria. DICA DO SODERO: Quando reconhecemos o tempo como especial, podemos converter esse tempo em comum para buscar a aposentadoria por tempo de contribuição. Se converto tempo especial em tempo comum (mesmo se tiver mais de 25 anos de tempo isso é possível), podemos chegar a tempo suficiente a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e posso requerer essa modalidade de aposentadoria e aqui não terei a proibição da lei de continuar laborando na atividade especial. Se chegar nos 86/96 (2019) pontos consigo a exclusão do fator previdenciário. Caso não seja interessante para o cliente, posso ainda oferecer outro serviço: pedir em juízo a averbação desse tempo como especial para deixar essa averbação já realizada. Pode ainda, entrar com o pedido de aposentadoria especial condicionada a declaração incidentalmente da inconstitucionalidade do Art. 57, 8º, da Lei 8.213/91, caso não haja essa declaração, pode pedir subsidiariamente apenas a averbação desse tempo. A empresa não é obrigada a demitir um trabalhador porque ele se aposentou na especial. Então fique atento, pois podemos estar diante de uma situação em que o trabalhador terá que pedir demissão, o que pode gerar ônus financeiros para ele.

LAUDO TÉCNICO: A Lei 9.528, de 10.12.1997, alterou a redação do art. 58, 1º, da Lei 8.213/91, passando a exigir que o formulário comprobatório do tempo especial fosse emitido com base em Laudo Técnico LTCAT O PPP precisa estar embasado em informações do laudo técnico. Isso sempre foi assim para o ruído e segundo alguns doutrinadores, também para o calor e o frio. O documento deve estar embasado no laudo, isso não significa que além do PPP preciso ter que apresentar o LTCAT conjuntamente com o PPP (art. 58, p.1 da Lei de Benefícios). Administrativamente, a questão é tratada no art. 258 da IN 77/2015. Esse art. vai trazer a indicação dos documentos que são necessários para comprovar atividade especial Art. 258. Para caracterizar o exercício de atividade sujeita a condições especiais o segurado empregado ou trabalhador avulso deverá apresentar, original ou cópia autenticada da Carteira Profissional - CP ou da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, observado o art. 246, acompanhada dos seguintes documentos: I - para períodos laborados até 28 de abril de 1995, véspera da publicação da Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995: a) os antigos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais emitidos até 31 de dezembro de 2003, e quando se tratar de exposição ao agente físico ruído, será obrigatória a apresentação, também, do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT; ou Perceba que a IN indica que quando o agente for ruído, além do PPP será necessário apresentar o LTCAT. b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir de 1 de janeiro de 2004; Perceba que a IN77 na verdade diz, ou os formulários ou o PPP e aqui não condiciona a apresentação de laudo. II - para períodos laborados entre 29 de abril de 1995, data da publicação da Lei nº 9.032, de 1995, a 13 de outubro de 1996, véspera da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de 1996: a) os antigos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais emitidos até 31 de dezembro de 2003, e quando se tratar de exposição ao agente físico ruído, será obrigatória a apresentação do LTCAT ou demais demonstrações ambientais arroladas no inciso V do caput do art. 261; ou

b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir de 1 de janeiro de 2004; Novamente o PPP aparece aqui sem ser condicionado a apresentação de nenhum outro laudo. III - para períodos laborados entre 14 de outubro de 1996, data da publicação da MP nº 1.523, de 11 de outubro de 1996 a 31 de dezembro de 2003, data estabelecida pelo INSS em conformidade com o determinado pelo 3º do art. 68 do RPS: a) os antigos formulários de reconhecimento de períodos laborados em condições especiais emitidos até 31 de dezembro de 2003 e, LTCAT para exposição a qualquer agente nocivo ou demais demonstrações ambientais arroladas no inciso V do caput do art. 261; ou b) Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP emitido a partir de 1 de janeiro de 2004; Novamente o PPP aparece aqui sem ser condicionado a apresentação de nenhum outro laudo. IV - para períodos laborados a partir de 1º de janeiro de 2004, o documento a ser apresentado deverá ser o PPP, conforme estabelecido por meio da Instrução Normativa INSS/DC nº 99, de 5 de dezembro de 2003, em cumprimento ao 3º do art. 68 do RPS. STJ no julgamento do Pet 10.262/RS entendeu que o PPP é documento suficiente a comprovação a atividade especial. CNIS com indicação IEAN significa que a empresa contribuiu com o RAT (Art. 22, II da Lei de Custeio). Na GFIP que é a guia que a empresa declara suas contribuições sociais no mês, nos temos algo que identifica se houve ou não a contribuição daquele adicional previsto. Os códigos e os significados se encontram na tabela abaixo

OBS.: Pode ser que mesmo com a contribuição o INSS não reconheça o tempo como especial DICAS: STJ tem precedente que é que possível fazer perícia indireta ou por similaridade. A prova do tempo especial pode ser extemporânea. Súmula 68, da TNU: O laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à comprovação da atividade especial do segurado. O tempo especial já decidido em processo anterior não será reanalisado e sim apenas reafirmado. Previsão: Memorando Circular Conjunto 24 DIRBEN/DIRSAT/INSS, de 25 de julho de 2017 EPI EFICAZ O INSS muitas vezes não reconhece o tempo como especial pelo fornecimento de EPI dito eficaz. Essa questão chegou até o STF que julgou no ARE 664.335/SC separando a questão em duas partes:

