O PRIMEIRO ESTÁGIO: CONHECENDO O AMBIENTE ESCOLAR
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- Ana Luiza Estrela
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1 XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática A sala de aula de Matemática e suas vertentes UESC, Ilhéus, Bahia de 03 a 06 de julho de 2019 O PRIMEIRO ESTÁGIO: CONHECENDO O AMBIENTE ESCOLAR Marcella Ferreira de Oliveira 1 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) marcellamfo@gmail.com Resumo: Este artigo apresenta o diagnóstico da realidade de vivência na disciplina de Estágio Curricular em Matemática I, trazendo um breve relato do cotidiano escolar, bem as observações dos aspectos estruturais, físicos, pedagógicos e sociais do Colégio Estadual Rotary, situado na cidade de Feira de Santana BA. Além de apresentar a importância dessa primeira fase de inserção através do estágio, a qual, acompanhada por um novo olhar referente à realidade de ser professor, fomenta a formação do docente, através da legitimação de conhecimento e reflexão sobre a construção da sua identidade profissional. Constatando, ainda, que o Estágio I nos permite introduzir novas formas de conhecimentos e práticas pedagógicas através da nossa transição de ser aluno para ser professor. Palavras-chave: Estágio. Matemática. Vivência. Observação INTRODUÇÃO O Estágio Curricular Supervisionado é uma exigência da LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 e é uma passagem de essencial importância para a formação do docente, uma vez que ele complementa o processo de construção do ser professor. Essa ação une o estudo teórico com a parte prática da profissão, consistindo no primeiro contato que o futuro professor terá com seu campo de atuação. Sendo, a partir dele e por meio da observação, da participação e da regência, que o licenciando poderá construir futuras ações pedagógicas (PASSERINI, 2007). É na primeira fase do Estágio Supervisionado, o Estágio I, que começamos a entender o que é a educação em prática, tendo nossa primeira experiência em um ambiente escolar e dentro da sala de aula, como futuros professores, mesmo que nosso principal objetivo seja o de observação. Com isso, conseguimos absorver os pontos positivos e negativos da forma que o Professor Regente conduz sua classe e sua rotina escolar, tomando-o como modelo para o nosso desenvolvimento profissional. 1 Graduanda do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Feira de Santana BA (UEFS) In: Anais do XVIII Encontro Baiano de Educação Matemática. pp.xxx. Ilhéus, Bahia. XVIII EBEM. ISBN:
2 A partir disso, iniciamos a construção da nossa identidade de ser professor, essa que irá se complementar e renovar a cada nova experiência que tivermos em ambiente escolar e social. Assim, essa formação é gerada e reformada através de um processo contínuo e dinâmico que gera mudanças, conhecimentos e nos permite ter práticas letivas críticas e reflexivas sobre nosso próprio modo de ensinar. No qual concluímos que, mesmo formados, seremos sempre professores e aprendizes, aptos para refletir sobre nossa experiência. Conforme afirma Antunes (2007, p. 25): [..] O estágio pode ser compreendido como um lugar de construção da identidade docente, mas não só de construção, também de reflexão, legitimação e fortalecimento da identidade anteriormente construída. Nessa perspectiva, comecei minha prática de Estágio Curricular Supervisionado em Matemática I no Colégio Estadual Rotary, situado na Rua João Sampaio Machado, nº 235, bairro Capuchinhos, Feira de Santana BA, através da orientação do professor Wedeson Oliveira Costa na turma de Licenciatura em Matemática na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Observando, assim, a estrutura física e pedagógica do colégio, além de ter meu primeiro contato com a sala de aula - como futura professora e com a turma de matemática do 9º ano, ministrada por uma professora licenciada em matemática. Portanto, o presente artigo tem como finalidade relatar minha experiência de observação do cotidiano escolar, a partir do diagnóstico da realidade estudada dentro e fora da sala de aula. Tais informações serão apresentadas nos tópicos a seguir. DIAGNÓSTICO DA REALIDADE ESTUDADA Desde o meu primeiro ingresso no Colégio Estadual Rotary, foi possível a observação dos aspectos estruturais físicos, pedagógicos e sociais. Esses que, com o passar do estágio, revelaram forte influência e intervenção nas propostas de trabalho realizadas pelos professores/coordenadores e também no cotidiano escolar dos alunos ali presentes. Como parte da estrutura física, mesmo se tratando de um colégio com um sistema público de ensino, foram notadas diversas qualidades apresentadas em ambientes com boas condições de uso, climatizados e com sistema de vigilância, muitos em funcionamento. No entanto, essa mesma estrutura se tornou um problema por ser compacta e possuir apenas sete (07) salas de aula com o objetivo de comportar quinhentos e vinte e quatro (524) alunos que são distribuídos em turmas, nos turnos matutino e vespertino, que vão desde 9º ano do Ensino Fundamental II até a 3ª série do Ensino Médio. Interferindo na rotina escolar, na qual o
