WORKSHOP PANORAMA NAVAL UMA VISÃO ESTRATÉGICA PARA A DEFESA DO PRÉ-SAL

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Transcrição:

WORKSHOP PANORAMA NAVAL UMA VISÃO ESTRATÉGICA PARA A DEFESA DO PRÉ-SAL Capitão de Mar e Guerra Luciano Ponce Carvalho Judice Niterói, 23 de janeiro de 2018 1

Introdução dedicatória às Forças Armadas : Exércitos, marinhas, dinheiro e mesmo populações inteiras nada valem diante da falta de petróleo 2

Introdução Por que defender o Pré-sal? Como defender o Pré-sal? Considerações finais

Introdução MISSÃO: Preparar e empregar o Poder Naval, a fim de contribuir para a defesa da Pátria; para a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; para o cumprimento das atribuições subsidiárias previstas em Lei; e para o apoio à Política Externa; Amazônia Azul: extensão atlântica do Brasil 4

Introdução Poder Marítimo (conceito dual) : projeção do Poder Nacional, resultante da integração dos recursos de que dispõe a Nação para a utilização do mar e das águas interiores, quer como instrumento de ação política e militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social, visando a conquistar e manter os objetivos nacionais (sobressai o Pode Energético da Amazônia Azul no início do sec. XXI). 5

Por que defender o Pré-sal? 6

7

Por que defender o Pré-sal? Os campos marítimos produziram 95,3% do petróleo e 79,4% do gás natural (ANP, NOV2017), ou seja, metade da energia do Brasil; 176 bilhões de barris yet-to-find (Cleveland Jones, 2015), além dos 40 bilhões consolidados no Pré-sal 9

Por que defender o Pré-sal? Por que plataformas petrolíferas marítimas não se tornaram alvos por ocasião da II GM, como ocorreu com o tráfego marítimo internacional? Resposta: 10

Ploiești

Por que defender o Pré-sal? Por que a nação amiga da França enviou vasos de guerra a nossa costa na crise denominada Guerra da Lagosta (1963)? Resposta: 13

Por que defender o Pré-sal? Atributos do Mar (Till, 2013): meio intercomunicador (domínio, transporte e informações), e fonte de recursos (sec. XX); Princípio da Polaridade (CLAUSEWITZ, 1832) 14

15

Por que defender o Pré-sal? Polaridade direta( Malvinas, MSC) Vs indireta (Golfo de Guiné, Pré-sal); Da luta no mar à luta pelo mar (Kearsley, 1991): batalha naval vs cabo de guerra 16

Por que defender o Pré-sal? Ao longo dos últimos anos, a segurança energética tornou-se um dos mais importantes temas de debate da segurança internacional. Isto deve-se a vários acontecimentos: a crescente dependência da Europa em petróleo e gás; a necessidade crescente de energia por parte das potências em ascensão, como a China e a Índia; o esgotamento dos combustíveis fósseis, que se espera para meados deste século; a intensificação do debate sobre as mudanças climáticas; e o renovado interesse de várias nações pela energia nuclear civil. Factores adicionais incluem as ameaças armadas ao fornecimento de energia, quer por atentados terroristas ou pirataria, e a instabilidade política de muitos Estados produtores de energia, incluindo tentativas por parte de vários Estados de (ab)uso do fornecimento de energia enquanto arma política. (grifo nosso) Disponível em <http://www.nato.int/docu/review/2011/climate-action/energy_security/pt/index.htm>.

