DEFICIÊNCIA VISUAL E O ENSINO DE QUÍMICA

Documentos relacionados
LIGAÇÕES QUÍMICAS: UMA PROPOSTA ALTERNATIVA NO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS CEGOS.

Marcilene França da Silva (1); Eva Lídia Maniçoba de Lima (2)

Universidade Estadual de Goiás Unidade Universitária de Itaberaí-Goiás. Fabiana dos Santos Santana Flávia Cristina da Silva

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

Projeto de Pesquisa em Adaptação de Materiais Didáticos Especializados para Estudantes com Necessidades Especiais

MATEMÁTICA E INCLUSÃO: O PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS CEGOS EM CLASSES REGULARES E A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Julho de 2018

DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA ALIADO AO USO DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NO ATENDIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL.

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

Escola Especial Renascer APAE - Lucas do Rio Verde - MT. Futsal Escolar

DESAFIOS E NECESSIDADES DE INCLUSÃO NUMA ESCOLA TÉCNICA EM CAMPINA GRANDE-PB

INCLUSÃO DO SURDO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA: A ATUAÇÃO DO NAPNE NA GARANTIA DESSE DIREITO

Escola para todos: Inclusão de pessoas com deficiência

OS DESAFIOS DE ENSINAR PARA ALUNOS CEGOS: CONCEPÇÃO DE UM PROFESSOR DE QUÍMICA DO IFPB

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

Girleane Rodrigues Florentino, Bruno Lopes Oliveira da Silva

DIFICULDADES RELATADAS POR ALUNOS DO ENSINO MÉDIO NO PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA: ESTUDO DE CASO DE ESCOLAS ESTADUAIS EM GRAJAÚ, MARANHÃO 1

ENSINO DE QUÍMICA NA ESCOLA REGULAR: análise no processo de inclusão de um aluno cego

Fundamentos e Práticas de Braille II

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: perspectivas para a melhoria da educação para todos

SISTEMA PARA COACHING DE BRAILLE

INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: O NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE DO CLARETIANO - REDE DE EDUCAÇÃO

JOGOS DE TABULEIRO: ferramenta pedagógica utilizada na construção do conhecimento químico

O que um professor de química precisa saber e saber fazer

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO REGULAR: A VISÃO DOS PROFESSORES ESPECIALISTAS

A APRENDIZAGEM DE QUÍMICA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: A VISÃO DO PROFESSOR

Autores: CHRISTIANE CABRAL E HUGO RODRIGUES

PROJETO HOMOFOBIA NA ESCOLA COMBATENDO O PRECONCEITO COM O USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A ORGANIZAÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I

TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO: Ferramentas Facilitadoras de Inclusão Digital

NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

A OFERTA DA LIBRAS NA UFMG ENQUANTO DISCIPLINA NA MODALIDADE EAD E OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O ENSINO DE SURDOS

POSSIBILIDADES DE USO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM NAS AULAS DE QUÍMICA. Apresentação: Pôster

Palavras-chave: Educação Matemática. Educação Inclusiva. Formação de professores.

PERFIL DO ALUNO CONHECIMENTOS. CAPACIDADES. ATITUDES.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA CIBERCULTURA: ESTUDO SOBRE A EVASÃO DOS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DOS CURSOS OFERTADOS PELO PROINFO.

ESTEQUIOMETRIA PARA APRENDER: JOGO DIDÁTICO UTILIZADO NO ENSINO DE QUÍMICA

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS E A NECESSÁRIA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Emília Gomes Santos 1 Ana Cristina Santos Duarte 2

Didática das Ciências Naturais

O ENSINO-APRENDIZAGEM DE QUÍMICA E A ELABORAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS INCLUSIVOS

Música e inclusão: O ensino da musicografia braile para alunos com deficiência visual

EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA SURDOS EM FACE À FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DOCENTES NA CONTEMPORENEIDADE

A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS COMO MÉTODOS MEDIADORES NO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS CEGOS

A Educação do Superdotado no Contexto da Educação Inclusiva. Eunice Soriano de Alencar Universidade Católica de Brasília

PERCURSO FORMATIVO CURRÍCULO PAULISTA

Pp Elaine Laranjeira Souza

O que já sabemos sobre a BNCC?

O TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR: ANALISE, REFLEXÃO E FORMAÇÃO EM FOCO.

A inclusão dos portadores de necessidades especiais no atual contexto socioeducacional

UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA NATUREZA ACERCA DA PARTICIPAÇÃO DE CEGOS EM ATIVIDADES CIENTÍFICAS 1

INSTITUTO DE PESQUISA ENSINO E ESTUDOS DAS CULTURAS AMAZÔNICAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO ACRIANA EUCLIDES DA CUNHA

ENSINO ADAPTADO DA TABELA PERIÓDICA E DA SUA RELAÇÃO COM OS NÚMEROS QUÂNTICOS PARA DEFICIENTES VISUAIS

VI JOPEMAT II ENCONTRO NACIONAL DO PIBID/MATEMÁTICA/FACCAT, I CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

TÍTULO: UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DA ABORDAGEM DOS LIVROS DIDÁTICOS SOBRE O PETRÓLEO NO ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA

Inclusão escolar. Educação para todos

DESENHO E PINTURA COMO INSTRUMENTOS PEDAGÓGICOS NA APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL. Resumo

Eixo Articulador Educação Inclusiva e Especial

PROPOSTA DE PROJETO DE ENSINO

Institucional. Nossa História

A QUÍMICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE CURRICULAR

ENSINO DE ASTRONOMIA INCLUSIVO NA ESCOLA: ELABORAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE RECURSOS SENSORIAIS E DE ÁUDIO

GT-3 DIDÁTICA, CURRÍCULO E POLÍTICA EDUCACIONAL REALIDADE VIRTUAL NA EDUCAÇÃO: as TICs e a renovação pedagógica

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E A SUA IMPORTÂNCIA NO ÂMBITO EDUCACIONAL E SOCIAL: A Prática De Educacional e Social.

Educação inclusiva: deficiências da formação e da prática docente

Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí VI Jornada Científica 21 a 26 de outubro de 2013

DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Algumas discussões relacionadas à educação inclusiva no contexto social e principalmente o escolar

Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Três Corações Minas Gerais Julho de 2011

NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NACI REGULAMENTO

EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL

Trabalho Completo - XXIV Encontro de Pesquisa Educacional do Nordeste - Reunião Científica Regional da ANPEd (2018) GT15 - Educação Especial

A USABILIDADE DO DOSVOX COMO SOFTWARE DE ACESSIBILIDADE E INTEGRAÇÃO PARA DEFICIENTES VISUAIS

Educador A PROFISSÃO DE TODOS OS FUTUROS. Uma instituição do grupo

Material Para Concurso

Computação para química: Programas computacionais como ferramentas didáticas para o ensino-aprendizado da química

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS DE PROFESSORES DE QUÍMICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ARARA PB NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR.

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Anais. IV Seminário Internacional Sociedade Inclusiva

SUMÁRIO. Língua Portuguesa

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE ALAGOAS ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ARTHUR RAMOS PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL. João Victor Santos

MISTURAS AZEOTRÓPICAS E EUTÉTICAS E SUA ABORDAGEM NO ENSINO PARA DEFICIENTES VISUAIS

AULA 1. Rodrigo Machado Merli Diretor Escolar da PMSP Pedagogo Didática de Ensino Superior PUC/SP Estudante de Direito

FACULDADE ATENEU - FATE REGULAMENTO DO NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS DA UNIDADE ESCOLAR E O PAPEL DO CUIDADOR

AÇÕES PARA O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS EM SITUAÇÃO DE DEFICIÊNCIAS SENSORIAS NA ESCOLA ESTADUAL VILHENA ALVES 1

Palavras-chave: Deficiência Intelectual, aluno, inclusão. Introdução

ÂNGULOS O ENSINO DE GEOMETRIA

INCLUSÃO E EXCLUSÃO NO ÂMBITO ESCOLAR

Música e Inclusão: ações pedagógicas para o trabalho com um aluno cego no ensino superior

O Projeto Ensino de Química a Alunos com Deficiência Visual da UnB: 8 anos depois.

Acessibilidade: mediação pedagógica. Prof. Blaise Duarte Keniel da Cruz Prof. Célia Diva Renck Hoefelmann

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA À EDUCAÇÃO BÁSICA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA DO COMPLEXO AQUÁTICO E DO GINÁSIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CAMPUS JOÃO PESSOA

TECNOLOGIA ASSISTIVA - UM TEMA EM ASCENÇÃO Aplicação de Recursos de Tecnologia Assistiva na Educação

Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1.

DESENVOLVIMENTO DE UM MANUAL PARA O LABORATÓRIO DE FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO

Educação, Tecnologias e Inclusão: Um Contexto Indissociável. Klaus SchlünzenJunior

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE TEMPO INTEGRAL

1 o Semestre. PEDAGOGIA Descrições das disciplinas. Práticas Educacionais na 1ª Infância com crianças de 0 a 3 anos. Oficina de Artes Visuais

Transcrição:

DEFICIÊNCIA VISUAL E O ENSINO DE QUÍMICA 1 Autor; 2 Co-Autor; 3 Orientador(a) Josefa Raquel de Sousa 1 ; Márcia dos Anjos Gomes 2 ; Alexsandra Cristina Chaves 3 Instituto Federal de Educação, Ciência Tecnologia da Paraíba, raquel_jrs@hotmail.com; marciadosanjosg@gmail.com; alexsandra.chaves@ifpb.edu.br INTRODUÇÃO O termo educação inclusiva se refere ao ensino para alunos com ou sem necessidades especiais, com condições igualitárias para que todos possam desenvolver suas potencialidades, respeitando as individualidades (HONTANGAS, 2010). De fato, a literatura indica que a inclusão, de modo geral, e a educação para deficientes visuais, em particular, não são tratadas como deveriam na formação inicial de professores de ciências (VILELA-RIBEIRO E BENITE, 2010). Entretanto, apesar da existência de políticas para a educação inclusiva, o sistema regular de ensino brasileiro parece estar programado para atender ao aluno ideal, aquele com um desenvolvimento psicolinguístico exemplar, motivado para aprender e sem problema sociofamiliar (GLAT E NOGUEIRA, 2002). De acordo com o censo escolar de 2010, existem 75.289 alunos com deficiência visual matriculados na rede regular de ensino no Brasil, sendo 6.274 cegos e 69.042 com baixa visão. Mesmo assim, em uma pesquisa de Mól, et al., (2010), observa-se que ainda são poucas as dissertações e teses relacionadas ao ensino de ciências e à inclusão de alunos com deficiência visual (ADV). A palavra deficiente possui valores morais de significados muitos fortes contrapondo-se a eficiência o que levaria a supor que a pessoa deficiente não é capaz (sem inteligência, incompetente ou preguiçosa), gerando sentimento de como desprezo e pena. No entanto quando passamos a conviver com uma pessoa deficiência constatamos que ela pode ter dificuldades realizar determinadas tarefas, mas isso não as torna incapazes de executá-las (GIL, 2000). A educação especial tem obtido um reconhecimento crescente da sua importância, na mesma medida em que a evolução da consciência das sociedades exige que a cidadania seja acessível para todos, por esse motivo os educadores deverão tomar consciência da importância da inclusão educacional e a maneira correta de fazê-las. Nesse sentido, os educadores precisam se preparar e se adaptar para buscar novas formas de ensino e situações diversificadas, tornando mais concretos os conceitos que serão ensinados em sala de aula. A educação brasileira viveu durante muito tempo um momento de grandes transformações e estas apontaram para reconhecimentos da escola enquanto espaço instituinte da cidadania. Observaram-se mudanças importantes nas praticas pedagógicas, mas não é possível negar o caráter contraditório que estas práticas assumiram num cenários marcados pela diversidade e pelas complexidades humanas. Este tema de pesquisa é atual, pois trata da democratização do ensino, em que todas as pessoas devem ter o direito a aprender. A Química ajuda a compreender o mundo que nos rodeia, permitindo tomar consciência do que não pode ser facilmente representado. Mortimer (1995) considera como um conceito central para o aprendizado da química, pois abrangem diversos conteúdos, sendo que seu entendimento depende do reconhecimento de que a matéria é formada por átomos e que esses átomos são conservados nessas transformações.

METODOLOGIA A pesquisa qualitativa considera-se que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, em que o vínculo entre a objetividade do mundo e a subjetividade do sujeito é indissociável. Desta forma, traduzir o resultado da pesquisa social em números seria impossível (SILVA E MENEZES, 2005). Nesta pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa, que segundo Holanda (2006) propõe-se a elucidar e conhecer os complexos processos de constituição da subjetividade, diferentemente dos pressupostos quantitativos de predição, descrição e controle. Desta forma, este aspecto qualitativo deve ser a forma de pesquisa utilizada, coleta e análise de dados. A pesquisa qualitativa neste caso buscou o entendimento do uso do material didático, o DNA, por alunos com deficiência visual e videntes, com a finalidade de, construir um material que ofereça acessibilidade para estes alunos. Diante disso, para que o processo inclusivo do aluno com deficiência visual ocorra de tal forma a levar ao sucesso escolar é preciso considerar as necessidades perceptuais destes indivíduos e fazer uso de mecanismos eficazes que possibilitem o acesso da pessoa com NEE à educação. RESULTADOS E DISCUSSÕES Deficiência Visual e o Ensino de Química A palavra deficiente possui valores morais de significados muito fortes contrapondo-se a eficiente o que levaria a supor que a pessoa deficiente não é capaz (sem inteligência, incompetente ou preguiçosa), gerando sentimentos como o desprezo e pena. No entanto quando passamos a conviver com uma pessoa deficiente constatamos que ela pode ter dificuldades para realizar determinadas tarefas, mais isso não as torna incapazes de executálas (GIL, 2000). As escolas de qualidade são espaços educativos de construção de personalidades humanas autônomas critica, espaços onde crianças e jovens aprendem a serem pessoas. Nesses ambientes educativos ensinam-se os alunos a valorizar as diferenças pela convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas de aula, pelo clima sócio afetivo das relações estabelecidas em toda comunidade escolar, sem tensões competitivas, mas com espírito solidário, participativo. Escolas assim concebidas não excluem nenhum aluno de suas classes, de seus programas, de suas aulas, das atividades e do convívio escola mais amplo. São contextos educacionais, sendo que, todo e qualque aluno têm possiilidade de frequentar uma salar de aula. [...] A inclusão escolar é uma forma de incluir o aluno seja ele (a) portador de alguma deficiência e inserir no ambito escola. Sendo que, a escola comum tradicional passará por modicações para ser capaz de acolher todo e qualquer aluno incondionalmente, para oferecer uma educação de qualidade. Há alguns anos vem acontencendo no Brasil à transferência dos alunos com necessidades especiais, onde o ensino Regular, no entanto, a escola e os educadores não foram preparados para essa mudança, prevalecendo ainda barreiras físicas e atitudinais para a inclusão, acredita-se nessa pesquisa que uma das formas de resolver este problema é trabalhar inclusão de alunos cegos por meio da experimentação e recursos didáticos digitais. Na literatura científica, já existem vários recursos didáticos que foram criados ou adaptados, porém ainda há muito a se fazer, principalmente para alunos com necessidades especiais.

