Desafios do Ensino de História no 6º ano do Ensino Fundamental Elenicy Augusta Barbosa Pazzinatto 1 Marc Bloch, em Apologia da História ou oficio do historiador, discute veementemente os limites e possibilidades da História enquanto ciência. Esse autor trabalha com o objetivo de dar a história um sentido, inaugurando a noção de história problema, característica marcante da Escola dos Annales. Para o autor, havia uma necessidade corrente de se livrar das abordagens meramente descritivas, que se apoiavam em fatos, grandes nomes e heróis. O ensino de Historia tem significado um desafio para a maioria dos professores que trabalham com a disciplina, especialmente nas series iniciais do ensino fundamental II. Portanto, buscamos por meio desse trabalho analisar a importância do ensino de História no sexto ano do ensino fundamental, levantando as dificuldades encontradas pelos professores e alunos para respectivamente ensinar e aprender História. Nesse primeiro momento, referimonos aos alunos por meio de um questionário simples. Onde buscávamos obter algumas respostas e também bases para novos questionamentos. (Falar as escolas). A arte de educar e transmitir conhecimento são bastante complexos e envolve habilidades, métodos de ensino e principalmente um conhecimento mais elaborado por parte do educador. Nesse contexto então, é que se insere o papel da escola que deveria ser o de formar um cidadão ativo. Quando avaliamos as dificuldades da escola e principalmente as encontradas pelos professores para desenvolverem os processos de ensino-aprendizagem, refletimos conhecimentos juntamente com uma diversidade de classes sociais e códigos. É fundamental reconhecer diversas condições de trabalho e muitos docentes promovem um ensino de qualidade, mostrando a realidade do aluno e analisando que entre o impossível e o necessário, muita coisa pode-se fazer. O aluno-sujeito é aquele que deve ser provocado e resistir à objetivação e a mecanização que o mundo consumista lhe oferece. A escola tem de ser a escola do sim e do não, onde a prevenção deve afastar a necessidade de repressão, onde o espírito de colaboração deve evitar as guerras do poder ou competitividade mal-entendida, onde a critica franca e construtiva evita o silêncio roedor ou a apatia empobrecedora e entorpecedora. (ALARÇÃO, 2001, p.17) 1 Acadêmica do 7º período do Curso de História da UFG/Jataí.
Uma das problemáticas da disciplina de História é a não compreensão por parte dos alunos e até mesmo professores sobre o seu significado e importância. A História não pode ser concebida apenas como uma ciência que estuda o passado, como se o trabalho do historiador fosse simplesmente acessar o passado e gestar a partir dele uma História real, objetiva e ossificada. A história precisa transpor essas barreiras, auxiliando também no processo de formação de identidades, o que significa que o aluno precisa se reconhecer no processo histórico. Nesse sentido, essa pesquisa contribui com professores, coordenadores e alunos ao que tange as mudanças sempre necessárias ao ensino de História. Um primeiro desafio para quem ensina história parece ser a explicitação da razão de ser disciplina, buscando atender aos anseios de jovens que ardilosamente fazem perguntas aparentemente inocentes, como "Por que estudar Historia? Por que o passado, se o importante é o presente? (BITTENCOURT, 2004, p.11) Para o desenvolvimento do trabalho, está sendo utilizada importante bibliografia que se refere a temática, contemplando autores como: Caio César Boschi, Jorge de Alarção, Circe Bittencourt, Selva Guimarães Fonseca, Maria Auxiliadora Schmidt, entre outros autores que discutem o ensino de História no Brasil. Os problemas levantados para a realização da pesquisa são vários, entre eles: o ensino de Historia do sexto ano do ensino fundamental contribui para a formação da consciência do aluno como sujeito histórico? É uma pergunta que fazemos e sabemos de imediato a resposta, devido às dificuldades que encontramos para fazer a transposição didática. Elucidando assim, a importância que a historia possui. De acordo com as leituras que fizemos até então, o ensino de Historia do sexto ano do ensino fundamental contribui pouco, pelo o muito que poderia contribuir. Durante a vida escolar o aluno tem como bagagem vários referenciais, tendo em vista que a Historia revive o passado, com os pés no presente, o aluno entendera a si mesmo quando entender o fator Historia e toda sua expansão. O desafio passa por criar uma nova ação do docente na qual tanto professores quanto estudantes tenham um espaço para aprender de forma criativa, dinâmica reveladora que tenha como base o dialogo, as descobertas e a valorização da cultura popular. Este processo deve permitir aos professores e estudantes aprenderem num processo coletivo para produção do conhecimento, colocando como meta principal o estudante inserido num contexto livre, onde a aprendizagem se dê nas relações interdisciplinares e que o conhecimento seja tomado como
um bem renovável em que educadores e educando estejam comprometidos com o social que transpõe os muros da escola. Nos dias atuais há um grande desinteresse no aprendizado tradicional da disciplina de Historia, assim, a preocupação é trabalhar dentro de uma proposta metodológica que propicie o desenvolvimento de um olhar critico, possibilitando uma leitura de mundo através da consciência histórica/artística sobre os fatos históricos da humanidade. Esse projeto esta investindo na cultura da participação, ou seja, a proposta político pedagógica da escola deve despertar o interrese e o prazer pela aprendizagem dos estudantes, professores, funcionários, famílias e comunidades para estarem neste espaço e construírem um saber coletivo. Acreditamos que um dos maiores desafios da educação escolar seja tentar despertar primeiramente um posicionamento crítico, renovando o desejo de conhecer, seu passado, sua historia de forma critica, reflexiva e transformadora. O pensamento da primeira concepção popular é de que a Historia significa memorizar acontecimentos, datas e nomes de personagens famosos. O que é um engano, pois a Historia não é sinônimo de memorização. O trabalho do professor de história é juntamente com os alunos, posicionando-os como sujeitos históricos, procurar entender o por que dos fatos terem ocorridos daquela forma. Entender a transformação do mundo, o que ocorreu? Durante quantos tempo? Quem participou? E o mais importante do que encontrar respostas é como fazer as perguntas. Historia é a compreensão da vida em sociedade e dos homens que fazem parte dela e transformam ao longo do tempo. Ela faz parte do nosso cotidiano e do cotidiano de todos os seres humanos, em todas as épocas e lugares. De acordo com Boschi: A idéia de que a historia é uma simples sucessão de fatos interligados por uma relação de caixa e efeito foi superada. Por essa concepção, era como se a Historia se resumisse a descrever o encadeamento automático e progressivo dos acontecimentos, suas causas e conseqüências, em linha reta. Hoje a visão é outra. Historia é ação, dinâmica, processo. Sendo assim, é espaço de conflitos e contradições. (BOSCHI, 2007, p.27) Entendemos que o processo de recuperação da História, e, portanto, do ensino de História, é muito importante, pois através dele teremos condições de criar e organizar práticas e saberes para renovarmos nosso conhecimento. Sabemos também que há professores compromissados e comprometidos com a renovação do ensino de História, entendo que a educação é dinâmica e precisa necessariamente se transformar a medida que se transforma a sociedade, nos casos onde essas mudanças não acontecem a escola se torna obsoleta e desinteressante. Alguns autores, como Selva Guimarães Fonseca (2003) concebe que esse
processo de mudanças vem acontecendo, ainda que de forma muito incipiente. Mas não podemos deixar de levar em consideração o contexto histórico que antecede esse ritmo lento. Grande parte dos professores que atuam em sala de aula formaram-se na década de 80, e início de 90, quando ainda vigorava-se as licenciaturas curtas, o que faz leva a arriscar a dizer que os resquícios do período militar no Brasil, que desvalorização e descaracterizarão a disciplina de História, ainda estão presentes na educação. Quando ensinamos visando alem do conhecimento, poderemos obter resultados positivos com os alunos em vários aspectos; entendendo melhor o aluno, com seus problemas, fica mais fácil ter uma relação de aprendizado. Primeiros passos do trabalho de Campo: A primeira etapa do trabalho de campo que começou a ser desenvolvida contemplou um questionário simples em três escolas do município sendo uma municipal, uma estadual e uma particular, o questionário aplicado continha as seguintes questões: 1-O que é a história para você? 2-Você gosta da disciplina? Por quê? 3-Você acha que estudar a história é importante para entender a sociedade atual? Por quê? 4-Quais as suas sugestões para tornar a história uma disciplina mais interessante? O questionário foi aplicado a três alunos do 6º ano de cada escola. No entanto, a partir das análises que fizemos das respostas desses nove alunos, entendemos que ela não corresponde à realidade educacional do município, sendo, portanto falho. Essa afirmativa se dá pelo fato de que quando chegamos às escolas para fazer os questionários, foram nos apresentados apenas os alunos melhores alunos da sala. Dessa forma, percebemos que teremos que buscar novamente as escolas, e aplicar o questionário a uma quantidade maior de alunos.
Bibliografias ABREU, Martha e SOIHET, RacheI (orgs). Ensino de História: conceitos, temática e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007. ALARÇÃO, Jorge de. Ensino de História. São Paulo, 2001. BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. CABRINI, Conceição et alii. O ensino de História: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 2004. DMITRUK, Hilda Beatriz. A História que fazemos: pesquisa e ensino de História. Chapecó: Grifos, 1998. HORN, Geraldo Balduíno e GERMINARI, Geyso Dongley. O ensino de História e seu currículo: teoria e método. Petrópolis: Vozes, 2006. KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2004. KNAUSS, Paulo. Sobre a norma e o óbvio: a sala de aula como lugar de pesquisa. ln: NIK1TIUK, Sônia. (org.). Repensando o ensino de História. 53. São Paulo: Cortez, 2004. PINSKY, Jaime (org.) O ensino de História e a criação doiato. São Paulo: Contexto, 2004. RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danaçào do objeto: o museu no ensino de História. Chapecó: Argos, 2004. REIS, Carlos Eduardo dos. História social e ensino. Chapecó: Argos, 2001. STEPHANOU, Maria. Currículos de História: instaurando maneiras de ser, conhecer e intelpretar. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 18, n. 36, 1998. SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. ZAMBONI, Ernesta. Representações e linguagens no ensino de História. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 18, n. 36, 1998.