Análise Experimental do Sistema Massa-Mola através da Lei de Hooke Experimental Analysis of the Mass-Spring System by Hooke s Law

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Transcrição:

Análise Experimental do Sistema Massa-Mola através da Lei de Hooke Experimental Analysis of the Mass-Spring System by Hooke s Law Luciano Nascimento Doutor em Engenharia Química e de Materiais luciano.ufpe@gmail.com RESUMO Neste artigo, apresentamos as medidas efetuadas e as análises verificando a Lei de Hooke num sistema massa-mola. Análise gráfica dos resultados, selecionamos determinadas faixas de dados onde as constantes elásticas do equipamento têm um comportamento considerado constante. Após a análise dos resultados, obteve-se o valor da constante elástica da mola utilizada, respectivamente. Palavras-chave: Lei de Hooke. Constante elástica. Deformação da mola. ABSTRACT In this artic006ce, we present the measured values and analysis verifying Hooke s Law in a mass-spring system. Graphical analysis of the results, certain selected data tracks where the elastic constants of the machine have a constant behavior considered. After analyzing the results, we obtained the value of the spring constant use respectively. Keywords: Hooke s law. Elatic constant. Deformation of spring. INTRODUÇÃO Um dos experimentos mais tradicionais empregados em aulas da disciplina de física geral e experimental é aquela que verifica a relação linear entre a força aplicada em um sistema e sua elongação (deformação), ou seja, a lei de Hooke (LABURÚ; ALMEIDA, 1998). Geralmente, o equipamento convencional muito empregado para a realização deste experimento constitui-se, basicamente, de uma mola de aço e massas (discos médios de bronze) padrões aferidos. Assim, propomos apresentar um estudo baseado numa montagem real que descreve suscintamente a Lei de Hooke através de dados experimentais obtidos por meio de um gráfico linear que ilustrará o comportamento da constante elástica do sistema na região empírica trabalhada, para este equipamento não atingindo a região de deformação elástica (BONJORNO et al.,1999). Essa forma de apresentação justifica-se na medida em que, havendo uma menor flutuação da constante elástica para cada massa, haverá diretamente uma relação linear entre a elongação e a respectiva força aplicada, para a verificação da lei de Hooke. Durante essa avaliação, mostraremos a necessidade de se trabalhar numa faixa mais conveniente de dado experimental (massas) para cada equipamento, a fim de que a Lei de Hooke possa ser adequadamente observada, conforme mencionamos. O objetivo desse trabalho é verificar a Lei de Hooke e a determinação da constante elástica de uma mola. TEORIA Todos os corpos sob ação de uma força de tração ou de compressão deformam-se, uns mais, outros menos. Ao aplicarmos uma força em uma mola helicoidal, ao longo de seu eixo, ela será alongada ou 27

comprimida. Se, ao cessar a atuação da força externa, a mola recuperar a sua forma e tamanho originais, diz-se que a deformação é elástica. Em geral, existem limites de força a partir dos quais acontece uma deformação permanente, sendo denominada região de deformação plástica. Dentro do limite elástico, há uma relação linear entre a força externa aplicada e a deformação. É o caso de uma mola helicoidal pendurada por uma de suas extremidades enquanto que a outra sustenta um corpo de massa m, provocando uma elongação x na mola. Na presente situação, considera-se que a massa da mola seja muito menor do que a massa presa à sua extremidade, ou seja, a massa da mola será desprezável, comparada com m. Uma mola, ao sofrer deformações, acumula energia potencial elástica. Esta energia possui uma força associada que é chamada força restauradora, ou força elástica, que é proporcional ao deslocamento da posição de equilíbrio. Esta força é dada por (HALLIDAY et al.,1996): F = k x (1) Essa equação é que descreve a Lei de Hooke. No equilíbrio, as únicas forças que atuam são a força elástica, equação (1), e a força peso, equação (2) (RAMALHO et al., 2003). P= m g (2) Quando a massa é acoplada à mola, ela sofre uma deformação x, tal que as únicas forças atuantes, equação (1) e (2), igualam-se, resultando na seguinte relação: m g x = (3) k Se o corpo de massa m for deslocado de sua posição de equilíbrio, o sistema massa mola irá sofrer uma oscilação. O sistema massa mola vertical, as forças atuantes, no equilíbrio, estão ilustradas na FIG. 1. Figura 1 - Sistema massa mola vertical em equilíbrio 28 artigo

