Automotive SETEMBRO 2010 DENISE JOHNSON A ENGENHARIA NO TOPO DA GM



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Automotive SETEMBRO 2010 DENISE JOHNSON A ENGENHARIA NO TOPO DA GM

ÍNDICE 36 LUIS PRADO À CAÇA DE ESPECIALISTAS 18 REVISÃO DE ESTRATÉGIAS Atrás de modelos de negócio compensadores 28 BESALIEL BOTELHO, SAE BRASIL Como recuperar a atração da engenharia? 34 MULHER NO COMANDO DA GM A engenharia destrona finanças 44 APOSTA EM ENERGIA E INOVAÇÃO Altran fala dos planos para o Brasil 46 GM COMPRA MAIS SERVIÇOS As estratégias de Pedro Manuchakian 50 IVECO FIDELIZA COMPETÊNCIAS Renato Mastrobuono alavanca a equipe 24 NEW FIESTA NOS BASTIDORES O carro e a operação no México LUIS PRADO

52 NA FIAT CLIENTE DITA REGRA Web e pesquisas guiam os projetos 56 O ESSENCIAL FICA EM CASA Terceirização de serviços na FPT 60 OFFSHORING DAS ENGENHARIAS As oportunidades que o Brasil oferece 62 SOFTWARES ALTA DEFINIÇÃO NO PROJETO Novidades da Siemens em PLM 64 SELF-SERVICE Flexibilização fica mais atraente 68 SINAL DE ALERTA As oportunidades de avanço profissional 71 O FIM DA PIRATARIA? Novos rumos no segmento de reparação 73 CUSTOMER CARE CUIDADO COM O CLIENTE O valor da compra e do pós-venda 88 QUEM É QUEM As empresas de serviço 93 SUSTENTABILIDADE S/A A nova cara a das empresas CONSCIÊNCIA: ações sustentáveis passam a ser mais mais comuns 102 UM PROGRAMA QUE PEGA Os novos avanços do Formare 104 LATA VELHA SEM DESTINO As iniciativas ainda derrapam para segurança de resíduos são uma raridade 76 HORA DE PROFISSIONALIZAR Dispara a exigência de qualificação 82 PLANEJAR CAPACIDADE Desafio mortal no crescimento 84 A VOZ DO CLIENTE J.D. Power ouve o mercado 106 ACEITANDO O RISCO Aptidões interpessoais no topo MODELO DA EDIÇÃO Harumi Onomishi, da Ford Models, 21 anos, 1,73 m, pai japonês e mãe brasileira, é uma prova da sinergia possível entre as culturas orientais e a nossa enquanto crescem as apreensões sobre uma verdadeira invasão das nossas fronteiras por veículos e componentes asiáticos. Ela fez a sessão de fotos desta edição no Estúdio Luis Prado, em São Paulo. Automotive

EDITORIAL REVISTA Paulo Ricardo Braga Editor paulobraga@automotivebusiness.com.br MULHER NO COMANDO Foi fácil eleger Denise Johnson para a capa da revista. Além de representar um colírio em ambiente tradicionalmente dominado pelo sexo masculino, a nova presidente da General Motors do Brasil concentra a atenção do mercado, mexe com a estrutura da empresa, destrona os homens de finanças no comando da operação brasileira e coloca a engenharia no topo. Levar ao comando a primeira mulher presidente de um fabricante de veículos no País, no momento em que o sexo feminino faz metade das compras e influencia a outra parte, foi inegavelmente uma boa jogada de marketing intencional ou não. Denise é engenheira mecânica com mestrado em administração pelo MIT, experiente em planejamento junto ao board e foi vicepresidente de relações trabalhistas na companhia. Foi, ainda, uma das cem líderes da indústria nos EUA, segundo a revista Automotive News. Engenharia da mobilidade, carreira e serviços, destaque desta edição em 50 páginas editoriais, estão em alta de 5 a 7 de outubro durante o Congresso da SAE Brasil no Expo Center Norte, em São Paulo. Besaliel Botelho, presidente da entidade, que entregará o cargo a Vagner Galeote, diretor de manufatura da Ford, é destaque na seção Entrevista para analisar os rumos da mobilidade e o papel da SAE Brasil, que em 2011 completa 20 anos de existência no País. A responsabilidade empresarial no setor automotivo é pauta de extensa análise do jornalista Pedro Kutney, que responde se existe apenas atenção com a imagem corporativa ou uma efetiva preocupação com a sustentabilidade e respeito ao capital humano e reservas naturais. Ariverson Feltrin volta para explicar se estamos, de