ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE PARA ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS:EM FOCO A FORMAÇÃO DOCENTE.



Documentos relacionados
Projeto em Capacitação ao Atendimento de Educação Especial

Palavras-chave: Deficiência visual; Teorema de Pitágoras; Matemática.

A Educação Bilíngüe. » Objetivo do modelo bilíngüe, segundo Skliar:

PATRÍCIA NEVES RAPOSO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

Organização do Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos Multifuncionais

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

A INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO SURDO: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO CARIRI ORIENTAL DA PARAÍBA

Secretaria Municipal de Educação Claudia Costin Subsecretária Helena Bomeny Instituto Municipal Helena Antipoff Kátia Nunes

GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO CURRICULO ANO 2 - APROFUNDAMENTO

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/ NÚCLEO DE APOIO À INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Quem somos. Organização filantrópica, sem fins lucrativos, fundada há 67 anos pela professora Dorina de Gouvea Nowill.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE ORIENTAÇÕES PARA DOCENTES DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Titulo: DILEMAS ENCONTRADOS POR PROFESSORES DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DOS DEFICIENTES VISUAIS.

Especialização em Atendimento Educacional Especializado

ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ALUNO SURDOCEGO ADQUIRIDO NA ESCOLA DE ENSINO REGULAR

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

O USO DE SOFTWARE EDUCATIVO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA DE CRIANÇA COM SEQUELAS DECORRENTES DE PARALISIA CEREBRAL

UM ESPAÇO DE ESTUDO SOBRE A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA BARREIRA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

Deficiência auditiva parcial. Annyelle Santos Franca. Andreza Aparecida Polia. Halessandra de Medeiros. João Pessoa - PB

CLASSE ESPECIAL: UMA ALTERNATIVA OU UM ESPAÇO REAL DE INCLUSÃO?

III SEMINÁRIO EM PROL DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Desafios Educacionais

Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva (2008)

CONGRESSO CARIOCA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 2º FEP RJ ABERTURA DO FÓRUM: CONTEXTO GERAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR: CONTRIBUIÇÕES DE LEV VIGOTSKI E A IMPLEMENTAÇÃO DO SUPORTE PEDAGÓGICO NO IM-UFRRJ

A IMPORTÂNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NO PROCESSO EDUCATIVO NAS ESCOLAS

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

A DANÇA E O DEFICIENTE INTELECTUAL (D.I): UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA À INCLUSÃO

ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS MANIPULATIVOS COMO ALTERNATIVA METODOLÓGICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA PARA ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR

EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: UM ENFOQUE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PÓS-GRADUAÇÃO CAIRU O QUE VOCÊ PRECISA SABER: Por que fazer uma pós-graduação?

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

INCLUSÃO ESCOLAR: UTOPIA OU REALIDADE? UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

AS INQUIETAÇÕES OCASIONADAS NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NA REDE REGULAR DE ENSINO

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

AIMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA COLABORATIVA ENTRE PROFESSORES QUE ATUAM COM PESSOAS COM AUTISMO.

Metodologia Resultado e Discussão

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EDUCAÇÃO INCLUSIVA 400h. Estrutura Curricular do Curso Disciplinas

Palavras-chave: Deficiência Visual. Trabalho Colaborativo. Inclusão. 1. Introdução

Ministério da Educação. Primavera Atualização do Redesenho do Currículo

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ROSANA ESCLARECIMENTO Nº 01. Processo: Tomada de Preços nº 001/2010

CONSTITUINDO REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS: CONTRIBUIÇÕES DO PIBID PARA O TRABALHO COM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Pesquisa sobre o perfil dos alunos com deficiência da PUC/SP Dezembro/2010

A EDUCAÇAO INFANTIL DA MATEMÁTICA COM A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EDUCAÇÃO BIOLÓGICA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

UMA AÇÃO INCLUSIVA FRENTE ÀS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS UTILIZADAS POR PESSOAS CEGAS

EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE PEDAGOGIA: DOCÊNCIA E GESTÃO EDUCACIONAL (Currículo iniciado em 2009)

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA: O ACESSO AO CONHECIMENTO NA SALA DE AULA REGULAR.

EDUCAÇÃO ESPECIAL: A INCLUSÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE CÁCERES

Técnicas Assistivas para Pessoas com Deficiência Visual

Da sala de aula à sala de ensaio: uma proposta para a formação do professor de teatro

Al. dos Pamaris, 308 Moema São Paulo / SP - CEP: Fone: Fax:

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

A inserção de jogos e tecnologias no ensino da matemática

NÚCLEO DE APOIO AO ACADÊMICO Projeto de Funcionamento

Coordenadora do NPA: Profª. Ms. Elquissana Quirino dos Santos. Diretora Pedagógica: Profª Ms. Stefane Barbosa

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL DE SÃO PAULO SÍNTESE DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO 1

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

PSICOPEDAGOGIA. DISCIPLINA: Desenvolvimento Cognitivo, Afetivo e Motor: Abordagens Sócio Interacionistas

CONFECÇÃO DE MAPAS TÁTEIS E SUA APLICAÇÃO NO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

PRÁTICA PEDAGÓGICA NAS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: ENUNCIADOS DE PROFESSORES EM BLOGS

COORDENADORA: Profa. Herica Maria Castro dos Santos Paixão. Mestre em Letras (Literatura, Artes e Cultura Regional)

Regulamento Institucional do Serviço de Apoio Psicopedagógico SAPP

RECURSOS E TECNOLOGIAS PARA O ENSINO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL

TRABALHO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA. Profa. Maria Antonia Ramos de Azevedo UNESP/Rio Claro.

A ORALIZAÇÃO COMO MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA EM SALA DE AULA

ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇO FÍSICO NA CRECHE ( os cantinhos ), que possibilitou entender o espaço como aliado do trabalho pedagógico, ou seja, aquele que

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

UNDIME 17 de junho de Mariana Alcalay UNESCO Brazil Project Officer

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADO FEDERAL RAFAEL MOTTA

AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS E A INCLUSÃO

REGULAMENTO NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO/PSICOPEDAGÓGICO NAP/NAPP. Do Núcleo de Apoio Pedagógico/Psicopedagógico

LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM COM LUDICIDADE

Administração e Gestão de Pessoas

ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM INCLUSIVAS: ENTRE ENCANTOS E DES(ENCANTOS) PALAVRAS-CHAVE: Estratégias. Aprendizagem. Inclusão

APPDA-Setúbal. Educação

Desenvolvimento de Cadeira para Atividades Pedagógicas e de Reabilitação para Crianças com Deficiências Múltiplas

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

Palavras chaves: Inclusão, experimentação e acessibilidade.

A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE PEDAGOGIA DA FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

ENSINO COLABORATIVO: POSSIBILIDADES PARA INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

CARTA ABERTA EM DEFESA DO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

Transcrição:

ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE PARA ALUNOS DEFICIENTES VISUAIS:EM FOCO A FORMAÇÃO DOCENTE. Amauri de Oliveira¹, Adenilson Argolo¹, Marilene Pereira¹. ¹Universidade do Estado da Bahia Campus XV Educação e trabalho docente: formação, remuneração, carreira e condições de trabalho; amauri.olliveira@yahoo.com.br O tema inclusão escolar, tem sido amplamente debatido na tentativa de fazer com que o processo inclusivo ocorra de maneira decente e respeitando não somente a condição do aluno especial, mas também a condição do professor frente aos desafios que serão alavancados. Quanto a alfabetização de crianças cegas nas series iniciais do ensino fundamental existe um conjunto de fatores que impede o desenvolvimento de praticas educacionais pertinentes a esse processo. Estamos tratando de escolas que não são adaptadas com pista tátil e sinalização em Braille, indisponibilidade de recursos pedagógicos específicos e a não qualificação de professores, direção e pessoal de apoio para lidar com as demandas. Segundo Oliveira (2002): Preocupa nos o fato de a educação inclusiva ser encarada como um movimento reducionista, limitado à inserção de alunos com deficiência no contexto comum da educação e ao atendimento às necessidades educacionais de qualquer aluno. É preciso ter cautela e insistir, repetidamente, no caráter mobilizador e transformador dos fundamentos e princípios inclusionistas. Indiscutivelmente ao falar de inclusão estamos, justamente, demarcando mais uma vez, o caráter segregativo, discriminatório e opressor da escola, uma vez que ela deveria ser digna, sem adjetivações, por que deveria ser de qualidade e inclusiva em sua essência. (OLIVEIRA, 2002, p. 304). O processo de formação do professor deve ser continuo. A formação inicial não consegue suprir a necessidade de atender a todas as demandas que são postas constantemente no cotidiano das salas de aulas e por isso a busca de cursos posteriores e de conhecimentos intermediários devem ser uma constante no sentido de que as práticas pedagógicas sejam repensadas, aperfeiçoadas e adaptadas de acordo com as situações. Baumel (1990): A Formação dos Professores dos deficientes visuais deve ser repensada como permanente e transformadora, em um contexto objetivo de consideração dos referenciais formais dos Programas ou Intervenções da área, ou seja, no plano da capacitação e ações técnicas e, também, nos referenciais da clientela (sociais, comportamentais, psicológicas e acadêmicas). (BAUMEL, 1990, p. 99).

Quanto a Orientação e Mobilidade de alunos deficientes visuais é necessário que o educador esteja plenamente consciente de que é preciso dominar as técnicas necessárias para guiar seu aluno dentro da escola, de que existem formas corretas de abordar oralmente e fisicamente o indivíduo com cegueira. E esta proposta de oficina vem justamente no sentido de proporcionar aos professores em formação (que participarão do 34º ENEPe) contato com um conjunto de elementos necessários a aquisição da independência dentro do ambiente escolar por alunos com deficiência visual, pois entende-se que com um professor qualificado e com o domínio de saberes conexos para fazer as intervenções necessárias será garantido ao aluno especial o desenvolvimento social e cognitivo e, ao professor, a aquisição de uma postura segura quanto aos métodos que serão utilizados. Para sustentar essa premissa, Wallon (1995, p.43), a escola é um meio fundamental para o desenvolvimento do aluno e professor, portanto deve haver maior interatividade entre as partes, uma vez que a aprendizagem da criança se dá na interação com o meio e com seus pares. OBJETIVO Desenvolver habilidades básicas de como trabalhar com o deficiente visual em sala de aula utilizando a Orientação e Mobilidade como princípios norteadores. Para tanto, nos voltaremos no sentido de compreender os conceitos de cegueira e estabelecer contato com técnicas básicas de Orientação e Mobilidade, sem perder de vista o contexto escolar. METODOLOGIA Esta oficina terá como princípios básicos o dialogo e a construção coletiva, onde buscaremos ampliar a discussão sobre o deficiente visual no contexto escolar e desenvolver habilidades básicas a partir de conceitos e experimentação que assegure ao professor conhecimento necessário a orientação dos seus alunos deficientes visuais quanto a dominação do espaço físico ao qual está inserido. Para tal fim realizaremos uma roda de conversa a fim de levantar os saberes prévios dos participantes, bem como provocar uma discussão acerca dos conceitos de cegueira e os desafios enfrentados pelo professor frente ao deficiente visual inserido na classe regular. Posteriormente conheceremos e praticaremos algumas técnicas de Orientação e Mobilidade (OM) que são extremamente necessárias para que o deficiente visual conquiste sua independência dentro da estrutura física da escola e para que professores, direção, pessoal de apoio e todo corpo discente possam interagir e fazer abordagens de forma correta. Serão trabalhadas as seguintes técnicas: Pesquisa de objetos e ambientes, abertura e fechamento de portas, proteção superior e proteção inferior, guia vidente, subida e descida de escadas. Todas as técnicas terão uma abordagem teórica e posteriormente serão praticadas pelos participantes que deverão estar com os olhos vendados. DISCUSSÃO É imprescindível deixar posto alguns conceitos que facilitarão a compreensão das atividades que serão desenvolvidas durante a oficina. Para tanto recorremos a alguns teóricos como: Vygotsky e Elizabet de Sá.

Quanto ao conceito de cegueira, entende-se por deficientes visuais, as pessoas que apresentam impedimento total ou parcial da visão, decorrente de imperfeição do sistema visual. Convencionalmente, diferencia-se a deficiência visual em parcial, também designada de baixa visão e cegueira, quando a deficiência visual é total. Elizabet de Sá (2007) Ainda de acordo com a mesma autora: A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distancia forma, posição ou movimento em um campo mais ou mentos abrangente. (SÁ, 2007, p. 15). A definição de baixa visão traduz-se numa redução do rol de informações que o individuo recebe do ambiente, restringindo a grande quantidade de dados que este oferece e que são importantes para a construção do conhecimento sobre o mundo exterior. Em outras palavras, o individuo pode ter um conhecimento restrito do que o rodeia. (SÁ, 2007, P. 17). Sob a ótica educacional, podemos afirmar que a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão, o que deixa o indivíduo na condição de necessitar do método Braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação. A alfabetização de uma criança cega é em termos gerais idêntica a de uma criança vidente, por isso é necessário levar em consideração o desenvolvimento de algumas habilidades básicas para que este processo flua da melhor maneira possível. Vygotsky (2001) afirma que: CONCLUSÃO [...] a aprendizagem deve orientar-se nos ciclos já percorridos de desenvolvimento, no limiar inferior da aprendizagem [...] As possibilidades de aprendizagem são determinadas de maneira mais imediata pela zona de seu desenvolvimento imediato. (Vygotsky, 2001, p. 332). Somente será possível obter conclusões concretas a despeito dos resultados desta oficina após a sua realização. No entanto, é extremamente notório a partir dos autores consultados a necessidade de aquisição de habilidades especificas frente as demandas da educação inclusiva de alunos com deficiência visual. Trata-se de métodos pouco abordados na dinâmica de formação docente, mas que quando adquiridas e utilizadas de forma correta trazem contribuição imprescindível para a efetivação de práticas pedagógicas conscientes e que levem o aluno especial a conquistar efetivamente a sua liberdade de ir e vir (com independência) dentro do ambiente escolar.

REFERÊNCIAS BAUMEL, R.C. Formação do professor de deficientes visuais atuais perspectivas e restrições. In: Anais do I Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira. Salvador, nov. 1990.Disponível em:<http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/viewpdfinterstitial/9129/10 681>. Acesso em 18. Dez. 2013. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Orientação e mobilidade: conhecimentos básicospara a inclusão da pessoa com deficiência visual. Brasília: MEC/SEESP, 2003. GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. OLIVEIRA, A.A.S. Formas de organização escolar: desafios na construção de uma escola inclusiva. In: OMOTE, Sadao (org). Inclusão: intenção e realidade. Marília: Fundepe, 2004. p. 77 112. SÁ, Elizabet Dias de ; CAMPOS, Izilda Maria de; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Visual. Gráfica e Editora Cromos: Brasília, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf. Acesso em: 18 de Dez. de 2013. VIGOTSKI, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.