Guia de sustentabilidade para plásticos
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- Stéphanie Cerveira Galindo
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1 Guia de sustentabilidade para plásticos Maio 2014
2 Introdução... 4 Contextualização dos plásticos... 6 Composição dos móveis e utensílios de plásticos...7 Requerimentos para materiais que podem substituir o plástico convencional Produto reutilizado Plástico reciclado Plástico verde Madeira plástica... 9 Destinação adequada Ciclo de vida dos móveis e utensílios plásticos...12 Resumo do contexto do plástico...14 Considerações finais Guia de sustentabilidade para plásticos MAIO 2014
3 1 Introdução O guia está dividido em três partes: composição convencional dos móveis e utensílios; requerimentos do Comitê Rio 2016 para materiais mais sustentáveis, em substituição ao plástico convencional; e recomendações para o uso do material em geral. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 assumiu o compromisso de desenvolver uma transformação sustentável, aplicando critérios de sustentabilidade em todo o ciclo de gestão dos Jogos, desde a concepção e planejamento até a implementação, revisão e o pós-evento. Este compromisso está baseado nos três princípios de desenvolvimento sustentável ratificados pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92 e que também servem de referência para o Rio São eles: Planeta: mitigar o impacto ambiental causado pelos projetos relacionados aos Jogos Rio 2016, imprimindo uma pegada ambiental reduzida. Pessoas: planejamento e execução dos Jogos Rio 2016 de forma inclusiva, entregando Jogos para todos. Prosperidade: contribuição para o desenvolvimento econômico do estado e da cidade do Rio de Janeiro, através do planejamento, execução e prestação de contas dos Jogos com responsabilidade e transparência. A partir destes princípios, o Comitê Rio 2016 elaborou o Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis 1, considerando os aspectos ambientais, sociais, éticos e econômicos presentes no ciclo de vida dos produtos e serviços que serão objeto de aquisição e licenciamento. Neste contexto, o Guia de Plásticos aborda os materiais que serão utilizados em mesas, cadeiras e demais utensílios em todas as instalações dos Jogos, e informa aos fornecedores as boas práticas relativas ao material. 1 O Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis está disponível no Portal de Suprimentos do Comitê Rio 2016: 4
4 2 Contextualização dos plásticos 3 Composição dos móveis e utensílios de plástico Nas últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico fez com que a fabricação e o uso dos plásticos progressivamente ocupasse lugar de destaque em diversas funcionalidades. Por sua versatilidade, o plástico provocou mudanças nos hábitos de consumo da população. Sua propagação se deve principalmente ao aspecto econômico, pois é possível produzir diversos objetos a um custo relativamente baixo. Em geral, são encontrados no mercado móveis e utensílios de plástico feitos de: Polietileno (PE): polímero ou termoplástico derivado do eteno ou etileno e reciclável. Polipropileno (PP): polímero ou termoplástico derivado do propeno ou propileno e reciclável. Assim, cada vez mais o plástico tem sido utilizado em substituição a outros materiais na fabricação de diversos objetos, desde utensílios leves até móveis, por exemplo. O polipropileno e o polietileno são exemplos de polímeros termoplásticos, ou seja, são formados por resinas que se tornam mais rígidas ou flexíveis conforme a temperatura. São substâncias de alto peso molecular e fazem parte do grupo das poliolefinas. Os materiais têm alta resistência mecânica, são atóxicos e fáceis de serem modificados para a criação de ligas específicas. Porém, apesar de ser um material com grande aplicabilidade, o consumo de plástico gera impactos no meio ambiente, pois ele é proveniente do petróleo, fonte não renovável de energia, e não é biodegradável, com resíduo nocivo ao meio ambiente (o plástico tem um tempo de degradação de até 450 anos). 6
5 4 Requerimentos para materiais que podem substituir o plástico convencional Considerando os impactos negativos do plástico sobre o meio ambiente, o Comitê Rio 2016 incentiva a adoção de materiais alternativos para substituí-lo. O mercado já faz uso de produtos gerados a partir de inovações tecnológicas, como: Produto reutilizado Plástico reciclado Plástico verde Madeira plástica 4.1 Produto reutilizado O Comitê Rio 2016 considera como uma alternativa ao uso de utensílios plásticos a reutilização de mesas e cadeiras de edições passadas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Produtos usados e em bom estado de conservação podem e devem ser reaproveitados nos Jogos Rio Esta opção reduz a demanda por novos produtos e, consequentemente, os impactos ambientais mencionados. 4.3 Plástico verde O plástico verde é uma resina termoplástica produzida a partir do etanol de cana-de-açúcar. O material possui propriedades técnicas equivalentes à do polietileno convencional, garantindo, assim, as mesmas aparências e aplicações. Por ser um produto oriundo de fontes renováveis, durante seu ciclo de vida ele auxilia na redução da emissão dos gases do efeito estufa, configurando-se num plástico mais sustentável. O plástico verde disponível no mercado atualmente apresenta vários conteúdos renováveis, que variam conforme sua formulação e aplicação. O Comitê Rio 2016 valoriza o plástico com maior percentagem de conteúdo renovável, cuja produção é menos dependente de fonte de recursos não renováveis, como o petróleo. 