Fertilização nitrogenada do cafeeiro com base na ecofisiologia
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- Lucas Gabriel Amaral da Conceição
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1 Fertilização nitrogenada do cafeeiro com base na ecofisiologia ESALQ - USP Produção Vegetal agosto Prof. José Laércio Favarin
2 Composição química Importância do nitrogênio Composição cafeeiro Kg ha -1 % Carbono - C Oxigênio - O Hidrogênio - H CH 2 O - fotossíntese Nitrogênio - N K, Ca, Mg, P, S e micron Matéria seca total De um total de kg por hectare de biomassa de café acumulada em 12 meses, 95% é carboidrato, produzido pela fotossíntese. Esta maquinaria vegetal funciona em 600 milhões de clorofilas (4N e 1Mg) presente em cada folha. Sem N, nada feito.
3 Dose de nitrogênio Tabela de recomendação... Produção esperada 1 Guimarães et al sacas ha -1 kg ha -1 N < >31 < a a a a > a Aproximação MG (1999) As doses de N das tabelas de adubação foram estabelecidas a partir de dados de cafezais, em situações pouco eficiente ao uso do fertilizante (N), como: em terra exposta ao sol, uso da grade na rua, e sem irrigação. Cuidado com a relatividade destes dados. As tabelas são aproximações, ajustadas de tempo em tempo.
4 Quando iniciar a adubação? Primeira dose, logo após a colheita 180 N-NO mg kg kg ha -1 N Neto & Favarin (2010) Dias após adubação Depois da adubação com N, seguida de irrigações, demorou mais de 20 dias para aumentar o teor de N no 3 par de folhas, a meia altura da planta (Neto & Favarin, 2010). Portanto, iniciar a adubação ao término da colheita do talhão, seja em cafezal irrigado ou de sequeiro. Não usar uréia na primeira dose, em lavoura de sequeiro.
5 Remobilização e eficiência das raízes? Aplicar a maior parte do N até a expansão... Fases N P K μmoles m -1 raiz dia -1 vegetação 226,9 11,3 52,9 florescimento 5,7 0,4 1,6 N foliar g kg VG FL CH EX GR MA 300 kg ha -1 N Menghel & Barber (1974) Neto & Favarin (2010) Dias após florada A maior parte do N (70%) deve ser aplicada até a expansão. Desta fase em diante, parte do N vem da remobilização (N-foliar diminui), em razão da menor eficiência radicular, pelo fato das raízes receberem menos CH 2 O, quando a prioridade são dos frutos. O cafeeiro só quer sobreviver, alta produção é desejo do homem.
6 % NOR - para frutos Remobilização das reservas é biológica, inevitável O cafeeiro também é fonte de nutrientes Lima F o & Malavolta (2003) R 2 = 0,82** N foliar g kg -1 A remobilização do N das reservas aos frutos é um fato. A partir da expansão a planta realoca o N das folhas, ramos e raízes. Assim, é prudente antecipar 70% dose de N até a expansão. O desgaste do cafeeiro depende do estado nutricional, pois é o regulador da taxa de transferência de N (20 a 55%) da planta aos frutos.
7 Volatilização do N-uréia Recuperação da amônia CO(NH 2 ) 2 + 2H 2 O (NH 4 ) 2 CO 3 + H 2 O 2NH OH - + HCO 3-2NH 3 + CO 2 + 2H 2 O Fenilli & Favarin (2007) 4,7% 7,4% 4,7% Adubação: 70 kg ha -1 N 100% Volatilizou: 58 kg ha -1 N - 83% Recuperou: 25 kg ha -1 N - 43% 21,8% 4,7% 27,9% 7,4% 16,7% 4,7% Cafezal: plantas ha -1 A atividade da urease depende da umidade, temperatura, se tem mais ou menos resíduos, e do ph. Em solo com ph alto qualquer fonte de N volatiliza, até mesmo o N-NH 4. A uréia não depende do ph, porque durante a sua hidrólise o ph próximo do grânulo alcança valores entre 8 e 10. Principal forma de perda de N.
8 Volatilização de fontes de N Acúmulo de calcário na superfície do solo Grau de finura Retido p.20 (0,84 mm) Eficiência relativa 0,2 Retido p.50 (0,3 mm) 0,6 Passa p.50 (<0,3 mm) 1,0 RE = 0,2x + 0,6y + z PRNT = PN x RE/100 Variáveis ph - H 2 O P (mg dm -3 ) Ca (cmol c dm -3 ) B (mg dm -3 ) Zn (mg dm -3 ) cm 4,5 6, ,0 1,2 8,1 0,8 0,8 4,0 19,2 Esta situação pode ser mais comum do que se pensa, detectado somente por meio da análise dos primeiros 5 a 10 cm de solo. Em lavoura em produção deve-se usar calcário com alto grau de finura, para o produto descer no solo. Assim, não eleva tanto o ph superficial, o que aumenta, também, a eficiência do P.
9 A lixiviação de nitrogênio Não é tão assustadora como dizem Cf +150Bq Balanço Cf, sem Bq N kg ha -1 % kg ha -1 % Café - Cf 80,0 53,3% 115,8 38,6% CNBq (Bq Cf) 3,4 2,3% 3,2 1,1% CNCf (Cf- Bq) 1,6 1,1% 2,6 0,9% CLN-consórcio 1,8 1,2% 0,6 0,2% Lixiviação 5,2 3,5% 18,2 6,1% Favarin e Pedrosa (2013) 45% de argila Na literatura há certo exagero sobre a perda de N por lixiviação. Ela ocorre, mas, em geral, é inferior a 8%, em razão das cargas positivas abaixo dos primeiros 20 cm de solo; e, também, pela intensa atividade microbiana nos solos tropicais. É um conceito importado, que não se revela tão assustador, como escrito nos livros.
10 Eficiência de aproveitamento do N Depende da dose aplicada 280 kg ha N: kg ha -1 Vegetação+grãos Resíduos café Lixiviação (2,3%) Volatilização (21%) Fenilli & Favarin (2007) 113,6 79,4 6,5 58,1 50% argila N 200 kg 400 kg Aproveitamento lixiviação kg ha -1 % kg ha ,2 74,6 2,6 164,4 41,1 14,8 600 kg 273,0 45,5 45,6 800 kg 228,8 28,6 104,0 % 1,3 3,7 7,6 13,0 Bortolotto (2010) LEM/BA 15% argila 60 scs ha -1 tem: 69 (V) (F) kg ha -1 N A eficiência de aproveitamento N piora com aumento da dose N. Quanto mais adiciona N, mais intensa é atividade biológica, a qual compete pelo N por meio da imobilização. A máxima produção obteve-se com 400 kg ha -1 N-mineral, mais 90 kg ha -1 N-orgânico, fornecido na forma de casca de café e esterco galinha.
11 Como aumentar o aproveitamento de N? Reduzir a temperatura e a evaporação da água solo MS-aérea-g MS-raiz-g /23 33/23 38/23 Franco (1982) Temperatura D/N Se a temperatura do solo não passar muito 30 C, aumenta a disponibilidade de água, que não evaporou, comum nas lavouras com menos de 8 anos. Outro fato positivo é a preservação das raízes. Em lavouras com resíduos sob a copa sobra mais água à absorção dos nutrientes, crescimento da planta, principalmente das raízes-alimentadoras, e à produtividade de grãos de café.
12 Água solo g g-¹ Resíduo de braquiária sob a copa Economia de água no período seco 0, café braq. 0 café braq. 300 café, sem braq. 0,08 0,06 0,04 jun/11 Pedrosa & Favarin(2013) jul/11 ago/11 set/11 A presença de resíduos de braquiária sob a copa do cafeeiro levou a uma economia média de 0,03 g de água por grama de solo, nos primeiros 10 cm de profundidade. Para um solo com densidade igual a 1,2 g cm -3, a economia de água no período foi equivalente a uma chuva ou irrigação de 108 mm/mês.
13 Compactação reduz aproveitamento N Prejudica o fluxo de água nos microporos Sako (2007) H 2 O H 2 O A compactação e a tortuosidade dos poros do solo dificultam o fluxo da água em direção das raízes. Quanto menor for a dificuldade ao fluxo de água, mais água e nitrogênio serão absorvidos pelo cafeeiro.
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15 Avaliação do estado nutricional Visão estática versus dinâmica, e condições que a folha formou? Fontes N P K g kg -1 Mg Martinez et al. (1999) , ,1-3,6 Raij et al. (1997) , Bragança et al. (2007) ,2-1, ,5-4 A comparação dos resultados da análise foliar deve seguir a mesma referência adotada para a coleta das folhas (época e par de folhas). Não pode esquecer que a foto tirada hoje (dia coleta da folha) reflete os acontecimentos durante o tempo de formação do par de folha coletado. A interpretação tem de ser dinâmica, apesar da foto estática, o que não é tão simples assim.
16 Obrigado! Prof. José Laércio Favarin Departamento de Produção Vegetal Piracicaba/SP
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