NOTA DE ALERTA SARAMPO
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- Lúcia Castanho Bastos
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1 NOTA DE ALERTA SARAMPO Atualização em 21/09/2017 A OPAS/Brasil faz o segundo Alerta Epidemiológico referente a um surto de sarampo no estado de Bolívar (Venezuela) que faz fronteira com o Brasil e também Guiana. Até o momento, são 38 casos confirmados, atualizados. O caso índice teve uma data de exantema em 1 de julho e, em seguida, outros casos confirmados apresentaram a data de início do exantema a partir de 11 de agosto. Existe a circulação do vírus há mais de dois meses na Venezuela, que é uma situação de alto risco para toda a região. A Organização Pan-Americana de Saúde, a Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), e a SVS/MS, frente à situação epidemiológica do sarampo na Europa, recomendam que os países do continente americano fortaleçam as medidas de vigilância para rápida detecção de qualquer introdução do vírus nas Américas, assim como as medidas de prevenção e controle adequadas e oportunas. A Europa está passando por um surto de sarampo, com um total de casos confirmados e 25 mortes, desde o início de janeiro de 2016 até 01 de maio de A Romênia (com casos confirmados, incluindo 22 mortes) e a Itália (com casos confirmados) são os países mais acometidos dos 32 países já atingidos (PAHO/ WHO, 2017). Nas Américas, em 2017, foram confirmados 82 casos nos Estados Unidos e Canadá, além de 02 casos confirmados em Tucumán, na Argentina, todos os casos são considerados importados ou relacionados à importação. Frente a esta situação é imprescindível detectar e notificar rapidamente qualquer caso suspeito de sarampo, o que possibilitará que as medidas de controle sejam realizadas oportunamente interrompendo a cadeia de transmissão. Salientamos que nem sempre o indivíduo com sarampo necessita de internação, portanto, deve ser orientado isolamento respiratório do paciente e coleta de espécimes clínicos (sangue e swab naso/orofaríngeo) para diagnóstico laboratorial, realizado em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde. DEFINIÇÃO DE CASO DE SARAMPO Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, extremamente contagiosa e bastante comum na infância. A viremia provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas.
2 MODO DE TRANSMISSÃO Ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada contagiosidade da doença. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Geralmente de 10 dias, podendo variar entre 7 e 18 dias, desde a data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE Inicia-se de 4 a 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após seu aparecimento. O período de maior transmissibilidade ocorre entre os 2 dias antes e os 2 dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é transmissível. SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE De um modo geral, todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do sarampo. Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas, possuem imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos pela via transplacentária. Essa imunidade é transitória e pode perdurar até o final do 1º ano de vida, razão pela qual pode haver interferência na resposta à vacinação em menores de 12 meses de vida. No Brasil, cerca de 85% das crianças perdem esses anticorpos maternos por volta dos 9 meses de idade. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
3 Manter a eliminação do sarampo mediante uma vigilância epidemiológica sensível, ativa e oportuna, permitindo a identificação e a notificação imediata de todo e qualquer caso suspeito na população, com medidas de controle pertinentes. Monitorar as condições de risco. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO - Todo paciente que, independentemente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou - Todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias, ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. CASOS CONFIRMADOS Todo caso suspeito comprovado como um caso de sarampo a partir de, pelo menos, um dos critérios CRITÉRIO LABORATORIAL Caso suspeito cujo exame laboratorial teve como resultado reagente ou soropositivo para IgM e a análise clínica epidemiológica indicativa de confirmação de sarampo. Todos os casos IgMpositivos ou reagentes para o sarampo devem ser analisados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). VÍNCULO EPIDEMIOLÓGICO Caso suspeito, contato de um ou mais casos de sarampo confirmados por exame laboratorial, que apresentou os primeiros sintomas da doença entre 7 e 18 dias da exposição ao contato. CASOS DESCARTADOS Todo paciente considerado como caso suspeito e não comprovado como um caso de sarampo, de acordo com os critérios elencados a seguir.
4 VÍNCULO EPIDEMIOLÓGICO CRITÉRIO LABORATORIAL Seguir os critérios de descarte laboratorial apresentados na Figura 2 (Roteiro para confirmação ou descarte do caso suspeito de Sarampo), conforme Guia de Vigilância em Saúde, p Caso suspeito de sarampo que tem como fonte de infecção um ou mais casos descartados pelo critério laboratorial; ou - Caso suspeito em localidade onde ocorre surto ou epidemia de outras doenças exantemáticas febris, comprovadas por diagnóstico laboratorial. Nessa situação, os casos devem ser criteriosamente analisados antes de serem descartados e a provável fonte de infecção identificada. A vacina Tríplice Viral é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba. Reforçar o monitoramento da cobertura vacinal, vacinação de rotina para a população de 1 ano e reforço com a Tetraviral para crianças de 1 ano e 3 meses de idade, conforme o Calendário Nacional de Vacinação, proceder à busca de faltosos, principalmente nos munícipios que fazem fronteira com áreas de riscos, é imprescindível para proteção da população e evitar a disseminação dessas doenças. A cobertura vacinal para Tríplice Viral em Roraima em 2017, apenas 26,7% alcançaram 95% da cobertura preconizado pelo Ministério da Saúde e a grande maioria dos municípios representando 77,3% não atingiu essa meta, conforme observa-se na Figura 1.
5 Figura 1. Cobertura Vacinal de Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola) de rotina em crianças de 1 ano de idade, em Uiramutâ Município com Cobertura de TV 95% Amajari Normandia Alto Alegre Boa Vista Bonfim Município com Cobertura de TV com 95% Mucajaí Iracema Cantá Caracaraí São João São Luiz Rorainópolis Fonte: SESAU/CGVS/SIPNI. Dados sujeitos à revisão. Recomendamos para que todas as Unidades de Saúde MANTENHAM TOTAL ALERTA a QUALQUER caso suspeito de doença exantemática febril parar verificar se são casos suspeitos de sarampo. CONTATOS: epidemiologiarr@gmail.com Departamento de Vigilância Epidemiológica/ CGVS/SESAU ( ) exantematicasaude@gmail.com Núcleo de Controle das Doenças Exantemáticas cievsroraima@gmail.com Núcleo de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde 1. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, p.
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