fato, à véspera de um apagão logístico no País enquanto o setor automotivo embala no crescimento. Do México o colaborador Sérgio Oliveira de Melo envia uma avaliação sobre a operação da Ford para revitalizar a fábrica de Cuautitlán e produzir o New Fiesta. A próxima edição, a sexta, marcará um ano da revista. O tema central será o powertrain automotivo: motores, transmissões, combustíveis, matriz energética, carros elétricos e híbridos, lubrificantes. Já a publicação de dezembro tratará dos cenários para 2011 e das novas gerações de caminhões, ônibus e outros veículos comerciais. Até a próxima. FOTOS: LUIS PRADO www.automotivebusiness.com.br Tiragem de 10.500 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística, setor acadêmico. Diretores Maria Theresa de Borthole Braga Paula B. Prado Paulo Ricardo Braga Editor Paulo Ricardo Braga MTPS 8858 Redatora Giovanna Riato Colaboradores Alfonso Abrami, Ariverson Feltrin, Carlos Campos, Ivan Witt, Jon Sederstrom, Guilherme Manechini, Marcelo de Paula, Marta Pereira, Pedro Kutney, Sérgio Oliveira de Melo, Solange Calvo, Sonia Moraes e Sueli Osório Design e diagramação Ricardo Alves de Souza Estúdio Luis Prado Tel. 11 5092-4686 www.luisprado.com.br Harumi Onomishi (Ford Models) Publicidade Paula B. Prado paulabraga@automotivebusiness.com.br Tel. 11 5095-8880 CRM e database Josiane Lira josianelira@automotivebusiness.com.br Comercial Carina Costa carinacosta@automotivebusiness.com.br Monalisa Naves monalisanaves@automotivebusiness.com.br Comunicação e eventos Carolina Piovacari carolinapiovacari@automotivebusiness.com.br Media Center e WebTV Thais Celestino thaiscelestino@automotivebusiness.com.br Setembro de 2010 Distribuição ACF Acácias, São Paulo Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right Serviços de Comunicação e Marketing Ltda. Av. Iraí, 393, conjs. 52 e 53, Moema, 04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888. redacao@automotivebusiness.com.br publicidade@automotivebusiness.com.br 6 BUSINESS

MERCADO CARGA NA OPERAÇÃO DA JOHNSON CONTROLS fabricante de baterias Johnson Controls faz investimento recorde de US$ 51 milhões no País para A ampliar e modernizar a fábrica de Sorocaba, no interior paulista, até 2013. O aporte acontece em momento de demanda aquecida, com a unidade operando 24 horas por dia para atender as encomendas. Mesmo assim, foi preciso importar produtos do México nos últimos seis meses admitiu Carlos Zaim, diretor geral da divisão de baterias para a América do Sul. Os bons resultados obtidos na região também pesaram na decisão da corporação: Crescemos ao ritmo de dois dígitos nos últimos dois anos, revela o executivo, que está de olho na chegada das fábricas paulistas da Toyota, em Sorocaba, Hyundai, em Piracicaba, e Chery, em Jacareí. A Johnson Controls fornece a maioria das baterias originais utilizadas no País, baseadas na tecnologia de chumbo-ácido. A IDEIA LUMINOSA DA MARELLI U ma das novidades do novo Fiat Idea são as lanternas traseiras iluminadas por leds, desenvolvidas pela Magneti Marelli. Trata-se de uma novidade absoluta no Brasil garante o presidente para o Mercosul, Virgílio Cerutti, que já negocia outras aplicações. O segmento dos monovolumes responde por 6% a 8% do mercado de veículos leves e continuará nesse patamar, segundo o diretor de planejamento de produto da Fiat Automóveis, Carlos Eugênio Dutra. A versão 2011 do Idea traz desenho atualizado, opção pelos novos motores E.torQ e preços a partir de R$ 43.590. CHERY CONFIRMA FÁBRICA EM JACAREÍ Luis Curi, presidente da Chery do Brasil, fechou acordo com a prefeitura de Jacareí, no Vale do Paraíba, a 80 km da capital paulista, para a construção de uma fábrica de veículos às margens da via Dutra até o final de 2013. O investimento, confirmado em Wuhu, na China, pelo presidente da Chery Automobile, Yin