9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DOS CURSOS DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA DA UEPG NA PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÕNICA SOUZA, E. C. O 1 SANTOS, I. B 2 ALVES, L. 3 ZIMMERMANN, M. H 4 MADALOZZO, J. C, B. 5 RESUMO A Doença Renal Crônica (DRC) tem aumentado progressivamente a cada ano em proporções epidêmicas no Brasil e em todo mundo necessitando de abordagem interdisciplinar tanto no tratamento como na prevenção. O trabalho é um relato de experiência que dispõe sobre a interdisciplinaridade como forma de educação em saúde e prevenção da doença renal. Objetivo foi analisar a experiência de acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Farmácia, da UEPG, na prevenção da DRC. Metodologia usada foi pesquisa de campo com abordagem qualitativa. Coleta de dados deu-se através de questionário aplicado para 11 acadêmicos (7 de enfermagem e 4 de farmácia) participantes do Dia Mundial do Rim, evento que aconteceu dia 26 de março em um mercado do Município de Ponta Grossa Paraná. Os resultados obtidos apontam que os acadêmicos, de forma geral, tiveram percepção positiva quanto ao trabalho interdisciplinar na prevenção da Doença Renal Crônica. Conclui-se que a educação em saúde de forma interdisciplinar está intimamente relacionada à prevenção da DRC. A troca de conhecimentos contribui para esclarecimentos de dúvidas da população. Sendo a doença renal de caráter silenciosa, é importante o conhecimento e o esclarecimento da necessidade do auto-cuidado a fim de que se evite a DRC ou suas complicações na população em geral, principalmente diabéticos e/ou hipertensos. PALAVRAS CHAVE Universitários, Educação em saúde, Interdisciplinaridade 1 Acadêmica do 4 ano de Bacharelado em Enfermagem da UEPG, e-mail: emi_carol_2@hotmail.com 2 Acadêmica do 4 ano de Bacharelado em Enfermagem da UEPG, e-mail: isabelavertigem@hotmail.com 3 Acadêmica do 2 ano de Farmácia da UEPG, e-mail: luciana._.alves@hotmail.com 4 Mestre e professora assistente do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da UEPG, e-mail: marlene_hz@yahoo.com.br. 5 Mestre e professora assistente do departamento de Farmácia da UEPG, e- mail nmadalozzo@uol.com.br
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução Este trabalho é fruto da experiência interdisciplinar entre os cursos de Enfermagem e Farmácia da Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG, PR como forma de educação em saúde e prevenção da doença renal. Foi desenvolvido através do projeto de extensão Prevenção da Doença Renal Crônica em Adultos portadores de Hipertensão Arterial e/ou Diabetes Mellitus, cujo objetivo é orientação da população em relação à prevenção da Doença Renal Crônica. (DRC) O enfoque deste projeto baseia-se em dados nacionais preocupantes relacionados a perda da função renal na população, em especial hipertensos e diabéticos. Entende-se por insuficiência renal a perda da capacidade que os rins têm de filtrar o sangue ocorrendo assim o aumento da uréia e creatinina séricos. Esta perda pode manifestar-se de forma reversível ou irreversível. Há ainda uma diminuição ou parada total da produção de urina. Assim as substâncias que normalmente o organismo eliminaria ficam acumuladas gerando uma sobrecarga de fluidos e de eletrólitos podendo levar a mudanças químicas no sangue afetando o coração. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN); (2008), no Brasil, 15 mil pessoas morrem por ano por conta da DRC. Em 2005 havia mais de 60 mil doentes em hemodiálise, um número que tem crescido em média 8% ao ano; 95% das hemodiálises são bancadas pelo SUS, um gasto que, junto aos custos do programa de transplante renal, chega a quase 2 bilhões de reais por ano, o que representa 15% dos gastos ambulatoriais do SUS. No Brasil o número de portadores de Diabetes e Hipertensão é de 23.000.000 e destes, cerca de 1.700.000 apresentam DRC (SBN, 2010). Estas duas doenças crônicas degenerativas respondem por 50% dos casos da falência renal total ( BRASIL, 2006). A falência renal total, também chamada de Doença Renal Crônica (DRC) consiste em uma lesão glomerular com perda progressiva e irreversível da função dos rins, acarretando no acúmulo de produtos metabólicos no sangue. De acordo com Harrison e colaboradores (1998), a redução da taxa de filtração glomerular (TFG) gera retenção de nitrogenados (azotenia), como a uréia e a creatinina sanguínea. Os autores relatam ainda que por ser uma doença progressiva e silenciosa, seu diagnóstico, na maioria dos casos, só é feito na fase terminal, requerendo de imediato, terapia renal substitutiva. As terapias renais substitutivas, como a hemodiálise a diálise peritonial, além de corrigir só parcialmente os sintomas apresentados pelos pacientes, provocam mudanças adicionais no seu estilo de vida (SOUZA, 2004). O tratamento dialítico é a alternativa para aumentar a sobrevida do portador de DRC com a função renal inferior a 15%. Porém, a expectativa de vida dos doentes renais crônicos pode estar diminuída em virtude das complicações cardiovasculares (MARTINS, 2006). Segundo a SBN, cerca de 70% dos 1,2 milhões de brasileiros que possuem DRC desconhecem o problema e só procuram atendimento médico quando já estão com 10% da função renal, necessitando de tratamento dialítico. Os pacientes com DRC instalada, só manifestam sintomas quando a função renal se encontra com 50% de comprometimento. É primordial então que os indivíduos que apresentem fatores de riscos sejam investigados e descubram a doença com até 60% a 90% da função renal. Para prevenir a doença renal em portadores de HÁ e DM necessita-se fazer um grande trabalho educacional e de conscientização da população de risco em relação a prevenção de agravos a médio e longo prazo. Importante também se faz o uso de dieta apropriada, mudança no estilo de vida e uso de medicamentos para doenças de base. O trabalho de diferentes profissionais objetivando um melhor estado de saúde através de orientações farmacêuticas, de cuidados com alimentação e exercícios físicos, da necessidade de realização de exames que avaliem a função renal e demais orientações de fatores de risco para a DRC; são relevantes. Nesse sentido, a atuação de enfermeiros, médicos, farmacêuticos, educador físico, e nutricionista em ações educativas, como a campanha realizada no Dia Mundial do Rim, constitui ferramenta indispensável para a promoção da saúde e prevenção de agravos à centenas de pessoas. Levando em consideração a terapia medicamentosa e o cuidado com o paciente, podemos citar a importância do trabalho interdisciplinar, prevenindo a DRC, principalmente em portadores de HÁ e DM. A interdisciplinaridade é fundamentalmente um processo e uma filosofia de trabalho que entra em ação na hora de enfrentar os problemas e questões que preocupam a sociedade. (TORRES, SANTOMÉ, 1998). Se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas, no interior de um mesmo projeto.
