Reunião com Autoridade Tributária Esclarecimentos relativos ao regime de circulação de bens 19/6/2013 ENQUADRAMENTO A FIPA participou numa reunião com a Autoridade Tributária e Aduaneira com vista a obter os esclarecimentos á questões colocadas pelas suas associadas no que respeita ao novo regime de circulação de bens. Esta reunião decorreu no âmbito do Conselho do Comércio da CIP (presidido pela FIPA) e contou com a presença de várias organizações associativas. Em termos metodológicos forma apresentadas as várias questões, tendo as mesmas sido agrupadas devido á óbvia duplicação de dúvidas por parte das várias entidades. Do lado da ATA estiveram presentes o subdiretor-geral, Dr. José Maria Pires e o técnico superior Dr. José Neto, que responderam oralmente às várias questões. Estava previsto a presença de técnicos do Departamento de Informática mas a mesma não se registou dada o adiantado da hora a que a primeira parte terminou, não tendo havido da parte da ATA muitas respostas neste âmbito. ESCLARECIMENTOS PRESTADOS 1. Terminologia Para evitar as atuais confusões de terminologia a ATA informou que a Lei não prevê nome específico para o documento de transporte para efeitos fiscais mas apenas os elementos que nele devem constar. Nota: Não deve ser confundido com documento para titular o contrato de transporte. 2. Como gerir devoluções? A ATA considera que esta situação configura um novo transporte. Assim sendo, o responsável pela comunicação é quem devolve os bens, exceto no caso da figura do subutilizador (entidade autoriza pela outra a processar em seu nome e sua conta os documentos).
3. Como proceder no caso de não aceitação total ou parcial e imediata dos bens por parte dos clientes? Terá de ser emitido novo documento acessório do anterior dentro das seguintes opções: 1) ou é emitido documento em papel pré-impresso em tipografia fazendo referencia ao documento anterior e com os novos dados, devendo o mesmo ser inserido até 5 dia útil; 2) a empresa de transporte pode ter livro pré-impresso sem identificação do remetente; 3) o motorista contacta a empresa informando da situação e a empresa pode emitir no seu sistema novo documento. Nota 1: Formalmente é sempre um documento acessório sendo comunicado posteriormente. Nota 2: A forma de apresentação do código de identificação não está definida na Lei (pode estar em qualquer formato) 4. Com gerir a distribuição capilar? Deve ser impresso em papel um documento da carga total sem destinatário e que não será comunicado de imediato (aplicação no site da ATA está preparada para o efeito). No momento de cada entrega parcial deve ser emitido documento acessório em papel pré-impresso em tipografia ou através de PDA mas também impresso no local. Os documentos das entregas parciais devem posteriormente ser comunicados até ao 5 dia útil seguinte. Nota 1: Se, por exemplo, o circuito demorar uma semana o documento global serve toda a semana. Nota 2: Se não for entregue nenhuma mercadoria, não têm que ser emitidos mais documentos. Nota 3: No caso de haver devoluções durante o circuito, deve ser o cliente a emitir o documento de transporte. 5. Emissão de faturas vrs emissão de guias Se as empresas emitirem a fatura com os elementos indispensáveis da Guia, não têm de emitir Guia. 6. O que fazer em caso de inoperacionalidade do sistema? Neste caso as empresas emitem documento de transporte pela forma como estão atualmente obrigadas, tendo que os imprimir e os inserir no Portal das finanças. Neste caso não há comunicação. Nota: A Lei obriga a ATA a guardar evidência desta inoperacionalidade mas foi recomendada a impressão da nota de inoperacionalidade que apareça. 2
7. O que fazer em caso de inoperacionalidade das comunicações? A comunicação será feita por via telefónica através de senha específica (a solicitar à AT proativamente) devendo ser fornecido o NIF do destinatário, os últimos 4 algarismos do documento de transporte e a data e hora do início. Até ao 5o dia útil devem ser inseridos os restantes dados com código fornecido no final da chamada. 8. O que fazer em caso de inoperacionalidade do sistema de emissão? Não está prevista na Lei, pelo que a empresa deve utilizar as guias pré-impressas ou o portal da ATA. 9. Como proceder em caso de alteração da data/hora do transporte, já comunicadas? É possível alterar o documento até à hora indicada para início do transporte. A partir do início já não é possível. Transportador pode retificar excecionalmente conforme n.º 5 do artigo 2º da Portaria. De acordo com a ATA pequenas diferenças no horário não são relevantes. 10. Existe obrigatoriedade de inclusão da matrícula? A indicação da matrícula não é obrigatória no documento de transporte para efeitos de comunicação 11. Como proceder com o retorno da tara vazia ou, por exemplo folhetos publicitários? Este tipo de bens não está abrangido, mesmo que haja lugar a caução. Recomenda-se que o motorista traga evidência da tara ou outros bens que não serão alvo de venda. 12. Como proceder com bens para exportação, importação ou transmissão intracomunitária? 1) Bens para exportação - desde a saída da empresa até o local de saída do país circulam com despacho alfandegário; 2) Bens importados - estão fora do regime até primeiro local de destino, circulando com documento de desalfandegamento. 3) Transmissões intracomunitárias é suficiente serem acompanhados de documento indicando que o cliente pertence à comunidade. 13. Bens do ativo imobilizado Definição de bens do ativo imobilizado no âmbito do RBC é igual ao SNC. 3
14. Transferência de bens, que se destinam a ser vendidos, entre instalações da mesma empresa. Carece da emissão e comunicação do documento. 15. Bens não transacionáveis? A única exceção atual é dos resíduos sólidos urbanos. 16. Qual a antecedência para comunicação? 1) Não há antecedência mínima até à hora do transporte. 2) Como antecedência máxima é permitida a comunicação até 30 dias antes. 17. Não residentes e sem estabelecimento estáveis? Sujeitos passivos não residentes e sem estabelecimento estáveis estão dispensados deste regime. 18.Cumprimento da obrigação? Em termos formais a obrigação de comunicação está cumprida com a receção do código enviado pela ATA. 19. O que é o documento próprio previsto no nº6, do Art.º 3º, da Portaria nº 161/2013? No que respeita ao "documento próprio" há liberdade de forma não estando prevista a publicação de qualquer regulamentação do seu formato. A única exigência será que o referido documento esteja em formato que o sistema adotado aceite como comunicável e tem obviamente que conter os elementos referidos no articulado do diploma. 20. Questões relativas ao SAP? Pelos motivos já expostos foi apenas possível saber, através da associação de utilizadores SAP que até dia 21/06 vai estar disponível a solução para envio do ficheiro saft por utilizadores SAP e a partir de 31/09 estará disponível solução para envio via webservice. 4
CONCLUSÕES 1. Face à preocupação generalizada sobre questões operacionais ainda por esclarecer a AT referiu o seguinte: - Está a trabalhar em conjunto com a GNR para assegurar uma transição sem problemas - Garante que o sistema está preparado para receber + de 300 milhões de documentos por mês 2. Face a pedidos para novo adiantamento da entrada em aplicação do regime, a ATA mostrou- -se irredutível. 3. A ATA compromete-se ainda a publicar no site um conjunto de FAQs. 4. Ficou combinado que, independentemente dos esclarecimentos prestados, a FIPA irá solicitar uma reunião interna ente a ATA e as associadas que queiram estar presentes. 5. A CIP irá solicitar reunião com carácter de urgência ao Ministro das Finanças. 5