SISTEMS DE PREPRO DE SOLO E MNEJO DE COBERTUR MORT EM POMRES DE CITROS Pedro ntonio Martins uler Pesquisador - IPR Área de Fitotecnia aulerpe@iapar.br 35ª Semana da Citricultura Cordeirópolis, 5 de junho de 2013
Resultados de três experimentos de longa duração conduzidos na região Noroeste do Paraná. Objetivos - valiar a viabilidade de preparos mínimos do solo na implantação de pomares de citros. - Definir manejo das entrelinhas e porta-enxertos para as condições regionais. - valiar o efeito da cobertura morta nas linhas das plantas.
ESTDO DO PRNÁ 3,2 milhões de ha Solos arenosos x chuvas com alto potencial erosivo daptado de Rufino et al.,1992
Balanços hídricos mensais (Sentelhas et al., 1999) mm mm Paranavaí, PR (1971-1996) Extrato do Balanço Hídrico Mensal 80 70 60 50 40 30 20 10 0-10 Jan Fev Mar br Mai Jun Jul go Set Out Nov Dez DEF(-1) EXC Limeira, SP (1961-1990) Extrato do Balanço Hídrico Mensal 140 120 100 80 60 40 20 0-20 Jan Fev Mar br Mai Jun Jul go Set Out Nov Dez mm mm varé, SP (1941-1970) Extrato do Balanço Hídrico Mensal 120 100 80 60 40 20 0-20 Jan Fev Mar br Mai Jun Jul go Set Out Nov Dez DEF(-1) EXC Bebedouro, SP (1941-1970) Extrato do Balanço Hídrico Mensal 120 100 80 60 40 20 0-20 -40-60 -80 Jan Fev Mar br Mai Jun Jul go Set Out Nov Dez DEF(-1) EXC DEF(-1) EXC
Sistemas de preparo do solo na implantação de pomares PREPRO CONVENCIONL (revolvimento em área total) x PREPRO MÍNIMO (revolvimento parcial) - Maior erosão (risco de erosão severa) - Redução da erosão - Menor custo de implantação Impedimentos químicos (ph, teores de Ca e l) e físicos do solo (compactação) Produtividade do pomar
Erosão em pomar de laranja implantado com a utilização do preparo do solo convencional, lto Paraná, Noroeste do Paraná, 1992. (uler, 2010; foto: Jonez Fidalski)
Pomar de laranja implantado com preparo mínimo do solo (preparo em faixa) em área de pastagem. Fazenda Ipiranga, Paranavaí, 2003. Foto: Pedro. M. uler / IPR
Perda anual de solo e água e infiltração de água (média de seis anos) em Latossolo Vermelho-Escuro com 5,5% de declive sob diferentes cultivos Perdas de solo (t/ha) Perdas de água (mm) Infiltração (%) 76 79 87 99 293 264 168 53,0 29,0 15 5,0 0,1 Solo descoberto Milho convencional Soja plantio direto Veg. permanente (gramínea) (daptado de Dedecek et al., 1986)
Etapas do preparo do solo faixa em área de pastagem para o plantio de laranja Etapa 1: Calagem em área total, roçada e marcação das linhas de plantio 6,8 m Foto: Pedro. M. uler / IPR
Preparo do solo em faixa Etapa 2: ração com incorporação do calcário apenas nas linhas de plantio 2 m Foto: Pedro. M. uler / IPR
Preparo do solo em faixa Etapa 3: Gradagem nas linhas após aração Foto: Pedro. M. uler / IPR
Preparo do solo em faixa Etapa final: abertura e adubação do sulco de plantio plicação no sulco: - Reforço no calcário - Fósforo - dubo orgânico Mantém 70% da cobertura vegetal - Reduz substancialmente a erosão e elimina os riscos de erosão severa - Reduz os custos de implantação Foto: Pedro. M. uler / IPR
Experimento fazenda São Judas, lto Paraná, PR Período de avaliação: 1993 a 2005 Classe de solo: rgissolo Vermelho distrófico Área: ocupada por pastagem de Brachiaria humidicola. Laranja Pêra / Cravo Plantio: 1993 em espaçamento 7 x 4 m Delineamento experimental: blocos ao acaso com três repetições Seis tratamentos: preparo em faixa do solo e mais cinco manejos das entrelinhas em preparo convencional.