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O equipamento a ser utilizado é um suporte vertical (Conjunto Mecânica-Arete EQ005/Cidepe - Produtos - Conjuntos - Conjuntos de Física), conforme FIG. 2, no qual uma mola helicoidal é pendurada numa de suas extremidades, estando a outra livre, onde se colocam pesos em formatos de discos de latão com variadas massas. Nesta extremidade livre, pendura-se um suporte de massa e sobre ele são colocadas diferentes massas, portanto diferentes forças, para produzir diferentes deformações na mola, ou seja, alterar o comprimento da mola. Estes comprimentos são medidos para as diferentes massas colocadas no suporte. Os materiais usados foram: régua milimetrada; uma mola helicoidal; um Conjunto Mecânica- Arete EQ005; uma barra suporte e quatro massas de 0,060kg; 0,120kg; 0,180kg e 0,240kg. Monte-se a experiência conforme a FIG> 1. Pendure a mola menor na haste de sustentação e ajuste o cursor superior da régua na extremidade superior da mola. Desloque o cursor inferior a fim de medir o comprimento natural da mola, x o, anotando o valor, na folha de questionário com os dados, e colocando os dados na Tabela 1 (NASCIMENTO, 2015), depois, pendurando o suporte de massas, na extremidade livre da mola, e lendo o novo valor do comprimento da mola, x, ajustando a régua na extremidade da mola e anotando cada valor medido na tabela. Figura 2 - Suporte com uma mola e massa (Laboratório de Física Teórica Experimental I). RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio dos dados da Tabela 1, plotou-se o gráfico, descrito na FIG. 3, que relaciona a dependência da força (N) versus o deslocamento x. Observamos que, na FIG. 3, obtida pelo programa Origin 8, pelo ajuste linear dos dados da Tabela 1, devido à sua linearidade, é uma equação da reta, obedecendo diretamente à Lei de Hooke. Relacionada à elasticidade de corpos, que serve para calcular a deformação causada pela força exercida sobre um corpo, tal que a força é igual ao deslocamento da massa a partir de seu ponto de equilíbrio vezes a característica constante do corpo que é deformada. 29

Tabela 1 - Dados do deslocamento x, com suas respectivas massas e constante elástica Nº m (kg) F (N) x 0 (m) x x f (m) (m) 1 0,060 0,5892 0,01 0,093 0,083 2 0,120 1,1784 0,01 0,178 0,168 3 0,180 1,7676 0,01 0,258 0,248 4 0,240 2,3568 0,01 0,344 0,334 Fonte: Dados da pesquisa. Figura 3 - Gráfico da força versus o deslocamento x, conforme dados da Tabela 1. F=k.x 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 F(N) 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 x(m) Fonte: Dados da pesquisa. CONCLUSÃO Neste relatório, apresentamos os resultados do estudo do comportamento de um sistema massa-mola para a verificação da Lei de Hooke. De acordo com a Tabela 1 e FIG. 2, no gráfico apresentado, foi possível perceber que entre o deslocamento e a massa existe uma relação linear e que essas grandezas são proporcionais. Alguns fatores externos podem ter causado flutuação nos resultados, como o peso do suporte que sustenta as massas à mola, que considera desprezível. Outro fator relevante é o tempo de vida da mola usada que, por ser usada por vários estudantes, já podem ter alteração no valor da constante elástica. 30 artigo

AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao CNPq. REFERÊNCIAS BONJORNO, J. R. et al. Física fundamental: volume único. São Paulo: FTD. 1999. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; E. WALKER, J. Fundamentos da física: mecânica. 4. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1996. LABURÚ, C. E.; ALMEIDA, C. J. Lei de Hooke: uma comparação entre sistemas lineares. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 71-81, 1998. NASCIMENTO, L. Modelos de relatórios: mecânica. João Pessoa, [s.n.], 2015. RAMALHO, F. J.; FERRARO, N. G.; SOARES, P. A. T. Os fundamentos da física. São Paulo: Moderna, 2003. 31