Instituições, Gestão e Compromisso Social

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Transcrição:

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE ISTS A PARTIR DOS REGISTROS DE ENFERMAGEM SOBRE OS TESTES RÁPIDOS REALIZADOS EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM SANTA MARIA, RS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Instituições, Gestão e Compromisso Social Elisa Fortes Vilhalba 1 Laís Mara Caetano da Silva 2 Anne Louize Menezes Xavier 3 Victória de Quadros Severo Maciel 4 RESUMO Os testes rápidos, caracterizados por promoverem a facilidade no acesso ao diagnóstico de doenças e infecções, são muitas vezes a porta de entrada de usuários para o uso do Sistema Único de Saúde (SUS) no diagnóstico e tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Por isso, por intermédio de ações voltadas para essa temática, os profissionais de saúde devem incentivar a realização destes e, além disso, sistematizar uma forma de controle do andamento e avaliação dessas ações. Derivado dessa perspectiva, o presente relato aborda uma atividade de ensino, ocorrida durante a disciplina de Enfermagem e Vigilância em Saúde, no quarto semestre do curso de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que teve por objetivo analisar dados e promover um levantamento epidemiológico sobre a realização de testes rápidos para detecção de ISTs a partir de registros de enfermagem de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) de Santa Maria, RS. Os registros demonstraram que a procura dos testes rápidos era baixa, mas que se eleva quando são realizadas campanhas de sensibilização sobre o assunto, as quais incentivam a realização destes. A experiência reforça a necessidade de divulgação de maiores informações sobre o assunto e evidencia a importância da educação em saúde para fortalecer as ações de controle das ISTs entre a população. Palavras-chave: Enfermagem; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Vigilância em Saúde Pública. INTRODUÇÃO 1 Discente, Universidade Federal de Santa Maria, elisafortesvilhalba050298@gmail.com. 2 Professora adjunta, Universidade Federal de Santa Maria, lais.silva@ufsm.br. 3 Discente, Universidade Federal de Santa Maria, annelmx12@gmail.com. 4 Discente, Universidade Federal de Santa Maria, victoriatrabalhos@outlook.com.

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST s) estão presentes na raça humana desde os primórdios da civilização. Indícios antigos da literatura relatados por Girolamo Fracastoro mostram que a Sífilis era transmitida na relação sexual por pequenas sementes que chamou de seminaria contagionum (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Já o HIV surgiu no início do séc XX com o contato do sangue de macacos contaminados com o vírus e mortos em caçadas, com o sangue de feridas de seus caçadores. Porém a aids pelo vírus HIV em si, foi reconhecida como doença em 1981 com relatos de sintomas em homossexuais nos Estados Unidos. A Hepatite, por sua vez, aparece nos escritos de Hipócrates, que viveu provavelmente 300 a 400 anos antes de Cristo e revelam que: a icterícia seria provavelmente de origem infecciosa e o problema poderia estar no fígado; o acúmulo de líquido no abdome (ascite) poderia ser causado por alguma doença crônica nesse órgão. (FONSECA, 2010). Já no campo científico, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. A principal via de transmissão é o contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada. Sendo possível, também, a transmissão da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Essa terminologia surgiu em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Segundo os boletins epidemiológicos apresentados pelo Ministério da Saúde, o número de casos de HIV em 2016 foi de 37.884 casos; a contaminação por sífilis é mais expressiva entre adultos, com 87.593 mil casos registrados no ano de 2016. Já em relação às hepatites, de 1999 à 2016, foram notificados 561.058 casos confirmados de hepatites virais no Brasil; deste total de casos, 212.031 foram confirmados como hepatite B e 182.389 como hepatite C, aos quais, possuem cobertura universal e gratuita em testes rápidos pelo Sistema Único de Saúde (BOLETIM EPID. DAS HEPATITES VIRAIS, 2017).

Nesse cenário, os testes rápidos no contexto da Atenção Básica de Saúde, tornam-se um aliado para a detecção precoce de hepatite, sífilis e hiv, possibilitando que uma maior demanda de população seja atendida pelos profissionais da saúde, com agilidade e eficiência de resultados a partir do desenvolvimento e avanço tecnológico envolvidos em sua produção a fim de iniciar o tratamento o mais rápido possível e evitar transmissões verticais e horizontais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018). Partindo desse contexto o presente trabalho possui como objetivo relatar as experiências vivenciadas por discentes do curso de Enfermagem durante a disciplina de Enfermagem e Vigilância em Saúde com o objetivo de apresentar formas de otimizar o uso de metodologias durante a graduação relacionadas à prática da Vigilância e relatar a importância do comprometimento do corpo de profissionais e futuros profissionais de Enfermagem frente às práticas vigilantes das necessidades de saúde da comunidade brasileira. Enfatiza-se que a vigilância da realização dos testes rápidos neste relato não foi realizada com intuito de produção científica e pesquisa, e sim, como forma de abordagem em saúde e metodologia de aprendizagem integradas ao serviço de saúde, não possuindo portanto, objetivo de apresentar evidências sobre quaisquer dados providos dos registros, apenas evidenciar a importância da vigilância em saúde no caso das detecções de ISTs. DESENVOLVIMENTO (RESULTADOS E DISCUSSÃO) A experiência perpassou-se a partir da vivência de discentes do quarto semestre do Curso de Enfermagem durante a disciplina Enfermagem e Vigilância em Saúde, por intermédio da atividade de Diagnóstico Comunitário desenvolvida em uma Estratégia Saúde da Família, do município de Santa Maria, RS. O objetivo da atividade era oportunizar aos acadêmicos a prática de levantamento de dados, análise e diagnóstico de alguma situação de saúde recorrente na Unidade. Por meio da demanda observada pelas acadêmicas e relatada pelos profissionais da ESF, foi realizado o levantamento dos registros de enfermagem sobre os testes rápidos, pois verificou-se que alguns registros estavam incompletos

