COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

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Transcrição:

COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Os princípios constantes da CF sobre processo legislativo não são de observância obrigatória pelos estados-membros em suas Constituições, mas é vedado ao legislador estadual, como ao federal, dispor sobre as matérias de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo? Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: TJ- AM 2

COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Seção II Das Atribuições do Presidente da República Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 121

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal;

Estado de Defesa + Estado de Sítio + Intervenção federal Competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49) IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; Art. 57 6º A convocação extraordinária do C.N. I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- Presidente da República; Proibição de Emenda Constitucional Art. 60. 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Estado de Defesa + Estado de Sítio + Intervenção federal Competência Privativa do Presidente da República (art. 84) IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; Conselho da República Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; Conselho de Defesa Nacional Art. 91 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

CESPE - TSE - Área Administrativa - TRE 14) Prescinde de aprovação do Senado Federal a nomeação, pelo Presidente da República, a) de ministros do TSE. b) do advogado-geral da União. c) do presidente do Banco Central do Brasil. d) do procurador-geral da República. 2

COMENTÁRIO DO PROFESSOR Art. 84 XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, ANUALMENTE, ao CONGRESSO NACIONAL, dentro de SESSENTA dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Art. 84 Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. REGRA EXCEÇÃO As competências do Presidente são indelegáveis Art. 84 único

DESTINATÁRIOS DA DELEGAÇÃO Ministros de Estado Advogado Geral da União ART. 84 VI XII Procurador Geral da República XXV Primeira parte

DECRETO AUTÔNOMO (art. 84, VI) BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE (ADI 514/PI) Normas Constitucionais Originárias Normas Constitucionais Derivadas (EC ) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos (art. 5º 3º CF) Princípios Positivados e Não Positivados NORMAS SUPRALEGAIS TIDH NÃO aprovados conforme art. 5º 3º CF Normas do art. 59 ao 69 da CF/88; Leis (U,E,DF,M) Tratados Internacionais; Normas Legais ou Atos normativos primários Decretos autônomos; Regimentos dos tribunais; NORMAS INFRALEGAIS Decretos Regulamentares Instruções Normativas Resoluções do CNJ e CNMP; Portarias etc Regulamentam ou dão executoriedade `as normas legais Regimentos das Casas Legislativas

DECRETO AUTÔNOMO I) Organizacão e funcionamento da Adm. Púb. Federal CONDIÇÕES Despesa Criar/ Extinguir ÓRGÃOS PÚBLICOS II) Extinguir cargos e funções públicas CONDIÇÃO Quando vagos Delegatários Ministros Estado de Advogado Geral da União Procurador Geral da República

IMPORTANTE!!! A Constituição da República não oferece guarida à possibilidade de o Governador do Distrito Federal criar cargos e reestruturar órgãos públicos por meio de simples decreto. Mantida a decisão do Tribunal a quo, que, fundado em dispositivos da Lei Orgânica do DF, entendeu violado, na espécie, o princípio da reserva legal. (STF, RE 577.025, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-12-2008, Plenário, DJE de 6-3-2009.)

Pressupõe a existência de lei prévia a ser regulamentada. Objetivo: facilitar a execução das leis. Devem ser regras gerais, abstratas e impessoais. Decorre do Poder Regulamentar do Estado.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; Veto legislativo ; Efeitos Ex Nunc; A ação de sustação, por decreto legislativo, poderá sofrer controle repressivo judicial. 2

IMPORTANTE!!! Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; Art. 87 Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei: II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos

Expedir Decretos e regulamentos Instruções para execução de decretos e regulamentos Presidente de República Ministro de Estado

Art. 84 XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; INFORMAÇÕES RÁPIDAS Delegatários É forma de extinção da punibilidade (Art. 107, II, CP) Só pode ser concedido após condenação transitada em julgado. Apenas extingue a punibilidade, persistindo os efeitos do crime, o condenado não retorna à condição de primário. Ministros Estado de Advogado Geral da União Procurador Geral da República

COMENTÁRIO DO PROFESSOR A concessão do benefício do indulto é uma faculdade atribuída ao Presidente da República. Assim, é possível a imposição de condições para tê-lo como aperfeiçoado, desde que em conformidade com a CF. (STF, AI 701.673-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 5-5-2009, Primeira Turma, DJE de 5-6-2009.) No mesmo sentido: HC 96.475, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 14-4-2009, Segunda Turma,DJE de 14-8-2009.

