Guia de Sustentabilidade de Materiais e Serviços de Impressão



Documentos relacionados
DELOITE TOUCHE TOHMATSU Código PO-SIGA POLITICA CORPORATIVA Revisão 02

APRESENTAÇÃO. Sistema de Gestão Ambiental - SGA & Certificação ISO SGA & ISO UMA VISÃO GERAL

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ABNT NBR ISO 14001

Sistemas de Gestão Ambiental O QUE MUDOU COM A NOVA ISO 14001:2004

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

SÉRIE ISO SÉRIE ISO 14000

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

MMX - Controladas e Coligadas

22/06/2015. Cronograma finalização da disciplina GA I. Instrumentos de Gestão Ambiental. ambiental. Auditoria Ambiental

INDICADORES ETHOS PARA NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E RESPONSÁVEIS. Conteúdo

SISTEMA DA GESTÃO AMBIENTAL SGA MANUAL CESBE S.A. ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS

POLÍTICA DE SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE (SMS) Sustentabilidade

ISO As três primeiras seções fornecem informações gerais sobre a norma, enquanto as cinco últimas centram-se na sua implementação.

Sistema de Gestão da Qualidade

POLÍTICA DA QUALIDADE POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM ESTAR NO TRABALHO

Gestão Ambiental. Aula 5 Prof. Pablo Bosco

INDICADORES ETHOS PARA NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E RESPONSÁVEIS

Questionário de desempenho ambiental, social e de governança para as empresas participadas e investidas pelos Fundos de Pensão

Declaração de Apoio Contínuo Amostra

AUDITORIA DE DIAGNÓSTICO

Introdução da Responsabilidade Social na Empresa

Manual do Sistema de Gestão Ambiental - Instant Solutions. Manual do Sistema de Gestão Ambiental da empresa

Política de Responsabilidade Socioambiental

Qualider Consultoria e Treinamento Instrutor: José Roberto

MASTER IN PROJECT MANAGEMENT

Questionário de Levantamento de Informações

ANEXO 2 Estrutura Modalidade 1 ELIS PMEs PRÊMIO ECO

Código de Fornecimento Responsável

Posição da indústria química brasileira em relação ao tema de mudança climática

Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

POLÍTICA DE SEGURANÇA POLÍTICA DA QUALIDADE POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM-ESTAR NO TRABALHO

Seminário Ambientronic

9001, ISO TS 16949, ISO 14001, OHSAS 18001, ISO 22000, SASSMAQ.

CORRELAÇÃO COM OUTRAS INICIATIVAS

CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS SISTEMA DE GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (OHSAS 18001)

ABNT NBR 16001:2004 Os Desafios e Oportunidades da Inovação

SUSTENTABILIDADE 2014

PUBLICADO EM 01/08/2015 VÁLIDO ATÉ 31/07/2020

Política de Responsabilidade Sócio Ambiental (PRSA) w w w. b a n c o g u a n a b a r a. c o m. b r

CRIAÇÃO DA DISCIPLINA SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Política de Sustentabilidade das empresas Eletrobras

Sistemas de Gestão da Qualidade. Introdução. Engenharia de Produção Gestão Estratégica da Qualidade. Tema Sistemas de Gestão da Qualidade

DIMENSÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

PRÊMIO ESTANDE SUSTENTÁVEL ABF EXPO 2014

PREMIER AMBIENTAL COMUNICAÇÃO DE PROGRESSO PACTO GLOBAL ONU COMUNICAÇÃO DE PROGRESSO 1

Inventário Corporativo de Emissões Diretas e Indiretas de Gases de Efeito Estufa (GEE) Ano referência: Emissões de 2010

A Norma Brasileira: ABNT NBR 16001:2004

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

O Impacto da Gestão da Cadeia de Fornecedores na Sustentabilidade das Organizações

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CURSO EMBALAGENS DE PAPELCARTÃO, PAPEL E MICRO-ONDULADO. São Paulo/2013 Fernando Sandri

ROCK IN RIO LISBOA Princípios de desenvolvimento sustentável Declaração de propósitos e valores Política de Sustentabilidade do evento

Guia de sustentabilidade para plásticos

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

Governança AMIGA. Para baixar o modelo de como fazer PDTI:

Certificação. Segurança e Saúde no Trabalho. Soluções para a Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho

18/06/2009. Quando cuidar do meio-ambiente é um bom negócio. Blog:

Tecnologia e Sustentabilidade

MUDANÇAS NA ISO 9001: A VERSÃO 2015

Índice. 3 Resultados da pesquisa. 17 Conclusão. 19 Questionário utilizado na pesquisa

Política de Responsabilidade So cio Ambiental

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação

Parecer Técnico nº 08/2014

Conjunto de pessoas que formam a força de trabalho das empresas.

PAPEL DO GESTOR AMBIENTAL NA EMPRESA

Normatização e legislação aplicada: diretrizes e parâmetros de licenciamento e controle no estado de São Paulo

"PANORAMA DA COLETA SELETIVA DE LIXO NO BRASIL"

Questionário de desempenho ambiental, social e de governança para as empresas participadas e investidas pelos Fundos de Pensão

Sistemas e Instrumentos de Gestão Ambiental

SAÚDE E SEGURANÇA QUALIDADE DE VIDA CIPA 5 S SUSTENTABILIDADE SMS RESPONSABILIDA DE SOCIAL

CONSULTORIA. Sistema de Gestão ISO Lean Esquadrias

XX RAPAL DI 11 Presentado por Brasil Punto agenda 12a SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NA ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ SGA/EACF

Política da Nestlé sobre Sustentabilidade Ambiental

Certificação ambiental a) Sistema de Gestão Ambiental

ATO DA COMISSÃO DIRETORA Nº 4, DE 2013.

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação

Alternativas tecnológicas disponíveis. Variações de custo e de segurança das operações.

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS EMPREGOS VERDES. Alcir Vilela Junior

POLÍTICA DE GESTÃO DE RISCOS DAS EMPRESAS ELETROBRAS

ECS -ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA. ISO 14001:2015 Tendências da nova revisão

Estudo de Caso: Aplicação de Produção Mais Limpa no Processo de Embalagem de Soquetes de Luminárias

Sistema de Gestão Ambiental

PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE NAS UNIDADES DE SAÚDE

QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

A consolidação do modelo

22/02/2009. Supply Chain Management. É a integração dos processos do negócio desde o usuário final até os fornecedores originais que

Sistema de Gestão Ambiental

F.1 Gerenciamento da integração do projeto

Módulo 6. NBR ISO Interpretação dos requisitos: 2, 3, 4.1, 4.2 até Exercícios

ISO NAS PRAÇAS. Oficina ISO Formulação da Política da Qualidade. Julho/2011

PROCEDIMENTO MEIO AMBIENTE IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS DO SGA

Quais são as organizações envolvidas no SASSMAQ?

