Discurso proferido pelo deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS), em sessão no dia 02/04/2013. SESSÃO SOLENE ALUSIVO AO DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN E AO DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO: MENOS PRECONCEITO E MAIS DIGNIDADE Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Hoje, dia 2 de abril, nos dedicamos a refletir sobre o autismo no mundo. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas, a ONU, em 2007 e passou a marcar anualmente a reflexão sobre esta condição a partir de 2008. Segundo a própria Organização, existem cerca de 70 milhões de pessoas com a patologia no mundo.
Já o dia 21 de março é lembrado o Dia Mundial da Sindrome de Down, a data foi estipulada no ano de 2006 para realizar uma reflexão sobre a trissomia do cromossoma 21. Na atualidade, a mídia trata o tema com um pouco menos de preconceito, graças a evolução do debate, como também o posicionamento avançado desta Casa. A data vinha sendo comemorada por cerca de 60 países, mas a partir do ano passado, o dia 21 de março é o dia oficial, com a chancela também da Organização das Nações Unidas ONU, para a discussão do tema em todas as nações. O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que afeta a comunicação e a interação do portador com o mundo e com as pessoas. A desordem faz parte de um grupo de sintomas chamado Transtorno Global do Desenvolvimento. O conjunto de sintomas aparece de maneira diferente dependendo de
seu portador. Por vezes, é possível se encontrar portadores com as funções de fala e inteligência intactos, ou com comportamento recluso e distante, ou até mesmo preso em rígidos comportamentos disciplinados. Muitos autistas atingem sucesso profissional, porém enfrentam problemas nas relações interpessoais relacionados aos processos de socialização. Vejo com alegria, e como médico, avalio como correta a mobilização dos pais, antes mesmo do termino da idade escolar, em buscar de ajuda e da formação de grupos para a assistência aos autistas, de forma a minorar os desconfortos sociais. A presença e o papel dos pais são fundamentais. São eles que identificam a diferença entre o desinteresse de uma criança autista em se socializar, e a dificuldade de iniciar uma inteiração. Uma criança autista bem estimulada consegue interagir melhor, começar e finalizar suas tarefas, bem como ser mais alegre.
Infelizmente, nosso País ainda carece de estruturas e equipamentos públicos que ofertem o espaço e o tratamento adequado para os autistas. O problema ainda é mais grave, quando se identifica que não possuímos estatísticas confiáveis para a produção de um geoprocessamento de dados para nortear as ações no âmbito da saúde pública. Em 2009, idealizamos a Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência nesta Casa, firmamos também um compromisso com os pais e com as pessoas autistas. Hoje, a Frente é presidida pela deputada Rosinha da Adefal (PT do B-AL) e desempenha um importante trabalho sobre a temática. Ao finalizar, registro aqui o valioso papel desempenhado pela Associação de Pais e Amigos dos Autistas da Grande Dourados, a AAGD, pela Associação Alecrim e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Junto com essas instituições,
estamos projetando, em parceria com a Prefeitura de Dourados Dourados, a implantação de um Centro Especializado em Reabilitação (CER), que terá um valor global de 2,5 milhões de investimentos, como parte do Plano Viver Sem Limite, do Governo Federal, dos quais, R$ 750 mil já foram empenhados. O município já definiu a área, e, no momento, está sendo elaborado o projeto executivo, o qual, esperamos, seja finalizado com a maior brevidade, a fim de que as obras tenham início nos próximos meses, e, ao final, oferte atendimento de qualidade e especializado, para esses brasileiros que tanto necessitam. Muito obrigado pela atenção. Deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS)