O PROGRAMA UNATI DA UNIOESTE/CAMPUS DE TOLEDO: CONSTRUINDO A CIDADANIA DO IDOSO



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Transcrição:

O PROGRAMA UNATI DA UNIOESTE/CAMPUS DE TOLEDO: CONSTRUINDO A CIDADANIA DO IDOSO Roseli Odorizzi 1 Andreia Correa da Silva 2 Clariane de A.Toledo de Godoy Claudia Grun Cristhiane Loiva Novello Elizane Aparecida da Rosa Ivanice Salete Primieri Leidiane Penso Poliana Lauther Susy M. Pagliarini INTRODUÇÃO: O aumento acelerado enfrentado por todos os países da população idosa, seja pelos progressos da medicina e/ou dos estímulos á manutenção de hábitos mais saudáveis, nos põe uma nova realidade - que é a de idosos cada vez mais ativos e participantes da vida social, ou seja, cidadãos que conseguem manter um ritmo de atividade contínua, que vivem com intensidade e fazem questão de ocupar-se com afazeres produtivos, revelando o segredo de uma longevidade com saúde. Idosos que, apesar de sua experiência são afastados do mercado de trabalho, que irracionalmente não admite empregar pessoas após certo limite de idade. Alie-se a isso a alta taxa de preconceito que envolve o idoso, demonstradas pelas peças publicitárias que, ao enaltecer a juventude, tradicionalmente ignoram esse grupo etário. Dentro de alguns anos esse contingente populacional será tão significativo, como mostram as estatísticas, 1 Mestre em Serviço Social, Especialista na área de Fundamentos da Prática Profissional do Assistente Social, Coordenadora e Autora do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade UNATI da Unioeste/Campus de Toledo, Docente do Centro de Ciências Sociais Aplicadas/Curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE/Campus de Toledo, email: odorizzi2@yahoo.com ou odorizzi@unioeste.br. 2 Acadêmicas do Curso de Serviço Social da Unioeste/Campus de Toledo e do Curso de Nutrição da Universidade Paranaense/Campus de Toledo.

que forçará, necessariamente uma reformulação do sistema previdenciário, provocando alterações na legislação e no comportamento da sociedade em geral, que deverá considerar e aceitar o idoso como cidadão ativo e participante. O êxito alcançado pelas Universidades da Terceira Idade ou Universidades Abertas à Terceira Idade ou ainda, Universidades para a Terceira Idade no contexto brasileiro, propiciaram uma maior visibilidade das questões referentes ao idoso e ao envelhecimento populacional demográfico, confirmando a função social das Universidades e seu comprometimento com as novas demandas de sua população através do papel destinado á Extensão Universitária que é a sua inserção na comunidade. Resgatar a dignidade do idoso, reduzir os problemas de solidão, quebrar preconceitos e estereótipos, oferecendo oportunidades de lazer, de socialização, e de emancipação humana, (re)inserindo-o na sociedade, são desafios que precisamos enfrentar. O conhecimento e a experiência popular que ele traz ao seio da universidade, assim como sua presença ativa nesse contexto, introduzem a ciência do cotidiano, que produz uma nova verdade e constrói uma nova imagem do ser velho, quebrando o mito da inutilidade social, da decadência, do obsoletismo. Diante deste contexto e partindo de uma reflexão pragmática em relação a um quadro de necessidades da terceira idade de Toledo e Região, buscou-se na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, oportunizar a este segmento o que determina o capítulo IV, no item III, da Política Nacional do Idoso, quando cita na área da educação o apoio a criação de universidade aberta para a terceira idade, como meio de universalizar o acesso às diferentes formas do saber. A Universidade Aberta á Terceira Idade UNATI, é um Programa de Extensão Universitária, vinculado á Pró-Reitoria de Extensão, de caráter multidisciplinar e permanente, proposta pelas professoras Marize Rauber Engelbrecht e Roseli Odorizzi, docentes do Centro de Ciências Sociais Aplicadas CCSA/Curso de Serviço Social da Unioeste/Campus de Toledo, efetivada a partir do ano de 2000.