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos VANTAGENS DA LOGÍSTICA REVERSA NOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

RESÍDUOS SÓLIDOS : as responsabilidades de cada Setor

Café com Responsabilidade. Sustentabilidade: a competência empresarial do futuro. Vitor Seravalli

Transcrição:

Guia de Sustentabilidade de Materiais e Serviços de Impressão JULHO 2014

Guia de Sustentabilidade de Materiais e Serviços de Impressão JULHO 2014

Para a elaboração deste manual, foi fundamental o apoio do Sebrae, ao reconhecer que o acesso de seus clientes aos serviços tecnológicos disponíveis no mercado é condição necessária ao cumprimento da sua missão institucional de promoção do desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios. O acesso a serviços tecnológicos pelos pequenos negócios depende, essencialmente, da superação de três desafios: pouca compreensão, por parte dos empreendedores, acerca da importância destes serviços; ampliação da rede de prestadores de serviços tecnológicos, como alternativa à limitação técnica das pequenas empresas; e alto custo dos serviços.

1 2 3 4 5 6 7 Introdução...5 Etapas do setor gráfico...7 Perfil do setor gráfico... 8 3.1 Setor gráfico brasileiro...8 3.2 Setor gráfico no estado do Rio de Janeiro...9 3.3 Setor gráfico e os Jogos Rio 2016...9 Requerimentos de sustentabilidade para o setor gráfico... 11 4.1 Requerimentos mandatórios... 11 4.2 Requerimentos competitivos...12 Passo a passo da sustentabilidade na indústria gráfica... 13 5.1 Atendimento à conformidade legal... 13 5.2 Sistemas de Gestão...14 5.2.1 Certificação no setor gráfico...15 5.2.2 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9.001)...17 5.2.3 Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14.001)... 18 5.2.4 Sistema de Gestão de Saúde e de Segurança Ocupacional (NBR 18.801, OHSAS 18.001, BS 8.800)... 18 5.2.5 Diretrizes sobre Responsabilidade Social (ABNT NBR 16.001 e ISO 26.000)... 19 5.3 Oportunidade de negócios...21 5.3.1 Produção Mais Limpa (P+L)...21 5.4 Sustentabilidade integrada aos objetivos corporativos...31 5.4.1 Pegada de carbono...31 5.4.2 Relatórios de sustentabilidade...31 Considerações finais... 38 Anexos... 39 7.1 Principais impactos ambientais de uma indústria gráfica, legislação aplicável no Brasil e como as empresas podem se adaptar... 39 7.2 Oportunidades de um programa de P+L nas indústrias gráficas...41

1 Introdução O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 assumiu o compromisso de desenvolver uma transformação sustentável, aplicando critérios de sustentabilidade em todo o ciclo de gestão dos Jogos, desde a concepção e planejamento até a implementação, revisão e o pós-evento. Este compromisso está baseado nos três princípios de desenvolvimento sustentável ratificados pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92 e que também servem de referência para o Rio 2016. São eles: Planeta: mitigar o impacto ambiental causado pelos projetos relacionados aos Jogos Rio 2016, imprimindo uma pegada ambiental reduzida. Pessoas: planejar e executar os Jogos Rio 2016 de forma inclusiva, entregando Jogos para todos. Prosperidade: contribuir para o desenvolvimento econômico do estado e da cidade do Rio de Janeiro, através do planejamento, execução e prestação de contas dos Jogos com responsabilidade e transparência. A partir destes princípios, o Comitê Rio 2016 elaborou o Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis 1, considerando os aspectos ambientais, sociais, éticos e econômicos presentes no ciclo de vida dos produtos e serviços que serão objeto de aquisição e licenciamento e, deste modo, integrados em nossas práticas de negócio. No âmbito das compras sustentáveis, o Rio 2016 entende que a adoção - por parte de fornecedores, patrocinadores e licenciados - de sistemas de gestão ligados à sustentabilidade e de certificações concedidas por instituições acreditadas facilita a manutenção das melhores práticas de negócio no dia a dia da empresa. 1 O Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis está disponível no portal de Suprimentos do Comitê Rio 2016: http://portaldesuprimentos.rio2016.com. 5 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Assim, este Guia de Sustentabilidade de Materiais e Serviços de Impressão tem por objetivo informar e auxiliar empresas do setor num eventual fornecimento de produtos ao Rio 2016. O guia está dividido em três partes principais: a primeira traz uma breve contextualização dos processos de uma gráfica; a segunda, um perfil da indústria no Brasil e no Rio de Janeiro e sua relação com os Jogos Rio 2016; e a terceira apresenta medidas que a empresa deve adotar para estar em conformidade com a legislação, obter certificações de sistemas de gestão e de sustentabilidade e, finalmente, integrar a sustentabilidade a seus próprios objetivos corporativos. 6 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

2 Etapas do setor gráfico O processo produtivo gráfico pode ser dividido em três grandes etapas: pré-impressão, impressão e pós-impressão. Pré-impressão: representa o início do processo gráfico e inclui uma sequência de operações para a passagem da arte a ser impressa de seu original ao portador de imagem, conhecido como fôrma. Esta etapa pode ser resumida como todo o conjunto de procedimentos e cuidados a serem adotados depois de finalizada a arte a ser impressa e antes do processo de impressão propriamente dito. Por exemplo, a preparação de um arquivo digital para obtenção de uma matriz de impressão. Impressão: é a principal etapa da indústria gráfica e consiste na transferência da imagem, contida na fôrma, para um substrato. É a operação em que se transpõe o trabalho de uma matriz para um suporte. Pós-impressão: terceira e última etapa, consiste no acabamento dos produtos impressos, conforme sua logística e as exigências do cliente. As operações de acabamento têm como finalidade criar, realçar e preservar as qualidades táteis e visuais do produto, bem como determinar seu formato e dimensões de modo a viabilizar sua finalidade. 7 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

3 Perfil do setor gráfico A indústria gráfica é bastante ampla e pode ser dividida em vários ramos de atuação, cada qual com suas necessidades de investimento e posicionamento de mercado. 3.1 SETOR GRÁFICO BRASILEIRO Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Nacional (Abigraf) referentes ao ano de 2012 2, o setor gráfico nacional é composto por 20.631 empresas, que empregam mais de 224.000 trabalhadores. As empresas de micro porte representam cerca de 80% do setor, enquanto as de pequeno porte são 18%. O ramo é composto pelas seguintes atividades, distribuídas nas respectivas proporções: 1 Atividades Percentual Impressão de materiais para outros usos 26% Edição integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos 18% Serviços de pré-impressão 13% Serviços de acabamento gráfico 12% Fabricação de produtos de papel, papel-cartão e papelão ondulado para escritório 7% Edição integrada à impressão de jornais 6% Impressão de jornais, livros, revistas e outras publicações periódicas 4% Fabricação de embalagens de papel 4% Edição integrada à impressão de livros 3% Fabricação de chapas e de embalagens de papelão ondulado 3% Edição integrada à impressão de revistas 2% Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão 1% Impressão de material de segurança 1% 2 Disponível em http://www.abigraf.org.br/panoramas-do-setor 8 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