Tongyue, começa com US$ 134 milhões para uma capacidade de 50 mil veículos/ano no final de 2013. Em uma segunda etapa a aplicação somará US$ 400 milhões para completar três mil empregos e produzir 150 mil unidades/ano. A Nutriplus, de Salto, SP, deverá se afastar do controle da operação, de forma amigável. Representantes da Chery buscaram aproximação com o Sindipeças, tentando equacionar de forma racional a área de suprimentos da montadora. NOVOS PLAYERS EM VEÍCULOS COMERCIAIS Enquanto Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões, da MAN, disparam à frente do ranking de produção e vendas para atender uma demanda interna que pode superar 180 mil caminhões este ano, há uma ebulição nos bastidores com a disposição de novos fabricantes de pesados se estabelecerem no País. A NC 2 anuncia a produção em território gaúcho, mobilizando recursos da Navistar e Caterpillar. A Paccar é outra marca que agita a praça, trabalhando em silêncio, da mesma forma que fazem players asiáticos como a Sinotruk, que se estabelece no Paraná. A Kia Motors, sob o comando de José Luiz Gandini, escolheu a Nordex, em Montevidéu, Uruguai, para montar o Bongo. 10 BUSINESS

MERCADO TOYOTA: FUNDO DE PENSÃO E FÁBRICA A Toyota tem sinal verde da Superintendência Nacional de Previdência Complementar para constituir um fundo de pensão no Brasil. O Banco Toyota será um dos patrocinadores da fundação. A corporação possui 3,3 mil funcionários no País e deverá contratar outros 1,5 mil para a fábrica de Sorocaba, no interior paulista, cuja pedra fundamental foi lançada em setembro com a presença do vice-presidente executivo da Toyota Motor, Atsuhi Niimi. A unidade, que receberá US$ 600 milhões e terá 1.500 funcionários, produzirá um carro compacto da marca, semelhante ao Etios, no segundo semestre de 2012, inicialmente no ritmo de 70 mil veículos/ano. SANCHEZ DIRIGE A NAVISTAR NA REGIÃO Waldey Sanchez, que comandava as atividades da Navistar na área de motores na região, como principal executivo da MWM International, foi nomeado presidente da operação na América do Sul. José Eduardo Luzzi assumiu seu posto e Luis Kanan a presidência no negócio de peças de reposição do grupo na região. Sanchez fará parte também do conselho de diretores da NC 2, joint-venture da Navistar com a Caterpillar para a produção e comercialização de caminhões. SAE TROCA COMANDO NO CONGRESSO SAE Brasil toma fôlego para abrir 2011 em alto astral e comemorar 20 anos de existência no País. O Congresso deste ano A (5 a 7 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo), marca um passo nessa trajetória, com a mudança de comando na entidade. Besaliel Botelho, vice-presidente executivo da Bosch, passa o bastão a Vagner Galeote, diretor de manufatura da Ford, que terá a responsabilidade de levar adiante o programa do próximo biênio. O congresso de 2011 terá à frente Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da General Motors para a América do Sul. Egon Feichter, presidente do encontro deste ano, fez um balanço otimista da iniciativa, sob o tema da qualificação profissional de engenheiros e designers, com avanços em todas as frentes. O programa reuniu 20 debates e apresentações nas áreas de veículos leves, caminhões e ônibus, setores aeroespacial e ferroviário, manufatura, tecnologia da informação, educação, máquinas agrícolas e de construção e duas rodas. Nada menos que 136 trabalhos técnicos foram para a lista de apresentações. A exposição registrou um recorde de 90 empresas e área 32% maior do que em 2009 cerca de 10 mil m 2. 12 BUSINESS