Alunos com necessidades especiais devem aprender os mesmos conteúdos com o mesmo grau de exigência que os demais, e utilizando uma metodologia multissensorial, desenvolveuse um material didático constituído de uma sequência didática e materiais adaptados com a finalidade de facilitar o processo ensino aprendizagem do conteúdo voltado para a Química por parte de alunos com ou sem problemas de visão. Onde é utilizado por aluno de baixa visão ou portador de necessidade visual, o brailler é utilizado para do apoio aos mesmos, segundo Cat (2007), a partir das tecnologias assistivas, as possibilidades dos alunos com deficiência visual superarem suas dificuldades funcionais no ambiente da sala de aula e fora dela podem ser maiores, uma vez que essas tecnologias são recursos que potencializam as habilidades funcionais das pessoas com deficiência. Assim, podem mediar a valorização, relação e inclusão dessas pessoas. Partindo deste contexto, a possibilidade do aluno aprender as ciências exatas, mais precisamente a Química, amplia-se, pois as tecnologias assistivas podem propiciar, a estes alunos, maior estímulo visual, facilitando a comunicação, a aprendizagem e mais independência na realização das atividades dessa disciplina, tanto na escola como em Centros de Apoio Pedagógicos para Atendimento a Pessoas com Deficiências Visuais. MÉTODOS DIDÁTICOS PARA O DEFICIENTE VISUAL Grafia Braille para ensino de Química O desenvolvimento da tecnologia e das ciências nos últimos tempos e a falta de uma politica que uniformizasse o uso e a aplicação dos símbolos Braille convencionados levou a pluralidade de códigos utilizados para conceitos de Química nos diferentes estados brasileiros como se não fosse único, causando uma deficiência inclusiva á comunicação escrita (BRASIL, 2002). Quanto à aprendizagem do conhecimento químico, muitos alunos tem dificuldade em relacionar a teoria estudada em sala de aula com a realidade a sua volta, isso porque a teoria é constituída de conceitos que são abstrações da realidade, o brailler no ensino de química propociona a pessoas com deficiências terem acesso a realidade a sua volta, tanto em sala de aula quanto na vida pessoal Em 2005 a Secretaria de Educação Especial/Comissão Brasileira do Braille (CBB) aplicou um instrumento para avaliar o uso dessa Grafia no Brasil. As sugestões, necessidades, considerações e contribuições dos sistemas de ensino foram analisadas pelo Grupo técnico para Estudo e atualização da Grafia Química Braille. Esse grupo foi organizado pela CBB, professores da universidade de Brasília e do instituto Benjamin Constant com conhecimentos específicos do Braille e do componente curricular em questão. Segundo Mortimer, et al., 2000 para a completa aprendizagem da Química, o seu ensino deve contemplar os três diferentes níveis de abordagem: fenomenológico ou macroscópico, o teórico ou microscópico e o representacional. Com a Grafia Química Braille é possível à escrita e as representações das substâncias e equações e assim permitir o acesso do aluno usuário de Braille ao nível representacional da Química. Além de representar símbolos, fórmulas e equações [...] permite, também, a representação de estruturas moleculares (BRASIL, 2011b, p. 7). De acordo com a teoria de Gil-Perez, (2011), o professor deve estar organizado para esquematizar e administrar atividades de ensino que acolham às especificidades educativas dos alunos com e sem deficiências, o que sugere dizer que sua prática necessita dar conta de acolher as múltiplas formas.

