Logística Empresarial Aula 15 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho
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Aula 15: Conceito de cadeia de suprimento OBJETIVO: mostrar os principais conceitos e o início dessa nova fase. Prezado aluno, estamos entrando num tema muito em uso e que é um divisor de águas na logística. Hoje, as empresas tem que se adaptar a essa nova forma de se relacionar com as diversas empresas à sua volta. Essa nova forma de se relacionar vai além do cliente ou fornecedor imediato, e passou a ser chamada de gestão da cadeia de fornecimento. Tenha uma boa aula. Como vimos em aulas passadas, a globalização e a internet foram responsáveis por colocar o mundo ao nosso lado, abrindo um leque de opções, de oportunidades, de soluções e de informações. O mundo ficou sem fronteiras, e isso por um lado é muito bom, pois a disseminação da tecnologia, dos produtos e serviços globais é rapidamente adquirida e acessada. Já por outro lado as empresas que não evoluírem para esse novo modelo perecerão. Bowersox (2007) cita os fatores que impelem as empresas a adentrarem na arena internacional, motivando e facilitando as operações globalizadas. Os cinco fatores são: Crescimento econômico, abordagem da cadeia de suprimento, regionalização, tecnologia e desregulamentação.
Figura 1: Fatores que levam à globalização. Fonte: Bowersox, 2007. Crescimento econômico: A redução do crescimento econômico nos países desenvolvidos ocorreu aproximadamente na mesma época em que a produtividade industrial e logística começou a aumentar em decorrência do desenvolvimento de novas tecnologias, tendo excesso de capacidade. A maneira mais direta de uma empresa aumentar receita e lucro foi por meio da expansão para outras regiões. Esse tipo de expansão requer integração das capacitações de produção e de marketing globalizadas e a implantação de apoio logístico em novos locais de operações. Abordagem de cadeia de suprimento: Os executivos sempre se concentraram na redução de custos de aquisição e de fabricação de suas empresas. As despesas incorridas por outros membros da cadeia de suprimento não eram consideradas importantes ou relevadas nas decisões logísticas e de fornecimento de produto.
As empresas buscavam o controle logístico executando internamente a maior quantidade possível de atividades essenciais. Esse esforço interno apoiava-se em depósitos, transportes e sistemas próprios de processamento da informação. De um lado tinha-se o máximo controle, mas, por outro, ela aumentava os ativos necessários ao apoio logístico das operações. O retorno sobre o investimento do capital aplicado no apoio às operações logísticas não era atrativo, portanto, era necessário reduzi-lo. A saída foi buscar fora da empresa uma ampla variedade de serviços, surgindo a partir da década de 1980 os prestadores de serviços especializados. Esses contribuíram com especialização e serviços logísticos de qualidade, a custos razoáveis, para atividades como despacho e consolidação de fretes, documentação e outros serviços de apoio. Regionalização: A busca de novos clientes encorajou as empresas a procurar fora de seu país, o que recaiu em países da mesma região geográfica, por uma questão logística, de proximidade com as empresas nacionais, protegendo-as da concorrência externa. Os países passaram a formalizar relacionamentos por meio de tratados, e como exemplos podemos citar: CE (Comunidade Europeia), NAFTA (North American Free Trade Agreement), o Mercosul (ainda em ajustes, mas existindo). Tecnologia: A tecnologia de comunicação e informação representa o quarto fator que estimula as operações internacionais. A comunicação em massa, atuando nos mercados, expôs os consumidores internacionais aos produtos estrangeiros, estimulando a convergência de necessidades e preferências globalizadas. Com o desenvolvimento tecnológico, veio o aumento da capacidade para a troca de informação, facilitado pela grande disponibilidade de computadores e programas específicos. Documentos como pedidos de fornecimento, condições de entrega e formulários de alfândega eram normalmente emitidos em papel comum, com fluxos de transferências, necessitando de longo tempo e ainda sob a possibilidade de ter erros e voltar. À medida que o mundo torna-se mais atuante em