Art. 84 XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; PRIMEIRA PARTE PROVER E EXTINGUIR OBS: Segundo entendimento do STF 1) caberá também o desprovimento (DEMISSÃO); 2) Aplica se simetria para os Estados e o DF. Delegatários Ministros Estado de Advogado Geral da União Procurador Geral da República

IMPORTANTE!!! Esta Corte firmou orientação no sentido da legitimidade de delegação a ministro de Estado da competência do chefe do Executivo Federal para, nos termos do art. 84, XXV, e parágrafo único, da CF, aplicar pena de demissão a servidores públicos federais. (...) Legitimidade da delegação a secretários estaduais da competência do governador do Estado de Goiás para (...) aplicar penalidade de demissão aos servidores do Executivo, tendo em vista o princípio da simetria. (STF, RE 633.009-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 13-9-2011, Segunda Turma, DJE de 27-9-2011.) No mesmo sentido: RE 608.848-AgR, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 17-12-2013, Segunda Turma, DJE de 11-2-2014; ARE 748.456-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 17-12- 2013, Segunda Turma, DJE de 7-2-2014; RE 632.894-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 19-11-2013, Primeira Turma, DJE de 17-12-2013.

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CRIMES DE RESPONSABILIDADE PRÓPRIO / SENTIDO AMPLO político- Infrações administrativas Sanções: perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos. CRIMES DE RESPONSABILIDADE IMPRÓPRIOS / SENTIDO ESTRITO Infrações penais propriamente ditas Sanção: penas privativas de liberdade ou penas restritivas de direito.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial*, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. Lei Nacional nº 1.079/50

SÚMULA VINCULANTE 46 A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.

Crimes de responsabilidade (José Afonso da Silva) Infrações políticas (art. 85, I a IV, da CF/88) Condutas que impliquem atentado contra a existência da União, contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes Constitucionais das unidades da federação, contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais e contra a segurança interna do país; Crimes funcionais (art. 85, V a VIl, da CF/88) Atos que atentem contra: 1) a probidade na administração; 2) a lei orçamentária e; 3) o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

IMPEDIMENTO DO SIGILO DAS VOTAÇÕES No impeachment, todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir maior transparência, controle dos representantes e legitimação do processo. No silêncio da Constituição, da Lei nº 1.079/1950 e do Regimento Interno sobre a forma de votação, não é admissível que o Presidente da Câmara dos Deputados possa, por decisão unipessoal e discricionária, estender hipótese inespecífica de votação secreta prevista no RI/CD, por analogia, à eleição para a Comissão Especial de impeachment. Em uma democracia, a regra é a publicidade das votações. STF - ADPF 378 MC / DF(08-03-2016) 1 2

O agente político pode responder por improbidade administrativa e por crime de responsabilidade? 2

1ª Corrente (STF - Rcl 2138) 2ª Corrente (STJ) Regra: responderá Exceção: não responderá se: a) o agente político for uma das autoridades sujeitas à Lei n. 1.079/50; b) O fato praticado for tipificado como improbidade administrativa e crime de responsabilidade. Responderá, conforme AgRg na Rcl 12514/MT, Rel. Min. Ari Pargendler, Corte Especial, julgado em 16/09/2013. 2

Denúncia por cidadão Apuração pela CPI Presidente da CD recebe a denúncia (MS 23.885) Câmara dos Deputados p/ Juízo de Admissibilidade (2/3)* Não autorizado Arquivado Autorizado Senado Federal (faculdade de iniciar o julgamento) ADPF 378 Nessa fase, o Chefe do Executivo se submete a condição de acusado. STF. Plenário. ADPF 378 MC / DF(08-03-2016) 2.3. A ampla defesa do acusado no rito da Câmara dos Deputados deve ser exercida no prazo de dez sessões (RI/CD, art. 218, 4º), tal como decidido pelo STF no caso Collor (MS 21.564, Rel. para o acórdão Min. Carlos Velloso).

É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade? Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: Faceli Prova: Procurador 2

Lei n. 1.079/50 Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados. 1

"A Corte, no julgamento de cautelar na ADI 1.628-SC, já adotou posição quanto à aplicabilidade do quorum de 2/3 previsto na CF como a ser observado, pela Assembleia Legislativa, na deliberação sobre a procedência da acusação contra o Governador do Estado. (STF - ADI 1.634-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 17-9-1997, Plenário, DJ de 8-9-2000.)

Leitura Obrigatória Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. PROCESSO DE IMPEACHMENT. DEFINIÇÃO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO RITO PREVISTO NA LEI Nº 1.079/1950. ADOÇÃO, COMO LINHA GERAL, DAS MESMAS REGRAS SEGUIDAS EM 1992. STF. Plenário. ADPF 378 MC / DF, Relator(a): Min. EDSON FACHIN; Relator para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2015, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, public. 08-03- 2016

Aspectos principais da ADPF 378 1.1. Apresentada denúncia contra o Presidente da República por crime de responsabilidade, compete à Câmara dos Deputados autorizar a instauração de processo (art. 51, I, da CF/1988). A Câmara exerce, assim, um juízo eminentemente político sobre os fatos narrados, que constitui condição para o prosseguimento da denúncia. Ao Senado compete, privativamente, processar e julgar o Presidente (art. 52, I), locução que abrange a realização de um juízo inicial de instauração ou não do processo, isto é, de recebimento ou não da denúncia autorizada pela Câmara. 1.2. Há três ordens de argumentos que justificam esse entendimento.

Em primeiro lugar, esta é a única interpretação possível à luz da Constituição de 1988, por qualquer enfoque que se dê: literal, histórico, lógico ou sistemático. Em segundo lugar, é a interpretação que foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal em 1992, quando atuou no impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello, de modo que a segurança jurídica reforça a sua reiteração pela Corte na presente ADPF. E, em terceiro e último lugar, trata-se de entendimento que, mesmo não tendo sido proferido pelo STF com força vinculante e erga omnes, foi, em alguma medida, incorporado à ordem jurídica brasileira. Dessa forma, modificá-lo, estando em curso denúncia contra a Presidente da República, representaria uma violação ainda mais grave à segurança jurídica, que afetaria a própria exigência democrática de definição prévia das regras do jogo político.

Processo (2) Julgamento 2/3 membros Absolvição (arquivo) Condenação (perda do cargo e suspensão de qualquer atividade pública por 8 anos) (1)...o recebimento da denúncia pela Mesa do Senado Federal, no processo de impeachment ocorre apenas após a decisão do Plenário do Senado Federal, em votação nominal tomada por maioria simples e presente a maioria absoluta de seus membros; STF. Plenário. ADPF 378 MC / DF(08-03-2016) (2) Instaurado o processo o Presidente fica afastado por até 180 dias

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 2 1

Precedente antigo do STF (MS 21.689) Renúncia do mandato "caso Collor" Tese de Defesa STF * Votação sobre perda do cargo ficou prejudicada ("perdeu o objeto"); * Inabilitação... Pena acessória Perda do cardo + Inabilitação... (Penas autônomas) 2 1

Julgado do STF no caso Collor "A preposição com, utilizada no parág. único do art. 52, acima transcrito, ao contrário do conectivo e, do 3º, do art. 33, da CF/1891, não autoriza a interpretação no sentido de que se tem, apenas, enumeração das penas que poderiam ser aplicadas. Implica, sim, a interpretação no sentido de que ambas as penas deverão ser aplicadas. É que a preposição com opõe-se à preposição sem (v. Caldas Aulete, 'Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa', 5ª ed., 1964, II/856, V/3688). 2 1

No sistema da Constituição de 1891, art. 33, 3º, mais as normas infraconstitucionais indicadas - Lei nº 30, art. 2º, Lei nº 27, artigos 23 e 24 - era possível o raciocínio no sentido de que apenas a aplicação da pena de perda do cargo podia ocorrer, certo que esta poderia ser agravada com a pena de inabilitação. No sistema atual, entretanto, isto não é mais possível: ambas as penas deverão ser aplicadas em razão da condenação. Que condenação? A condenação em qualquer dos crimes de responsabilidade que deram causa à instauração do processo de impeachment." (trechos do voto do Ministro Relator Carlos Velloso no MS 21689, julgado em 16/12/1993). 2 1

OBS 1: Durante o processo de julgamento dos crimes de responsabilidade o Senado Federal será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, funcionando dessa forma como um órgão judicial híbrido. OBS 2: O Poder Judiciário não tem competência para alterar a decisão proferida pelo Senado Federal no processo de impeachment no que diz respeito ao mérito, mas se à autoridade não for assegurado o direito à ampla defesa cabe o ajuizamento de mandado de segurança ou qualquer outra ação cabível.