MERCADO MISTURA FINA, DO LONGA A WEB SÉRIES CATERPILLAR VAI PRODUZIR NO PARANÁ A Caterpillar anunciou aporte de US$ 180 milhões nos próximos dois anos para ampliar a capacidade de produção e inaugurar uma fábrica em Campo Largo, no Paraná, que já pertenceu à Chrysler. A empresa iniciará a reforma da unidade no final do ano e a produção no segundo semestre de 2011. A intenção é chegar a 2012 com mil funcionários para montar um modelo de retroescavadeira e dois de carregadeiras. Urbano Meirelles é um dos profissionais de comunicação atraídos pelo barulho que os fabricantes de veículos armam nos lançamentos e promoções no varejo. Acostumado a eventos de grande porte, ele tem se ocupado em colocar no portifólio da produtora de vídeo Mistura Fina as novas linguagens do mercado na produção de peças institucionais, de treinamento e incentivo. Atrás de todas as ações existe a necessidade de registrar imagens capazes de dar dimensão e dinamismo à cobertura e chegar a conteúdos diferenciados enfatizou. Depois de trabalhar em documentário de longa metragem, ele foca a atenção em web séries que julga adequadas para a velocidade da indústria automobilística. PASQUOTTO PROMOVIDO NA CUMMINS Luís Afonso Pasquotto foi promovido a vice-presidente corporativo da Cummins Inc., que estendeu seu comando da Unidade de Negócios de Motores para toda a América Latina desde agosto. O executivo brasileiro assume também a presidência do Conselho de Líderes de todas as unidades de negócios da Cummins na região. Engenheiro pelo ITA, com MBA em administração de empresas pela ESPM, ele ingressou na empresa em 1992, passou por cargos de liderança e tornou-se gerente de engenharia. A partir de 2000 atuou como diretor de marketing e vendas. MUDANÇA NA DIREÇÃO DA VW Andreas Hinrichs, diretor geral da Autoeuropa em Portugal, assumiu a vice-presidência de operações da Volkswagen do Brasil em setembro. Ele substitui Jörg Entzian, que comanda agora a nova unidade de veículos da marca em Yizheng, na China. António Pires, diretor da unidade de São José dos Pinhais, PR, passou a ser o novo diretor geral da Autoeuropa e foi substituído por Volker Germann, responsável até recentemente pelo planejamento de carrocerias em Wolfsburg, na Alemanha. 14 BUSINESS

MERCADO GOVERNO QUER INCENTIVAR AUTOPEÇAS governo trabalha para incluir a indústria de autopeças na segunda etapa da Política de Desen- O volvimento Produtivo que está sendo preparada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) para o período de 2011 a 2014. A informação é de Paulo Bedran, diretor do Departamento de Indústrias de Equipamento de Transporte, do ministério. Existe no governo a compreensão de que não se pode ter uma indústria automotiva forte sem um setor de autopeças igualmente forte, disse. Para ele, não bastam capacidade de investimento e redução da carga tributária para estimular o segmento. É necessário também incentivar a engenharia e a inovação, com melhores processos produtivos e interação com universidades de engenharia. S COMPETITIVIDADE AUTOMOTIVA EM XEQUE tephan Keese, diretor da Roland Berger, alerta que o Brasil figura apenas na 28 a posição do ranking mundial de capacidade de inovação. Nos investimentos em tecnologia, fica com a 29 a colocação. O investimento em pesquisa e desenvolvimento da indústria automotiva local também está abaixo do nível global. Para Keese, os cenários são claros: o País pode manter o ritmo atual e chegar a 2020 com produção de 4,8 milhões de unidades ao ano ou ganhar competitividade e avançar para o patamar de 5,9 milhões de unidades. Ele acredita que o etanol é uma resposta para o País, mas não a única: São Paulo é um terreno fértil para o avanço dos elétricos. J.D. POWER OUVE CLIENTE NO BRASIL J.D. Power já teve escritório no Brasil, mas só A agora decidiu estruturar uma operação para valer na América do Sul, baseada em São Paulo. Sob o comando do diretor de operações Jon Sederstrom, a intenção inicial é oferecer pesquisas com o consumidor e estudos personalizados para indústrias brasileiras do setor de automóveis e telefonia celular. Mais tarde a atuação será expandida para outros mercados e forecasting. O trabalho é focado na opinião do consumidor, esclarece o executivo. Um produto de destaque do portfólio são estudos de qualidade inicial dos carros, três a quatro meses após a compra. 16 BUSINESS