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Na área da saúde a interdisciplinaridade coletiva coloca-se como exigência interna, uma vez que seu objeto de trabalho a saúde e a doença no seu âmbito social envolve concomitantemente: as relações sociais, as expressões emocionais e afetivas e a biologia (MINAYO, 1994). A saúde é considerada uma área eminentemente interdisciplinar e a integração de disciplinas no âmbito dos cursos que preparam recursos humanos para atuar nesse campo, certamente poderá levar à formação de profissionais mais comprometidos com a realidade de saúde alçando uma parceria além de entre os profissionais, da população com os profissionais. Através deste projeto de extensão, iniciou-se a inserção das diversas áreas da saúde em meio a prevenção da DRC, além de proporcionar uma excelente pratica vivenciada pelos acadêmicos e professores, integrando trabalhos para um maior desenvolvimento e humanização da assistência. Neste sentido destaca-se a resposta positiva dos alunos quanto a intervenção mais abrangente e que valorize a interdisciplinaridade como estratégia de aquisição de suporte conceitual e prático, para formação de profissionais da saúde que possam ver o paciente como um ser integral. Figura 1 Título Legenda: Acadêmicos e professores do curso de enfermagem e farmácia no evento de prevenção a DRC. Objetivo geral: O presente estudo teve como objetivo analisar a experiência de acadêmicos dos cursos de enfermagem e farmácia da UEPG na prevenção da DRC Metodologia
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 A pesquisa de cunho qualitativo foi realizada com alunos participantes do evento em comemoração ao Dia Mundial do Rim 2011 que aconteceu no município de Ponta Grossa, Paraná, durante o dia 26 de março em um supermercado do município. A ação teve duração de oito horas. O planejamento das ações a serem executadas foi elaborado pelos discentes e docentes do curso de enfermagem. Prévio ao evento, realizou-se aula ministrada pelos professores participantes do projeto, para os acadêmicos de farmácia e de enfermagem que participariam da ação, com o objetivo de orientar sobre a sistemática dos trabalhos, bem como, para esclarecer sobre meios de realizar a prevenção da DRC. Os critérios de inclusão foram: ser acadêmico dos cursos de enfermagem ou farmácia da UEPG, ser acadêmico de enfermagem participante do projeto de extensão relacionado a prevenção renal, ser acadêmico de farmácia participante do projeto de medicamentos do curso de farmácia e ter participado do evento de prevenção à DRC elaborado pelo projeto de extensão Prevenção da Doença Renal Crônica em Adultos portadores de Hipertensão Arterial e/ou Diabetes Mellitus no Dia Mundial do Rim. Participaram da ação 5 discentes, sendo 3 de enfermagem e uma de farmácia e 19 docentes, 9 de enfermagem e 10 de farmácia, que foram separados em equipes para a formação das estações ( coleta de dados, verificação de glicemia capilar, verificação de pressão arterial e entrega de folder informativo e esclarecimento de dúvidas) cada uma com diferentes atribuições e responsabilidades. Sujeitos da pesquisa foram 11 acadêmicos dos referidos cursos. A coleta de dados deu-se por meio de questionário enviado aos participantes, contendo três perguntas abertas que abordavam sobre a interdisciplinaridade entre os cursos de enfermagem e farmácia no evento do Dia Mundial do Rim, a importância do trabalho interdisciplinar na prevenção da Doença Renal Crônica e para conhecer sobre a experiência do trabalho em parceria com outro curso. As perguntas enviadas por sistema online foram respondidas, pelos acadêmicos e analisados gerando os seguintes resultados. Para preservando a identidade dos acadêmicos, os nomes foram substituídos por elementos que constituem os símbolos das profissões de enfermeiro e de farmacêutico. Resultados A analise dos questionários deu-se através das respostas de 11 acadêmicos que retornaram às perguntas enviadas. Em relação a pergunta: Para você qual a importância da interdisciplinaridade entre os cursos na realização do evento no Dia Mundial do Rim ; 100% do acadêmicos consideraram muito positivo o trabalho realizado em conjunto de forma interdisciplinar no referido evento, havendo oportunidade para troca de experiências, conhecimentos partilhados e oportunidade para relacionarse com outros acadêmicos da área da saúde. Uma das acadêmicas de enfermagem relatou que: Achei ótimo. Em relação a experiência que tive com os acadêmicos de Farmácia, notei que houve uma ajuda mútua na realização das atividades propostas. ( CRUZ, 4º ano de enfermagem).outra acadêmica