perspectivas para o futuro

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Transcrição:

Alfabetização perspectivas para o futuro

Primeiros desafios Baixos índices de alfabetização reforçam a importância da formação dos professores para a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem Mais da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas têm conhecimentos insuficientes de Matemática e leitura, de acordo com os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), aplicada em 2016. No quesito escrita, o quadro é pior: mais de um terço dos alunos, ou 34%, estão defasados. Os resultados são considerados alarmantes, ainda mais se levarmos em conta que a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é alfabetizar, até 2024, todas as crianças no final do 2º ano, segundo a indicação da recém-homologada Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Rumo ao sucesso da atuação pedagógica 2

Embora seja uma meta ambiciosa, a plataforma digital Observatório do PNE, criada por instituições públicas e privadas, considera que ela é viável, desde que haja um trabalho intencional e sistemático visando à melhoria da qualidade da formação inicial e continuada dos professores, avalia Renata Rossi, especialista em alfabetização e gerente de Assessoria Pedagógica da Somos Educação. E é justamente na formação dos docentes em que está a raiz da questão, na opinião de Renata. Segundo ela, boa parte dos professores não foi orientada de maneira adequada para o trabalho com a alfabetização. Muitos desconhecem as diferenças entre os conceitos de ensino e aprendizagem e pôr isso em prática é mais desafiador ainda. Sem um olhar apurado sobre os processos da sala de aula, eles têm dificuldade para perceber que aprendizagem não é consequência direta de ensino. Em outras palavras, tão ou mais importante do que o conteúdo a ser ensinado é o como os alunos aprendem. O material didático é só uma parte do processo, observa Rossi. Ele serve tanto ao caminho da aprendizagem quanto ao propósito de garantir a intencionalidade pedagógica. Ao professor não basta apenas aplicar o conteúdo, e sim compartilhar sua análise com outros docentes para entender o que está por trás de cada atividade e aperfeiçoar seu modo de ensinar. Ao professor não basta apenas aplicar o conteúdo e sim compartilhar sua análise com outros docentes para entender o que está por trás de cada atividade e aperfeiçoar seu modo de ensinar. Renata Rossi gerente de Assessoria Pedagógica da Somos Educação 3

Ela também chama atenção para o conceito de que a alfabetização não começa no 1º ano. Seja quando ouve uma história ou visita um museu, ainda na pré-escola a criança já está se alfabetizando. Felizmente, essa perspectiva está presente nos editais do MEC para seleção de obras didáticas. Mestre em educação pela USP, e a partir de extensas pesquisas na área em especial as de Emilia Ferreiro, Renata Rossi reafirma que o aluno tem conhecimentos prévios que o fazem criar hipóteses sobre leitura e escrita. Daí a importância da participação ativa da criança, que aprende fazendo. Mas não simplesmente um fazer para a escola, e sim para a vida, completa. Nesse sentido, a alfabetização e a formação docente devem seguir a mesma trajetória ao longo dos anos. A preparação dos professores pode ser feita de forma colaborativa, em parceria com a coordenação pedagógica e em conjunto com todos os profissionais do Ensino Fundamental e até da Educação Infantil. Isso garante a sua continuidade, sempre incentivada por muita reflexão, pesquisas e estudos do corpo docente sobre de que forma esta preparação pode ser mais efetiva além de, claro, muita ação. O essencial, conclui a gerente, é que ninguém precisa ter respostas prontas, mas todos devem saber criar as perguntas. É por meio delas que se constrói o conhecimento e as melhores formas de ensinar. 4