Produção de frutos de laranjeira Pêra/Cravo de 1996 a 2005 (10 safras) Produção acumulada kg/planta 1200 1000 800 600 400 200 42 t /ha/ano 0 PC Herbicida PC Calopogônio PC rachis PC Batatais PC Humidícola PF Humidícola PC=Preparo convencional; PF=Preparo em faixa. F; Tukey (5%) (daptado de uler et al., 2008)
Experimento fazenda São Judas, tratamento preparo do solo em faixa, julho de 1999 (seis anos após a implantação). Foto: Pedro. M. uler / IPR
Experimento fazenda Ipiranga (Cocamar), Paranavaí, PR Período de avaliação: desde 2002 Classe de solo: Latossolo Vermelho distrófico Área: ocupada por pastagem de Brachiaria brizantha. Copa: laranja Pêra Plantio: Julho de 2003, espaçamento: 6,80 x 3,5 m Delineamento experimental Blocos ao acaso com quatro repetições em esquema de parcelas sub-subdivididas. Fatores em estudo Parcelas: preparos do solo (convencional e faixa) Subparcelas: manejo da cobertura (sem e com cobertura morta nas linhas) Sub-subparcelas: porta-enxertos Cravo e Cleópatra
Características químicas iniciais do solo da área experimental, antes da calagem, fazenda Ipiranga, julho 2002. Profundidade P C ph l Ca Mg K CTC V l mg / dm 3 g / dm 3 CaCl 2 cmol c / dm 3 de solo % 0-20 cm 1,4 8,51 4,3 0,46 0,91 0,33 0,16 5,08 27,5 24,7 20-40 cm 0,8 7,17 4,2 0,72 0,74 0,26 0,12 5,39 20,8 39,1 (P: Mehlich) Não álico
EFEITO DO PREPRO DE SOLO* Produção de frutos de laranjeira Pêra de 2006 a 2012 (sete primeiras safras), fazenda Ipiranga, 2006 a 2012. Produção acumulada kg planta -1 529,9 517,3 31,4 t /ha/ano Faixa Convencional * Teste F não significativo para interações com o manejo da cobertura e porta-enxertos (p<5%); médias Tukey (5%) Dados relatório projeto / IPR 2013; uler et al., 2012
Eficiência da calagem aplicada em superfície sobre cobertura vegetal. Teores de l, Ca e Mg (0-20 cm) nas entrelinhas, condição inicial em 2002 e média dos resultados de 2006 a 2009, fazenda Ipiranga Inicial Faixa Convencional Teores no solo (Cmolc dm -3 ) 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 l Ca Mg Tukey, 5% Dados relatório projeto / IPR 2013
usência de restrições físicas (compactação) em áreas ocupadas por pastagem nessa região. Densidade do solo em pomar de laranja, sob diferentes preparos de solo, seis anos após o plantio. Fazenda Ipiranga. Em faixa Convencional Densidade do solo(kg dm -3 ) B 1,59 1,64 1,54 1,58 Rodado Entrerrodado Tukey ( 5%) daptado de Fidalski et al., 2009
Plantio de laranja em Guairaça, PR, Cocamar, 2010. 1 3 22 4 Fotos: Pedro. M. uler / IPR
TRTMENTO COBERTUR MORT NS LINHS Experimento fazenda Ipiranga Produção de biomassa nas entrelinhas e deslocamento para as linhas de plantio Fotos: Pedro. M. uler / IPR
Vista dos tratamentos de manejo da cobertura em 2008 Roçada convencional, sem cobertura morta na linha Roçada com deslocamento lateral, com cobertura morta na linha Foto: Pedro. M. uler / IPR
Por que utilizar cobertura morta nas linhas de plantio? Densidade de raízes finas (< ou = a 1mm) de laranjeira Valência (plantas com 14 anos), em três porta-enxertos, Nova Esperança, 2008. Sob a copa Limite externo da projeção da copa Densidade de raízes 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 + 20% + 18% + 57% 0,00 Cravo Cleópatra Trifoliata Porta-enxertos Medias de três repetições uler (2010)
Volume anual de biomassa de brizantão deslocado para as linhas, com duas roçadas por ano das entrelinhas (2004 a 2010). 13,3 Cobertura morta estabelecida nas linhas das plantas (2008) t ha-1 3,7 Matéria fresca Média de quatro repetições. Matéria seca Dados relatório projeto / IPR 2010 Foto: IPR
Extração anual média de macronutrientes no período de 2004 a 2010 (biomassa de brizantão removida para as linhas das plantas, duas roçadas por ano) Extração (kg ha-1) 28,1 88,6 4,9 12,5 10,1 N P K Ca Mg Média de quatro repetições. Dados relatório projeto / IPR 2010
Efeitos da cobertura morta sobre o solo e planta?
