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Transcrição:

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Raiva em Animais Silvestres no Período de 2004 a 2017 Rabies in Wild Animals from 2004 to 2017 Como citar esse artigo: Sobrino BM, Oliveira SAM. Raiva em Animais Silvestres no Perıódo de 2004 a 2017. Anais do 14 Simpo sio de TCC e 7 Semina rio de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 1394-1403 Bruno Marques Sobrino Stephan Alberto Machado de Oliveira Resumo A invasão do ser humano nas matas e florestas, destruindo o habitat natural de animais silvestres tem feito com que esses se aproximem de residências em busca de alimentos e, com isso, transmitam doenças, como, por exemplo, o vírus da raiva. Esta doença causa uma encefalite letal aguda, causada por um Lyssavirus, da família Rhabdoviridae que afeta o Sistema Nervoso Central dos indivíduos acometidos. O objetivo deste trabalho é mostrar, por uma linha temporal, os números de casos do vírus em humanos transmitidos por animais silvestres e as espécies mais comuns como reservatórios do vírus. Os dados foram obtidos através do Sistema Eletrônico de Informação ao Cidadão do Ministério da Saúde e também de livros e artigos sobre o assunto. Os resultados dessa pesquisa mostram que a quantidade dos casos de animais silvestres se elevou indo contra os casos com o vírus envolvendo humanos. Na conclusão, foi possível observar que certos animais, como morcegos não hematófagos, tiveram um maior aumento nos casos. Também é possível notar que o aumento de animais infectados pode estar relacionado com o desequilíbrio ecológico. Palavras-Chave: Animais Silvestres; raiva; zoonose. Abstract The invasion of the human being into the forests and forests, destroying the natural habitat of wild animals, has caused them to approach people in search of food and thereby transmit diseases, such as the rabies virus. This disease causes an acute lethal encephalitis caused by a Lyssavirus of the Rhabdoviridae family that affects the Central Nervous System of the affected individuals. The objective of this work is to show, by a timeline, the numbers of virus cases in humans transmitted by wild animals and the most common species as reservoirs of the virus. The data were obtained through the Electronic System of Information to the Citizen of the Ministry of Health and also of books and articles on the subject. The results of this research show that the number of wild animal cases has risen against cases involving the virus involving humans. In conclusion, it was possible to observe that certain animals, such as non-hematophagous bats, had a greater increase in the cases. It is also possible to note that the increase of infected animals may be related to the ecological imbalance. Keywords: Wild animals; rabies; zoonosis. Contato: brunosobrino@yahoo.com.br Introdução No Brasil, a vigilância sanitária tem grande dificuldade em combater doenças transmitidas de animais para os seres humanos. Um dos motivos pode estar ligado ao grande desequilíbrio ecológico que vem ocorrendo no país e, com isso, a proximidade entre animais silvestres e pessoas. Com essa aproximação exponencial, ocorre consequências, tais como a disseminação de vários tipos de zoonoses, tais como a leishmaniose, leptospirose, hantavirose, toxocaríase e, com maior letalidade, a raiva (Babboni, Modlo, 2011; Radostits et. al., 2014). A raiva é uma zoonose e possui uma grande importância médica pois possui um prognóstico fatal em quase 100% dos casos, tanto em humanos como em animais. É um vírus mundialmente conhecido e que por ano, há registros de 55 mil casos e tem o cão e morcego como os principais hospedeiros do vírus. (Babboni, Modlo, 2011). Há relatos desta doença desde os antigos egípcios, sendo relatado em diversos fatos históricos de cães com sintomatologia raivosa e por ser uma das primeiras doenças a serem transmitida para humanos. Estes vírus se mantem em hospedeiro vivo, sobrevivendo em animais endotérmicos, sendo os mamíferos de seleção. Segundo Babboni, o primeiro surto que se tem notícia foi na França, no ano de 1271. No que se tem notícias, numa vila aconteceu um ataque de cães silvestres cerca de 30 pessoas foram infectadas e morreram com sintomatologia raivosa. Outros surtos aconteceram