GUERRA FISCAL - Impactos da Resolução SF 13/2012 BRITCHAM 26 de março de 2013
I. Resolução SF nº. 13/2012 Intenção de eliminar a Guerra dos Portos Reduz as possibilidades de desoneração do ICMS nos Estados de origem Alíquota Interestadual de 4%: mercadorias importadas não submetidas a industrialização; ou ainda que resultem de industrialização, tenham Conteúdo de Importação superior a 40%. Não aplicável a mercadorias (i) sem similar nacional, (ii) produzidas conforme PPB e (iii) às operações que destinem gás natural importado do exterior a outros Estados. Regulamentação em andamento
II. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentações Nacionais Ajuste SINIEF 19/2012 - Criação de novas obrigações acessórias Cálculo do Conteúdo de Importação Entrega de FCI Informações nas Notas Fiscais Ajuste SINIEF 20/2012 Adaptação dos Códigos de Situação Tributária (CST) CAMEX Bens e mercadorias não sujeitos à alíquota de 4%
II. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentações Nacionais Res. CAMEX 79/2012 (DOU 07/11/2012) - Bens sem similar nacional: Bens e mercadorias sujeitos a alíquota zero ou de 2% de II (Res. CAMEX 94/2011); Bens e mercadorias relacionados em destaque ex na Res. CAMEX 71/2010; Bens e mercadorias objeto de concessão de ex tarifario (cf. lista do MDIC) Bens e mercadorias cuja inexistência de produção nacional tenha sido atestada pela SECEX, em procedimento específico para a importação de bens usados ou beneficiados com isenção Ponto de dúvida: Somente revenda? E no caso de insumos?
II. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentações Nacionais Convênio ICMS 123, de 07/11/2012 (DOU de 09/11/2012) Na operação interestadual com bem ou mercadoria importados, ou com conteúdo de importação, sujeitos à alíquota do ICMS de 4%, não se aplica benefício fiscal anteriormente concedido, exceto se: I. de sua aplicação em 31/12/2012 resultar carga tributária menor que 4% (quatro por cento); II. tratar-se de isenção. Na hipótese I, deverá ser mantida a carga tributária prevista em 31/12/2012. Alerta: estão convalidados apenas os incentivos concedidos com aprovação do CONFAZ!
III. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentação SP Decreto 58.923/2013 Regulamentação interna da Resolução 13/2012 e do Ajuste SINIEF 19/2012 Basicamente repete os termos da Resolução e Ajustes
III. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentação SP Portaria CAT nº. 174/2012 (DOE de 29/12/2012) Regulamentação interna da Resolução 13/2012 e do Ajuste SINIEF 19/2012 Determinou a utilização do Valor Aduaneiro fixado como base de cálculo pela Autoridade Aduaneira, ao invés do Valor Documental na definição do valor da parcela importada (art. 3º, 2º); Estabeleceu que se desconsidere qualquer desoneração ou postergação do lançamento do ICMS na definição do valor da parcela importada, e que o ICMS integra a própria base de cálculo (art. 3º, 3º);
III. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentação SP Portaria CAT nº. 174/2012 (DOE de 29/12/2012) (cont.) Previu a disponibilização de um software pela SEFAZ/SP para o preenchimento da FCI (ou desenvolvido/adquirido pelo contribuinte) (art. 6º, 4º) disponível no site da SEFAZ/SP para testes até 31/03; Estoque de 31/12/2012: Na hipótese de aquisição de mercadoria no país, quando não for possível identificar (art. 11): O valor da importação da mercadoria, o contribuinte poderá utilizar como tal o valor constante da nota fiscal de aquisição que identifique o CST de mercadoria Estrangeira - Importação direta ou Estrangeira - Adquirida no mercado interno O valor da parcela importada contida na industrialização antecedente, o contribuinte poderá considerar a mercadoria como de origem nacional.
III. Resolução SF nº. 13/2012 Regulamentação SP Portaria CAT nº. 174/2012 (DOE de 29/12/2012) (cont.) Para cálculo do conteúdo de importação, fica facultada a utilização das médias aritméticas praticadas no período imediatamente anterior, enquanto não estiverem disponíveis os dados do último período de apuração (Art. 6, 6 ) Deixa expressa a obrigatoriedade de informação na NF-e das informações relativas ao valor da importação e/ou Conteúdo de Importação, mesmo nas operações internas (Art. 8, parágrafo único).
IV. OMISSÕES E PONTOS POLÊMICOS
IV.1. Diferencial de alíquotas Aquisição interestadual de insumos para aplicação no processo produtivo ou comercialização: a) RS o diferencial de alíquotas será devido no momento da entrada (RICMS/RS Livro I, artigo 46, 4, e nota 05, e Livro II, art. 25, X) b) SC recolhimento do diferencial no momento da entrada (Decreto n. 1.357/2013 Efeitos a partir de 01/05/2013 em razão da publicação do Decreto n. 1.429/2013).
IV.2. Vendas para não contribuintes do imposto CF/88: Operações que destinem bens a consumidor final localizado em outro Estado: aplicação da alíquota interna quando o destinatário não for contribuinte do imposto; Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: aplicação da alíquota interestadual de 4% nas operações com não contribuintes do imposto. Inconstitucionalidade destes dispositivos X Possibilidade de planejamentos. Correção : MT alterou dispositivo e convalidou a aplicação da alíquota de 4% entre 01/01/2013 e 06/02/2013 (permanece a inconstitucionalidade neste período)
IV.3. Acúmulo de créditos de ICMS A aplicação da alíquota de 4% de ICMS interestadual poderá implicar acúmulo de créditos. Exterior Operação de Importação: Base de Cálculo (ICMS): R$ 100,00 D: ICMS (18%): R$ 18,00 ICMS a pagar : R$ 18,00 Operação de Revenda: Saída: R$ 200,00 Base de Cálculo (ICMS): R$ 200,00 D: ICMS (4%): R$ 8,00 C: ICMS (18%): R$ 18,00 ICMS a pagar a SP: (R$ 10,00) Porto Importador Varejista SP MG Resultado: Acúmulo de crédito de R$ 10,00
IV.3. Acúmulo de créditos de ICMS Postura de SP: Não haverá legislação regulamentando a situação Soluções (exemplos): SP: concessão de regimes especiais para diferimento do ICMS na importação (avaliado caso a caso); ES: beneficiários do FUNDAP terão base de cálculo reduzida, de forma que a carga tributária resulte em 4% (Decreto Estadual 3.194-R de 28.12.2012).
IV.4. Ausência de parâmetros anteriores Regulamentação não trata de ausência de parâmetros anteriores (Valor de Importação e Valor de Operação Interestadual) Ex.: Bens produzidos sob encomenda CONFAZ Perguntas e Respostas Caso a empresa não tenha nenhuma saída interestadual nos períodos anteriores ao cálculo, como fará para calcular o coeficiente de importação para saber qual a alíquota a ser aplicada em futura venda interestadual? a) Deverá ser utilizado o valor da saída interestadual em questão para cálculo do conteúdo de importação.
V. Ações Judiciais Valor da Importação na NF Cláusula sétima do Ajuste SINIEF 19/2012: deverá ser informado na NF-e: a) O valor da parcela importada do exterior, o número da FCI, e o CI - industrialização; b) O valor da importação revenda. Liminares vêm sendo deferidas - Argumentos: a) Inconstitucionalidade: art. 170, IV, da CF. b) Ilegalidade: art. 198 CTN.
V. Ações Judiciais Valor da Importação na NF Constituição Federal: CTN Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: IV - livre concorrência; Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
V. Ações Judiciais Valor da Importação na NF Pedidos possíveis: 1) Deixar de informar o valor da parcela importada, CI e valor da importação, dependendo do caso (revenda/industrialização) (incluir pedido para que o fisco não autue em razão da ausência das informações); 2) Não autuar os contribuintes que recebem notas fiscais sem a informação do valor da parcela importada/valor da importação. Efeitos práticos: cadeia posterior não conseguirá fazer o cálculo do CI Liminar irreversível? Paralelo com ICMS-ST (RESP 102716/RS)
V. Ações Judiciais Valor da Importação na NF Problema: Como tratar as aquisições de mercadorias importadas ou com Conteúdo de Importação, cujas notas fiscais não tenham as informações em razão de liminar? Não há regulamentação neste ponto. Solução razoável: utilização de critério semelhante ao estabelecido pelo art. 11, 2, da Portaria CAT 174/2012: a) Se na NF de aquisição constar os CST 1 - Estrangeira - Importação direta, 2 - Estrangeira - Adquirida no mercado interno, 3 - Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação superior a 40% (quarenta por cento): considerar 100% importado;
V. Ações Judiciais Valor da Importação na NF Problema: Como tratar as aquisições de mercadorias importadas ou com Conteúdo de Importação, cujas notas fiscais não tenham as informações em razão de liminar? b) Se na NF de aquisição constar os CST 4 - Nacional, cuja produção tenha sido feita em conformidade com os processos produtivos básicos; 5 - Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação inferior ou igual a 40% (quarenta por cento); 6 - Estrangeira - Importação direta, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX; ou 7 - Estrangeira - Adquirida no mercado interno, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX: considerar 100% nacional.
OBRIGADO! Maurício Barros - mauricio.sp@gaiasilvagaede.com.br Gaia, Silva, Gaede & Associados Advocacia e Consultoria Jurídica Rua da Quitanda, 126 Centro 01012-010 São Paulo SP www.gaiasilvagaede.com.br