3.2 SETOR GRÁFICO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO De acordo com o Estudo Setorial da Indústria Gráfica no Brasil, desenvolvido pelo Sebrae e pela Abigraf 3, o estado do Rio de Janeiro possuía, em 2008, 23.742 trabalhadores, o segundo maior volume de mão de obra empregada no país, ficando atrás apenas do estado de São Paulo, cuja indústria gráfica reunia 116.746 funcionários. Segundo o Sebrae 4, o número médio de trabalhadores por estabelecimento é um potencial indicador de empregabilidade e concentração industrial no estado do Rio. 1 2 Ainda segundo o Sebrae, 22% das empresas do setor gráfico do estado do Rio têm como principal atividade econômica a impressão de materiais para outros usos, como impressos comerciais, promocionais e transacionais. A impressão de material de segurança, que inclui a fabricação deste material, emprega 11% da mão de obra de todo o setor no estado. A capital concentra cerca 70% da força de trabalho e 60% das gráficas do estado, com 860 unidades. 3.3 SETOR GRÁFICO E OS JOGOS RIO 2016 Em função das operações previstas nos Jogos Rio 2016, as seguintes atividades precisarão de fornecedores da indústria gráfica: Atividades Sistemas de ingresso e call center Desenvolvimento do projeto de sinalização visual Projeto de segurança de TI Produtos da Indústria gráfica que se aplicam aos Jogos Edição e impressão de ingressos. Edição e impressão de cartazes, banners, placas e outros produtos gráficos para sinalização. Fabricação e impressão do projeto de sinalização. Fabricação e impressão do projeto de segurança. Fabricação de produtos de papel. Comunicação visual Serviços de alimentação Edição e impressão de publicações, panfletos, cartazes, placas, banners e outros produtos gráficos para comunicação. Edição e impressão de menus. 3 Disponível em: http://www.setorgrafico.org.br/enquadramento_sindical/estudo%20 Setorial%20da%20Indústria%20Gráfica%20no%20Brasil-Sebrae.pdf 4 Disponível em: http://arquivopdf.sebrae.com.br/uf/rio-de-janeiro/atuacao-e-projetos/ industria/industria-grafica 9 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Atividades Serviço e material de gráfica Sinalização - materiais diversos Serviços de segurança para os Jogos Medalhas e diplomas Sinalização - Rio 2016 Sinalizações funcionais Produtos da Indústria gráfica que se aplicam aos Jogos Todos os serviços e materiais de gráfica: fabricação de embalagens de papel, cartolina e papel-cartão; fabricação de produtos de papel; impressão de revistas, panfletos, material de comunicação, diplomas, menus, material de segurança e projetos; serviços de pré-impressão; serviços de acabamento gráfico; edição integrada à impressão dos materiais. Edição e impressão de cartazes, placas, banners e outros produtos gráficos para sinalização. Fabricação e impressão de material de segurança. Fabricação e impressão de diplomas. Edição e impressão de cartazes, placas e outros produtos gráficos para sinalização. Edição e impressão de placas, adesivos, papel/papelão, banners, cartazes e outros produtos de sinalização. 10 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

4 Requerimentos de sustentabilidade para o setor gráfico 4.1 REQUERIMENTOS MANDATÓRIOS Todos os papeis e demais produtos derivados de madeira utilizados devem ser compostos de fibra reciclada (uso no pósconsumo) ou vir de fontes legais e responsáveis, conforme o selo de certificação FSC ou Cerflor. O fornecedor precisa apresentar a certificação de Cadeia de Custódia de toda sua cadeia de fornecimento. Para esclarecimentos sobre como se certificar, o Rio 2016 recomenda a leitura do Guia de Produtos Madeireiros, desenvolvido por este comitê organizador e disponível em http://portaldesuprimentos.rio2016.com. Utilizar matéria-prima com produtos sustentáveis (tintas, vernize e adesivos à base de água ou óleo vegetal). Utilizar produtos biodegradáveis e à base de água para limpar as impressoras. Desenvolver programa de descarte adequado de efluentes nos corpos hídricos. O efluente a ser descartado deve estar livre de contaminantes e resíduos químicos. Evitar a utilização e o fornecimento de produtos fabricados, distribuídos ou descartados que contenham materiais ou substâncias nocivas ao ser humano ou ao meio ambiente, conforme o Guia de Substâncias e Materiais Nocivos, desenvolvido pelo Comitê Rio 2016 e disponível em http://portaldesuprimentos.rio2016.com.br. Desenvolver e implementar um programa de gerenciamento de resíduos sólidos que aborde a destinação apropriada para todos os resíduos gerados, incluindo os considerados nocivos, como fôrmas, tonner, cartucho, fita etc. Seguir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), obedecendo à seguinte hierarquia de ações: evitar, reduzir, reutilizar, reciclar, incinerar com recuperação energética e, por último, realizar a disposição final adequada dos rejeitos. 11 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Adotar os requerimentos mínimos definidos no Código Básico da Iniciativa Ética Comercial (IEC) / Ethical Trading Initative (ETI): -- O emprego será escolhido livremente pelo trabalhador (não haverá trabalho escravo ou forçado) -- A liberdade da associação e o direto às negociações coletivas serão respeitados -- As condições de trabalho serão seguras e higiênicas -- A mão de obra infantil não será usada -- Salários dignos serão pagos -- As horas de trabalho não serão excessivas -- Não haverá discriminação -- Trabalho regular será assegurado -- Tratamento desumano e severo não serão permitidos Contratar mão de obra conforme os requerimentos e diretrizes do Guia de Terceirização de Mão de Obra, desenvolvido pelo Comitê Rio 2016 e disponível em http://portaldesuprimentos.rio2016.com 4.2 Requerimentos competitivos Desenvolver programas de treinamento e capacitação para a mão de obra local. Seguir os requerimentos e diretrizes do Guia de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, desenvolvido pelo Comitê Rio 2016 e disponível em http://portaldesuprimentos.rio2016.com Desenvolver programa de redução no consumo de água em todas as etapas da produção (pré, impressão e pós). Desenvolver programa de eficiência energética em todas as etapas da produção (pré, impressão e pós). Apresentar certificação ISO 9.001, ISO 14.001, OSHAS 18.001, NBR 16.001 ou SA 8.000. Apresentar relatório corporativo de sustentabilidade referente ao ano fiscal anterior ou, na indisponibilidade deste, o relatório Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, ou ainda o Global Reporting Initiative ou Global Compact. Assinar e seguir a Declaração de Conduta Sustentável, desenvolvida pelo Comitê Rio 2016 e disponível em http://portaldesuprimentos.rio2016.com. 12 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