durante a história, envolvendo países da Europa. Isso pode estar ligado a expansão territorial de vilas e industrias (Babboni, Modlo, 2011). Devido ao grande número de casos envolvendo bovinos e equinos, em 1911, no Brasil, os morcegos hematófagos obtiveram grande parte dessa culpa e foi considerado o principal vetor neste país (Babboni, Modlo, 2011). É uma doença de cunho neurológico causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). Este vírus se aloja num hospedeiro (animais de sangue quente) e a multiplicação desse vírus acontece em células nervosas na primeira parte e depois em órgãos e na glândula salivar. Após a mordida, o vírus caminha de 15 a 100 mm por dia, dependendo de sua carga viral inicial. Doença mundialmente difundida (figura 1), erradicada em poucos países e altos surtos epidemiológicos em vários (Radostits et al., 2014; Babboni, Modlo, 2011). 1395

Figura 1 Distribuição de níveis de risco para contaminação de raiva humana no mundo (Fonte: http://www.cmgaia.pt/fotos/editor2/eventos/2017/2017_09/planocontingenciar aiva2017.pdf). O diagnóstico deve ser específico para a raiva pois os sintomas provocado por este vírus pode levar a um diagnósticos diferencias tais como encefalopatias, febre, espasmos musculares, entre outros, e pode ser confundida com doenças que contenham esses sintomas, exemplos são as intoxicações por chumbo, hipovitaminose A, encefalomielite viral, botulismo, pseudo-raiva, entre outros. (Radostits et. al., 2000). A forma de transmissão do vírus da raiva é através da saliva e pode ser feita através da mordedura ou, em alguns casos, a arranhadura ou lambedura. Há outras formas muito mais raras de transmissão do vírus que é por aerossol, ou zoofilia, ou mesmo por transplante de órgãos (Radostits et. al., 2000). Segundo o Guia de Vigilância em Saúde, o vírus se divide em quatro ciclos de transmissão, isso serve bem para definir a origem da cepa do vírus e de onde provem a doença. Esses ciclos se denominam: urbano, rural, silvestre terrestre e aéreo (Figura 2). Entre esses ciclos de transmissão, o ciclo urbano é considerado o mais fácil de eliminação, pois possui o meio de contágio de mais fácil controle de prevenção ou eliminação (Wada MY et. al., 2017). Figura 2: Ciclo Epidemiológico de Transmissão da Raiva Fonte: Secretaria de Vigilância Epidemiológica Ministério da Saúde. Devido a aproximação de cães domésticos e cães silvestres, um novo ciclo foi estabelecido. O Agente Variante 2 que é encontrado em animais domésticos, em algum ponto do tempo infectou e sofreu uma mutação e se estabeleceu nos cães silvestres (Jorge RSP, 2010). O vírus da raiva circulante no Brasil é do genótipo 1 (RABV) e este é dividido em variantes que foram definidos pelo Centro de Controle de Doenças Infecto-Contagiosa (CDC), que se localiza nos EUA (Ito FH, 2007). O genótipo 1, ou como é conhecido Rabies vírus (RABV) se subdivide em diferentes Agentes Variantes (AgV), que são definidos como: Variante 1 (AgV1): Vírus encontrado em animais domésticos; Variante 2 (AgV2): Vírus encontrado em cães e humanos; Variante 3 (AgV3): Desmodus rotundus; Variantes 4 (AgV4): Morcegos Não Hematófagos; Variantes 6 (AgV6): Morcegos Não Hematófagos (comunicado pessoal); Existem duas outras variantes do RABV, que não estão previstas no painel do CDC, que só foram classificadas no Brasil. São elas o AgV2 modificada (AgV2*) que foi isolada dos canídeos selvagens e o AgVNC do Callithrix jacchus, isolada nos saguis do nordeste brasileiro e em espécies de morcegos da espécie Myotis, existe a variante AgV Myotis (Ito FH, 2007; Manual de Diagnóstico Laboratorial da Raiva, 2008). A raiva é conhecida mundialmente, mas em poucos países que não há casos ou nunca houve transmissão do vírus. Lugares como Austrália e a Nova Zelândia são livres do vírus. Por serem países insulares ou por terem um rígido controle na entrada de animais, tais como cães e gatos em seus territórios. Países como a Grã-Bretanha, Havaí e Escandinávia, são territórios que atualmente estão livres do vírus (Wada MY et. al., 2017). É um vírus com uma alta taxa de mortalidade, quase 100%. Existem formas de se proteger contra esse agente através de vacinas, profilaxias e controle de animais errantes. Quando ocorre uma agressão ou uma transmissão direta do