1) Ruído: Não existe EPI eficaz para ruído, pois não existe EPI capaz de neutralizar esse agente. 2) Demais agentes nocivos: Se ficar comprovada a neutralização do agente nocivo, o tempo não deve ser reconhecido como especial. Logo, devo sempre colocar na petição inicial que o EPI não neutraliza, ele apenas atenua a exposição ao agente nocivo. O JEF da 2 Região defende que é dever do segurado provar que o EPI não é eficaz, então precisa pedir perícia. No âmbito do Tribunal, TRF, eles entendem que o ônus é do INSS provar que o EPI era eficaz. Todo EPI tem um certificado de aprovação (C.A) perante ao Ministério do Trabalho. No PPP tem o campo do C.A, pelo numero do CA conseguimos consultar a validade e o tipo de EPI. As vezes pelo CA dá para descaracterizar o EPI, as vezes o EPI indicando no CA não tem nada a ver com a função. O CA pode ser pesquisado no site do Ministério do Trabalho. Enunciado 21, do CRPS: O simples fornecimento de equipamento de proteção individual de trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho. Súmula 09, da TNU: O uso de Equipamento de Proteção Individual, ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado. A TNU antes do julgado do STF já dizia que não existe EPI eficaz para ruído. EFICÁCIA DO EPI PARA BENZENO, AGENTES BIOLÓGICOS E PERICULOSIDADE EPI PARA EXPOSIÇÃO À BENZENO: não há EPI eficaz para o benzeno, a questão é reconhecida pelo Memorando Circular 8 DIRSAT. (entendimento melhor que o do STF para o segurado) EPI PARA AGENTES BIOLÓGICOS: não há EPI eficaz para agentes biológicos, o INSS reconhece administrativamente no item 3.1.5. do Manual da Aposentadoria Especial editado pelo INSS, 2017.

EPI PARA PERICULOSIDADE: não há EPI eficaz para periculosidade (TRF4, Processo 5054341-77.2016.4.04.0000). EPI PARA AGENTES CANCERÍGENOS (Frentista de posto de gasolina está aqui): Memorando-Circular 02 DIRSAT/DIRBEN/INSS. A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do trabalhador, pelo critério qualitativo e mesmo com uso de EPI. (art. 68, 4º, do Decreto 3.048/99 e art. 284, parágrafo único, da IN INSS PRES 77/2015). OBS.: tempus regit actum: A exigência de que a documentação comprobatória do tempo especial viesse com a informação de tempo especial ou não, só veio na lei com a edição da MP 1.729 de 03 de dezembro de 1998. Então hoje a TNU tem um entendimento de que para o tempo trabalhado antes de 03/12/1998 não há que se falar em eficácia de EPI como argumento para descaracterização dele como especial. (PUIL 0501309-27.2015.4.05.8300) RUÍDO Agente quantitativo A normatização de quantidade máxima, leva em conta 8h de trabalho. Ao longo do tempo foi se alterando o nível de tolerância na legislação. A lei aplicável deve ser a época de exercido o trabalho. Caracterização como Especial Superior a 80 decibéis Até 5/03/1997 Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); Superior a 90 decibéis De 6 de Março de 1997 a 18/11/2003 Vigência do Decreto n. 2.172/97 - de 5 de março de 1997, superior a 85 decibéis a partir de 19/11/2003 a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003.

A evolução da ciência demostrou que o máximo seria de 85 decibéis, por isso vou reduzido. Os advogados começaram a argumentar que nesse caso, o tempus regit actum deveria ser afastado, se a ciência evoluiu e mostrou de 85 decibéis deve ser o limite de tolerância, deveria considerar até 05 de março de 1997 80 decibéis e após isso 85 decibéis. A TNU tinha a Súmula 32 que falava 80 e 85 (essa súmula está revogada). A questão chegou ao STJ que julgou a questão como repetitivo e lá determina a aplicação do tempus regit actum e a Súmula 32 da TNU é revogada. É possível que o trabalhador que faz horas extras habituais tenha um limite de tolerância menor, pois esse calculo é levando em conta 6 horas de trabalho. Professor, porém, informa que nunca viu nenhum julgado. Tese possível de aplicar nessa questão. A MP 1729 de 03/12/98 alterou a redação do art. 58, p. 1 da Lei de Benefícios que passou a mandar observar a legislação trabalhista para aplicação ou não do agente nocivo e reconhecimento do tempo como especial. Essa MP foi convertida na Lei 9.732/98, que por sua vez alterou definitivamente a redação do art. 58, p. 1 da Lei de Benefícios. Então desde 3 de dezembro de 1998 temos a lei dizendo para observar a legislação trabalhista. A lei dizia para observar a legislação trabalhista, logo não precisava do decreto regulamentador. A legislação trabalhista a época usava 85 db. Essa questão de aplicação da lei trabalhista não foi analisada ainda. Ex.: PPP indicando de 82 a 96 decibéis Nesse caso, apesar de ser discutível, deve somar e dividir por 2 Discussão: Posso usar a NR-15 como metodologia de mediação do ruído ou precisar fazer a mediação pela NHO? A medição pela NHO (a que o INSS diz que deve ser a utilizada) é melhor para o trabalhador, é mais favorável. Logo se pela NR 15 houve a ultrapassagem do nível de tolerância, obviamente pela NHO também haverá. A TNU acaba de decidir no Tema 174 que tanto faz a metodologia a ser utilizada. Abaixo tabela mostrando como a NHO é mais favorável ao trabalhador: