NARRATIVAS DE FORMAÇÃO: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO OLHAR DO FUTURO PROFESSOR

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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA:(marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA (X) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO NARRATIVAS DE FORMAÇÃO: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO OLHAR DO FUTURO PROFESSOR Gustavo Anzuategui 1 (gustavo.anzuategui@gmail.com) 1 Camila Macenhan 2 (camila.macenhan@hotmail.com) 2 Viridiana Alves de Lara 3 (viri.lara@hotmail.com) 3 Resumo: Este texto traz as discussões sobre a aprendizagem da docência, a partir dos relatos realizados por meio da participação no projeto de extensão, o qual possui como título A dimensão didática no trabalho docente: as relações entre ensinar, aprender, pesquisar e avaliar. Assim, delineou-se como questão norteadora do presente estudo: Como o futuro professor passa a observar a prática pedagógica, após sua inserção junto a uma turma de sexto ano do Ensino Fundamental. O trabalho tem como objetivo: Apresentar as reflexões sobre os desdobramentos da atuação do acadêmico, com alterações na percepção a respeito da prática pedagógica, após sua inserção junto a uma turma de sexto ano do Ensino Fundamental. Diante disto, metodologia para a realização da pesquisa envolveu a elaboração de narrativas constituídas pelo acadêmico licenciando em História, ao longo do ano letivo de 2017 e os referenciais utilizados na pesquisa foram Libâneo (2015) e Marin (2005). Os resultados mostram as alterações na perspectiva em que o licenciando percebia o processo de ensino na sala de aula e no espaço escolar de modo mais amplo. Palavras-chave: Docência. Narrativas. Formação de Professores. NOME DO PROGRAMA OU PROJETO Projeto de extensão: A dimensão didática no trabalho docente: as relações entre ensinar, aprender, pesquisar e avaliar. PÚBLICO-ALVO Acadêmicos das licenciaturas e professores atuantes. 1 Graduando do Curso de Licenciatura em História, membro do projeto de extensão: A Dimensão Didática no trabalho docente: as relações entre pesquisar, aprender, avaliar e ensinar. E-mail: gustavo.anzuategui@gmail.com 2 Doutoranda em Educação, professora do Departamento de Pedagogia da UEPG, supervisora do referido projeto. E-mail: camila.macenhan@hotmail.com 3 Mestre em Educação, professora do Departamento de Pedagogia da UEPG, supervisora do projeto citado. E- mail: viri.lara@hotmail.com

2 PROJETOS VINCULADOS Refere-se ao projeto de extensão: A dimensão didática no trabalho docente: as relações entre ensinar, aprender, pesquisar e avaliar LOCAL DE EXECUÇÃO Escola Estadual da região de Oficinas- Município de Ponta Grossa/PR. MUNICÍPIOS ATINGIDOS Ponta Grossa/PR JUSTIFICATIVA O projeto A dimensão didática no trabalho docente: as relações entre ensinar, aprender, pesquisar e avaliar surgiu da necessidade que os acadêmicos das licenciaturas apresentam em aproximar a teoria discutida em sala de aula com o cotidiano escolar. Este projeto tende a oferecer aos acadêmicos, que ainda não tiveram contato com a sala de aula, uma primeira experiência, a qual os permite observar, refletir, planejar e intervir no espaço escolar. Assim, possui como intenção oportunizar maior aproximação com o âmbito da escola, tanto para o estágio obrigatório como no processo de elaborar seus saberes didáticos. Por meio da produção das narrativas de formação, os discentes das diversas licenciaturas apresentam não só a descrição de suas observações ocorridos naquele dia, mas marcas pessoais que compõe sua individualidade em relação ao meio escolar. OBJETIVOS O presente estudo tem como objetivo: Apresentar as reflexões sobre os desdobramentos da atuação do acadêmico, com alterações na percepção a respeito da prática pedagógica, após sua inserção junto a uma turma de sexto ano do Ensino Fundamental. METODOLOGIA A metodologia para a realização deste estudo compreende a análise das narrativas produzidas pelo acadêmico, ao longo do ano letivo de 2017, em uma turma de sexto ano do Ensino Fundamental. O acompanhamento do licenciando ocorreu junto à professora da

disciplina de História e também nas reuniões do projeto realizadas mensalmente com os integrantes. As produções em formato de narrativas são realizadas logo após o as observações realizadas em sala de aula permitindo ao futuro educador um momento de reflexão daquilo que foi trabalho, de modo que os eventos estão frescos na memória possibilitando assim, uma reflexão com maior abrangência. As narrativas produzidas pelo discente são resultado da análise dos métodos utilizados em sala de aula, as relações entre os alunos e consequentemente como isto alterou a percepção que o acadêmico inicialmente apresentava sobre a prática pedagógica. Ao produzir as fontes em formato de narrativa, o licenciado vai além da descrição dos fatos observados, destacando pensamento, impressões e suposições pensadas no ambiente e as relações entre si busca-se, desta forma, demonstrar como o projeto auxiliou na formação do acadêmico considerando sua relação anterior e posterior às experiências e práticas acompanhadas, assim como as proposições por ele realizadas nas intervenções, junto à turma citada. Portanto, trazemos fragmentos das narrativas no qual o acadêmico demonstra sua percepção com relação aos saberes da área da Didática: 3 Após o fim da aula, como sempre conversei com a professora sobre a turma, os preparativos para uma intervenção e os arranjos para o ano de 2018. Até agora, tenho conseguido associar bem os saberes teóricos aprendidos na sala de aula e como desenvolvê-los no cotidiano escolar. Devido à heterogeneidade de uma turma, é preciso trazer recursos didáticos para poder trabalhar com as diversas situações em sala de aula. (NARRATIVA08). Neste fragmento da narrativa, fica nítida a importância atribuída pelo acadêmico aos recursos didático-pedagógicos. Devido à forma de ensino público e acessível às camadas populares, a classe tende a tornar-se multifacetária cabendo ao educador uma ampliação dos seus saberes para atender as demandas provenientes das diversas situações em sala de aula. Notamos que o licenciando pode perceber, por meio de sua inserção ao projeto, uma ressignificação dos recursos didático-pedagógicos e seu uso no cotidiano. A respeito disso, podemos citar Marin (2005, p.162) no que diz respeito à atividade do professor. Penso que se trata de trabalho pautado pela articulação de inúmeros tipos de conhecimento envolvidos no ensino para proporcionaras condições adequadas à consecução das expectativas (que todos os envolvidos têm). Deste modo, a organização do conhecimento citada pela autora não se trata apenas do domínio de conteúdo: História e Matemática, por exemplo, mas da união entre a o saber e o método de intermediação professor e aluno.

