Avaliações econômicas em Saúde: apuração de custos no atendimento de gestações complicadas pelo diabete



Documentos relacionados
Gerenciamento de Custos. Profª Karina Gomes Lourenço

AUDITORIA EM ENFERMAGEM. UNIPAC UBERLÂNDIA CURSO GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: Administração ll Profa : Amanda Cristina de Oliveira Mendes

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO PARECER COREN-SP GAB Nº 043 / 2011

Instruções gerais para o preenchimento do formulário

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Nutrição e dietética:

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

INSTITUTO ESTADUAL DE DIABETES E ENDOCRINOLOGIA LUIZ CAPRIGLIONE SERVIÇO DE FARMÁCIA

O ESFORÇO PARA MELHORAR A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DE CUSTOS NAS INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

PALAVRAS-CHAVE: Mortalidade Infantil. Epidemiologia dos Serviços de Saúde. Causas de Morte.

2 Desenvolvimento Humano

Analisar produção científica brasileira sobre custos em CME, avaliado metodologia, escopo e resultados.

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

SOFTWARE DE GERENCIAMENTO DA SECRETARIA DA SAUDE PROJETO DE TRABALHO

GESTÃO ORÇAMENTÁRIA. João Milan Júnior Tel.:

Capacitação do Núcleo de Evidências em Saúde / Estação BVS da ESP / SES -MG em

Unidade I FINANÇAS EM PROJETOS DE TI. Prof. Fernando Rodrigues

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

DECLARAÇÕES EUROPEIAS DA FARMÁCIA HOSPITALAR

Uma área em expansão. Radiologia

A UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS CONTEMPORÂNEAS NA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES HOSPITALARES

Utilização dos processos de RH em algumas empresas da cidade de Bambuí: um estudo multi-caso

O conceito de assistência à saúde...

Material de Apoio. Sistema de Informação Gerencial (SIG)

CÓDIGO CRÉDITOS PERÍODO PRÉ-REQUISITO TURMA ANO INTRODUÇÃO

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ CENTRAL ESTADUAL DE TRANSPLANTES DO PARANÁ

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

Farmacoeconomia: Introdução, conceitos basicos, métodos e aplicações

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

CUSTEIO POR ABSORÇÃO X CUSTEIO ABC

Capítulo 8 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfuro Cortantes. HOSPITAL...

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Chamamento Público N 001/2015/UFV

PROPOSTA DE REORIENTAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM UFMS: Formando Profissionais Integrados ao SUS.

PARECER TÉCNICO I ANÁLISE E FUNDAMENTAÇÃO:

Portaria nº 570/GM Em 1 de junho de 2000.

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL PARA AS EMPRESAS

GESTÃO POR PROCESSOS

SISTEMA DE REGULAÇÃO E CONTROLE DO ICS

Média de Permanência Geral

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: A CRIAÇÃO DE UMA FERRAMENTA INFORMATIZADA.

Taxa de Aplicação de CIP (Custos Indiretos de Produção)

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

A UTILIZAÇÃO ADEQUADA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP), EM UMA INDÚSTRIA.

ANEXO I TERMO DE COMPROMISSO DE APOIO À ASSISTÊNCIA HOSPITALAR

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA GESTÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL SÃO LUCAS

Planejamento Estratégico

Modelo de Plano de Ação

Portaria nº 339 de 08 de Maio de 2002.

Poder Judiciário TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ. Estudos Preliminares. Descrição sucinta, precisa, clara e suficiente da STIC escolhida.

Índice O programa Os cursos A adaptação dos conteúdos O novo Convênio O novo programa Cronograma Parcerias locais Montagem das turmas

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

EM ENFERMAGEM PROF. DRA. SARAH MUNHOZ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM CONSULTORA PHILIPS HEALTH CRITICAL CARE

EDITAL DE RETIFICAÇÃO PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO Nº 002/2012

Abra as portas da sua empresa para a saúde entrar. Programa Viva Melhor

3 - Introdução. gestão hospitalar? 8 - Indicadores clínicos Indicadores operacionais Indicadores financeiros.

Aplicações da FPA em Insourcing e Fábrica de Software

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 3 O QUE É PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPERAÇÕES?

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

29/10/2014. Métodos de Custeio TEORIA DA DECISÃO MODELOS DE DECISÃO TEORIA DA MENSURAÇÃO MODELOS DE MENSURAÇÃO. Formas de Custeio

Custos Logísticos. Não basta somente realizar tarefas, é preciso ser assertivo.

Entendendo a Formação do Preço de Medicamentos no Brasil

INFORMATIZAÇÃO DE FARMÁCIAS PÚBLICAS UTILIZANDO SOFTWARE

II. Atividades de Extensão

Desempenho da Fase Analítica. Fernando de Almeida Berlitz

CONTABILIDADE E GESTÃO DE CONTROLE DE ESTOQUE NA EMPRESA

Gestão de Qualidade. HCFMRP - USP Campus Universitário - Monte Alegre Ribeirão Preto SP Brasil

MÓDULO 5 Movimentações

* Portaria SAS/MS nº 356 de 22 de setembro de 2000

RESPOSTA RÁPIDA 219/2014 Insulina Glargina (Lantus ) e tiras reagentes

PALAVRAS-CHAVE: Uso Racional de Medicamentos. Erros de medicação. Conscientização.

Experiência: Implantação da Política de Materiais

MANUAL DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIAS ESPECIAIS

Case de Sucesso. Integrando CIOs, gerando conhecimento. FERRAMENTA DE BPM TORNA CONTROLE DE FLUXO HOSPITALAR MAIS EFICAZ NO HCFMUSP

ASPECTOS CONCEITUAIS OBJETIVOS planejamento tomada de decisão

ISO/IEC 12207: Gerência de Configuração

Tecnologia para garantir qualidade e eficiência

MANUAL PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS. Junho, 2006 Anglo American Brasil

Apresentação do Serviço de Outsourcing de Impressão IMPRIMA COM ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE!

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA

Informatização do processo de cálculo e lançamento de adicionais noturnos e adicionais de plantão hospitalar na Universidade Federal de Santa Maria

Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO

Auditoria do Processo de Contas Hospitalares. Enfª Ms Cristiane Azevedo Supervisora da Auditoria Administrativa e de Enfermagem RAUF

A SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, e

Tecnologia em Gestão Pública Desenvolvimento de Projetos - Aula 9 Prof. Rafael Roesler

Diagnóstico Empresarial. Porque a saúde da sua empresa é muito importante.

Componente Curricular: ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

Projeto Indicadores Assistenciais e de Produção

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

Módulo Contábil e Fiscal

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006

2. Quais os objetivos do Programa Nacional de Segurança do Paciente?

Transcrição:

artigo original Avaliações econômicas em Saúde: apuração de custos no atendimento de gestações complicadas pelo diabete Economic evaluations in Health care: counting the costs in the care of pregnancies complicated by diabetes Ana Claudia Molina Cavassini 1, Silvana Andrea Molina Lima 2, Iracema de Mattos Paranhos Calderon 3, Marilza Vieira Cunha Rudge 4 RESUMO A avaliação de custos é importante instrumento de trabalho na otimização do gerenciamento hospitalar, indicando ao administrador os resultados que estão dentro dos parâmetros esperados e aqueles que exigem correção. Tal avaliação auxilia também na determinação do preço de venda, nas decisões de investimentos, na expansão de instalações hospitalares e na definição de volumes de estoques de materiais e medicamentos. Os custos podem ser classificados em diretos, indiretos, variáveis e fixos, e podem ser calculados por diferentes sistemas de custeio; entre eles, cálculo por absorção, procedimento ou atividade ABC. A partir desses dados, diversas avaliações econômicas são realizadas: custo e comparação do custo da doença, custo-minimização, custo-utilidade, custo-efetividade e custo-benefício. Tendo em vista a importância do controle de custos nas instituições de Saúde e do ensino do cálculo de custo nessa área, foram apresentados neste estudo os conceitos básicos, os tipos de custos, os sistemas de custeio e os tipos de avaliações econômicas. Finalmente, foram propostas planilhas de custo para uso em atendimento ambulatorial/hospitalar de gestações complicadas por diabete. Palavras-chave Custos em Saúde Gestantes diabéticas Gerenciamento de custos Administração financeira em Saúde Keywords Health care costs Diabetic pregnant women Cost management Health care financial administration ABSTRACT Cost evaluation is an important work tool in hospital management optimization as it shows managers the results that are in accordance with expected parameters and those that require correction. It also helps the determination of sale prices, investment decisions, the expansion of hospital facilities and the definition of stock volumes of material and medicines. Costs can be classified as direct, indirect, variable and fixed, and they can be estimated by different costing systems, such as absorption costing and activity-based costing (ABC). From this information, various economic evaluations are performed: disease cost and comparison of disease cost, costminimization, cost-usefulness, cost-effectiveness and cost-benefit. Considering the importance of cost control in health care institutions and the teaching of cost estimation in health care, basic concepts, cost types, costing systems and economic evaluation types were presented in this study. Finally, cost worksheets were proposed for the use in outpatient units and hospitals for the treatment of pregnancies complicated by diabetes. Financiador ou fonte de fomento: nunhuma declarada. Data de recebimento do artigo: 11/2/2010. Data de aprovação: 23/3/2010. Conflito de interesse: nenhum declarado. 1. Docente do curso de Enfermagem da Faculdade Marechal Rondon (FMR). E-mail: acmolina@btu.flash.tv.br 2. Doutora; Professora Assistente do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: smolina@fmb.unesp.br 3. Professora Adjunto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: calderon@fmb.unesp.br 4. Professora Titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp); Pró-Reitora de pós-graduação da Unesp. E-mail: mrudge@fmb.unesp.br Endereço para correspondência: Marilza Vieira Cunha Rudge, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) Distrito de Rubião Junior, s/n CEP 18618-970 Botucatu, SP, Brasil. 23

