PROJETO PIBID CORPOREIDADE APRIMORADA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

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PLANEJAMENTO Série: 9º ano Professor: Cassio Lima 1ª UNIDADE 28/01/2019 a 10/05/2019 DISCIPLINA: Educação física

Transcrição:

PROJETO PIBID CORPOREIDADE APRIMORADA NA EDUCAÇÃO FÍSICA João Derli de Souza Santos Carla Regiane, Vargas Elvis Martins Francielle Evangelista André Fabiano, Gnoatto Natan Tomé Bissoli Kámila Trainotti Elaine Cristina Apolinario Gabriel Felipe Bruna Ramos RESUMO: O presente trabalho é um relato de experiência fundamentado teoricamente elaborado por acadêmicos do Projeto de Educação Física do PIBID desenvolvido com aproximadamente 45 alunos do Ensino Médio matutino numa escola da rede estadual de ensino do município de São João Batista/SC no primeiro semestre de 2016. Ele privilegiou o tema Corporeidade nas aulas de Educação Física. Objetivo: oportunizar aos alunos do Ensino Médio vivenciar experiências em diversos ambientes para aprimoramento da corporeidade, priorizando suas potencialidades, autonomia e tomada de consciência das ações. Metodologia: estudo realizado numa abordagem qualitativa, utilizando a técnica Pesquisa-ação. As aulas foram planejadas e registradas por meio de fotografias e filmagens. Na realização das aulas enfocou-se no objetivo proposto modificou-se a forma de atuação e propostas dos acadêmicos, conforme a necessidade e respostas dos alunos. Resultados: pela observação da participação dos alunos nas aulas e de sua avaliação do Projeto, verificou-se que ocorreram avanços em suas capacidades cognitivas, psicomotoras e relacionais. Houve estreitamento dos vínculos afetivos nos grupos, maior e mais efetiva comunicação, bem como relatos de aplicação das aprendizagens para além do contexto escolar nos âmbitos intra e interpessoal. Considerações Finais: considerando o objetivo deste trabalho pudemos verificar que o Projeto sobre Corporeidade atingiu seu objetivo, visto que os relatos dos alunos participantes indicaram aprendizagens nos aspectos mencionados acima. Diante disso, pode-se concluir que iniciativas como esta contribuem significativamente para os alunos, assim como para a formação profissional dos acadêmicos responsáveis por tal proposta. PALAVRAS-CHAVE: Corporeidade. Educação física. Ensino médio. PIBID. INTRODUÇÃO Este trabalho se refere a um relato das experiências pedagógicas de acadêmicos participantes do projeto de Educação Física do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) desenvolvido na Escola de Educação Básica São João Batista/SC durante o primeiro semestre de 2016, com alunos do Ensino Médio matutino. O projeto privilegiou atividades referentes à Corporeidade aplicada à Educação Física e objetivou oportunizar aos alunos do Ensino Médio vivenciar experiências diferenciadas em diversos ambientes para aprimoramento de sua corporeidade, priorizando suas potencialidades e tomada de consciência, ampliando suas capacidades cognitivas, psicomotoras e relacionais por meio de dinâmicas vivenciais privilegiando sua corporeidade, aprimorando vínculos afetivos com seu grupo de convivência, ampliando suas capacidades comunicativas fazendo-os reconhecer a importância da corporei-