tempo real, aumenta a demanda de produtos e serviços de classe mundial. Apesar de os políticos salientarem a importância dos produtos nacionais, o consumidor médio não sabe necessariamente onde o produto foi fabricado, nem se incomoda com isso, desde que ele corresponda aos seus anseios. Desregulamentação: A desregulamentação de uma série de indústrias-chaves é o quinto fator que leva a um mundo sem fronteira. Nos EUA foram desregulamentados inicialmente dois setores: - Desregulamentação financeira: as finanças globalizadas e o câmbio foram flexibilizados por mudanças na regulamentação e nos procedimentos. O governo e o mercado financeiro internacional concedem e garantem crédito de exportação e importação a longo prazo, além da área de atuação dos bancos particulares. Isso aumenta a disponibilidade de fundos, reduz os riscos a bancos particulares e aumenta o potencial de comércio. - Desregulamentação do transporte: a exemplo dos EUA na década de 1980 que desregulamentou o transporte, o mundo, num ritmo mais lento, o seguiu. Ocorreram três alterações, com relação à operação e à propriedade do transporte intermodal, referentes a: privatização, cabotagem e acordos bilaterais. Tivemos uma visão de globalização, da necessidade de buscar parceiros e montar estratégias em conjunto, aproveitando a especialidade de cada um, com o foco no cliente final e na minimização dos custos. Apesar de se chamar empresa global, de terceirização, não deixa de se tratar de gerenciar uma cadeia de fornecimento. Antes de colocar alguns conceitos de cadeia de fornecimento, será apresentado o quadro de Costa, Rodriguez e Ladeira (2005), no qual para medir a utilização da gestão de cadeia de suprimentos foram utilizados três conceitos: compartilhamento de informação, integração e parceria. Como esses pontos são básicos e primordiais na formação de uma cadeia de fornecimento, nada mais justo que sejam apresentados na conceituação da cadeia de fornecimento. No Quadro 1, encontra-se à esquerda as variáveis que representam a base de uma cadeia de
fornecimento; no centro a conceituação teórica, que justifica e explica de forma conceitual as variáveis; e à direita vem o referencial bibliográfico, dando sustentação ao conteúdo. VARIÁVEIS CONCEITO REFERÊNCIA COMPARTILHA- MENTO DE INFORMAÇÃO INTEGRAÇÃO A informação é um elemento fundamental dentro da gestão da cadeia de suprimento. O princípio básico do gerenciamento da cadeia de suprimento está fundamentado na convicção de que a eficiência pode ser aprimorada por meio do compartilhamento de informação e do planejamento conjunto. A integração da cadeia concentra-se em alinhar os processos-chaves do negócio. Mercadoria e produtos fluem das fontes supridoras e vão em direção aos consumidores. As informações e os recursos correm em direção oposta, saem dos consumidores e vão até as fontes supridoras. A integração dos fornecedores traz benefícios a ambos dentro da cadeia. BOWERSOX; CLOSS (2001)/ FELDMAN; MÜLLER (2003)/ AL-MUDIMING et al. (2004)/ GOMES; RIBEIRO (2004) CHING (1999)/ NOVAES (2001)/ DORNIER et al. (2000)/ CHRISTOPHER (2001) PARCERIA O conceito de parceria pode ser entendido por meio do relacionamento que prega confiança mútua, abertura, riscos e recompensas compartilhados, gerando vantagem competitiva e um bom desempenho, que não seria alcançado individualmente. Quadro 1: Identificação das variáveis (Costa, Rodriguez e Ladeira, 2005) CLOSS (2001)/ CHRISTOPHER (2001)/ GOMES; RIBEIRO (2004) A cadeia de suprimento é a união de várias empresas com objetivos e interesses definidos, agindo em harmonia. Mas como isso é possível? Somente o será se houver uma condução, uma gestão, portanto, o termo mais utilizado ao se referir à cadeia é gestão da cadeia de suprimento ou supply chain management (SCM). Vejamos duas definições: A gestão da cadeia de suprimento se refere à integração de todas as atividades associadas com a transformação e o fluxo de bens e serviços, desde as
empresas fornecedoras de matéria-prima até o usuário final, incluindo o fluxo de informação necessário para o sucesso (BALLOU et al. 2000). Segundo Novaes (2007), a definição a seguir foi adotada pelo fórum de SCM realizado na Ohio State University e focaliza o consumidor com um destaque excepcional, pois todo o processo deve partir dele, buscando-se equacionar a cadeia de suprimento de maneira a atendê-lo, na forma por ele desejada, além da integração exigida entre todos os elementos da cadeia de suprimento. SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partido do consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H.; GILBERT, Stephen M.; MUKHERJEE, Ashok. New Managerial Challenges from Supply Chain Opportunities. Industrial Marketing Management. n. 29, 2000. p. 7-18. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial o processo de integração da cadeia de suprimento. Editora Atlas, 2007. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição estratégia, operação e avaliação. Editora Elsevier, 2007. COSTA, Jaciane C.; RODRIGUEZ, Jorgelina B.; LADEIRA, Wagner J. Gestão da cadeia de suprimento: teoria e prática. XXV ENEGEP, 2005.