5 Passo a passo da sustentabilidade na indústria gráfica Neste capítulo, são apresentadas boas práticas numa indústria gráfica para a melhora da sustentabilidade em diferentes níveis, desde o atendimento à conformidade legal, passando pela implementação de sistemas de gestão ambiental e de produção mais limpa, até a integração da sustentabilidade ao dia a dia da empresa. 1 2 3 4 Atendimento à conformidade legal Redução de risco operacional / Sistema de Gestão Oportunidades de negócios Sustentabilidade integrada aos objetivos corporativos 5.1 ATENDIMENTO À CONFORMIDADE LEGAL O primeiro passo para a melhora da sustentabilidade é o atendimento à conformidade legal nos âmbitos ambiental e social. A gestão inadequada das atividades industriais potencialmente poluidoras pode custar a seus responsáveis multas e/ou sanções penais e administrativas. A Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei Federal nº 6.938/81, estabelece ainda o princípio do poluidor-pagador, segundo o qual o poluidor tem a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados por suas atividades. O anexo 1 deste guia apresenta os principais impactos ambientais do setor gráfico, a legislação aplicável no Brasil e as medidas que os fornecedores devem implementar para atender às conformidades. 13 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

5.2 SISTEMA DE GESTÃO Após o cumprimento dos requisitos legais, o passo seguinte para a melhora da sustentabilidade numa indústria gráfica é a implantação de sistemas de gestão e a obtenção de certificações. Existem diversos sistemas de gestão que visam a gerenciar e melhorar as políticas, os procedimentos e os processos de uma organização. Os sistemas listados abaixo são considerados os principais: Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9.001) Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14.001) Sistema de Gestão de Saúde e de Segurança Ocupacional (NBR 18.801, OHSAS 18.001, BS 8.800) Diretrizes sobre Responsabilidade Social (ABNT NBR 16.001 e ISO 26.000) Todos os sistemas de gestão possuem estrutura similar e aplicam um ciclo contínuo de melhorias denominado Plan-Do- Check-Act (Planejar-Executar-Verificar-Agir), detalhado a seguir. Plan (Planejar): estabelece os objetivos e processos necessários para apresentar resultados conforme os requisitos do cliente e as políticas da organização; define os principais aspectos e/ou impactos relacionados às atividades da empresa e os requisitos legais aplicáveis; estabelece um programa de gerenciamento. Do (Executar): define a estrutura do plano e a responsabilidade de seus agentes; promove o treinamento, a conscientização e capacitação dos colaboradores; elabora um plano de comunicação; documenta as medidas executadas; estabelece uma forma de controle operacional e as medidas de preparação para uma emergência. Check (Verificar): monitora e mensura processos e produtos em função das políticas, dos objetivos e requisitos, assim como reporta os resultados; verifica o atendimento aos requisitos especificados nas normas; documenta as não conformidades e as soluciona; estabelece ações corretivas e preventivas; registra as ações e prepara auditorias internas. Act (Agir): realiza ações para melhorar continuamente o desempenho dos processos. 14 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

É importante ressaltar que os sistemas de gestão devem estar sempre ativos, através de melhorias contínuas e de análises críticas por parte da diretoria. Os principais pontos destes processos estão resumidos na imagem abaixo: melhoria contínua Revisão Inicial análise crítica pela administração Política de Gestão Verificação e Controle Manutenção e medição Verificação do atendimento aos requisitos legais Não conformidades Ações corretivas e preventivas Registros Auditorias implementação e operação Estrutura e responsabilidade Treinamento, conscientização e capacitação Comunicação Documentação Controle operacional Preparacação e resposta a emergências Planejamento Aspectos e impactos relacionados às atividades Requisitos legais Definição de objetivos e metas mensuráveis Estabelecimento de programas de gestão para atingir os objetivos Para que um sistema de gestão atinja seu objetivo, é necessário que todos os atores envolvidos na cadeia produtiva estejam conscientes de sua importância e comprometidos com sua implementação. 5.2.1 certificação no setor gráfico De acordo com o Estudo Setorial da Indústria Gráfica no Brasil, desenvolvido pelo Sebrae e pela Abigraf, até 2008 apenas 7,2% das empresas gráficas possuíam alguma certificação ISO relacionada a sistemas de qualidade. O quadro abaixo, extraído do referido estudo, apresenta o cenário das empresas gráficas em 2008: 15 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Sistema ISO Participação Não possui e não tem previsão para obtenção 83,1% Não possui, mas pretende obter até 2014 7,4% Possui ISO 9.000 e 14.000 5,8% Possui outro sistema de certificação 1,7% Possui ISO 9.000 1,4% Não informou 0,7% Os outros sistemas de certificação mencionados pelas empresas no estudo foram: Sistema de Certificação Participação Qualidade (Sebrae) 40% 5 S House Keeping 20% GMP - Good Manufacturing Practices 20% PRODFOR - Programa Integrado de Desenvolvimento de Fornecedores COC - Madeira Certificada FSC ou Cerflor em Cadeia de Custódia (qualidade e rastreamento de matéria-prima) 10% 5% VCP Olho na Qualidade 5% 16 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

5.2.2 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE (ISO 9.001) A empresa que decidir implementar um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) baseado na ISO 9.001 deve seguir as seguintes etapas: Decidir implantar Analisar os benefícios da implantação do sistema e definir o escopo, ou seja, os processos que deseja certificar para agregar valor ao negócio. Diagnosticar Aplicar a lista de verificação baseada nos requisitos estabelecidos nas seções 4 a 8 da ISO 9001: 2008. Implementar Treinar / conscientizar os funcionários na ISO-9001 / 2008; preparar plano de ações (com colunas do tipo por quê, o que, quem, onde, quando, quanto custa); desenvolver plano de ações com análises críticas (implementação do plano de ações e controle dos resultados); formar auditores internos; elaborar e cumprir plano de auditorias; resolver não conformidades; realizar auditoria de pré-certificação. Certificar Realizar auditoria de avaliação inicial, por certificadora, e ter recomendação homologada por acreditadora. Perenizar Manter Sistema de Gestão da Qualidade ativo através de análises críticas da direção, planos de melhorias contínuas, planos de auditorias internas e auditorias de manutenção da certificação por entidade independente a cada 6 meses e de re-certificação a cada 3 anos. Os principais benefícios da implementação de um SGQ e consequente certificação do sistema são: Melhoria da organização interna da empresa, a partir da definição clara sobre as responsabilidades Conscientização e envolvimento dos funcionários e colaboradores em relação à melhoria da qualidade Redução de refugo, rejeitos, desperdícios e reclamações, permitindo uma melhoria da produtividade e queda nos custos 17 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Satisfação do cliente, graças à prevenção de não conformidades Maior valor atribuído ao produto Melhoria da imagem da empresa 5.2.3 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (ISO 14.001) A ISO 14.001 é uma norma internacional que define os requisitos para estabelecimento e implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A norma exige que as empresas se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas como parte do ciclo usual de sua gestão empresarial. A aplicação da norma é uma forma de controlar os custos, reduzir os riscos e melhorar o desempenho da empresa. Os principais benefícios da implementação de um SGA e consequente certificação do sistema são: Melhoria da organização interna da empresa, a partir da definição clara sobre as responsabilidades Atendimento às expectativas ambientais dos clientes Conquista de novos mercados Boa relação com a comunidade Minimização na geração de resíduos Conservação de materiais e energia Melhoria do processo e aumento da produtividade Melhor desempenho ambiental 5.2.4 SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E DE SEGURANÇA OCUPACIONAL (NBR 18.801, OHSAS 18.001, BS 8.800) O Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO) é uma combinação entre planejamento, revisão, gerenciamento de planos organizacionais, planos de consultoria e elementos de um programa especifico para melhorar o desempenho da saúde e segurança dos colaboradores de uma empresa. O SGSSO é um conjunto de ações definidas pela diretoria da organização para atender às legislações aplicáveis, desenvolver uma política de saúde e segurança ocupacional, controlar os riscos inerentes a suas atividades e melhorar seu desempenho. 18 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Segundo a NBR 18.801/2010, os principais elementos do SGSSO são: Participação dos trabalhadores Acesso por todas as partes interessadas aos resultados das ações estabelecidas Desenvolvimento de hábitos de prevenção e estímulo a comportamentos seguros que possam ser adotados inclusive fora do ambiente de trabalho Identificação de perigos Identificação, avaliação e controle dos fatores de riscos em intervalos planejados Identificação de medidas adotadas para o gerenciamento de mudanças nos processos Atendimento aos requisitos legais e às obrigações técnicas sobre saúde e segurança ocupacional Documentação e controle de registros referentes aos sistemas Determinação de medidas de controle de riscos e compromisso de adoção de boas práticas Investigação de acidentes e incidentes Preparo para emergências Monitoramento e medição do desempenho da saúde e segurança ocupacional Avaliação periódica da conformidade com requisitos legais Auditorias internas sobre as atividades Análise crítica do SGSSO e monitoramento constante 5.2.5 DIRETRIZES SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL (ISO 26.000) A ISO 26.000 foi a primeira norma internacional de Responsabilidade Social (RS) e define diretrizes para ajudar empresas a implantar e desenvolver políticas de sustentabilidade. A empresa deve estabelecer, implementar e manter os procedimentos de gestão documentados dentro dos seguintes temas centrais: direitos humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e envolvimento e desenvolvimento da comunidade. 19 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Além disso, a empresa deve realizar um levantamento para prevenir, evitar e mitigar os impactos negativos mais relevantes de suas decisões e atividades sobre o meio ambiente. O esquema abaixo exemplifica as atividades relacionadas à ISO 26.000. Relação das características da organização com a responsabilidade social Compreensão da responsabilidade social da organização Comunicação sobre responsabilidade social Práticas para integrar a responsabilidade social em toda a organização Iniciativas voluntárias de responsabilidade social Análise e aprimoramento das ações e práticas da organização relativas à responsabilidade social Fortalecimento da credibilidade em relação à responsabilidade social Os principais benefícios da implementação de uma RS e consequente certificação do sistema de gestão são: Promoção do desenvolvimento sustentável, da cidadania e transparência das atividades da empresa Melhoria das relações trabalhistas na empresa Melhoria de procedimentos internos e do rendimento do trabalho, gerando ganho de competitividade Melhoria da imagem da empresa Desenvolvimento da comunidade Atendimento à legislação 20 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