47 corporeidade para suas relações intra e interpessoais em seu cotidiano dentro e fora do ambiente escolar. A educação física escolar geralmente compete apenas as modalidades esportivas e suas regras aplicadas de uma maneira tecnicista e tradicional, muitas vezes excluindo os menos habilidosos e esquecendo-se de que a educação física deveria ser uma disciplina que engloba o ser humano em sua totalidade, desejo, natureza, corpo, mente e espírito. Segundo Duckur (2004, p. 41) afirma que: Desse modo, os professores anunciam a ideia da educação como prática não neutra incumbida da formação do cidadão, contudo as práticas efetivadas aproximam-se da perspectiva tecnicista em educação. Subsiste um discurso avançado e progressista do professor, mas uma prática extremamente conservadora em que há predominância do conteúdo esporte e dos processos de exclusão dos menos hábeis. Este componente curricular necessita avançar intelectualmente de modo que entenda que o ser humano é muito além de um corpo físico, deixando de lado esta separação e incluindo a esta disciplina uma visão relacional para educar o aluno na cultura corporal do movimento e transformá-lo em um cidadão crítico e autônomo. De acordo com CONFEF (2002, nº 5, p. 4) Entende-se a Educação Física Escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, capacitando-o para usufruir os jogos, os esportes, as danças, as lutas e as ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. Afirma ainda CONFEF (2002, nº 5, p. 12) que [...] a Educação Física Escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos. Muitas são as teorias escritas para mudar este pensamento dos professores deste componente curricular, João Batista Freire já destacava o equivoco sobre os meios de ensino da educação física escolar Conforme Freire (1989, p. 159) A Educação Física, depois de décadas de atuações estranhas aos currículos escolares, desanimou a escola. Passou a ser tratada como um corpo estranho, cuja existência só se garantia pelos decretos e leis que a sustentavam. Além do histórico preconceito, não exatamente contra a disciplina Educação Física, mas contra o corpo, nada havia nessa disciplina que mostrasse contribuições para a formação geral das pessoas de uma sociedade. Isto é, a sofrível atuação da nossa área fortaleceu a ideia de que educar é educar o espírito. O corpo, quando muito deve traze-lo para a escola, apenas como um meio de transporte. E aguardar silencioso, sentadinho, dócil, até que o sinal de saída toque. Sabendo que a educação física escolar passa por essas questões, destacamos que o trabalho foi realizado com o segmento do ensino médio, em que se torna ainda mais complicado o trabalho com os alunos desta faixa etária. Conforme Gallardo et al. (2005 pg. 95) O aluno encontra-se numa fase de mudanças físicas e psicológicas que influenciem em seu estado de ânimo, sua auto-estima e sua apreciação de si mesmo. O corpo se transforma no principal foco de atenção, já que, através dele, mostra-se ao mundo e interage com seus iguais, sendo seu corpo a carta de apresentação para ser aceito pelos pares. O aluno que neste segmento apresenta como citado acima, mudanças físicas e psicológicas naturais para a idade encontra-se uma certa dificuldade com a aplicação dos aprimoramentos dos conteúdos como defende a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da educação no Brasil.

48 De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (9394/96) Art.35: O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Muitas vezes esses alunos chegando ao ensino médio, não tiveram o devido contato com os conteúdos que compreendem esta disciplina para que haja um aprimoramento destes conhecimentos nesse segmento da educação, visto que nas outras disciplinas escolares isso seja realizado de forma contínua e o aprimoramento se torna o foco do processo de ensino aprendizagem. Muito além desses conhecimentos técnicos, devemos destacar a importância do aprimoramento pessoal, de sua totalidade, relação com o outro e significado no mundo. Desse modo, o projeto PIBID corporeidade aplicada na educação física veio para contribuir com uma educação física integral para os alunos do ensino médio de modo que eduque o ser humano como um todo, aliando em sua prática, significado para o homem que a realiza em sua ação corporal. O corpo agindo, podemos chamar de Corporeidade, que para Sérgio (2003, p. 270) é a Condição de presença, participação e significação do homem, no Mundo. Uma presença marcante, existencial. Uma presença que torna a passagem pela vida dos outros, algo importante, deixando lembranças. A corporeidade é a manifestação corporal da integralidade do ser humano. Daí a importância de uma pedagogia que a valorize e priorize para contribuir em sua potencialização e ampliação excelentes (LISBOA, 2016). De acordo com Simões e Piccolo (2012, p.18): A corporeidade, neste sentido, implica numa atitude ética, na qual o ato de movimentar-se, na Educação Física e no Esporte, demanda transcendência, aprimoramento de si mesmo, obtenção de conhecimento e preocupação com o outro. E isto envolve atitudes responsáveis perante o mundo, visando a contribuir para a construção de um futuro melhor, no qual a vida seja vivida com qualidade, pela maior parcela possível de seres humanos. Para que isto se materialize, é preciso produzir resistência ao que nos cerca, nos dias atuais. No presente projeto buscamos trabalhar de maneira lúdica e fora da rotina escolar dos alunos, pois quase todas as nossas aulas foram dentro do auditório da escola, utilizando materiais alternativos e caixa de som na maior parte das aulas. Os alunos eram estimulados a perceber sua corporeidade, refletindo após cada atividade em uma tomada de consciência realizada por um dos acadêmicos. Eram levados ao desequilíbrio de suas ações e reflexão sobre seus atos. Por meio de dinâmicas vivenciais e relacionais como as que mencionaremos a seguir, conseguimos perceber um avanço dos alunos, durante o projeto tiveram experiências diferenciadas em diversos ambientes aprimorando sua corporeidade,, ampliando suas capacidades cognitivas, psicomotoras e relacionais priorizando suas potencialidades e tomada de consciência. O espaço utilizado foi o auditório da escola, optamos por um espaço alternativo pois como as atividades envolviam as relações e disponibilidade corporal, percebemos que no auditório os alunos sentiram-se mais à vontade, pois na quadra de esportes, nesse horário, havia muitas turmas presentes o que tirava a nossa privacidade. Toda aula era iniciada por meio de uma conversa sobre o tema e questionamentos de modo que levem o aluno à reflexão de suas

49 ações posteriores. As atividades geralmente eram embaladas ao som de alguma música, e todos os fechamentos de aula eram realizados por meio de uma conversa final, na qual se privilegiava a tomada de consciência, reflexão e criticidade dos alunos, ilustram-se nas figuras 1 a Roda de conversa inicial Figura 1: Roda de conversa inicial Dança dos balões (Individual) Dança dos balões (Duplas)

50 Dança com bastões de madeira Dança com bastões de revista Relato de um fato

51 Paredão cooperativo Acerte o alvo Não erre o nome

52 Nó humano.jogo das mãos Condução dos cegos

53 Passe dos números Pense bem Não deixe o balão cair

54 CONCLUSÃO A pesquisa teve como objetivo principal, oportunizar aos alunos do Ensino Médio de uma escola estadual de São João Batista/SC, experiências em diversos ambientes para aprimoramento da corporeidade, priorizando suas potencialidades, autonomia e tomada de consciência das ações. Conforme relatado em todo o projeto, a corporeidade quando trabalhada dentro do ambiente escolar, poderá propiciar aos alunos diferentes experiências positivas, aprimorando suas potencialidades e, principalmente, a tomada de consciência, muitas vezes esquecidas nas aulas de Educação Física, bem como ampliar suas capacidades cognitivas, psicomotoras e repertório de movimentos por meio de dinâmicas vivenciadas pelos alunos, construindo e aperfeiçoando vínculos afetivos com seu grupo de convivência e ampliando suas capacidades comunicativas e socioafetivas, reconhecendo a importância da corporeidade para suas relações, identificando os diferentes benefícios da prática dela no cotidiano, dentro e fora do ambiente escolar. Como resposta ao nosso objetivo, constatamos que os alunos conseguiram desenvolver a corporeidade por meio de atividades ministradas pelos bolsistas, em que se verificou que ocorreram avanços significativos em suas capacidades cognitivas, psicomotoras e relacionais. O projeto resultou para os alunos um estreitamento dos seus vínculos afetivos no grupo, maior e mais efetiva comunicação, bem como relatos de aplicação das aprendizagens para além do contexto escolar. Diante disso, é válido e indicado que todos os professores trabalhem esse conteúdo dentro do ambiente escolar, a fim de melhorar as capacidades físicas,cognitivas, psicomotoras, e amplie o repertório de movimentos, mas principalmente, o desenvolvimento dos vínculos afetivos, muitas vezes deixados de lado nas aulas de educação física, devido as inúmeras diferenças encontradas. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9394-96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf> Acesso em: 11 nov. 2016. CONFEF, Conselho Federal de Educação Física. Educação Física Escolar: O retorno da obrigatoriedade é uma vitória que resgata a função primordial da disciplina: formar cidadãos. Revista da Educação Física. N.5, p. 4-12, Dezembro, 2002. DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em busca da formação de indivíduos autônomos nas aulas de educação física. Campinas: Autores Associados, 2004. 118 p. DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em busca da formação de indivíduos autônomos nas aulas de educação física. Campinas: Autores Associados, 2004. 118 p. FREIRE, J. B.; Educação de corpo inteiro. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1994. GALLARDO, J. S. P. et al. Educação física escolar: do berçário ao ensino médio. 2. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

55 LISBOA, Adonis Marcos. Reflexões sobre a corporeidade, ludicidade e estética na educação infantil. Texto elaborado para uma oficina ministrada às professoras de educação infantil do C.E.I.E.F. I pertencente à rede municipal de ensino de Brusque/SC na data de 29/04/2016. SÉRGIO, M. Um corte epistemológico: da educação física à motricidade humana. 2. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2003. SIMÕES, R. PICCOLO, V.R.N. Corporeidade e motricidade humana na Educação Física: uma possibilidade de transcendência para a área. In: PACHECO, Neto, M. Educação Física, Corporeidade e Saúde. Dourados : Ed. UFGD, 2012.