OBS 3: Segundo STF (MS 21.689-1, rel Min. Carlos Velloso, 16.12.1993), a renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, quando já iniciado este, não paralisa o processo de impeachment. OBS 4: A sentença será formalizada por meio de Resolução do Senado Federal (Art. 35 L. nº 1.079/50). OBS 5: A imposição de sanções pela prática do crime de responsabilidade não exclui a aplicação das demais sanções judiciais.

Os crimes de responsabilidade, quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo? Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: Faceli Prova: Procurador 1

Lei n. 1.079/50 Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República. 1

CRIME DE RESPONSABILIDADE DIFERENTES AUTORIDADES E ÓRGÃOS COMPETENTES 4

STF MINISTRO DE ESTADO SENADO FEDERAL Crimes de Responsabilidade e crime comum praticados sem conexão com o Presidente da República (CF/88, art. 102, I, c) Sem necessidade de autorização da CD (art. 51,I da CF/88) Crimes de Responsabilidade conexo com o Presidente da República. Necessidade de autorização da CD (art. 51,I da CF/88)

Crime comum ou Responsabilidade impróprio ou em sentido estrito CRIMES ELEITORAIS CRIMES CONTRA A VIDA CONTRAVENÇÕES PENAIS STF assentou pacificamente abranger todas as modalidades de infrações penais (STF RTJ 91/423).

AÇÕES CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA TIPO DE AÇÃO AÇÕES POPULA RES AÇÕES CIVIS PÚBLICAS AÇÕES POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATI VA AÇÕES PENAIS FORO POR PRERROGATI VA DE FUNÇÃO? NÃO NÃO NÃO SIM

Quais são as cláusulas de irresponsabilidade relativa (imunidades) destinadas ao Presidente da República?

CLAUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (Art. 86 3º 4º ) Art. 86 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. Art. 86 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

REFLEXOS DA CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA DO P. DA REPÚBLICA (Art. 86 4º ) Processo e Prescrição Suspensos (STF, inq. n. 567/DF) Delitos cometidos em momento anterior ao da investidura do candidato eleito na Presidência da república. Delito praticado na vigência do mandato, mas não ligado a função presidencial

CF/88, art. 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Imunidade temporária à persecução penal Imunidade Penal (STF - HC 83.154, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 11-9-2003, P, DJ de 21-11- 2003) 2

A irresponsabilidade penal do Presidente da República NÃO SE APLICA na área civil, administrativa ou tributária (STF, Inq. N. 672/DF) Os governadores de Estado que dispõem de prerrogativa de foro ratione muneris, perante o STJ (CF, art. 105, I, a) estão sujeitos, uma vez obtida a necessária licença da respectiva Assembleia Legislativa (RTJ 151/978-979 RTJ 158/280 RTJ 170/40-41 Lex/Jurisprudência do STF 210/24-26), a processo penal condenatório, ainda que as infrações penais a eles imputadas sejam estranhas ao exercício das funções governamentais. [HC 80.511, rel. min. Celso de Mello, j. 21-8-2001, 2ª T, DJ de 14-9- 2001.]

DELITO LIGADO A FUNÇÃO PRESIDENCIAL (propter officium ou in ofício) Câmara dos Deputados Juízo de Admissibilidade (2/3) Não autorizado Autorizado Arquivado STF Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (art. 86 da CF/88) IMPEDE? INQUÉRITO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA NÃO NÃO SIM

Recebimento Denúncia Queixa da ou Processo*/ Julgamento STF Absolvição (arquivo) Não Recebimento da denúncia ou queixa Condenação (perda do cargo e aplicação da pena) Arquiva *Durante o processo o Presidente fica afastado por até 180 dias

MENSAGEM DO PROFESSOR A fraqueza é a desculpa dos covardes! Às vezes, pensamos em desistir de algo que queremos por essas coisas serem cheias de obstáculos, mas a vida é feita de superações e conquistas. No meio de cada conquista vêm as decepções, as brigas, os problemas, as dores e o sofrimento, mas é necessário passar por todos esses obstáculos. Seja forte e enfrente seus problemas, abandoná-los não vai resolver nada. http://www.mundodasmensagens.com