inferiu que: Nós sempre aprendemos que trabalhar de maneira interdisciplinar é fundamental para que haja promoção integral da saúde do paciente, ainda assim, nos dias de hoje é muito difícil visualizar a ocorrência na rotina de trabalho, dessa maneira promover a integração dos cursos ainda na formação acadêmica é indispensável pra que isso ocorra realmente (LÂMPADA, 4º ano de Enfermagem). Neste pensar, Tavares (2005), contribui dizendo que a Saúde é considerada uma área eminentemente interdisciplinar e a integração de disciplinas no âmbito dos cursos que preparam recursos humanos para atuar nesse campo, certamente poderá levar à formação de profissionais mais comprometidos com a realidade de saúde e com a sua transformação. Já na pergunta que diz respeito ao aumento da prevenção da DRC quando se trabalha de forma interdisciplinar, a maioria dos acadêmicos (90,9%), consideraram que a atividade em conjunto contribui para auxiliar na prevenção desta doença silenciosa, tendo em vista que muitas pessoas desconhecem sobre a mesma, necessitando de abordagem ampla, envolvendo assim os diversos cursos. Neste sentido trazemos esta resposta: O fato de terem alunos de outros cursos e outros anos, nos dá um resultado melhor na questão de informar as pessoas sobre a doença, e ainda, a visão das pessoas mudam quando vêm que cursos da área da saúde estão unidos para passar a mensagem de prevenção, isso faz com que eles (o público) interpretem com mais seriedade o evento. (TAÇA, 2º ano de Farmácia)
9. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Um acadêmico (0,9%) relata não achar necessário o trabalho em conjunto com outras disciplinas: Na verdade a prevenção pode ser feita por somente um curso, o trabalho em conjunto apenas facilita o processo e a organização. (COBRA, acadêmico de Farmácia). De modo geral foi percebida a satisfação e as melhorias que um trabalho em equipe multidisciplinar pode trazer, para os integrantes do grupo do projeto e também para a população atendida não ação de prevenção à DRC. Conclusões Na visão dos acadêmicos, a atuação interdisciplinar, na prevenção da DRC, auxilia na promoção a saúde integral da população, tanto da população portadora da patologia quanto aos que representam fatores de risco para desenvolvimento da mesma. A pesquisa desvelou que a educação de profissionais que atuarão na saúde deve estar orientada para os problemas de saúde da comunidade. Desta forma, o currículo deve enfatizar, estimular o ensino interdisciplinar combinado experiências em cenários da vida real com conceitos da teoria. A investigação científica deve ter natureza aplicada e participativa com a comunidade. Com base nos resultados apresentados verifica-se que iniciativas de ações interdisciplinares são importantes em serem desenvolvidas. A educação em saúde de forma interdisciplinar está intimamente relacionada à prevenção da DRC, havendo troca de conhecimentos e sanando dúvidas da população. Sendo a doença renal de caráter silenciosa, é importante o conhecimento e o esclarecimento da necessidade do auto-cuidado pela população a fim de que se evite a DRC ou suas complicações na população em geral, principalmente diabéticos e/ou hipertensos. Referencias BERARDINELLI, Lina Márcia M. e SANTOS, Mauro Leonardo S. Caldeira dos. Repensando a interdisciplinaridade e o ensino de enfermagem. Texto contexto - enferm. [online]. 2005, vol.14, n.3, pp. 419-426. ISSN 0104-0707. GASTALDO, Denise. Interdisciplinaridade: questões conceituais e aplicadas. Texto contexto - enferm. [online]. 2005, vol.14, n.3, pp. 317-318. ISSN 0104-0707. 1976. JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago; MINAYO, Maria Cecília de Souza. Interdisciplinaridade: funcionalidade ou utopia?. Saude soc. [online]. 1994, vol.3, n.2, pp. 42-63. ISSN 0104-1290. MINAYO, Maria Cecília Souza. Interdisciplinaridade: uma questão que atravessa o saber, o poder e o mundo vivido. Medicina Ribeirão Preto 1991 abr/jun; 24(2):70-7. POMBO, Olga. Práticas interdisciplinares. Sociologias [online]. 2006, n.15, pp. 208-249. ISSN 1517-4522. ROCHA, Semiramis Melani Melo and ALMEIDA, Maria Cecília Puntel de. O processo de trabalho da enfermagem em saúde coletiva e a interdisciplinaridade. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2000, vol.8, n.6, pp. 96-101. ISSN 0104-1169. TAVARES, Celina Maria Araujo; MATOS, Eliane e GONCALVES, Leônor. Grupo multiprofissional de atendimento ao diabético: uma perspectiva de atenção interdisciplinar à saúde. Texto contexto - enferm. [online]. 2005, vol.14, n.2, pp. 213-221. ISSN 0104-0707.
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