lterações químicas no solo - K (ciclagem de nutrientes) Teores de K no solo, 2008, fazenda Ipiranga Faixa de adubação em 2008 K (cmolc dm -3 ) 0.00 0.15 0.30 0.45 0 b a Entrelinha em 2008 K (cmolc dm -3 ) 0.00 0.15 0.30 0.45 0 b a Profundidade (cm). 10 20 30 a b b a a a Profundidade (cm). 10 20 30 b b b a a a 40 Sem cobertura morta na linha Com cobertura morta na linha 40 Sem cobertura morta na linha Com cobertura morta na linha F; Tukey (5 %) daptado de Gil et al., 2009
Cobertura morta x água no solo Água no solo nas linhas das plantas, sem e com cobertura morta, fazenda Ipiranga. 10 ns Sem cobertura morta Com cobertura morta 9 Água no solo (kg kg -1 ) 8 7 6 5 ns ns * * 20-40 cm 4 3 lta Média Baixa * 0-20 cm Classes de umidade *Significativo; ns=não significativo, Tukey, 5%. dapatado de Fidaslki et al., 2010.
Cobertura morta x controle do mato Tempo de capina sem e com o uso de cobertura morta (período de 2005 a 2008), Fazenda Ipiranga. 29 Tempo minutos /parcela - 50% - 52,4 % 14 Sem cobertura morta Com cobertura morta (Médias de quatro repetições) Dados relatório projeto / IPR 2010
PRODUÇÃO DE FRUTOS Interação manejo da cobertura x porta-enxertos * Produção acumulada (três primeiras safras 2006 a 2008) Sem cobertura morta Com cobertura morta Produção acumulada (kg/planta) B 119,6 134,3 + 12,3% 80,7 74,7 Cravo * Teste F (p<1%); Comparação de médias Tukey (5%) Cleópatra Dados relatório projeto / IPR 2013
Interação manejo da cobertura x porta-enxertos * Produção acumulada: 2006 a 2012 (sete primeiras safras) Sem cobertura morta Com cobertura morta Produção acumulada (kg/planta) 573,7 594,8 477,8-6,1% B 450,4 Cravo Dados relatório projeto / IPR Cleópatra * Teste F (p<1%); Comparação de médias Tukey (5%) Dados relatório projeto / IPR 2013; uler et al., 2012)
Desiquilíbrio nutricional possível causa da menor produção em Cleópatra Interação Manejo da cobertura x porta-enxertos* Teores foliares de Mg (media dos anos 2007 a 2011) Sem cobertura morta Com cobertura morta a Teores foliares (g kg -1) b 2.12 b 2.24 3.02 B a 2.68 Cravo Cleópatra * Teste F (p<1%); Comparação de médias Tukey (5%) Dados relatório projeto / IPR 2013
Interação Manejo da cobertura x porta-enxertos* Teores de Mg no solo da entrelinha 0-20 cm (media dos anos 2006 a 2009) Sem cobertura morta Com cobertura morta Teores de Mg no solo (Cmolc dm-3) b 0,86 a a 0,97 B a 0,81 0,79 Cravo Cleópatra * Teste F (p<5%); Comparação de médias Tukey (5%) Dados relatório projeto / IPR 2013
CONSIDERÇÕES FINIS É possível, em determinadas condições de solo e clima, a utilização do preparo mínimo do solo em faixa mantendo as entrelinhas vegetadas na implantação de pomares de laranja, pois mantém a produção de frutos, reduz a erosão e os custos de implantação em relação ao preparo convencional. pesar de preservar a umidade do solo, o uso de cobertura morta nas linhas de plantio não trouxe acréscimos significativos sobre a produção acumulada de laranja enxertada em Cravo, chegando a reduzir a produção em Cleópatra. Desequilíbrios nutricionais nas plantas devido grande alteração nos teores de K no solo indicam que este sistema de manejo precisa ser ajustado (por exemplo, alternar roçada convencional com deslocamento lateral e redução no aporte de K via adubo mineral). Neste ajuste deve-se levar em conta ainda o porta-enxerto envolvido.
GRDECIMENTOS PRCEIROS COCMR (fazenda Ipiranga) Família Ferrari (fazenda São Judas) Família Pratinha e Razente (Nova Esperança) EQUIPE DO PROJETO (IPR) Jonez Fidalski Luciano Grillo Gil Marcos ntonio Pavan Paulo Manoel de Lima Paulo H.. Parpinelli