vírus, existem as vacinas e soros que combatem e tentam neutralizar o vírus nos primeiros momentos de contato. Porém, esses tratamentos não são utilizados após o aparecimento dos primeiros sinais clínicos da doença (Elkhoury ANSM et. al., 2011). Os sinais clínicos que podem ser observados são: febre alta, calafrios, dor de garganta, formigamento no membro atingido, cefaleia, enjoo, espasmos musculares, hidrofobia, fotofobia, agressividade e excitabilidade. Entre os animais que, dependendo da cepa que o atinja, a agressividade vista em alguns casos de contaminação é substituída por um comportamento de total calmaria onde os animais se isolam do rebanho até sua morte (Radostits OM et. al., 2000). Apesar de ser um vírus extremamente letal, existem raros casos de cura da raiva humana. O uso do tratamento nesses indivíduos originou os 1396

chamados Protocolos Vacinais. Existem dois casos mais conhecidos no mundo, o de uma menina norte-americana, em 2004 e ocaso do brasileiro que ocorreu em 2008, na cidade de Recife PE (Kotait I et. al., 2009). No Primeiro caso, o Protocolo definido pelo pediatra que atendeu a paciente ficou conhecido como Protocolo de Milwaukee. Quando o tratamento foi feito no Brasil, algumas diferenças, devido à situação brasileira, tiveram que ser revisadas e após o sucesso do tratamento, este ficou conhecido como Protocolo de Recife (Kotait I et. al., 2009; Melo CMN, 2003). Este trabalho tem o objetivo de traçar uma linha temporal mostrando casos de raiva humana transmitida por animais silvestres e as espécies de hospedeiros mais comuns no Brasil. Materiais e Métodos As informações coletadas foram obtidas pelo E-SIC (Sistema Eletrônico de Informação ao Cidadão) pelo site do Ministério da Saúde. Foram pesquisados, no período de 2004 a 2017, os casos de raiva humana, onde o animal transmissor foi de origem silvestre. Esse período foi definido por abranger do primeiro ao último caso conhecido no mundo de cura do vírus onde o animal transmissor foi o animal silvestre, e foi utilização o protocolo de tratamento da doença. Esses dados foram registrados pelo Ministério da Saúde, tendo como base os dados recebidos por instituições de saúde que tratam esses casos. Neste período de estudos, foram contabilizados um total de 113 casos de raiva em humanos onde, 78 casos tiveram como agressor animais silvestres e, em sua maioria, morcegos hematófagos. (Ministério da Saúde, 2017). Também foi analisado o número total de ocorrência envolvendo animais silvestres diagnosticados com o vírus. Esses animais foram recolhidos após serem encontrados, muitas vezes mortos, ou mesmo agonizando em zonas urbanas. Os mesmos eram encaminhados para os Centros de Zoonoses para análise biológica (comunicado pessoal). Segundo dados do próprio Ministério, o período de incubação nas pessoas pode variar uma média de quatro meses. O tempo médio do surgimento dos primeiros sintomas para a data do óbito pode variar de uma a três semanas (Ministério da Saúde, 2018). Resultados Durante o período pesquisado, o número de casos de raiva em humanos foi de 113 pessoas infectadas. Durante o ano de 2004, o Ministério da Saúde registrou 30 casos de infectados, mas desse número 22 pessoas foram agredidas por morcegos hematófago. Em 2005, quarenta e três infectados por animais silvestres e uma pessoa por animais domésticos. Nos demais anos da linha temporal pesquisada, houve uma grande queda nos números de casos, caindo em torno de 53% (comparando os dois primeiros anos com os demais anos onde os casos foram menos de 10). Na tabela 01, é possível ver essa redução dos números dos casos. Isso pode estar relacionado com a maior acesso a benfeitorias disponibilizada pelos centros de saúde, seja tanto informações como vacinas de pós exposição (comunicado pessoal). Ano Total de Casos Transmitido por animais Domésticos Transmitidos por Silvestres 2004 30 6 22 2005 44 1 43 2006 9 6 2 2007 1 1 0 2008 3 0 3 2009 2 2 0 2010 3 1 2 2011 2 2 0 2012 5 2 3 2013 5 3 2 2014 0 0 0 2015 2 2 0 2016 1 1 0 2017 6 1 5 Total 113 28 82 Tabela 01: Número de casos de pessoas contaminadas com o vírus da raiva por animais (silvestres e domésticos). Em relação aos animais silvestres, em 2004, foram observados um total de 145 casos de animais contaminados com o vírus da raiva por todo o país. Nos anos seguintes (até o ano de 2017), houve uma grande variação desses casos de animais silvestres com o vírus, sendo que nos anos de 2015 e 2016 o número de casos reduziu, voltando a crescer em 2017 (Ministério da Saúde, 2017). Segundo a Coordenação de Raiva do Ministério da Saúde, entre os animais mais acometidos com o vírus, estão os morcegos não hematófagos e o cachorro do mato (Cerdocyon thuos), como mostrado no gráfico 01 (Ministério da Saúde, 2017). 1397

Gráfico 01 número total de casos de raiva em animais silvestres entre os anos de 2004 a 2017. Fonte: Ministério da Saúde. Gráfico 03 Porcentagem do número de casos de raiva humana transmitida por animais silvestres. Dados do Ministério da Saúde. Fonte: Ministério da Saúde. Em relação à raiva animal transmitida aos humanos, de acordo com o gráfico 02, no ano de 2004 foi identificado um total de 30 ocorrências. Desse total, apenas o número de agressões realizadas por animais silvestres temos um total de 22 casos (73,33%) (gráfico 03). Nos anos seguintes ocorreram 43 casos de pessoas que entraram em contato com animais silvestres contraíram assim a doença. Nos anos seguintes, foi observada grande redução dessas agressões onde em 2006, apenas nove casos foram notificados e não se observou grande oscilação (Rocha SM, Vargas A, 2018). Gráfico 02 número de casos de raiva humana transmitida por animais silvestres e/ou domesticos. Fonte: Ministério da Saúde. Esses números mostram uma variação dos ataques dos animais silvestres a humanos e uma sazonalidade dessa doença. Quando comparado os dois primeiros gráficos, percebe-se que apesar do número de casos em humanos estar diminuindo, existe uma grande quantidade de animais silvestre abrigando o vírus pelo país (Rocha SM, Vargas A, 2018). É possível também analisar em qual região do Brasil há uma maior incidência de animais silvestres contaminados e quais deles representam uma maior ameaça. Em 2004, como mostrado no primeiro gráfico, 145 animais contraíram o vírus, porém, analisando mais profundamente (gráfico 04) esses números, é possível analisar que nas regiões Sudeste se concentra um maior número de casos de morcegos não hematófagos e, na região Nordeste, uma grande concentração de animais como canídeos silvestres, guaxinins e primatas não humanos (Figuras 03 e 04) (Rocha SM, Vargas A, 2018). Na outra extremidade da linha temporal observamos um aumento na quantidade de animais que contraíram o vírus rábico no país. Enquanto no Nordeste tem um aumento nos casos de canídeos silvestres (o que pode envolver Lycalopex vetulus ou Cerdocyon thou), no Sudeste há o aumento de Morcegos não hematófagos. Nas demais regiões, o animal predominante com o vírus da raiva é o morcego não hematófago, com surgimento, esporádicos, de animais como primatas não humanos ou cervos (Blastocerus dichotomus), exemplo disso é a região Centro Oeste que, em 2010, foi encontrado um sagui de Tufo Branco (Callithrix jacchus) (Rocha SM, Vargas A, 2018). 1398

Gráfico 4 Total de animais diagnosticados com raiva no ano de 2004. MH: Morcego hematófago; MNH: Morcego não hematófago; PÑH: Primatas Não Humanos. Fonte: Ministério da Saúde. Figura 3 Região da região Nordeste destacando o maior número de casos de raiva em canídeos silvestres, macacos e guaxinins. Figura 4 Mapa da região sudeste destacando o maior número de casos de raiva em morcegos hematófagos e não hematófagos. Discussão A importância do conhecimento da presença do vírus rábico em animais silvestres e do seu potencial de transmissão aos humanos é de extrema necessidade. O vírus é endêmico no meio silvestre e esses animais, diferente dos domésticos, têm uma maior probabilidade de agressão entre eles (porém não para os humanos) e, assim, transmitir o patógeno. Existe também uma grande dificuldade em imunizar esses animais e com isso eliminar o reservatório silvestre (Rocha SM, 2018). De acordo com a região do país, existem níveis diferentes de endemia do vírus. Só na região nordeste, entre o período pesquisado, há 40 casos de raiva em humanos transmitidos por animais silvestres tais como morcegos hematófagos, saguis e outras espécies de primatas não humanos. Os casos aconteceram, em sua maioria, em zonas rurais (Rocha SM, Vargas A, 2018). As atitudes do ser humano, hoje, podem