Área de Intervenção: Detecção Precoce e Prevenção do VIH e SIDA e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

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Transcrição:

FICHA TÉCNICA Nome: Área de Intervenção: Detecção Precoce e Prevenção do VIH e SIDA e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Descrição: Segundo os dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, os quais actualizam a informação estatística apresentada no relatório do Programa Nacional para a Infecção VIH/SIDA e Tuberculose (no qual a recolha de dados terminou a 15 de Abril de 2017), até 30 de Junho de 2017 foram notificados em Portugal 1030 casos em que o diagnóstico de infecção por VIH ocorreu durante 2016, ao que corresponde uma taxa de 10,0 novos casos por 100 000 habitantes, não ajustada para o atraso da notificação. A seguir à Área Metropolitana de Lisboa, a região Norte foi onde se registou o maior número de novos casos de infecção (23,1%) e casos de Sida (23,8%). Na área metropolitana do Porto ocorreram 151 novos casos de infecção. A maioria dos diagnósticos ocorreu em indivíduos com 15 ou mais anos de idade (99,7%) e foram diagnosticados 2,5 casos no género masculino (71,5%) por cada caso identificado no género feminino (28,5%). A idade mediana do diagnóstico foi de 39 anos e 25,2% dos novos casos foram diagnosticados em indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos; a taxa mais elevada de novos diagnósticos (26,1 casos/100 000 habitantes) ocorreu no grupo etário dos 25-29 anos. Os casos de homens que têm sexo com homens (HSH) corresponderam a 63,3% dos casos diagnosticados com idades inferiores a 30 anos. 36,7% dos casos de transmissão heterossexual verificaram-se em indivíduos com idades de 50 anos ou mais, 87,0% do total de casos nessa faixa etária. À semelhança dos anos anteriores predomina a transmissão sexual (96,8%) - 59,6% representam os casos de transmissão heterossexual e em HSH representam 37,2% dos novos casos. Os HSH constituíram 49,9% do total de novos diagnósticos em homens e 52,1% dos casos com informação sobre o modo de transmissão. No que se refere à transmissão associada à utilização de drogas o total dos novos casos constituíram 3,0%. De acordo com o Programa Nacional para as Hepatites Virais são particularmente as hepatites B e C as que se revestem de maior impacto em termos de morbilidade e

mortalidade, ao serem as principais causas de doença hepática crónica nos países desenvolvidos. Segundo a OMS estima-se que na Europa mais de 13 milhões de pessoas vivam com infecção crónica por virus da Hepatite B e mais de 15 milhões com infecção crónica por vírus da Hepatite C. Em 2015, o European Centre for Disease Prevention and Control apontava para prevalências estimadas das infecções por VHB e VHC na UE de 0,9% e 1,1%, com um total estimado de 4,7 milhões de infecções crónicas por VHB e 5,6 milhões por VHC. Em Portugal estima-se que muitas pessoas estejam infectadas com os vírus VHB e VHC desconhecendo o seu estatuto serológico, pelo que, facilitar o acesso ao rastreio e adequada referenciação dos testes reactivos, trará inúmeros ganhos em saúde quer ao nível individual, quer ao nível comunitário. Em suma, consideramos que os dados nacionais disponíveis são demonstrativos da pertinência da continuidade da intervenção na população alvo de forma a contribuir para diminuir a morbi mortalidade por VIH e IST s. Objectivo Geral: Em 12 meses, contribuir para a diminuição da transmissão do VIH, IST s e Hepatites Víricas em população vulnerável, dos concelhos do Porto, Vila do Conde, Matosinhos e Vila Nova de Gaia. Objectivo Específico: Aumentar o conhecimento do estado serológico da população do projecto Garantir a referenciação hospitalar dos testes reactivos para o VIH, VHB, VHC e Sífilis Aumentar o acesso ao SNS Promover o acesso dos consumidores de drogas a programa de RRMD e prevenção da infecção Contribuir para o conhecimento epidemiológico e comportamental em Portugal dos públicos-alvo Público-Alvo: - Homens que fazem sexo com Homens (HSH). Imigrantes (com especial atenção aos que se encontram em situação administrativa irregular). Pessoas em situação de Sem Abrigo (PSA).

Pessoas que utilizam Drogas (PUD). Trabalhadores Sexuais (TS) e seus clientes - Parceiros: - Abraço - Associação dos Albergues Nocturnos do Porto - Ambimed - AMI - ARRIMO - APDES Porto G - Associação Plano i - Centro GIS - Centro CAIS Porto - CLASP - Fórum Nacional da Sociedade Civil para o VIH-SIDA - GAIURB - GAT/Rede Rastreio Comunitária - ISPUP - Laboratório Médico de Análises Clinicas Dr. Luis Marinho - Norte Vida - NPISA - R3 Redução de Riscos em Rede - Rede Positivo - Rede de rastreio comunitária - Rede Trabalho Sexual - SPMS Programa Troca de Seringas - SEF, OIM e JRS - Unidade de Saúde Publica Porto Oriental - UCC Baixa do Porto Recursos Humanos: 1 Coordenadora/Psicóloga, 1 Técnico Social, 2 Enfermeiros, 1 Educador de Pares e 4 Médicos (em regime de voluntariado) Financiadores:

Projecto co-financiado pela Direcção Geral de Saúde Fundos Próprios e doadores Actividades: - 1. Realização de Testes Rápidos VIH, VHB, VHC e Sífilis 2. Referenciação Hospitalar dos testes reactivos VIH, VHB, VHC e Sífilis 3. Referenciação para SNS 4. Referenciação para rastreio TB mediante aplicação do inquérito de sintomas 5. Religação aos cuidados de utentes com diagnóstico (VIH, VHB, VHC e Sífilis) e sem adesão a tratamento 6. Troca de material para consumo injectado 7. Distribuição de material para consumo fumado 8. Distribuição de material preventivo e acções individuais de educação para sexo seguro 9. Informação e Educação para a Saúde 10. Apoio psicossocial e aconselhamento 11. Aplicação do Questionário de conhecimentos e atitudes face ao VIH 12. Monitorização e avaliação do projecto Resultados esperados: 40% dos utentes são rastreados para o VIH 40% dos utentes são rastreados para a Sífilis 20% dos utentes são rastreados para o VHB 20% dos utentes são rastreados para o VHC 80% dos utentes com teste reactivo para o VIH aceitam encaminhamento para teste 90% dos utentes com teste reactivo para a Sífilis aceitam encaminhamento para teste

50% dos utentes com teste reactivo para o VHB aceitam encaminhamento para teste 90% dos utentes com teste reactivo para o VHC aceitam encaminhamento para teste 75% dos utentes do projecto têm acesso ao SNS 6% dos utentes contactados fazem rastreio à TB 80% dos utentes com diagnóstico (VIH, VHB, VHC e Sífilis) e sem adesão terapêutica reintegram SNS 50% dos utentes troca material de consumo injectado no projecto 60% dos utentes recebe material para consumo fumado no projecto 60% dos utentes recebe material preventivo e beneficia de acções individuais de Educação para Sexo Seguro 40% dos utentes referem ter usado preservativo na ultima relação sexual 60% dos utentes beneficiam de acções individuais de informação 60% dos utentes aderem às actividades de aconselhamento do projecto 40% dos utentes respondem ao questionário de conhecimentos e atitudes face ao VIH. Duração: De Agosto de 2018 a Julho 2019 Localização: Concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Vila do Conde