Assim, para Sá, et al., (2007), a escola necessita abandonar de uma vez por todas qualquer tipo de preconceito em relação ao deficiente visual, não o ignorando, mas distinguindo e acolhendo as diferenças. CONSIDERAÕES FINAIS Podemos concluir que a educação inclusiva, é processo de ensino e aprendizagem que envolve estudantes com baixa visão ou deficiente visuais. O processo de inclusão é algo para todos os participantes do processo educativo, bem acerca da relevância da formação de professores em problematizar a educação inclusiva na interação com a escola. Só assim é possível que a disciplina de Química ou qualquer outra não é uma barreira que possa separar os alunos com necessidades especiais do âmbito escolar. Sendo assim, se faz necessário o vínculo entre o aluno deficiente, escola e família. Onde todos caminham na mesma direção, com o mesmo objetivo, educação. 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, SIMONE CUNHA. IV Congresso de Pesquisa Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica- Belém- PA 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Grafia Química Braille para Uso no Brasil / 2002 BRASIL. Decreto Nº 7.611de 17 de novembro de 2011b - DOU de 18/11/2011. Disponível em: Acesso em: 14 set. 2012. MACKINNON, G.R. Students' Understanding of Orbitals: A Survey. ERIC_NO: ED433248 [S.I.], 1999. CARVALHO, A. M. P.; GIL-PEREZ, D. Formação de professores de ciênciastendências e Inovações. vol. 28-10ª ed. Col. Questões. São Paulo. Cortez, 2011. CAT, 2007. Ata da Reunião VII, de dezembro de 2007, Comitê de Ajudas Técnicas. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (CORDE/SEDH/PR). Disponível em:. Acesso em: 12 set. 2012. CREPPE, CARLOS HENRIQUE. Ensino de Química Orgânica para Deficientes Visuais, Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy Unigranrio - Duque de Caxias- 2009. GLAT, R. e NOGUEIRA, M.L.L. Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. Integração, v. 24, p. 22-27, 2002. HOLANDA, A. Questões sobre pesquisa qualitativa e pesquisa fenomenológica. Análise Psicológica (2006), 3 (XXIV): 363-372. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a10.pdf; acesso em: 22 de janeiro de 2011. HONTANGAS, N.A. Puente, J.L.B. Atención a ladiversidad y desarrollo de procesos educativos inclusivos. Prisma Social: revista de cienciassociales, Madrid, n.4, jun. 2010. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, RJ Brasil. IBGE, 2012 MEC Ministério da Educação e Cultura, Declaração de Salamanca, 1994.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. MORTIMER, E. F.; MACHADO A. H.; ROMANELLI, L. I. A proposta curricular do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova, v. 23, n. 2, 2000 MORTIMER, E. F. MIRANDA, L. C. Transformações: Concepções de estudantes sobre Reações Químicas. Química Nova na Escola, n. 2, p. 23-26, nov,1995. MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2005 MÓL, G.S. RAPOSO, P.N. SANTOS, G.A. NETO, J.D. BRITO, A.G. A inclusão de alunos com deficiência visual como tema em dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação da Área de Ensino de Ciências e Matemática da Capes. In: XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ), 2010, Brasília MÓL, G.S. RAPOSO, P.N. SANTOS, G.A. NETO, J.D. BRITO, A.G. A inclusão de alunos com deficiência visual como tema em dissertações e teses nos Programas de Pós-Graduação da Área de Ensino de Ciências e Matemática da Capes. In: XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ), 2010. SÁ, E. D. de; CAMPOS, I. M. de; SILVA, M. B. C. Atendimento educacional especializado: deficiência visual. Brasília: SEESP SEED MEC, 2007. SANTOS, S. M. Moreira. Formação continuada numa perspectiva de mudança pessoal e profissional. Revista Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana BA. Nº 31 jul/dez de 2004. Disponível em:. Acesso em 05 dez. 2011 SILVA, E.L.; MENEZES, E.M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4ª ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino à Distância da UFSC, 2005. VILELA-RIBEIRO, E.B. e BENITE, A.M.C. A educação inclusiva na percepção dos professores de química. Ciência & Educação, v. 16, p. 585-594, 2010.