MERCADO CENÁRIOS GLOBAIS REVISÃO INTENSA DE ESTRATÉGIAS SOBRAM AMEAÇAS E DESAFIOS AOS FABRICANTES DE VEÍCULOS E COMPONENTES PARA ENCONTRAR MODELOS DE NEGÓCIO ATRATIVOS Todos já sabemos que os países emergentes vão fabricar e comprar mais veículos que os desenvolvidos, redesenhando a geografia do mercado automotivo. Mas qual é o tamanho dessas mudanças e do imbróglio que ameaça empresas e países tradicionalmente líderes na indústria automobilística? Como ficam montadoras e fornecedores nesse cenário? Michael Robinet, vice-presidente global da CSM Worldwide e especialista na arte de prever os cenários para a indústria automobilística, arrisca a primeira resposta: a produção nos mercados globais vai crescer 5,5% ao ano entre 2010 e 2016. Enquanto os desenvolvidos devem avançar 3,8%, as regiões em desenvolvimento estarão acelerando muito mais, a 7,3%. Pelas projeções do executivo as linhas de montagem em países da Europa e nos Estados Unidos vão fazer mais 1,4 milhão de unidades por ano; já as re- OS INVESTIDORES EXIGEM RETORNO COMPENSADOR E FOGEM DE RISCOS. HÁ OBSESSÃO NA REDUÇÃO DE CUSTO ROBINET, vice-presidente Global da CSM Worldwide giões em desenvolvimento colocarão à venda 2,5 milhões de veículos leves adicionais por ano, em média, até 2016. Em 2009 a produção global de veículos leves recuou 14%, para 57 milhões de unidades. Para 2010 está previsto o patamar de 64 milhões, ou um milhão de carros a menos que em 2008. Em 2016 o planeta estará produzindo 87 milhões de veículos leves, 50% dos quais nos países em desenvolvimento. Saiba que este ano a Europa Ocidental pode emplacar 1,5 milhão menos veículos do que em 2009, enquanto outras regiões ensaiam uma reação. O mercado caminha para um nível médio de vendas do conturbado ano de 2008, que trouxe pânico e sensação de quebradeira geral. Nos Estados Unidos players poderosos como General Motors e Chrysler foram à lona naquela ocasião. O Chapter 11, aparato jurídico da legislação norte-americana para o que chamamos de concordata e dá fôlego às empresas em recuperação, atraiu gente de todo tamanho na derrubada geral entre fabricantes de autopeças. Robinet informa que em 2010 serão vendidos 61,3 milhões de automóveis e comerciais leves em todo o mundo. Algo bem razoável, depois de tudo. Se ele estiver certo, a demanda ficará apenas 100 mil unidades abaixo do volume de 2008. O mercado automotivo global, que vinha acelerando desde o início do milênio e perdeu vigor no tsunami planetário, espera sair da ressaca e escapar de novas surpresas no mundo financeiro, como aquelas que rondam os europeus. Depois da entressafra, a 18 BUSINESS

MERCADO CENÁRIOS GLOBAIS VOLUMES POR PLATAFORMAS DA MESMA FAMÍLIA Volume por plataforma Segmentos B a D globais 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Em milhões de unidades Honda Renault/ Nissan Hyundai VW Ford Toyota GM Fiat/ Chrysler 2004 2008 2013 2016 PSA BMW Daimler Fonte: CSM Worldwide, Inc. CSM entende que a rampa de subida leva em direção à venda de 84,1 milhões de veículos leves em 2016. TENDÊNCIAS NO MERCADO AUTOMOTIVO GLOBAL Legislação de emissões mais rígida Veículos eficientes e menor consumo Maior dificuldade para atrair capitais Investidores exigentes e retorno compensador Plataformas e estruturas globais em destaque Operações mais flexíveis Obsessão para reduzir custos fixos Fazer mais com menos e mais parcerias Revisão intensa de estratégias Dinâmica de crescimento diferente nas regiões Triangulações entre fornecedores e OEMs Nova dinâmica e escopo na área de tecnologia NOVO MODELO Os modelos de negócios das montadoras e seus fornecedores se transformam junto com os mercados, pressionados por legislações mais exigentes sobre emissões e políticas de meio ambiente. Enquanto o Brasil conta vantagem com o ciclo do etanol, europeus e norteamericanos penam para seus veículos descerem a um nível aceitável. Assombrados com a nova realidade, os fabricantes do primeiro mundo se rendem ao exercício do downsizing para carros e motores. Autoridades e fabricantes norte-americanos tratam de definir um caminho para ajustar o perfil da frota às características da europeia, com veículos menores e mais eficientes. A distância nas emissões veiculares nos Estados Unidos em relação à Europa hoje chega a 105 g/km. Há uma corrida para reduzir a diferença a 42 g/km até 2016 e a 20 g/km por volta de 2030, junto com o Japão. Pensando nas empresas, Robinet adverte que o truque na sobrevivência dos empreendimentos passa por fazer mais com menos. Será difícil atrair capitais para projetos duvidosos e novos investimentos passarão pelo pente fino do pessoal que valoriza um bom retorno para o dinheiro aplicado. As estratégias passam por intensa revisão, com a análise de fusões, parcerias e ganhos de escala como faz Sérgio Marchionne à frente da Fiat. Para ele, é preciso negociar 6 milhões de veículos por ano para ser rentável. As companhias apostam em flexibilidade nas operações para ganhar mercado, alerta Robinet. Muita gente chega a invejar a fábrica da Fiat em Betim, MG, uma das mais produtivas do mundo graças a ganhos logísticos surpreendentes. Na Ásia, Estados Unidos e mesmo na abalada Europa há apostas vigorosas em tecnologias veiculares, especialmente no powertrain e sistemas eletrônicos que ampliam as fronteiras da conectividade, infotainment, segurança e funções relativas ao comportamento dinâmico dos veículos. Robinet, como os demais estrategistas do ramo, reconhece que a ele- 20 BUSINESS

MERCADO CENÁRIOS GLOBAIS PROJEÇÃO DA CSM PARA VENDAS GLOBAIS DE VEÍCULOS LEVES A análise cobre cerca de 96% da demanda 64 Em milhões de unidades 63 62 61 60 59 58 61,4 milhões 58,9 milhões 1,5 milhão 1,1 milhão 634 mil 229 mil 154 mil 138 mil 50 mil -1,5 milhão 61,3 milhões 57 56 2008 2009 América do Norte Grande China Sul da Ásia América do Sul Centro/Leste Europa Oriente Médio/ África Japão e Coreia Europa Ocidental 2010 Fonte: CSM Worldwide, Inc. trificação dos carros é uma tendência mas de longo prazo. Pouco mais de 300 mil híbridos foram comercializados nos Estados Unidos em 2009 e a grande maioria era Toyota Prius. Elétricos ainda levam um traço nas estatísticas. O Brasil, você sabe, é a terra do flex e essa realidade não vai mudar tão cedo. Motores a combustão, no planeta inteiro, terão uma história longa a contar, com petróleo ou combustíveis alternativos. Carlos Ghosn, CEO da Renault, estima que em dez anos os elétricos serão 10% do mercado. A projeção não serve para o Brasil, que está no marco zero da eletrificação e sequer fala em fabricar baterias de lítio. A Mitsubishi do Brasil avalia a comercialização e até mesmo uma montagem no País do i-miev um compacto elétrico japonês com dimensões semelhantes às do Novo Uno. O i-miev faz sucesso no Japão, com incentivo do governo, mas hoje custaria R$ 100 mil aqui e, apesar da boa autonomia de 80 a 100 km, teria o desafio adicional de encontrar eletropostos para recarga em aventuras mais longas. Vale lembrar que até a Itaipu Binacional e a Fiat tiveram dificuldade para comprar componentes estrangeiros sem similar nacional para desenvolver o Palio Weekend elétrico. NOVOS CENÁRIOS O cenário no mundo do automóvel só não é melhor por causa dos graves problemas ainda enfrentados na Europa Ocidental, que este ano emplacará 1,5 milhão de unidades menos do que em 2009, com a exaustão dos planos de subsídio à compra do carro novo. A recuperação está prevista para 2011. Na trajetória ascendente pelos próximos seis anos, o crescimento notável das vendas acontecerá em países como China, Brasil e Índia. Enquanto isso, Japão e Coreia devem marcar passo no mesmo patamar registrado desde 2002. A América do Norte começa a avançar, mas só voltará ao ritmo de 2007 em 2013. O ritmo alucinante nas linhas de montagem da China será o principal motor dos mercados globais. Em 2016, o país asiático contabilizará 18 milhões de unidades leves produzidas, enquanto a Índia estará próxima dos 5 milhões e o Brasil, junto com seus vizinhos da América do Sul, chegará à casa dos 6 milhões. Nessa época, Estados Unidos e Japão estarão na faixa dos 11 milhões de unidades. Robinet visualiza a Toyota como líder absoluto no ranking da produção até 2016, quando terá ultrapassado 10 milhões de unidades/ano. Atrás estarão a Volkswagen, GM, Hyundai-Kia, Renault Nissan, Ford, PSA. Honda e Fiat Chrysler estarão quase empatadas em quatro milhões de unidades. O especialista em mercados calcula que em 2009 apenas 65% das linhas de montagem estiveram ocupadas no mundo. O nível subirá para 73% este ano, para 82% em 2013 e 87% em 2016. Nessa trajetória, a capacidade nominal das fábricas somadas pulará de 86 milhões para 101 milhões de unidades/ano. 22 BUSINESS

LANÇAMENTO NEW FIESTA NEW FIESTA, OUTRO TRUNFO DA FORD DEPOIS DO FOCUS ARGENTINO, A FORD BRASIL TRAZ O NEW FIESTA SEDÃ PRODUZIDO NO MÉXICO E COLOCA A ENGENHARIA DE CAMAÇARI PARA RENOVAR O ECOSPORT E O KA AUTOMOTIVE BUSINESS A operação brasileira da Ford está em alta na corporação e na mídia internacional, que destacam a manufatura em Camaçari, na Bahia, e os constantes lucros na região. Enquanto isso, aqui, a praça agradece pela renovação da linha de veículos oferecida no País. A companhia coloca um trunfo na mesa com o New Fiesta mexicano, enquanto dá passos importantes para reprojetar o Ka e o utilitário esportivo EcoSport. O New Fiesta já foi tão badalado em outros mercados que havia pouca novidade a acrescentar no lançamento. Automotive Business pediu ao jornalista Sérgio Oliveira de Melo uma análise sobre a operação no México e o impacto do carro na América do Norte (leia nas páginas seguintes). Aqui no Brasil a chegada do sedã (nada se fala sobre o hatch) está cercada de boas expectativas para a disputa do segmento B Premium, frequentado por veículos compactos com bom conteúdo. Novo no conceito, no design e na proposta, o carro é um símbolo da renovação da Ford no mundo, resumiu Marcos de Oliveira, presidente para o Mercosul. Há três versões para os brasileiros. A básica parte de R$ 49.900, com ar-condicionado, direção elétrica, vidros, travas e espelhos elétricos, rodas de liga leve de 15 polegadas, CD- -player MP3, computador de bordo e alarme perimétrico de série. A seguinte, com ABS, custa R$ 51.150. A mais refinada, por R$ 54.900, oferece bancos de couro, sete airbags, direção com raios em acabamento metálico e descansa-braço das portas em vinil. 24 BUSINESS

O desenho do carro, na evolução do conceito que a Ford chama de Kinetic, provoca impacto e deve agradar o brasileiro. Com 4,41 m de comprimento, tem porta-malas de 440 litros e formato lateral que sugere agilidade. Os adversários? O Honda City, com motor 1.5 flex e 120 cavalos, tem 4,40 m, porta malas de 504 litros e preço de tabela de R$ 57,4 mil. O Fiat Linea 1.9 flex, de 130 cv, 4,56 metros e 500 litros de porta-malas, é encontrado pelo mesmo valor. O coreano Kia Cerato 1.6, de 126 cv, 4,53 m, 415 litros de porta-malas, é mais barato (R$ 51,5 mil). O New Fiesta leva três anos de garantia, acabamento externo primoroso e apenas algum senão em virtude de economias no ambiente interno, como plásticos discutíveis no painel. Os airbags e os freios ABS são citados como evidência da preocupação com segurança, atestada pelas cinco estrelas no respeitado teste de impacto da agência Euro NCAP. As portas se travam a partir dos 7 km/h e há pontos de ancoragem para cadeiras infantis, dentro do sistema latch. A segurança passiva se estende a alarme, vidros e travas elétricas das portas e bocal de abastecimento sem tampa removível. A sexta geração do New Fiesta, global, com plataforma, carroceria e interior totalmente novos, deixa longe as anteriores em imponência. Na Europa o projeto emplacou mais de 500 mil unidades desde o lançamento em meados de 2009. Agora o produto chega aos Estados Unidos, Canadá e países da América do Sul, depois de apresentado na Ásia. A equipe de engenharia de Camaçari, na Bahia, foi chamada a participar do desenvolvimento, mas o País terá de se contentar, pelo menos por enquanto, em importar o veículo produzido na fábrica de Cuautitlán, no México. Há linhas de montagem também em Valência (Espanha) e Colônia (Alemanha) para a Europa, e Nanjing (China) e Rayong (Tailândia) para a Ásia. O sedã tem no powertrain a contribuição da fábrica de Taubaté, no interior paulista, que faz motores e transmissão. O propulsor Sigma 1.6 Flex, com bloco, cabeçote, cárter e mancais de alumínio, é silencioso e oferece baixo nível de emissões, com acelerador eletrônico e uma calibração que produz 115 cv com etanol (a 5.500 rpm) e 110 cv com gasolina (6.250 rpm) e torque de 159 Nm com etanol (4.250 rpm) e 155 Nm com gasolina (4.250 rpm). Dados da engenharia da Ford indicam que o New Fiesta acelera de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos com gasolina e 11,5 segundos com etanol. A velocidade máxima é limitada a 190 km/h, com os dois combustíveis. Ele roda 11,9 km/l com gasolina e 8,3 km/l com etanol na cidade. Na estrada, faz 12,7 km/l com gasolina e 8,7 km/l com etanol. O consumo médio ponderado é de 12,3 km/l com gasolina e 8,5 km/l com etanol. O tanque tem capacidade de 47 litros. O carro tem um invejável nível de conforto acústico. Os compartimentos são altamente isolados e revestidos. Utilizamos para-brisa com propriedades de redução de ruído, além de isoladores no capô, nas caixas de rodas, no teto, nas colunas, nas portas, nos painéis, no assoalho e no porta-malas, diz Klaus Mello, gerente de engenharia de veículos da Ford. O fabricante registra que a direção elétrica traz linearidade e progressividade ao volante, ajustando automaticamente o esforço de acordo com a velocidade do veículo, com respostas rápidas, sem tirar a conectividade do motorista com o piso. O painel exibe na parte central uma tela multifuncional de LCD, que concentra informações multimídia e funcionamento do veículo. Os comandos, abaixo da tela, são dispostos em um teclado tipo celular.

LANÇAMENTO NEW FIESTA PASSO NA DIREÇÃO DA MODERNIDADE A FÁBRICA MEXICANA DE CUAUTITLÁN RECEBEU US$ 3 BILHÕES PARA FAZER UM CARRO QUE PRETENDE COLOCAR A FORD NO SÉCULO 21 SÉRGIO OLIVEIRA DE MELO DA CIDADE DO MÉXICO Quando Alan Mullaly chegou à Ford Motor Company, em 2006, estudou rapidamente a empresa antes de tomar ações definitivas, algo que fez logo, logo. A mais conhecida de suas providências foi obter capital para financiar a reviravolta que a companhia precisava iniciativa que salvou a empresa de recorrer ao Chapter 11 do código legislativo dos Estados Unidos, aplicado às concordatárias. Outra ação, porém, é menos conhecida. Mullaly decidiu que a marca precisava se desfazer de distrações como a Volvo, a Jaguar e a Land Rover, para concentrar-se nela mesma. Assim, nasceu o plano Uma só Ford. Foi debaixo desse plano que surgiu o projeto do novo Fiesta. Já pensando nas linhas de montagem, em 2008 a Ford anunciou investimento de US$ 3 bilhões para adaptar a fábrica de Cuautitlán, vizinha à cidade do México. Essa unidade produzia a geração anterior do picape F-150, 26 BUSINESS FORD investiu US$ 3 bilhões para reformar a fábrica