5.3 OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS O passo seguinte a ser adotado por empresas do setor gráfico rumo à melhora da sustentabilidade em seus negócios é a implementação de ferramentas para concretizar a responsabilidade social, como a Produção Mais Limpa, detalhada a seguir. 5.3.1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA Produção Mais Limpa (P+L) é a aplicação de uma estratégia técnica, econômica e ambiental integrada aos processos e produtos para aumentar a eficiência no uso de matériasprimas, água e energia através da não geração, minimização ou reciclagem dos resíduos e da redução das emissões de poluentes. A P+L considera a variável ambiental em todos os níveis da empresa compra de matérias-primas, engenharia de produto, design, pós-venda e relaciona as questões ambientais às vantagens econômicas para a empresa. A implementação de um programa de P+L traz diversos benefícios, como: Eliminação de desperdícios Minimização de matérias-primas e de outros insumos com impacto no meio ambiente Redução ou eliminação dos resíduos e emissões Redução nos custos de gerenciamento dos resíduos Redução de gastos com multas e outras penalidades Aumento da eficiência energética Aumento da produtividade Melhoria na saúde e segurança do trabalho Desenvolvimento de produtos ambientalmente adequados Fortalecimento da imagem da empresa Conscientização dos funcionários 21 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Implementação de um programa de P+L A implementação de um programa de P+L deve incluir o comprometimento da direção da empresa com os princípios e a avaliação dele. Ao final do programa, novas metas deverão ser estabelecidas, buscando a melhoria contínua dos processos. Além disso, é necessário que todos os funcionários da empresa estejam informados sobre o andamento do processo, para que possam assimilar e implementar as medidas necessárias. A empresa pode iniciar a implementação de um programa de P+L através de metodologia própria ou de instituições que possam apoiá-la. A sequência sugerida para um programa de P+L é a seguinte: Visita Técnica 1 a etapa 2 a etapa 3 a etapa 4 a etapa 5 a etapa Comprometimento da direção. Identificação de barreiras à implementação e busca de soluções. Definição do escopo (abragência e equipe do programa). Estudo do fluxograma do processo. Diagnóstico ambiental e de processo. Seleção do foco da avaliação. Análise quantitativa de entradas e saídas. Definição de indicadores de desempenho. Identificação das causas da geração de resíduos. Identificação de oportunidades de P+L. Avaliação técnica, ambiental e econômica das tecnologias levantadas. Seleção das medidas de P+L. Implementação das medidas de P+L. Sistema de monitoramento das medidas implantadas. Avaliação dos resultados. Manutenção do programa de P+L. Primeira etapa: Comprometimento da direção da empresa. Identificação de barreiras à implementação do programa e busca de soluções. Definição do escopo. É necessário estabelecer qual será a abrangência do programa (se incluirá toda a organização, apenas um setor crítico etc.) e identificar, dentro dos processos de produção da empresa, quais as possibilidades de implementação de um P+L. 22 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Definição da equipe. O grupo deve ter um líder e ser formado por representantes de diferentes setores da empresa, possibilitando a integração entre os funcionários. A equipe será responsável pelo planejamento e implantação das medidas do programa; estabelecimento de prioridades, objetivos e metas; e avaliação e manutenção do programa, conforme as necessidades da empresa. Segunda etapa: Estudo do fluxograma do processo produtivo, que irá permitir a visualização e a definição do fluxo qualitativo de matéria-prima, água e energia, servindo como base de dados para a posterior elaboração de uma estratégia de minimização da geração de resíduos, efluentes e emissões. Realização do diagnóstico ambiental e de processo, que envolve: levantamento dos dados quantitativos ambientais e de produção; quantificação de entradas (matérias-primas, água, energia e outros insumos) e saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e produtos); e dados sobre estocagem, armazenamento e acondicionamento dos produtos. Os principais impactos ambientais identificados na indústria gráfica são os seguintes: Unidade / Processo produtivo Ar Solo Água Resíduos Ruído Armazenamento X X Reprodução fotográfica X X X Impressão offset X X Produção de chapas para impressão Impressão tipográfica Rotogravura X X X X X X Serigrafia X X X Impressão offset X X X X X Impressão Impressão tipográfica X X X X Rotogravura X X X X Serigrafia X X X X X 23 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Unidade / Processo produtivo Ar Solo Água Resíduos Ruído Corte X X X Dobragem tipográfica X X Acabamentos Colagem X X X Encadernação X X Embalagem X X X Seleção do foco de avaliação, com base nas informações coletadas nas etapas anteriores. A escolha do foco deve levar em conta as regulamentações existentes, a quantidade de resíduos gerados, sua toxicidade e os custos envolvidos. Terceira etapa: Análise quantitativa de entradas e saídas. Após a escolha das etapas do processo que serão priorizadas, deve-se realizar um levantamento dos dados quantitativos sobre cada uma delas. Definição de indicadores de desempenho, que devem ser quantificáveis e medidos antes e depois da implantação das medidas de P+L, permitindo que se compare os cenários. Devido à diversidade tecnológica das empresas gráficas, é difícil estabelecer indicadores que sirvam de padrão para todo o setor, sem restrições. Ainda assim, há alguns que podem ser considerados os principais. São eles: Indicador ambiental Consumo de tintas Consumo de vernizes Consumo de adesivos Consumo de solventes Consumo de água Consumo de energia elétrica Faixa de consumo (por tonelada de produto) 0,58 kg/ton a 47 kg/ton 0,002 kg/ton a 56 kg/ton 0,75 kg/ton a 996 kg/ton 0,0085 l/ton a 69 l/ton 0,17 m³/ton a 9m³/ton 37 kwh/ton a 3.070 kwh/ton Geração de apareas 5% a 36% Geração de resíduos sólidos aterrados Geração de resíduos sólidos coprocessados Geração de efluentes líquidos (esgoto) 0,7 kg/ton a 7 kg/ton 0 kg/ton a 40 kg/ton 0,04 m³/ton a 3 m³/ton 24 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Identificação e avaliação das causas da geração de resíduos. Abaixo, uma sugestão de roteiro para este levantamento. Principais fatores de origem de resíduos e emissões: Operacionais Consumo de água e energia não conferidos Sobrecargas de equipamentos Falta de manutenção preventiva Falta de informações técnicas e tecnológicas Matérias-primas Uso de matérias-primas de menor custo, abaixo do padrão de qualidade Falta de especificação de qualidade Armazenamento inadequado Sistema inadequado de gerência de compras Produtos Produto composto por matérias-primas perigosas Produto de difícil desmontagem e reciclagem Embalagens inadequadas Capital Escassez de capital para investimento em mudanças tecnológicas e de processos Foco exagerado no lucro, sem atenção à geração de resíduos Principais causas relacionadas aos resíduos: Operacionais Inexistência de segregação de resíduos Desatenção quanto à reciclagem, ao reuso e/ou reaproveitamento Manuseio inadequado 25 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Recursos humanos Equipe não qualificada Falta de segurança no trabalho Trabalho sob pressão Falta de exigência de qualidade ou treinamento Fornecedores / parceiros comerciais Compra de matérias-primas de fornecedores sem padronização Falta de intercâmbio com os parceiros comerciais Know-how / processo Má utilização dos parâmetros de processo Uso de tecnologias de processo ultrapassadas Identificação de oportunidades de P+L. Avaliação detalhada dos processos produtivos da empresa, com ênfase nos pontos que contribuem para a geração de resíduos e considerações sobre a toxicidade deles. Deve-se priorizar as medidas para eliminar ou minimizar os resíduos, efluentes e emissões do processo produtivo. A abordagem da P+L pode ocorrer de duas formas: através da minimização de resíduos, efluentes e emissões (redução na fonte) ou através da reutilização (reciclagem interna e externa). A seguir, estão apresentados exemplos dos dois tipos de abordagem. 26 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Redução na fonte Modificação no produto. Normalmente adotada após se esgotarem as opções mais simples, pois é de difícil implementação. Pode incluir: substituição completa do produto, aumento da longevidade, substituição de matérias-primas, modificação no design do produto, uso de matérias-primas recicláveis e recicladas, substituição de componentes críticos, redução do número de componentes, viabilização do retorno de produtos, substituição de itens do produto ou alteração de dimensões para um melhor aproveitamento da matéria-prima. Modificação no processo. As medidas deste tipo podem ser: boas práticas operacionais, como utilização cuidadosa de matériasprimas e materiais auxiliares; operação adequada de equipamentos e melhoria na organização interna; substituição de matérias-primas e materiais auxiliares e modificações tecnológicas; treinamento e capacitação das pessoas envolvidas no programa; melhoria de logística de compra, estocagem e distribuição de matérias-primas. Reciclagem interna e externa Reciclagem interna. Referese a todos os processos de recuperação de matériasprimas, materiais auxiliares e insumos que são feitos dentro da planta industrial. Exemplos: reutilização de matérias-primas ou produtos; utilização adicional de um material para um propósito inferior ao original etc. Reciclagem externa e ciclos biogênicos. Esta opção deverá ser implementada somente quando as outras forem tecnicamente descartadas. Exemplos: reciclagem externa ou reintegração ao ciclo biogênico, como compostagem. A recuperação de matérias-primas de maior valor e sua reintegração ao ciclo econômico é um método menos reconhecido de proteção ambiental integrada através da minimização de resíduos. Substituição de matérias-primas e materiais auxiliares. substituição de matérias-primas e materiais auxiliares com alto grau de toxicidade ou que geram resíduos, efluentes e emissões perigosos ou não inertes, substituição de solventes orgânicos por agentes aquosos e/ou de produtos petroquímicos por bioquímicos; escolha de matérias-primas com menor teor de impurezas; uso de substâncias livres de metais pesados; substituição de fornecedores; uso de resíduos como matérias-primas de outros processos. Modificação tecnológica. Substituição completa da tecnologia - recomenda-se consultar o órgão ambiental competente para orientações sobre alterações nas instalações e/ou nas operações da empresa que necessitarem de licença ambiental prévia e sobre a substituição ou alteração de matérias-primas e insumos. As oportunidades de P+L específicas para o setor gráfico estão detalhadas no anexo 2 deste guia. 27 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Quarta etapa: Avaliação técnica, ambiental e econômica. A tabela abaixo apresenta os aspectos que devem ser considerados em cada avaliação: Avaliação técnica Avaliação ambiental Avaliação econômica Propriedades e requisitos de matérias-primas e outros materiais e modificações nos equipamentos sem alterar a qualidade do produto. Impacto da medida proposta sobre o processo, produtividade, segurança etc. Testes de laboratório ou ensaios, se a opção mudar significativamente o processo existente. Experiências de outras companhias com a opção estudada. Funcionários e departamentos atingidos pela implementação das opções. Necessidade de mudanças de equipe, operações adicionais e pessoal de manutenção, além do treinamento adicional dos técnicos e de outras pessoas envolvidas. Benefícios ambientais que poderão ser obtidos pela empresa. Quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida. Quantidade de resíduos, efluentes e emissões que tenha sido eliminada. Redução na utilização de matérias-primas. Dimensionamento dos investimentos necessários, considerando os custos técnico e ambiental. Custos operacionais e receitas do processo atual e das ações a serem implementadas. Economia da empresa com a redução/eliminação de multas. Seleção das medidas de P+L, considerando os benefícios da implantação e seu significado para a empresa. A avaliação dos benefícios deve considerar: o ganho ambiental; a melhoria na qualidade do produto, na eficiência do processo e na saúde do trabalhador; a facilidade em atender aos requisitos legais; e os retornos financeiros a curto, médio e longo prazos. Quinta etapa: Implementação das medidas de P+L, em função das metas e dos objetivos do programa. Merecem atenção especial: as especificações técnicas; o plano de redução no tempo de instalação; os itens de dispêndio para evitar ultrapassar o orçamento previsto; a instalação dos equipamentos; e o preparo da equipe para o início das operações. 28 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Sistema de monitoramento das medidas implantadas. Nesta etapa, é importante considerar: quando devem acontecer as atividades; quem é o responsável por elas; para quando são esperados os resultados; quando e por quanto tempo as mudanças devem ser monitoradas; quando o progresso deve ser avaliado; quanto tempo deve durar o período de testes etc. Avaliação dos resultados. O objetivo desta etapa é verificar os ganhos ambientais e econômicos resultantes do programa de P+L e avaliar os problemas encontrados em sua implementação. A avaliação dos resultados é realizada a partir da comparação dos indicadores de desempenho. Manutenção do programa de P+L. Para que o programa seja mantido, todos os funcionários devem estar conscientes e participar das ações de produção mais limpa. Ao final do programa, é necessário buscar ações que assegurem sua continuidade, através de metodologias de trabalho e de ferramentas de melhoria, permitindo que a empresa se mantenha atualizada e eficiente em seus processos produtivos. 29 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Ecoeficiência x Produção Mais Limpa Os conceitos de ecoeficiência e produção mais limpa são muito próximos. A única diferença é que a ecoeficiência está relacionada a questões de eficiência econômica que apresentam benefícios ambientais, enquanto a produção mais limpa diz respeito a questões de eficiência ambiental que apresentam benefícios econômicos. Entre as técnicas de produção mais limpa, está a prevenção à poluição, que pode ser definida genericamente como o conjunto de práticas, processos e tecnologias que evitam ou minimizam a geração de resíduos e poluentes na fonte geradora. A análise da ecoeficiência de uma empresa usa como base a metodologia de avaliação do ciclo de vida, conforme a série de normas ISO 14.040, e é especialmente útil na comparação entre produtos similares, visando à construção de subsídios para a tomada de decisão em diversos níveis da corporação. A análise da ecoeficiência de uma empresa abrange os seguintes passos: 1. Definição do escopo do projeto: processos ou produtos que serão auditados e alternativas que atendam às necessidades. 2. Determinação do impacto ambiental das alternativas: consumo de matéria-prima, energia, emissões gasosas, toxicidade, risco potencial etc. 3. Determinação dos custos de cada alternativa: produção, investimentos, aplicação e disposição final. 4. Apresentação do resultado: busca pelo produto ou processo com baixo custo e baixo impacto ambiental. 30 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

5.4 SUSTENTABILIDADE INTEGRADA AOS OBJETIVOS CORPORATIVOS Depois da conformidade legal, sistemas de gestão e P+L, a empresa poderá implementar estratégias mais sofisticadas e de resultado mais amplo, que são as iniciativas reconhecidas internacionalmente para estabelecer padrões de sustentabilidade, como a implantação de requisitos técnicos de qualidade, segurança, meio ambiente e responsabilidade social. Neste capítulo, estão detalhadas as iniciativas sobre mudanças climáticas (pegada de carbono) e sustentabilidade corporativa (GRI). 5.4.1 Pegada de carbono A pegada de carbono diz respeito ao total de emissões de gases do efeito estufa (GEE) associados ao ciclo de vida de um produto, desde a produção de matérias-primas até sua disposição final, baseada em metodologias e protocolos de Análise de Ciclo de Vida (ACV). Para a realização da pegada de carbono, as seguintes etapas devem ser seguidas: Definição do Escopo cálculo Objetivo da pegada Atividades geradoras de emissões Limites/abrangência da pegada Responsabilidades Definição dos fatores de emissão a serem utilizados Coleta de dados das atividades Definição do cenário base Elaboração de relatórios A elaboração da pegada de carbono de uma gráfica é um processo complexo, que necessita da participação de diversos atores do ciclo de vida do produto. Ela envolve, no mínimo: 31 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