INTRODUÇÃO As instituições hospitalares têm se preocupado cada vez mais com os custos para elaborar mecanismos de controle de gastos, fundamentais para sua manutenção e para realizar investimentos em tecnologia, pois sem esse conhecimento não sobrevivem no mercado. A necessidade de controle dos gastos se deve à insuficiência e uso ineficiente de recursos, dificuldade no controle de custos e aumento dos gastos. Em Saúde, o incremento dos gastos decorre do aumento de demanda nos serviços, na cobertura, além da complexidade, das intervenções resultantes do aumento da tecnologia, da longevidade e da maior exigência da população 1. Os gerentes de hospitais se deparam com dificuldades crescentes no desenvolvimento da prática da equipe de Saúde pela utilização de procedimentos e tratamentos complexos, que exigem estrutura física adequada, recursos humanos capacitados e materiais e equipamentos modernos. A avaliação de custos é um importante instrumento de gerenciamento hospitalar, indicando ao administrador os resultados que estão dentro dos parâmetros esperados ou que exigem correção. Tal avaliação auxilia também na determinação do preço de venda, nas decisões de investimentos, na expansão de instalações hospitalares, bem como na definição de volumes de estoques de materiais e medicamentos 2. Os preços de insumos, os prazos de pagamentos, o volume de compras, o tamanho da instituição, os tipos de tratamentos, a permanência do paciente no hospital, a falta de protocolos e de conscientização e a capacitação dos profissionais de Saúde são fatores que podem elevar os gastos na Saúde 3,4. 24 É importante conhecer os custos dos serviços, pois esse conhecimento permite identificar os pontos da organização que precisam ser reduzidos, e isso se faz controlando gastos, eliminando desperdícios, trabalhando com eficiência e preservando a qualidade no atendimento prestado 5. CONCEITOS BÁSICOS Custo pode ser definido como a avaliação em numerário dos bens materiais e serviços a serem produzidos, adquiridos ou consumidos por uma organização empresarial ou instituição 6, sendo o primeiro elemento de um estudo de farmacoeconomia. O custo é o somatório dos gastos com pessoal, material, estrutura física e aparelhos utilizados e deve ser compreendido como poderoso instrumento gerencial para análise de desempenho, produtividade e qualidade dos serviços 3,4. TIPOS DE CUSTOS O custo é um dado complexo, que engloba elementos mensuráveis tanto qualitativa como quantitativamente, aos quais podem ser atribuídos valores financeiros que podem ser classificados em diretos, indiretos, fixos e variáveis. Os custos diretos são os gastos, ou seja, o dispêndio monetário, que se aplica diretamente na produção de produto ou de serviço como, por exemplo, os custos com material e mão-deobra 3,7,8. Implicam retirada financeira real e imediata. Os custos indiretos são comuns a diversos procedimentos ou serviços, não sendo atribuídos a um setor ou produto exclusivo. Sua apropriação se faz por meio de rateio, baseado em fator volumétrico. São considerados custos indiretos os gastos relativos a luz, água, limpeza e aluguéis 3,7,8. Os custos indiretos não são englobados na perspectiva dos planos de saúde. Os eventos que compõem o custo devem ser quantificados por ocorrência (de pedido de exame, diária de hospitalização, consultas etc), utilizando-se o preço real, levantado passo a passo pelo hospital, ou um preço referencial dado pelas tabelas de reembolso do Sistema Único de Saúde (SUS), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Os custos fixos são os operacionais vinculados à infraestrutura instalada. Eles se mantêm constantes, mesmo havendo modificações no número de atendimentos. Exemplos de custos fixos seriam o salário e aluguel 3,8. Os custos variáveis são relacionados ao volume de produção, que podem aumentar ou diminuir de acordo com o número de atendimentos. São considerados custos variáveis os gastos com os materiais, medicamentos e lavanderia 3,8. SISTEMAS DE CUSTEIO Para o acompanhamento dos custos, as organizações de Saúde podem utilizar diversos sistemas de custeio, que envolvem um conjunto de procedimentos adotados para calcular os bens ou serviços nela processados, todos passíveis de acompanhamento para efeitos gerenciais 9. Dentre eles, podem ser citados os sistemas de custeio por absorção, custo-padrão e atividade. O sistema de custeio por absorção é uma forma de custear todas as despesas dos serviços e dos produtos utilizados 8,10. Nesse sistema, ocorre a separação dos serviços da organização em centros de custos produtivos, auxiliares e administrativos. Os centros de custos produtivos se referem aos departamentos, serviços ou unidades que produzem diretamente serviços

finais na organização. Os centros de custos auxiliares dão suporte aos centros produtivos e se referem aos serviços de nutrição, lavanderia, central de material e esterilização. Já os centros de custos administrativos correspondem à administração geral, recursos humanos, finanças, departamento de Enfermagem e dão suporte aos centros de custos auxiliares e produtivos 3. Assim, a aferição dos custos por absorção de uma unidade é o somatório dos custos diretos (pessoal e material) com os custos indiretos, que são os rateios dos custos gerais (água, luz e telefone), mais os rateios dos centros de custos auxiliares e administrativos, obtendo-se o custo total por absorção (Equação 1) 3. Outro sistema de custeio é o custopadrão, compreendido como o valor de um procedimento ou serviço fixado como padrão, que auxilia na definição do preço e no controle do custo. Em algumas organizações de Saúde, os custos-padrão de procedimentos são estimados por absorção, sendo aferidos somente os custos diretos, o que pode levar a distorções em relação aos custos reais. O enfermeiro, ao elaborar protocolos de Enfermagem, fornece subsídios para o estabelecimento dos custospadrão relacionados à assistência nessa área 11. O sistema de custeio por atividade (ABC, do inglês Activity Based Costing) tem sido apontado como método eficiente para os serviços, pois permite visualizar os gastos em cada etapa do processo produtivo, possibilitando o conhecimento dos custos reais das atividades desenvolvidas 3,12. A implantação desse sistema requer um esforço organizacional e financeiro elevado, principalmente na estruturação do sistema de informações 13. TIPOS DE AVALIAÇÕES ECONÔMICAS As avaliações econômicas buscam a maximização da eficiência do setor de Saúde por meio da compreensão da utilização dos recursos, dos custos e dos potenciais ganhos de saúde para a população, sendo analisadas as consequências ou os resultados do tratamento. Essas avaliações podem ser mensuradas pelos resultados clínicos, econômicos ou humanísticos. A consequência ou o resultado do tratamento constitui o segundo elemento da análise farmacoeconômica. A primeira etapa é o calculo dos custos de serviços de Saúde, de procedimentos e de tratamentos. De posse desses custos, parte-se para a análise das avaliações econômicas, que podem ser completas ou incompletas 14. De acordo com o tipo de consequência analisada, as avaliações farmacoeconômicas têm diferentes denominações. As avaliações econômicas completas compreendem o custo-minimização, o custo-efetividade, o custo-utilidade e o custo-benefício. O custo-minimização é a análise realizada quando duas ou mais intervenções proporcionam o mesmo benefício, diferindo apenas em relação aos custos. Visto que os desfechos são os mesmos, apenas os custos são considerados. Não é uma análise muito utilizada, uma vez que é raro encontrar intervenções que apresentem os mesmos benefícios comprovados cientificamente 7,14. Esse é o maior cuidado que se deve tomar numa análise de minimização, ou seja, não fazer comparações entre produtos com perfis diferentes de eficácia e segurança que não são aceitáveis do ponto de vista ético. O custo-efetividade, mais comumente encontrado na literatura, é utilizado quando as intervenções apresentam desfechos clínicos semelhantes, diferenciando-se não só quanto aos custos, mas também quanto à extensão dos efeitos esperados. Esse tipo de análise mensura o custo em unidades monetárias dividido por uma unidade não-monetária ou natural, como anos de vida salvos. Uma intervenção em Saúde é considerada custo-efetiva se produzir beneficio clínico justificável para seu custo 7,14-16. Na análise de custo-efetividade, os resultados clínicos são obtidos em ensaios clínicos controlados, randomizados, estudos de coorte ou estudos observacionais. Podem vir também de publicações científicas ou até de comitês de especialistas. O mais importante é que os dados sejam confiáveis e que tenham recebido tratamento estatístico que evidencie diferenças entre tratamentos distintos. Um aspecto importante é a distinção entre eficácia e efetividade. A eficácia é a resposta ao tratamento, obtida em condições ideais (ensaios clínicos) pelo controle rígido das variáveis analisadas. A efetividade é a resposta ao tratamento nas condições de rotina, em que interferências podem modificar a resposta esperada da terapêutica, como interações medicamentosas, adesão do paciente ao tratamento e interação com outras comorbidades. Dessa forma, pode-se usar custo-efetividade ou custo eficácia. Assim, para comparar duas opções de tratamento pela análise associada de custos e efetividade, podem existir as possibilidades observadas na Figura 1. Custo por Absorção = custos diretos + custos indiretos + rateio centros de custos auxiliar e administrativo Equação 1 - Aferição dos custos por absorção 25