Como defender o Pré-sal? 18

19

Como defender o Pré-sal? Defesa marítima de amplo espectro: Defesa Naval + safety + security; Liberdade de navegação vs Direitos de soberania sobre a exploração de recursos na Amazônia Azul; 20

Como defender o Pré-sal AMEAÇA QUADRO 1 Nível de risco para cada ameaça NÍVEL DE PROBABILIDADE NÍVEL DE IMPACTO NÍVEL DE RISCO (PROBABILIDADE X IMPACTO) Tráfego marítimo 3 6 18 Terrorismo marítimo 2 6 12 Sabotagem 3 3 9 Hostilidades interestatais 1 6 6 Distúrbios civis 3 1 3 Organizações criminosas 2 1 2 Pirataria 1 2 2 Vandalismo 1 1 1 Grupos guerrilheiros 0 5 0 21

Como defender o Pré-sal Matriz de distribuição de ameaças por grau de risco PROBABILIDADE 3 Distúrbios civis 2 Organizações criminosas 6 Sabotagem 12 15 Tráfego Marítimo 4 6 8 10 Terrorismo Marítimo 1 Vandalismo Pirataria 3 4 5 Hostilidades Interestatais 0 0 0 0 0 Guerrilhas 0 1 2 3 4 5 6 IMPACTO 22

Como defender o Pré-sal? Trinômio da END: Monitoramento/controle (MC), mobilidade (M) e presença (P) MC X (M + P), por ambientes e por ameaças, em caráter proativo; 23

Resultados da Pesquisa Capítulo 3- O TRIPLO IMPERATIVO DA END E A DEFESA PROATIVA DO POLÍGONO DO PRÉ-SAL. Sistema defensivo que disporia de consciência situacional e agilidade decisória para conjugar tempestivamente meios com capacidade móvel e/ou predispostos naárea a serprotegida, de forma a aumentar as possibilidades de dissuadir ameaças e rechaçar agressões de qualquer natureza a objetivos estratégicos pré-definidos. 24

Definição Operacional de Defesa Proativa y = d x cs x (m1 x m2 + p1 x p2) y = d x (cs x m1 x m2 + cs x p1 x p2) = d x K d = f (v, i), onde v= versatilidade e i=interoperabilidade 25

Versatilidade e interoperabilidade na defesa Proativa do Pré-sal 26

Comando de Segurança&Defesa Marítima de Campeche 27

Comando de Segurança&Defesa Marítima de Campeche GT: Segurança e Defesa Marítimas, Aérea e Terrestre e um Grupo de Vigilância Eletrônica Aérea e de Superfície Três Vetores Operativos: Preventivo, Dissuasivo e de Reação. 28

Como defender o Pré-sal? Gradientes de Defesa: Controle e proteção (por analogia à defesa do TM) 29

30

CALCANHAR DE AQUILES (MAIS 23 PLATAFORMAS) 1 Parque das Baleias FPSO Cid de Maricá Lula Alto 2016 P-66 (+ 7 Replicantes) 1º: Lula Sul 2016 FPSO Cid de Itaguaí Iracema Norte 4T2015 Florim 1 P-74 (+ 3 FPSOs convertidos) 1º: Búzios I 2016 Carcará 1 FPSO Cid de Caraguatatuba Lapa 1 1 Franco FPSO Cid de Saquarema Lula Central FPSO Cid de Ilhabela Sapinhoá Norte 3T2014 1 Jupiter FPSO Cid de Mangaratiba Iracema Sul 4T2014

Considerações finais Poder Enérgico & Poder Marítimo Indicadores: Vontade Política (consciência estratégica), Capacitação tecnológica/industrial e insumos de base energética. 32

Poder Energético da Amazônia Azul 33

Considerações finais Sea Trip Wire (Kearsley,1991) Barreiras de risco; Dissuasão por negação; Necessidade de um fundo de defesa do Pré-sal; 34

Considerações finais A Defesa do Pré-sal é um seguro obrigatório, e a história não favorece os incautos. 35

Obrigado. Luciano Ponce Carvalho Judice Luciano Ponce Carvalho Judice Capitão de Mar e Guerra Luciano Ponce Carvalho Judice Capitão-de-Fragata lpcjudice@hotmail.com Quatorze de julho de 2014 Escola de Guerra Naval Quatorze de julho de 2014