3 professor tem que utilizar a sala de informática como uma sala para aplicação de conteúdo em lousa, os alunos precisam utilizar a entrada do colégio como ambiente de reunião ou confecção de trabalhos pedagógicos e quando não há mais espaço, até a biblioteca perde seu verdadeiro papel na educação. Conquanto, mesmo com os problemas citados, o Colégio Rotary ainda consegue desenvolver inúmeras atividades e propostas pedagógicas que são reconhecidas na região. Tais projetos envolvem questões políticas, sociais e também científicas, que são divididas em temas que buscam envolver todas as disciplinas, conforme o planejamento do coordenador. E, para sua realização e conclusão são montadas excussões, apresentações artísticas e feiras também abertas à visitação da comunidade ao redor da escola. Complementando meu estágio de observação, tive a oportunidade de participar da Feira de Ciências promovida pelo colégio, essa que tinha como tema Mitos e verdades sobre ser um super-herói. Durante a feira, foram montados stands e ambientes como o planetário, que retrataram temas científicos, relacionando o conteúdo que foi trabalhado, durante o ano letivo, com a vida dos super-heróis. Nessa mostra, ainda fui convidada pela professora regente do 9º ano a levar um trabalho que relacionasse a matemática com o tema em questão. Com isso, obtive o espaço para ministrar a Oficina A Matemática dá um show de Mágica, construída pela turma de Estágio Curricular Supervisionado em Matemática I, associando os diversos caminhos da matemática aos mitos e verdades sobre ser um super-herói. Essa experiência me fez analisar como se é construído o aprendizado dos alunos através das possibilidades de metodologias e propostas pedagógicas, os fazendo enxergar a disciplina como algo que pode ir além da sala de aula. Percebi, assim, como os alunos se comportam em um evento, como entram em contato com os professores e com os conteúdos fora da classe, e também, como mostram um maior interesse em trabalhar com a matemática através de aplicações diversas e inovadoras. Além disso, essa vivência também foi de extrema importância para minha formação em Estágio I, na qual pude estabelecer um contato direto com os alunos, ministrar uma oficina, conversar e aplicar conteúdos matemáticos mesmo que de forma implícita. Conseguindo compreender como eles entendem a matemática, ampliando minha visão de observação para um campo além do que estava sendo constatado em sala de aula. Revelando a importância de tais ações e propostas em estimular a formação de alunos e complementar a formação de futuros professores. Nos garantindo a oportunidade de
4 desenvolver uma primeira experiência concreta com os estudantes, entendendo como se forma a relação entre professores e alunos e iniciando a composição da nossa identidade profissional. CONCLUSÃO A experiência em Estágio Curricular Supervisionado em Matemática I inicia um ciclo de conhecimentos e nos prepara para a futura regência, como nos traz Oliveira (2008): [...] o estágio transforma-se em um instrumento de contribuição para a formação do perfil profissional do futuro professor. Assim, por meio da socialização com profissionais experientes e a partir das suas próprias experiências, sua identidade vai sendo construída. Durante esse momento tive a primeira oportunidade de inserção em um ambiente escolar acompanhada por um novo olhar que me colocou em frente à realidade de ser um professor. O que me proporcionou vivências através dos momentos de observação, seja esse referente a estrutura física ou pedagógica da escola. Permitindo o reconhecimento e a demonstração dos aspectos teóricos que foram estudados e discutidos em sala, durante a disciplina, com as orientações do professor. Constatando que o estágio nos permite introduzir novas formas de conhecimentos e práticas pedagógicas através da nossa transição de aluno para professor. Nos mostrando ainda a importância de sempre estarmos evoluindo e nos aperfeiçoando em prol da educação. REFERÊNCIAS ANTUNES, F. C. A. A relação com o saber e o estágio supervisionado em Matemática f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº , de 20 de dezembro de Brasília, DF: 20 de dezembro de OLIVEIRA, I. M. Formação de professores de Matemática: um olhar sobre o Estágio Curricular Supervisionado f. Dissertação (Mestrado profissional em Ensino de Matemática) Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.
5 PASSERINI, G. A. O estágio supervisionado na formação inicial do professor de Matemática na ótica de estudantes do curso de licenciatura em Matemática da UEL f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática) Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, TEIXEIRA, B. R., & Cyrino, M. C. D. C. T. Desenvolvimento da identidade profissional de futuros professores de matemática no âmbito da orientação de Estágio. Bolema, 29(52), , 2015.
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