O mais adequado é que os medicamentos/procedimentos/métodos diagnósticos a serem selecionados estejam na área D, ou seja, maior efetividade e menor custo. A opção pela área B é feita quando há recursos suficientes para atender a alta efetividade. A opção C ocorre em situações de recursos escassos, mas o aspecto ético precisa ser analisado. A opção A é indesejável e irracional, mas é importante lembrar que sempre precisamos analisar situações clínicas semelhantes (Figura 1). As análises de custo-efetividade são preferidas pelos profissionais de Saúde, em especial porque essa avaliação envolve o aspecto ético de um medicamento, método diagnóstico e/ ou procedimento. O custo-utilidade é a análise realizada quando a opção terapêutica é avaliada em termos do aumento ou redução dos indicadores de qualidade de vida dos envolvidos 7. Evidencia a preferência do indivíduo ou da sociedade por um desfecho ou estado de saúde específico. Possibilita a comparação entre diversas intervenções em diferentes doenças ou especialidades médicas, uma vez que o parâmetro que mensura o ganho de saúde pode ser medido em qualquer condição ou doença 14,16. São usadas ferramentas de análise que quantificam a satisfação do paciente 26 D C Efetividade B A Custo A: menor efetividade maior custo; B: maior efetividade maior custo; C: menor efetividade menor custo; D: maior efetividade menor custo. Figura 1 Relação Custo x Efetividade em relação ao tratamento e diagnóstico propostos. A qualidade de vida e a opinião do paciente são elementos complicadores na tomada de decisão e, assim, o cálculo do custo-utilidade tem baixa aceitabilidade pelos profissionais de Saúde. No futuro, porém, essa deverá ser a ferramenta que decidirá a postura profissional. O custo-benefício é um tipo de análise na qual os resultados são estimados em valores monetários. É uma análise não muito encontrada na literatura, pois fica difícil valorar a vida humana e determinadas condições de saúde em termos monetários. Para se determinar o custo-benefício de um programa, é necessário avaliar o seu impacto sobre a melhoria da Saúde e a economia de dinheiro proporcionada ou observar o resgate dos benefícios de saúde mediante um custo aceitável 7,14,16,17. É a análise mais procurada pelos gestores, pois avalia as condições de redução de gastos. As avaliações econômicas incompletas incluem o custo da doença e a comparação de custos 14. O custo da doença quantifica e estima a utilização de recursos das diversas intervenções propostas para determinada doença em um período de tempo. Tem como objetivo conhecer o padrão de utilização desses recursos, adequados ou não, conforme a melhor evidência, cientificamente validada no momento do estudo. Nesse tipo de análise, cada recurso é custeado em termos monetários, o que permite, ao final, a aferição do custo total da doença para o sistema de Saúde. Na comparação de custos, analisase a utilização de recursos de duas intervenções pré-definidas para uma determinada doença ou condição e, em seguida, quantifica-se os recursos utilizados em termos monetários. EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO E ELABORAÇÃO DE PLANILHA PARA O CENTRO DE INVESTIGAÇÃO DO DIABETE PERINATAL No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (HC FMB/Unesp), foi implantado, em 2000, o sistema de custos por absorção nas várias unidades/serviços, pelo cálculo dos custos diretos, indiretos e pelo rateio dos centros de custos auxiliar e administrativo. Dessa forma, foi obtido o cálculo dos centros de custos da Seção Técnica de Enfermagem (STE) de Obstetrícia, da STE do centro obstétrico, da STE do berçário, da STE da UTI de Neonatologia e do ambulatório de especialidades. Porém, não existe o cálculo de custo de uma determinada intercorrência clínica ou obstétrica na gestação tratada em regime de ambulatório ou de hospitalização. Definiu-se, para esse propósito, o diabete como intercorrência clínica padrão, porque seu acompanhamento é realizado em regime ambulatorial exclusivo ou por hospitalizações de 1 a cada 7 dias ou de 15 dias. Desde a década de 1980, a literatura vem mostrando mudança na conduta de hospitalização para acompanhamento ambulatorial das gestantes diabéticas, com resultados maternos e perinatais semelhantes. No Centro de Investigação do Diabete Perinatal do HC FMB/ Unesp, as diabéticas gestacionais tratadas com dieta são acompanhadas em regime de ambulatório exclusivo. As diabéticas gestacionais, que necessitam de complementação com insulina, e as clínicas (pré-gestacionais)

são hospitalizadas por 1 dia, a cada 15 dias, até a 28ª semana, passando para hospitalizações diárias, a cada 7 dias, da 28ª semana até o parto. Essa conduta deve estar associada a um maior custo, e há dúvidas se esse custo mais elevado garante o melhor resultado perinatal. A elaboração de planilhas teve o objetivo didático de ensinar aos profissionais da Saúde o cálculo do custo de cada procedimento, de cada exame repetido e de cada consulta. Pretendeu-se, com a divulgação das planilhas de custos, a redução do custo do atendimento a uma determinada intercorrência clínica ou obstétrica e a conscientização da comunidade interna de um serviço de Saúde universitário (alunos, residentes, médicos, enfermeiros e outros profissionais da Saúde) sobre o que está sendo gasto e o real benefício que trará ao paciente. Para o cálculo do custo de tratamento de gestantes diabéticas, foram construídas três planilhas para identificação dos valores empregados durante o atendimento. As planilhas 1 e 2 (Anexos 1 e 2) referem-se aos atendimentos de pré-natal ambulatorial (consultas) e hospitalar (hospitalizações durante a gestação), respectivamente. A planilha 3 (Anexo 3) foi utilizada para a assistência ao parto da gestante diabética, independentemente se vaginal ou cesárea. As planilhas foram constituídas de dados gerais (nome da gestante, registro geral, data de início do pré-natal, de admissões hospitalares e/ou alta); informações sobre procedimentos solicitados, como exames laboratoriais e de imagem, medicamentos, consultas, hospitalizações intercorrentes, e cálculo de custos diretos e indiretos das consultas, das hospitalizações e do parto, entre outras. Foram calculados os valores, em reais, dos procedimentos/exames, segundo as tabelas SUS 18, AMB 19, CBHPM 20 e do HC FMB/Unesp. As planilhas foram construídas em documentos do Microsoft Office Excel, que possibilitou a inclusão de dados e o cálculo do custo da consulta ou hospitalização durante a gestação ou parto e do custo final do atendimento ao pré-natal e parto. Posteriormente, será desenvolvido um sistema informatizado web para cálculo dos custos do atendimento de gestante diabética, o que facilitará a sua utilização no dia-adia e poderá ser estendido para outras intercorrências clínicas ou obstétricas e especialidades médicas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os conceitos dos custos, os sistemas de custeio e suas avaliações permitem o conhecimento dos custos de uma doença, bem como a comparação destes e dos resultados dos diferentes tratamentos. A apresentação das planilhas de custos tem a finalidade de permitir sua utilização em instituições hospitalares, principalmente em serviços públicos e de ensino, em que as novas gerações de profissionais de Saúde são formadas. De posse dos dados de apropriação dos custos, os gerentes das instituições de Saúde, do governo e da área médica podem oferecer aos pacientes o melhor tratamento com o menor custo possível, sempre se focalizando no aspecto ético que deve nortear essas decisões. Esse tipo de avaliação é difícil, pois, além dos custos, inúmeros outros fatores devem ser considerados. REFERÊNCIAS 1. Madureira CR, Veiga K, Sant ana AFM. Gerenciamento de tecnologia em terapia intensiva. Rev latinoam enferm. 2000;8(6):68-75. 2. Rocha RJ. Dificuldades na implantação de sistemas de custeio em instituições hospitalares: estudo de caso em um hospital de Florianópolis [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2004. 3. Castilho V, Fugulin FMT, Gaidzinski RR. Gerenciamento de custos nos serviços de enfermagem. In: Kurcgant P, coordenadora. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 171-83. 4. Asevedo FMF, Koch HA. Avaliação dos custos para a implantação de um serviço de mamografia. Radiol. bras. 2004;37(2):101-5. 5. Bittar E, CastilhoV. O custo médio direto do material utilizado em cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev. Assoc. Med. Bras. 2003;49(3):255-60. 6. Leone GSG. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas; 1981. 7. Guimarães HP, Barbosa LM, Laranjeira LN, Avezum A. Estudos de farmacoeconomia e análises econômicas: conceitos básicos. Rev. bras. hipertens. 2007;14(4):265-8. 8. Psaltikidis EM, Graziano KU, Frezatti F. Análise dos custos do reprocessamento de pinças de uso único utilizadas em cirurgia vídeo-assistida. Rev. latinoam. enferm. 2006;14(4):593-600. 9. Beulke R, Bertó DJ. Gestão de custos e resultados na saúde: hospitais, clínicas, laboratórios e congêneres. 2ª ed. São Paulo: Saraiva; 2000. 10. Cogan S. Custos e preços: formação e análise. São Paulo: Pioneira Thomson Learning; 2002. 11. Munhoz S. Custo-padrão dos procedimentos de enfermagem na assistência ao paciente crítico: diferenças entre a prescrição da enfermeira e a do médico [dissertação]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 2002. 12. Cogan S. Um modelo de reconciliação de dados para o custeio baseado-em-atividades (ABC). RAE. 1999;39(2):46-53. 13. Tommasi M. Custeio gerencial: conceituação, considerações e perspectivas. In: Silva-Junior JB, coordenador. Custos: ferramentas de gestão. São Paulo: Atlas; 2000. p. 17-27. 14. Moraes E, Campos GM, Figlie NB, Laranjeira RR, Ferraz MB. Conceitos introdutórios de economia da saúde e o impacto social do abuso de álcool. Rev. bras. psiquiatr. 2006;28(4):321-5. 15. Araújo DV, Tura BR, Brasileiro AL, Luz Neto H, Pavão ALB, Teich V. Custo-efetividade da trombólise préhospitalar vs intra-hospitalar no infarto agudo do miocárdio. Arq. bras. cardiol. 2008;90(2):100-7. 16. Ugá MAD. Instrumentos de avaliação econômica dos serviços de saúde: alcances e limitações. In: Piola SF, Vianna SM, organizadores. Economia da Saúde: conceito e contribuição para a gestão da Saúde. Brasília: IPEA, 1995. p. 209-26. 17. Leopércio W, Gigliotti A. Tabagismo e suas peculiaridades durante a gestação: uma revisão crítica. J. bras. pneumol. 2004;30(2):176-85. 18. Ministério da Saúde. DATASUS [Internet]. Sistemas Ambulatoriais e Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) [citado 25 jul. 2009]. Disponível em: <http://w3.datasus.gov.br/siasih/ siasih.php> 19. Grupo de Apoio à Pesquisa. Comitê de Ética em Pesquisa. Tabela de Preços. Associação Médica Brasileira. Botucatu: STI, HC-Unesp; 2009. 20. Grupo de Apoio à Pesquisa. Comitê de Ética em Pesquisa. Tabela de Preços. Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Botucatu: STI, HC-Unesp; 2009. 27

Anexo 1 Planilha de Custos Ambulatório de pré-natal do HC FMB/Unesp Gestantes diabéticas Nome: RG: Início do pré-natal em: Procedimentos solicitados Custo HC 1 Preço SUS 2 Preço AMB 3 Preço CBHPM 4 1ª consulta 2ª consulta 3ª consulta 4ª consulta 5ª consulta 6ª consulta HC SUS AMB Custo Total CBHPM Exames laboratoriais Hemograma completo 9,83 4,11 9 10,09 Urina I 3,3 2,53 15 - Sorologia HIV 11,56 10 60 33,51 Sorologia sífilis 1,85 12,27 10,5 20,78 Toxoplasmose 12,32 18,55 24 25,47 ABO 10,02 10,02 54 - RH 10,02 10,02 - - PPF 4,11 1,9 6 10,98 Antígeno HBS 16,46 18,55-30,22 Anti HBS 16,46 18,55 30 21,02 Anti HBC 16,26 18,55 30 28,89 Glicemia (em jejum) 1,85 1,85 4,2 4,53 Perfil glicêmico 4,61 10 25,2 27,18 Outros exames - Ultrassom 11,8 11,8 45 97,75 Papanicolau 28,87 28,87 6 16 Cardiotocografia 30 30-36,01 Teste tolerância glicose (TTG) 3,8 5,55 27 32,12 Consulta - 10 24 42 Custos diretos 30,25 - - - mão de obra (equipe médica e de Enfermagem), material de consumo (informática, escritório e peças de reposição) e telefone. Custos indiretos 20,58 - - - despesas gerais, como água, luz, limpeza, elevadores e administração geral Total Fonte: 1 Núcleo de Custos da FMB/Unesp (Centro de custo: Ambulatório de especialidades HC FMB/Unesp e Laboratório Clínico do HC FMB/Unesp). Ano- Base: 2007; 2 dados da Tabela SUS; 3 dados da Tabela da Associação Médica Brasileira (AMB); 4 dados da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). (-): dados não encontrados nas tabelas da AMB e da CBHPM. 28

Anexo 2 Planilha de Custos Hospitalizações durante a gestação na STE de Obstetrícia e Centro Obstétrico HC FMB/Unesp Gestantes diabéticas Nome: RG: Início do Pré-Natal em: Ano: Procedimentos solicitados Custo HC 1 Preço SUS 2 Preço AMB 3 Preço CBHPM 4 1 a Int. 2 a Int. 3 a Int. 4 a Int. 5 a Int. 6 a Int. 7 a Int. 8 a Int. 9 a Int. 10 a Int. 11 a Int. 12 a Int. HC SUS AMB CBHPM Exames laboratoriais Hemograma 9,83-9 10,09 completo Urina I 3,3-15 - Sorologia HIV 11,56-60 33,51 Sorologia sífilis 1,85-10,5 20,78 Toxoplasmose 12,32-24 25,47 ABO 10,02-54 - RH 10,02 - - - PPF 4,11-6 10,98 Antígeno HBS 16,46 - - 30,22 Anti HBS 16,46-30 21,02 Anti HBC 16,26-30 28,89 Glicemia (em jejum) 1,85-4,2 4,53 Perfil glicêmico 4,61-50,4 54,36 Outros exames - Ultrassom 11,8-45 97,75 Papanicolau 28,87-6 16 Cardiotocografia 30-30 36,01 Teste Tolerância 3,8-27 32,12 Glicose (TTG) HGT 0,65 - - - Medicamentos: Insulina (frasco) 32 - - - Sulfato ferroso (cp) 0,64 - - - Ácido fólico (cp) 0,05 - - - Alimentação 5,21 - - - (refeições) Suprimento: Seringa 0,06 - - - Agulha 0,03 - - - Luvas/ procedimento 0,09 - - - Custos diretos 156,07 - - - mão de obra (equipe médica e de Enfermagem), material de consumo (informática, escritório e peças de reposição) e telefone. Custos indiretos 177,17 - - - despesas gerais, água, luz, limpeza, elevadores, administração geral Valor médio da - 85,1 - - Autorização de Internação Hospitalar (AIH) Total Fonte: 1 Núcleo de Custos da FMB/Unesp (Centro de custo: STE de Obstetrícia e Centro Obstétrico do HC FMB). Ano-Base: 2007; 2 dados da Tabela SUS; 3 dados da Tabela AMB; 4 dados da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). OBS.: no convênio SUS, os custos com exames, procedimentos e profissionais estão incluídos no valor da AIH. (-): dados não encontrados nas tabelas da AMB e da CBHPM. Int.: internação; cp: comprimido. 29

Anexo 3 Planilha de Custos Hospitalização para o parto na STE de Obstetrícia e Centro Obstétrico HC FMB/Unesp Gestantes diabéticas Nome: RG: Data de admissão: Data de Alta: Procedimentos solicitados Custo HC 1 Preço SUS 2 Preço AMB 3 Preço CBHPM 4 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6 HC SUS AMB CBHPM Exames laboratoriais Hemograma completo 9,83-9 10,09 Urina I 3,3-15 - Sorologia HIV 11,56-60 33,51 Sorologia sífilis 1,85-10,5 20,78 Toxoplasmose 12,32-24 25,47 ABO 10,02-54 - RH 10,02 - - - PPF 4,11-6 10,98 Antígeno HBS 16,46 - - 30,22 Anti ABS 16,46-30 21,02 Anti HBC 16,26-30 28,89 Glicemia (em jejum) 1,85-4,2 4,53 Perfil glicêmico 4,61-50,4 54,36 Outros exames - Ultrassom 11,8-45 97,75 Papanicolau 28,87-6 16 Cardiotocografia 30 - - 36,01 Teste Tolerância Glicose (TTG) 3,8-27 32,12 HGT 0,65 - - - Medicamentos: - - Insulina 32 - Sulfato ferroso 0,64 - - - Ácido fólico 0,05 - - - Alimentação (refeições) 5,21 - - - Suprimento: - - Seringa 0,06 - Agulha 0,03 - - - Luvas de procedimento 0,09 - - - Custo médio parto cesárea 680,02 864,46 240 839,2 Custo médio parto vaginal 666,35 658,12 150 748 Custos diretos 156,07 - - - mão de obra (equipe médica e de Enfermagem), material de consumo (informática, escritório e peças de reposição) e telefone Custos indiretos 177,17 - - - despesas gerais, água, luz, limpeza, elevadores, administração geral Valor médio da Autorização de Internação - 799,3 - - Hospitalar (AIH) Total Fonte: 1 Núcleo de Custos da FMB/Unesp (Centros de Custos: STE de Obstetrícia e Centro Obstétrico do HC FMB). Ano-Base: 2007; 2 dados da Tabela SUS; 3 dados da Tabela AMB; As análises de custo-efetividade são preferidas pelos profissionais de Saúde, em especial porque essa avaliação envolve o aspecto ético de um medicamento, método diagnóstico e/ou procedimento 4 dados da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). OBS.: no convênio SUS, os custos com exames, procedimentos e profissionais estão incluídos no valor da AIH. (-): dados não encontrados nas tabelas da AMB e da CBHPM. 30