ser a causa de tantos casos envolvendo o vírus rábico em animais: domésticos e selvagens. De acordo com o livro Tratado de Animais Selvagens, a expansão do ser humano pode ter efeito positivo para o rápido contágio do vírus entre animais domésticos e selvagens e, posteriormente, ao ser humano. Essas alterações ecológicas fazem com que esses ecossistemas se tornem sensíveis a doenças que antes eram restritas a certos pontos, se disseminando com mais eficiência devido a presença humana junto aos hospedeiros (Cubas, Silva, Catão-Dias, 2017). Muitos casos de raiva humana têm como origem animais selvagens, mesmo que essas pessoas nunca tenham acesso a esses animais. Os dados do Ministério da Saúde mostram que, nos casos de humanos contaminados com o vírus e que foram agredidos por animais domésticos, a variante do vírus (AgV) eram provenientes de animais selvagens como Desmodus rotundus (Morcego Hematófago) ou Cerdocyon thuos (Cachorro do Mato) (Rocha SM, 2018). Como descrito anteriormente, a raiva é transmitida pelo vírus do gênero Lyssavirus, e este, possui sete diferentes genótipos. Dentre essas espécies, o genótipo 1 é o vírus que foi isolado na América latina (Melo, 2003). Através de um painel de anticorpos monoclonais, foram isoladas diferentes variantes do genótipo predominante na América Latina. Esta definição foi estabelecida pelo Centers for Disease Controland Prevention (CDC) e tem por objetivo estabelecer os hospedeiros iniciais do vírus (comunicado pessoal). Em regiões do Brasil como norte e sudeste, o avanço agropecuário em cima de áreas de mata fechada (habitats naturas dos vetores) para formação de área de pastos pode estar ligado ao aumento de número de ataques de morcegos em 1399

animais de produção ou domésticos, que, pela substituição das presas naturais por animais como bovinos ou equinos, esses mamíferos voadores vão atrás de alimento fácil (Cubas Silva, Catão-Dias, 2017). Em países como Canadá e EUA, existe a preocupação da vacinação desses animais selvagens, tendo como objetivo a preservação desses animais e a erradicação do vírus rábico. Dessa forma animais silvestres e domésticos não correm riscos de perpetuar o vírus. Já no Brasil, não existe essa preocupação já que se alega falta de condições e recursos para tal fim (Cubas, Silva, Catão-Dias, 2017). Segundo o Instituto Pasteur (2000), preconiza o cão como vetor principal do vírus na em área urbana. Porém, situações recentes mostram que o gato pode vir a se tornar um potencial vetor epidemiológico por fazer um elo entre os animais silvestres e por estar se tornando o animal de companhia de maior escolha (Kotait I et. al., 2009). No Brasil, a vacina usada em animais domésticos é a modificada, constituída por vírus inativo, contendo 2% de tecidos nervosos, conservantes e que são apresentados em frascos de 50 ml. São vacinas distribuídas pelo Governo Federal e, mesmo que a vacina não seja voltada diretamente para o gato doméstico, a vacinado deste animal deve ser feita com a mesma vacina. Essa vacina tem o prazo de 12 meses. No caso de cães e gatos, a vacinação é compulsória nas regiões onde há grande foco do vírus nesses animais (Kotait I et. al., 2009). Em relação a animais silvestres, esse tipo de vacina não é indicado, pois não há estudos que comprovam sua eficácia e dosagem nesta espécie. Uma forma de se combater o vírus no meio silvestre é através de pequenas porções de comida com a vacina em seu interior (Kotait I et. al., 2009; Site: Meus Animais, 2018). Quanto aos herbívoros, é preconizado a dose de 2 ml por animal pelas vias subcutânea ou intramuscular, em bovídeos e equídeos com mais de três meses de idade. Seguindo o mesmo exemplo dos animais de companhia, a vacinação é compulsória quando há ocorrência de animais infectados e esta situação deverá ser temporária até atingirem níveis aceitáveis de controle do vírus. Quando há animais primo-vacinados, este deverá ser submetido a uma nova vacinação 30 dias após. O tipo de vacina é o mesmo administrado aos de companhia (Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros, 2005). Em animais domésticos (cães e gatos), o vírus da raiva pode ficar incubado num período de 15 dias a até dois meses. Quando se trata de animais silvestres, o tempo de incubação é maior. Em relação