4.4 Madeira plástica A madeira plástica possui a mesma funcionalidade da madeira convencional e pode ser utilizada na construção de móveis, portas e janelas, por exemplo. Ela também apresenta uma superfície impermeável e de fácil limpeza. A madeira plástica pode ser composta por resíduos de madeira e/ou serragem com resíduos plásticos, o que garante a liga necessária. O plástico utilizado pode ser oriundo de garrafas PET e/ou de embalagens e sacolas plásticas em geral. Portanto, a matéria-prima da madeira plástica não requer desmatamento florestal. O material tampouco necessita de pesticidas contra pragas em sua vida útil, o que favorece uma maior durabilidade. 4.2 Plástico reciclado No que se refere à sua funcionalidade, o plástico reciclado apresenta as mesmas características do plástico comum. Por isso, o uso de mesas e cadeiras de plástico são uma boa alternativa para reduzir os impactos da produção de novos artigos de plástico. O uso do material reciclado também fomenta a dinâmica dos negócios voltados à reciclagem de plástico, reduzindo ainda mais a necessidade de matéria-prima nova. Além disso, no pósuso, ele diminui o volume de resíduos a serem encaminhados para aterros sanitários ou, como infelizmente ocorre na maioria das vezes, dispostos na natureza de maneira irregular. 8
6 5 Destinação adequada Para a destinação adequada do material plástico após os Jogos, o Comitê Rio 2016 espera que seus fornecedores promovam: reutilização dos móveis e utensílios plásticos para futuros eventos ou clientes doação para ONGs ou outras instituições que poderão utilizar os produtos reciclagem do material. Além da venda direta para plantas de reciclagem, existe a possibilidade de negociação com empresas que atuam como intermediárias entre vendedores de resíduos e interessados em comprá-los para reciclagem (plásticos, borrachas, metais ferrosos e não ferrosos, vidros etc.) Crédito da Imagem 10
7 6 Composição dos móveis e utensílios de plástico O ciclo de vida consiste no acompanhamento de todas as etapas do processo produtivo e uso de determinado produto, desde a extração de matérias-primas até a destinação final, no pós-consumo. Este monitoramento permite identificar os impactos positivos e negativos da fabricação e do uso do produto, como, por exemplo, os recursos naturais consumidos, os resíduos poluentes gerados, a influência sobre a comunidade do entorno da planta de produção etc. Seguindo a lógica do ciclo de vida, é possível obtermos uma perspectiva dos principais impactos gerados pelo produto, exemplificados, no caso do plástico, na tabela a seguir. Tipo de plástico Fonte Etapa da vida Polietileno Polipropileno Petróleo (fonte não renovável) Etanol (fonte renovável) Extração e refino de petróleo Centrais petroquímicas / indústrias transformadoras de plástico Transporte / logística para uso Consumo Impactos gerais do plástico Consumo de recurso natural não renovável Geração de resíduos contaminados e emissão de gases do efeito estufa Geração de efluentes poluentes líquidos e gasosos poluentes de efeito estufa Geração de resíduos sólidos Gasto indireto (fabricação de veículos) e direto de recursos naturais para o consumo (gasolina, óleo diesel, graxas etc.) Emissão de gases de efeito estufa devido à queima de combustíveis fósseis Pós-uso Opções de destinação: Incineração Aterro sanitário Reciclagem Reutilização Lixão ou diretamente na natureza (nestes casos, o material é altamente contaminante) Geração de resíduos em grande volume com longo tempo de decomposição que, se mal destinados, contaminam águas e solos 12
8 7 8 Resumo dos requerimentos sobre os plásticos Considerações finais OPÇÕES DE MATERIAL Plástico verde OPÇÕES DE PÓS USO As recomendações sobre as boas práticas de sustentabilidade a serem consideradas pelo mercado fornecedor na categoria de Plásticos estão resumidas no diagrama abaixo: COMPOSIÇÃO DOS MÓVEIS DE PLÁSTICO Polietileno e Polipropileno Madeira plástica Plástico reciclado Plástico reutilizado Reutilização Reciclagem Doação O Comitê Rio 2016 não deseja apenas ter suas necessidades de compras atendidas, mas também que os fornecedores atuem respeitando critérios de sustentabilidade, atentando ao mesmo tempo para a prosperidade dos negócios e a conversação do planeta. O Comitê Rio 2016 acredita ser de extrema importância que o mercado fornecedor brasileiro se qualifique para tais desafios, proporcionando: estímulo à economia brasileira desenvolvimento e profissionalização da mão de obra redução da demanda por produtos cujo processo de importação envolva logísticas complexas, emissões volumosas de gases de efeito estufa e difícil identificação das práticas sociais e ambientais no local de origem Finalmente, e considerando as medidas sustentáveis de seus fornecedores desde a operação até a destinação dos produtos comercializados após os Jogos, o Comitê Rio 2016 tem como perspectiva, como parte de seu legado Olímpico, o acompanhamento de suas cadeias produtivas para que, efetivamente, enraízem as boas práticas do mercado. 14
9 A reprodução, sob qualquer forma, deste documento é terminantemente proibida, salvo mediante a prévia e expressa (por escrito) autorização do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio Eventuais autorizações para reprodução deverão ser solicitadas, por via eletrônica, para o endereço protecaoasmarcas@rio2016.com fb.com/rio2016 twitter.com/rio2016 youtube.com/rio2016 plus.google.com/+rio2016 instagram.com/rio2016 Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 rio2016.com
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