Produção e distribuição de matéria-prima PRODUÇÃO DO PRODUTO venda E DISTRIBUIÇÃO do produto uso do produto e sua disposição final Emissões referentes ao ciclo de vida de fertilizantes, defensivos agrícolas e produtos químicos utilizados na produção de mudas e atividades silviculturais para plantio, preparo do solo e colheita da madeira, assim como combustíveis utilizados nas máquinas agrícolas e no manejo e transporte da madeira para a fábrica. Emissões referentes ao ciclo de vida dos produtos químicos e combustíveis utilizados nas atividades industriais da produção de papel e outras matérias-primas, como cartão, plástico, tecidos e vidro. Emissões referentes à compra de energia elétrica na indústria gráfica. Emissões do ciclo de vida dos produtos utilizados na cadeia produtiva, como fôrmas de impressão, tintas, vernizes, adesivos, solventes, filmes, reveladores e fixadores. Emissões fugitivas dos equipamentos de refrigeração. Emissões da decomposição dos resíduos gerados na cadeia produtiva em aterros. Emissões referentes ao consumo de eletricidade nas gráficas, papelarias, livrarias e lojas. Emissões do ciclo de vida dos combustíveis utilizados para o transporte do produto até o cliente no Brasil e no exterior (transporte marítimo, ferroviário e aéreo). Emissões referentes ao transporte e à disposição de embalagens e do produto em aterros. Emissões referentes ao consumo de combustível no transporte de matériasprimas até a gráfica. 5.4.2 Relatórios de sustentabilidade A elaboração de um relatório de sustentabilidade é um passo importante na busca da sustentabilidade corporativa, pois associa benefícios econômicos de longo prazo a comportamentos éticos, justiça social e preocupação ambiental. A seguir, são apresentados os relatórios de sustentabilidade que podem ser submetidos ao Comitê Rio 2016. Global Reporting Initiative: O Global Reporting Initiative (GRI) é uma organização não governamental criada em 1997 que congrega mais de 800 grandes empresas ao redor do mundo. Seu principal objetivo é a difusão de práticas de relatórios de sustentabilidade em nível equivalente ao de relatórios financeiros, contendo, portanto, comparabilidade, credibilidade, rigor, periodicidade e legitimidade das informações prestadas. 32 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

De acordo com o GRI, além de envolver aspectos relacionados à sustentabilidade econômica, social e ambiental das organizações, o relatório deve apresentar os valores e o modelo de governança da organização, de modo a comprovar a conexão entre sua estratégia e seu compromisso com uma economia globalmente sustentável. Para que este relatório seja elaborado, é necessário organizar um ciclo de análise que inclua um programa de coleta de dados, comunicação e respostas. Este processo será continuamente monitorado e aprimorado, servindo de base para a tomada de decisão na empresa. Os benefícios de um relatório de sustentabilidade completo são: Maior compreensão dos riscos e oportunidades associados às atividades da empresa, com ênfase na conexão entre retorno financeiro e não financeiro Influência na estratégia de governança e nos planos de negócio Redução de custos e aumento da eficiência da cadeia produtiva Dimensionamento dos impactos causados pela empresa e implementação de medidas de mitigação Melhoria da reputação da empresa Transparência dos valores aos stakeholders O GRI informa o conteúdo básico que deve constar do relatório e orienta sua realização, expondo princípios sobre os quais devem ser definidos o conteúdo, a qualidade e a extensão do documento, assim como os protocolos de indicadores de desempenho a serem utilizados (econômico, ambiental e social). Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis: Os Indicadores Ethos são uma ferramenta gratuita de gestão para apoiar as empresas na incorporação da sustentabilidade e responsabilidade social em suas estratégias de negócio. A ferramenta é composta por um questionário que permite o autodiagnóstico da gestão da empresa e um sistema de preenchimento on-line para a obtenção de relatórios. Através destes relatórios, é possível realizar o planejamento e a gestão de metas para o avanço em sustentabilidade / responsabilidade social. Os Indicadores Ethos trazem uma nova abordagem para a gestão das empresas, que integra os princípios e comportamentos da responsabilidade social aos objetivos 33 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

de sustentabilidade, com base num conceito de negócios em desenvolvimento. Além disso, os indicadores estão em consonância com as diretrizes de relatórios de sustentabilidade da GRI, com a Norma de Responsabilidade Social ABNT NBR ISO 26.000, CDP e outras iniciativas. Os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis avaliam o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social estão incorporadas aos negócios, auxiliando na definição de estratégias, políticas e processos. No entanto, a ferramenta não se propõe a medir o desempenho das empresas nem reconhecêlas como sustentáveis ou responsáveis. Global Compact: O Global Compact (ou Pacto Global) da Organização das Nações Unidas (ONU) é uma iniciativa voltada a empresas comprometidas em alinhar suas operações e estratégias aos dez princípios aceitos internacionalmente nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. São eles: Princípio 1: As empresas devem apoiar e respeitar a proteção aos direitos humanos reconhecidos internacionalmente Princípio 2: As empresas devem se certificar de que não são cúmplices em abusos dos direitos humanos Princípio 3: As empresas devem defender a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva Princípio 4: Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório Princípio 5: Erradicação efetiva do trabalho infantil Princípio 6: Eliminação da discriminação no emprego e ocupação Princípio 7: As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva sobre os desafios ambientais Princípio 8: As empresas devem desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental Princípio 9: As empresas devem incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente sustentáveis Princípio 10: As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina 34 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014

O Pacto Global é uma estrutura básica para o desenvolvimento, implementação e divulgação de políticas e práticas de sustentabilidade, oferecendo aos participantes um amplo espectro de fluxos de trabalho, ferramentas de gestão e outros recursos. O Pacto Global tem dois objetivos complementares: Integrar os dez princípios nas atividades empresariais ao redor do mundo; Catalisar ações em apoio aos mais amplos objetivos de desenvolvimento da ONU, incluindo, por exemplo, as Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDMs). Forest Stewadship Council: O Forest Stewadship Council (FSC) é uma organização independente, sem fins lucrativos, criada em 1993 como resposta às preocupações sobre o desmatamento e o destino das florestas mundiais. O conceito da certificação surgiu como uma forma de controle sobre as práticas produtivas florestais através da valorização comercial de produtos originados de manejo responsável das florestas ou seja, ambientalmente adequados, socialmente benéficos e economicamente viáveis. Atualmente, é o sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional. A certificação FSC é voluntária e pode ser obtida para o Manejo Florestal, para a Cadeia de Custódia ou para a Madeira Controlada. Para utilizar o selo FSC em seu produto, uma indústria gráfica precisa requerer a certificação da Cadeia de Custódia (CoC), que garante a rastreabilidade da produção desde a obtenção da matéria-prima, nas florestas, até a chegada ao consumidor final incluindo, portanto, as etapas de processamento, transformação, manufatura, armazenamento e transporte. O selo garante ao consumidor que o produto foi fabricado com matéria-prima de floresta certificada ou de origem controlada conforme as normas do FSC. Para obter a certificação em Cadeia de Custódia, as empresas precisam implantar e manter um sistema de gestão que atenda aos requisitos do padrão FSC-STD-40-004 V2-1 Norma para Certificação de Cadeia de Custódia FSC (www.fsc.com), que define os elementos básicos de um sistema de manejo de Cadeia de Custódia. São eles: 35 GUIA DE materiais e serviços de impressão - julho 2014