morcegos hematófagos, o tempo pode variar de semanas a anos. Os morcegos não hematófagos têm seu tempo de incubação menor variando de duas a 25 semanas. O tempo que uma raposa tem de incubação é de oito a 282 dias. Os Saguis têm o tempo mais curto, sendo de quatro a oito dias e o guaxinim pode durar de três a cinco semanas. Esses mamíferos são os que mais têm casos de raiva no Brasil tendo sua distribuição por todo o país. Isso mostra o ciclo da epidemiologia em cada espécie. (Cubas, Silva, Catão-Dias, 2017; Kotait I, 2009). No Brasil, é indicado a vacina de pré exposição, para pessoas que trabalham ou estudam na área de saúde. O esquema de pré exposição é realizada em hospitais ou centro de saúde. São três doses aplicadas nos dias 0, 7 e 21 e ao termino desse protocolo, após 15 dias, é realizado o exame sorológico. É considerado bom quando a titulação de anticorpos é >0,5UI/mL. Caso seja um valor menor, deve-se repetir uma dose e após do 14ª dia realizar novo teste (Kotait I, 2009). Do ano de 2004 até o ano de 2017, cinco pessoas sobreviveram ao vírus da raiva, sendo que, no Brasil tiveram dois casos (2008/ 2017), dois casos norte-americanos (2004/ 2011) e um caso na Colômbia (2008). Desses casos 2004, 2008, 2017 a raiva foi transmitida por morcegos (hematófagos e não hematófago), nos demais não se tem conhecimento do animal agressor. (Jornal O Globo, 2018). Foi em 2004 que o Dr. Rodney Willoughby deu início ao protocolo de tratamento que tinha como objetivo colocar a pessoa em coma induzido para o organismo conseguir se defender reduzindo suas funções motoras e cerebrais e, ao mesmo tempo, administrar uma grande dose de antivirais fazendo com que o vírus fosse eliminado do organismo sem causar maiores danos. Esse tratamento obteve o nome de Protocolo de Milwaukee (Caldas EP, et. al., 2011). Em 2008, um garoto de 14 anos, após ser mordido por um Desmodus rotundus e após os primeiros sintomas apresentados foi encaminhado ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife. Após onze meses internado, o paciente sobreviveu sendo tratado com base o Tratamento de Milwaukee. Pelo fato de o caso ter sido em Recife PE, este tratamento recebeu o nome de Protocolo de Recife (Caldas EP, et. al., 2011). Outro ponto que diferencia os dois protocolos de tratamento é devido à adequação deste a realidade brasileira e à utilização de medicamentos diferenciados. (comunicado pessoal). Há um desafio muito grande para erradicar o vírus, tanto em humanos como em animais. Faltam informações sobre esta patologia no meio silvestre, em relação aos grupos de animais tais como Primatas Não Humanos (PÑH), canídeos silvestres, morcegos e outros grupos de mamíferos. O país contém uma grande diversidade ecológica e o ciclo do vírus pode variar muito pela sua especificidade e a concentração de cada um dos reservatórios (Rocha SM, 2018). 1400

Conclusão: Com as campanhas de vacinação e divulgações de informações sobre a raiva, as pessoas passaram a se prevenir perante uma possível agressão de animais. Os números dos casos de raiva em humanos reduziram e isso pode ser devido ao aumento de informações e maior facilidade na profilaxia. Ainda há um grande risco, pois existe uma crescente aproximação de pessoas em áreas contendo animais silvestres, principalmente quando se é relatado informações sobre expansões agropecuárias. Há grande dificuldade na imunização de animais silvestres, isso é devido a grande dificuldade em vacinar e depois realizar a sorologia nesses vacinados para comprovar sua imunidade. O ministério da Saúde, junto com Centros de Controle de Zoonose contidos em vários municípios, conta com uma maior preocupação em apurar e controlar focos de animais silvestres contaminados com o vírus da raiva. Essa busca de informações é de vital importância para um bom mapeamento epidemiológico. Agradecimentos: Agradecer ao Grande Arquiteto do Universo, a minha família e amigos que me ajudaram a realizar esse trabalho. A minha supervisora de estágio Silene Manrique Rocha, do Ministério da Saúde, da área da raiva. Aos meus professores pela grande ajuda. Ao pessoal do meu Grupo de Estudos de Animais Silvestres e Exóticos (GEASE- DF) pela ajuda para o desenvolvimento deste trabalho. 1401

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