Para a formação do futuro professor, analisamos também o modo que o licenciando em História pode perceber a experiência coletiva dos alunos como auxiliar na aprendizagem e de qual forma isto foi explorado pela professora: 4 Tenho notado que as crianças gostam muito de trabalhar em equipe e de serem participativas. A professora chamou cada um deles, para apresentar à turma, um dos contos relacionados aos gregos e romanos. Alguns mais abertos e outros mais tímidos, os estudantes pareciam ansiosos para estarem frente aos demais, compartilhando sua experiência em relação ao conteúdo aprendido. (NARRATIVA 05). Em relação ao processo de ensino, trazemos os estudos de Libâneo (2015, p. 54) no que diz respeito à forma pela qual o aluno obtém conhecimento, assim: O processo de ensino e aprendizagem consiste na apropriação da experiência social humana histórica por meio de uma atividade psicológica interna. Fica expressa nesta abordagem que é pela prática em grupo e social que o educando realiza a assimilação dos saberes no quadro externo e posteriormente individualiza o conhecimento adquirido para si. A professora, ao explorar a característica de seus estudantes, os quais demonstram uma vontade em participar da classe, busca tornar a aula mais interessante e melhorar a assimilação do conteúdo. Percebe-se assim uma relação em que o educando torna-se atuante sobre sua própria aprendizagem e não mais o ser passivo, que tem como responsabilidade receber sem questionamentos aquilo que foi transmitido pelo professor. Anastasiou (2015, p.17) apresenta suas críticas em relação ao posicionamento que se alicerça na recepção do aluno: Nesta visão de ensino, a aula é o espaço em que o professor fala, diz, explica o conteúdo, e compete ao aluno anotá-lo para depois memorizá-lo. Por meio dos métodos que buscam dar ao estudante voz ativa durante seu processo de ensino, é possível trabalhar com o senso crítico e o questionamento sobre aquilo que está sendo ensinado, propiciando assim, uma maior rejeição às informações pré-estabelecidas e com pouca reflexão. Fica explícito em um momento das suas narrativas realizadas no projeto, que as mudanças refletiram para o acadêmico não apenas no período em sala de aula, mas também a forma pela qual isto alteração sua relação com o cotidiano escolar: Após entrar neste projeto de extensão, percebo que o conteúdo aprendido na academia ganha mais sentido. Ao me deparar com situações como crianças que apresentam necessidades especiais, graves problemas familiares até mesmo de comportamento, pude perceber que a realidade transcende o acompanhamento em classe. Fica nítido que as dificuldades pelas quais as crianças passam vão além da sala de aula. (NARRATIVA 09).

A percepção mais ampla dos problemas apresentados pelos alunos deve-se ao processo de constituição da identidade que o licenciando realiza: ser de fato um educador. Assim, ultrapassa a compreensão sobre o professor enquanto aquele que deposita o conhecimento para seus alunos, sendo que adquire uma noção de que a escola vai muito além deste modelo de educação bancária, criticado por Freire (1996). O autor afirma que este modelo deforma a criatividade do educador e do educando por oferecer informações prontas com pouca reflexão. O professor, portanto, é parte fundamental do ensino não mais como posição autoritária, mas aquele que percebe o que cada aluno traz, considerando a história de vida e que suas particularidades fazem parte do ambiente escolar, inclusive, podem alterá-lo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste estudo, foi possível analisar como o projeto de extensão em questão auxilia na formação do futuro professor. Como as narrativas trouxeram marcas pessoais, estando elas relacionadas à aprendizagem da docência, as angústias e as motivações do acadêmico para o futuro ingresso na carreira, colocou-se a oportunidade de realizar as reflexões que contribuíram para a constituição de um professor com a compreensão ampliada da relação teórico-prática envolta na docência. APOIO: (Não contou com órgãos financiadores). REFERÊNCIAS ANASTASIOU, Lea das Graças Camargo; PESSATE, Leonir (Org.). Processos de ensinagem na universidade: Pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 10. ed. Joinville: Univille, 2015. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. LIBÂNEO, José Carlos. Antinomias na formação de professores e a busca de integração entre o conhecimento pedagógico-didático e o conhecimento disciplinar. In.: MARIN, Alda Junqueira; PIMENTA, Selma Garrido (Orgs.). Didática: teoria e pesquisa. Araraquara: Junqueira&Marin, 2015. p.39-65. MARIN, Alda Junqueira. A construção do conhecimento sobre o trabalho docente e a didática em suas várias feições. In.: MARIN, Alda Junqueira et al. (Coord.). Didática e trabalho docente. 2.ed. Araraquara: Junqueira&Marin, 2005. p.159-178.