1 SEGUNDO O IBGE, um em cada três aposentados continua trabalhando após a aposentadoria. Isso se deve à perda do poder de compra ao longo do tempo, quando a renda mensal da pessoa não consegue acompanhar a alta dos preços. Esse problema previdenciário já começa no momento em que não rentabilizamos as nossas aplicações financeiras acima da inflação. O exemplo mais contundente é a poupança, que nos últimos anos tem recorrentemente perdido pra inflação. 1
Por outro lado, os dados demonstram que os trabalhadores ativos de hoje em dia estão cada vez mais preocupados com a aposentadoria. Segundo estudos de consultorias, a previdência privada passará a poupança como a principal aplicação do brasileiro, chegando a R$ 592 bilhões de reais. Somente no ano passado, foi aportado mais de R$ 40 bilhões de reais nesse produto. Mesmo com o aumento de captação pelos fundos de previdência, a realidade é que somente 8% dos fundos tiveram rentabilidade acima do CDI no período de 36 meses. Esse é um dado preocupante, pois se traduz, com o passar do tempo, em fraca rentabilidade para o investidor. Devemos ficar atentos a algumas pegadinhas dos fundos de previdência. São três detalhes que devemos cuidar na escolha do melhor fundo: rentabilidade, taxa de administração e taxa de carregamento 2
2 O QUE É PREVIDÊNCIA PRIVADA? É uma forma de poupança complementar à previdência publica, que tem como objetivo de formação de reservas ao longo do tempo, já que o INSS não garantes uma aposentadoria com um bom salário. Diferentemente da previdência social, é possível o contribuinte escolher o valor da contribuição e periodicidade. Com a queda dos juros brasileiros para patamares mais próximos dos países desenvolvidos, ficou mais difícil para as pessoas acumular patrimônio suficiente para parar de trabalhar e continuar a viver com conforto. Para compensar a Selic menor, os brasileiros têm três opções: começar a poupar mais cedo, trabalhar mais anos ou tomar mais riscos ao investir para a aposentadoria. 3
3 POR QUE FAZER UMA PREVIDÊNCIA PRIVADA 4
4 TIPOS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA Os principais fundos de previdência abertos são classificados em duas categorias: PGBL Plano Gerador de Benefício Livre VGBL Vida Gerador de Benefício Livre 5
Plano Gerador de Benefício Livre -PGBL Indicado para quem faz a declaração completa de Imposto de Renda, podendo deduzir o valor das contribuições do ano da sua base de cálculo do IR, com limite de 12% da sua renda bruta anual, reduzindo o valor do imposto a pagar. O PGBL é recomendado para pessoas com renda mais alta e também para o longo prazo (acima de 10 anos). Logo, se você está fazendo um plano para sua aposentadoria e ainda pretende trabalhar pelo menos mais 10 anos, o PGBL faz total sentido. Porém, o Imposto de Renda incidirá sobre o valor total do plano de previdência quando o dinheiro for resgatado. Por isso, esse benefício não dever ser considerado como isenção fiscal, mas apenas um diferimento. Afinal, esse imposto será pago em algum momento no resgate. Vida Gerador de Benefício Livre - VGBL Recomendado para quem faz declaração de IR simplificada, para quem é isento de IR, para profissionais liberais ou para você que deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta anual. Em um VGBL a tributação ocorre apenas sobre o rendimento acumulado, não permitindo a dedução anual do IR. Os planos de previdência privada do tipo VGBL são normalmente recomendados para pessoas com renda mais baixa, para prazos mais curtos ou para complementar outro fundo de previdência do tipo PGBL, quando o investidor deseja destinar mais que 12% da renda bruto em fundos de previdência privada. 6
PGBL x VGBL Regime Tributário 7
Com a tabela regressiva, a alíquota de imposto para quem deixa o dinheiro aplicado por pouco tempo é muito maior que à tabela progressiva, justamente para incentivar o investimento de longo prazo. Ou seja, se você resgatar o dinheiro antes do previsto, o pagamento dos impostos vai ser grande. Em compensação, quem deixa o dinheiro aplicado por mais de dez anos, pagará apenas 10% de IR que é a menor alíquota de IR para investimentos atualmente. Os fundos de previdência privada devem ser vistos como modalidades de investimento de longo prazo, para a aposentadoria. Se essa premissa for respeitada, na grande maioria das vezes, sem dúvida a tabela regressiva de IR para o seu plano de previdência privada será mais vantajosa do que a tabela Regressiva. 8
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5 É SEGURO INVESTIR EM PREVIDÊNCIA? Os fundos de previdência são vedados de utilizarem alavancagem financeira. Entre os fundos abertos, há aqueles que investem apenas em títulos públicos, em renda fixa pública e privada, e os que admitem renda variável (ações, moedas, juros etc.). Entre estes, há os que aplicam até 15% do patrimônio em renda variável, de 15% a 30%, acima de 30%, os multimercados e os fundos de ações que aplicam ao menos 67% do patrimônio em renda variável. Já os fundos de pensão (previdência privada fechada de uma empresa) podem aplicar até 70% em renda variável (somente para ações de empresas 10
listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa), até 20% em títulos de crédito privado, até 8% em imóveis, até 15% em empréstimos e financiamentos a participantes e assistidos, até 10% de investimentos no exterior e até 20% em investimentos estruturados, onde se incluem os fundos imobiliários e os multimercados. 11