. Os princípios norteadores do projeto pedagógico do programa baseiam-se na Lei 8.842, de 04 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e outras providências; Declaração de Brasília sobre o Envelhecimento, de 03 de julho de 1996; Declaração de STAMBUL sobre os Assentamentos Humanos HABITAT II; Carta de Ponta Grossa (Encontro das IES Universidades Aberta à Terceira Idade abril/97 e; o projeto de extensão universitária Pessoa Idosa: Vida e Cidadania como Novos Enfoques, realizado na Unioeste/Campus de Toledo no ano de 1999. O programa é voltado para um segmento específico da população a terceira idade proveniente da interação universitária com a sua comunidade, de acordo com a natureza da Instituição Universitária, o de produzir conhecimentos em todas as suas formas e torná-lo acessível á sociedade, contribuindo para o desenvolvimento integrado do seu ambiente. O programa é aberto á pessoas de idade igual ou superior a 55 anos e se desenvolve através de um processo de educação permanente, oferecendo oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e de atualização cultural como um direito do cidadão idoso. OBJETIVOS: Criar espaços na universidade de inserção da população idosa para formação política, social, econômica e cultural para o desenvolvimento de suas potencialidades para que, tendo consciência de si e de sua cidadania, atuem e interajam no contexto em que vivem, promovendo a conquista de uma maior participação social e política na melhoria da sua qualidade de vida e; promover ações de inserção dos idosos em programas e projetos sociais no Município e Região e Estimular para que sejam multiplicadores de ações e informações na comunidade. METODOLOGIA: A metodologia de ação se dá através do desenvolvimento de módulos semestrais; oficinas permanentes e temporárias; atividades extra-classe, visitas técnicas, atividades de estudo e pesquisa (GEPU, MAB); atividades de monitoria; atividades intergeracionais e eventos artístico-culturais.

RESULTADOS: Podemos apontar como resultados a) realização de atividades físicas, culturais e sociais; b) aulas semanais que se constituem como ensino para idosos, bem como espaço de formação teórico-prática de alunos que realizam seu estágio no programa; c) sensibilização dos idosos como multiplicadores de informações em seus grupos de origem; d) envolvimento pessoal dos idosos com as atividades no programa, que por sua vez estimula a criatividade e aumenta sua auto-estima; e) maior envolvimento das alunas estagiárias em sala de aula como reflexo das atividades desenvolvidas no programa Unati; e) estímulo para que o idoso, através da troca mútua, partilhe uma cultura que vai além dos livros ou documentos, dado que sua construção remete-se à experiência de vida; f) possibilidade de uma educação permanente, que vai além de uma escola ou instituição, mas sim inteirar o idoso às transformações do mundo; g) maior envolvimento dos idosos em atividades e projetos na comunidade local; h) maior estímulo e incentivo para mudanças de atitudes, ocupação de tempo, organização do cotidiano e diminuição do uso de medicamentos. CONCLUSÕES: a contribuição da perspectiva pedagógica da educação permanente na educação específica de idosos ultrapassa o âmbito pessoal e familiar, possibilitando a construção de espaços efetivos de participação e reinserção social da terceira idade. No contexto aqui descrito, a inserção participativa do idoso na sociedade começa quando decide se incorporar ao programa Unati, mas é quando ultrapassa a representação de ser velho para o de estar na terceira idade isso se concretiza. As mudanças pessoais e familiares desencadeadas, ultrapassam os muros da universidade e atinge a comunidade. O desenvolvimento das atividades, os conteúdos efetivados pelos módulos e o desenvolvimento das diferentes oficinas, principalmente a oficina do Folclore e o projeto monitoria, concretizam a relação social e intergeracional, tão importante para a desmistificação das crenças sociais e para a construção de uma nova sociabilidade que promova uma nova concepção de ser idoso. Quando chegam a Universidade, os idosos que valorizam suas experiências de vida são os que se mantêm ativos socialmente, têm hoje melhores condições sócio-

econômicas, apresentam melhores condições de saúde, tiveram vínculos afetivos com o trabalho e oportunidade de desenvolver outras potencialidades. Podemos perceber que a partir da convivência com os idosos da Unati, permite-se inferir que o primeiro fato que desencadeou o processo de envelhecimento surgiu da percepção da perda do respeito pela sua experiência, que começa a ocorrer através do conflito intergeracional, principalmente no trabalho. Esse conflito aponta a degradação do trabalhador, que se sente velho frente à nova geração de trabalhadores que questiona seu posicionamento como ultrapassado. O idoso passa a se sentir velho. Nesse sentido, as diferentes atividades propiciadas, têm se mostrado como elementos efetivos de integração intergeracional e de inserção e participação comunitária dos idosos participantes da Unati, contribuindo para a representação e o sentimento de estar na terceira idade, possibilitando uma maior cidadania. Investir na reforma de pensamento, dando visibilidade à questão da reinserção do idoso na sociedade e permitindo que sejam abertas novas possibilidades, até então negadas, quebrando tabus e preconceitos instituídos; (re) significar a velhice (inclusive a auto-imagem que o idoso tem de si) e; informar/ formar a população de modo a enxergar o idoso como um ser social em todas as suas peculiaridades, reconhecendo-lhe o potencial ativo, são aspectos fundamentais para se pensar numa política social direcionada para a construção da cidadania deste segmento social. A Universidade Aberta à Terceira Idade da Unioeste/Toledo, atuando com a pedagogia da educação permanente, vem se mostrando adequada a esta demanda e dando respostas efetivas de inserção participativa da população idosa. Ao socializar as informações, através dos módulos, permite-se que se (res)signifique a velhice, redesenhando sua vida pessoal, familiar e comunitária. As atividades da oficina do folclore e o projeto da monitoria são ações efetivas de participação do idoso na sociedade.

Com certeza, pode-se afirmar que o espaço da Unati é um espaço de convívio e sociabilidade, de encontro de gerações, de quebra de isolamento e solidão dos alunos, proporcionando-lhes condições para derrubar mitos e preconceitos sociais relativos aos mais velhos, levando-os a contestar e rever muitos dos papéis que a sociedade procura lhes impor. No entanto, é também um espaço profícuo de integração e participação efetiva do idoso na sociedade. O programa vem atendendo o que preconiza a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso no que se refere à criação de programas e projetos que promovam a participação, a inclusão social e a cidadania do idoso, numa perspectiva de emancipação dos sujeitos envolvidos. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ENGELBRECHT, M.R & ODORIZZI, Roseli. Universidade Aberta à Terceira idade UNATI.. Projeto de Extensão Universitária/ UNIOESTE/Toledo, 2000-2004. ENGELBRECHT, M.R; ODORIZZI, R. & ROESLER, M.R.V.BORSTEL. Pessoa idosa: Vida e Cidadania com novos enfoques. Projeto de Extensão Universitária/Unioeste/Toledo, 1999. ODORIZZI, Roseli. A Universidade Aberta à Terceira Idade da Unioeste/Toledo: Construindo Espaços de Inserção Social do Idoso. Dissertação (Mestrado em Serviço Social e Política Social), Universidade Estadual de Londrina-UEL, Londrina-PR, 2003. ODORIZZI, Roseli. O Projeto Pessoa Idosa: Vida e Cidadania com novos enfoques na construção da Cidadania do Idoso: Relato de uma Experiência. Monografia de Especialização em Fundamentos do Trabalho em Serviço Social, realizado pelo Curso de Serviço Social na Unioeste/Campus de Toledo, 1999-2000.

O PROJETO MONITORIA DA UNATI: CONSTRUINDO A INSERÇÃO SOCIAL DO IDOSO INTRODUÇAO:

OBJETIVOS: METODOLOGIA: RESULTADOS: CONCLUSÕES: REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: