Teorias de Media e Comunicação

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Transcrição:

Teorias de Media e Comunicação (6) Teorias da socialização pelos media e da construção social da realidade Rita Espanha Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação 1º Semestre 2012/2013 terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 2

Teorias da socialização pelos media Entre os efeitos a longo prazo da comunicação social, na perspectiva de Montero (1993) e McQuail (1987), encontra-se o seu papel socializador. Os meios competem com a família, a escola, as relações informais, os partidos políticos, o governo, etc., enquanto agentes de socialização terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 3

Os meios de comunicação promovem a aprendizagem de normas, valores e expectativas de comportamento, em função do contexto das situações e do papel desempenhado pelas pessoas em sociedade (Mc-Quail) terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 4

Para estes autores Embora não exista uma teoria específica sobre a ação socializadora dos meios de comunicação social, esta dimensão é tratada em todas as teorias dos efeitos a longo prazo e nas teorias que conferem aos media um papel sustentador do status quo. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 5

Segundo Montero, 1993 "Poderia dizer-se que existe um acordo generalizado de que os meios de comunicação exercem uma influência subtil, observável apenas em períodos dilatados, em todos os aspetos da vida quotidiana (p.112). terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 6

Para esta autora Destacam-se três grandes linhas de investigação sobre o papel dos meios de comunicação nos processos de socialização terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 7

1. Meios de Comunicação como instituições-agentes de socialização Os meios de comunicação, institucionalizados, interagem com outras instituições sociais e modificam os canais e as formas de comunicação inter-institucional, entre as instituições e o meio social e entre as pessoas e grupos em sociedade. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 8

2. Meios de comunicação como agentes de socialização política Ao participarem na configuração do conhecimento sobre a política e ao modelarem uma determinada escala de valores que, por exemplo, pode levar à participação ou ao desinteresse dos cidadãos, os meios de comunicação atuam como agentes de socialização política terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 9

"a socialização política produz-se ao longo da vida (...) e faz referência às formas de compreensão que se geram nos diferentes âmbitos da estrutura social, em particular as instituições, o seu funcionamento e as suas implicações na vida quotidiana. A socialização política manifesta-se, na realidade, como uma necessidade e um controlo por parte do sistema político para assegurar-se da sua própria manutenção (Montero, 1993: 113) terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 10

3. Acontecimentos críticos e processos de socialização política Os meios de comunicação atuam como referentes e definidores de novas formas de pensar e atuar em situações de crise e rutura. Ocorrências como o caso Watergate (ou os casos Relvas ) podem levar as pessoas, principalmente crianças e adolescentes, a colocar a honestidade no topo dos valores políticos. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 11

As teorias da construção social da realidade terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 12

O conceito da "construção social da realidade", inspirado na fenomenologia social de Alfred Schütz, foi apresentado por Peter Berger e Thomas Luckmann (1976), inscrevendo-se dentro do ramo da sociologia convencionalmente designado por sociologia do conhecimento, que discorda das perspetivas que vêem os factos sociais quase como fenómenos naturais, encarando-os, antes, como o resultado de um processo histórico de construção coletiva de conhecimento. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 13

A perspetiva central do conceito é a de que toda a realidade é socialmente construída, dia a dia, pelas práticas individuais e sociais, o que conduz a uma permanente redefinição e renegociação das regras, normas, significados e símbolos sociais (que podem, inclusivamente, ser contestados). terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 14

As formas sociais do passado são reproduzidas e transformadas quotidianamente pelas interações e práticas dos atores sociais (construtivismo dos atores sociais), mas estas práticas e interações também originam novas formas sociais. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 15

Durante esse processo interagindo, os indivíduos atribuem significado às suas ações, o que origina, constantemente, novas representações e definições da sociedade, ou seja, novos significados sobre a realidade social. Os conceitos são construções operativas do conhecimento. O conhecimento social, construído e distribuído com base nesses processos, é um recurso para a ação na vida quotidiana. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 16

A construção social da realidade decorre, segundo Berger e Luckmann, da existência de uma relação dialéctica entre o indivíduo e a sociedade que resulta da interacção de três processos: terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 17

1. A sociedade e a ordem social existem somente como produto das ações dos indivíduos (exteriorização); 2. A sociedade é, porém, uma realidade objetivamente independente da consciência dos indivíduos (objetivação); 3. Os indivíduos, não obstante, são um produto da sociedade (interiorização). terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 18

As realidades sociais são, simultaneamente, objetivadas, pois é assim que são experimentadas, e subjetivadas, pois são interiorizadas durante o processo de socialização. Ou seja as realidades sociais (convenções, valores, instituições, grupos, organizações...) são exteriorizadas, objetivadas e interiorizadas no conhecimento comum, nas representações e perceções constantemente produzidas no contexto das interações dos indivíduos, entendidos como atores sociais. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 19

Segundo Berger e Luckmann (1976), A comunicação social contribui para criar uma espécie de patamar mínimo de entendimento comum, compartilhado, da realidade social. A comunicação social propõe modelos de comportamento, definição de papéis sociais, etc. A atuação das pessoas sobre a sociedade relaciona-se precisamente com este processo. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 20

No campo das Ciências da Comunicação alguns autores, baseados nas ideias da construção social da realidade, propõem, genericamente: que a realidade social é produto de "representações (Watzlawick, 1981). Altheide e Snow (1988) desenvolveram uma teoria da mediação que procura explicar a ação social global dos meios de comunicação, através da descrição da organização e dos processos globais de comunicação em sociedade (comunicação mediada, interpessoal, etc.). terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 21

Para os autores os meios servem-se, essencialmente, dos formatos e da sua gramática específica enquanto mediadores ativos do processo de construção social da realidade. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 22

Os formatos definem os conteúdos e, portanto, condicionam a atenção, as expectativas, a apreensão da informação e a construção de significados por parte do público, já que comportam a estratégia e a forma de produção, apresentação e interpretação da informação. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 23

A gramática específica organiza logicamente os procedimentos que tornam possível a localização, hierarquização, organização e interpretação dos conteúdos definidos pelos formatos. A distribuição das notícias pelas secções dos jornais, as técnicas jornalísticas de relato dos acontecimentos na imprensa e o vocabulário específico que esta desenvolveu são exemplos dos efeitos da adoção mediática de uma gramática específica. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 24

Mas, é bom lembrar que: a construção de significados depende sempre de quem interpreta os conteúdos (da reader response) e do contexto de receção dos conteúdos. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 25

este contexto de receção de conteúdos possui três dimensões: 1. contexto da lógica e das convenções dos produtos mediáticos; 2. contexto em que se consumem esses produtos; 3. contexto em que se criam os significados. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 26

Ou seja, "(...) qualquer consequência dos conteúdos mediados estará incorporada nas premissas de ação que governam a interpretação numa dada circunstância (Montero, 1993: 126). terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 27

Anderson e Meyer (1988) Dão-nos um olhar crítico ao sistema de produção de conteúdos dos meios de comunicação, ao dizer que: são as estruturas mediáticas a modelar esses conteúdos. De certa forma, os conteúdos existem à margem da audiência e são conformados por fatores económicos (como as pretensões de audiência dos publicitários), políticos, legais, etc. terça-feira, 20 de Novembro de 2012 Página 28