e com alguns meses faltantes, além de ser essencial a verificação da situação referente a procura pela realização dos testes rápidos pela comunidade abrangida pela ESF. As informações dadas pela equipe da ESF São José ao que se refere a demanda da população para os Testes Rápidos de Hepatite B e C, HIV e Sífilis permitiram-nos o levantamento desses dados para análise de situação em saúde. O levantamento foi feito a partir da checagem dos registros de enfermagem sobre a realização dos testes rápidos no livro de registro da unidade, de onde foi possível se fazer a coleta a partir das informações ali presentes; percebeu-se que muitos registros encontravam-se incompletos, o que dificultou o processo de análise. Após a coleta de informações, procedemos à análise dos dados, para a qual fizemos uso de gráficos e tabelas para melhor demonstração; descrevendo os resultados e as conclusões de cada gráfico apresentado. Percebeu-se que a procura do serviço para realização dos testes rápidos não havia sido muito grande, mas que nos momentos em que eram realizadas campanhas de conscientização acerca do assunto, a procura se elevava. Ainda, percebeu-se a falta de informação da comunidade, pois algumas pacientes acabavam por agendar horário para a realização do teste rápido referente à gravidez, quando na verdade, o serviço era referente a detecção de IST s. A procura pelo serviço para a realização dos testes rápidos repercute na saúde coletiva dentro da área de abrangência da ESF. Quando a população procura o serviço de saúde, a equipe fica ciente de como está a situação da comunidade; um exemplo dessa importância é de permitir saber o número de gestantes que podem ter contraído a sífilis, a qual deve ser tratada para que a doença não afete o bebê durante a gestação, então, nesse caso é feita uma busca ativa de gestantes na comunidade. Outro exemplo é evitar que adolescentes ou adultos, que já mantém relações sexuais, transmitam HIV e/ou hepatites para seus parceiros; nesse caso é feito um acolhimento, a fim de cadastrar o usuário do serviço de saúde e após é feito um aconselhamento antes do testes explicando como funciona e em seguida sua realização, tendo como processo a emissão e assinatura do laudo além do

aconselhamento após o teste, juntamente com a conferência do resultado que, uma vez positivo, o profissional da saúde deve encaminhar o paciente para o serviço de saúde de referência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Os casos em que os resultados derem positivo, devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); uma vez notificado, essa informações geram dados que fornecem subsídios para se obter explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica (MINISTÉRIO DA SAÚDE - PORTAL SINAN, 2018). Nesse cenário, o Ministério da Saúde lança campanhas anuais a respeito da prevenção das IST s, como por exemplo em época de carnaval, onde o sexo se torna um ato imprudente e descuidado, podendo ocasionar desde uma gravidez indesejada, até uma fonte de transmissão de infecções. Além disso, o Ministério distribui gratuitamente preservativos, tanto masculinos como femininos, com o intuito de que a população tenha acesso a tais métodos e assim, pratique uma relação sexual segura. CONCLUSÃO A vigilância em saúde torna-se um tópico muito importante no controle das condições e das ações em saúde, proporcionadas para as mais diferentes populações; nas quais é traçado um diagnóstico comunitário através das necessidades observadas em cada comunidade/população. Assim, diante das disposições realizadas, ressalta-se a importância de melhores meios de informação para a população/comunidade, como formas de prevenção e promoção de saúde.

Como parte das disposições pertinentes, foi relatada a necessidade do preenchimento correto e completo dos registros dos testes rápidos de IST s, para que seja viável uma busca posterior, caso necessário e também para futuras coletas para análises. Também foi ressaltada a importância do diagnóstico precoce de tais infecções sexualmente transmissíveis, visto que é o melhor jeito de combate nessas situações; inclusive, diagnóstico precoce em gestantes, pois o risco de transmissão vertical é muito grande, e a partir de um diagnóstico essas mulheres poderão ter um acompanhamento de pré-natal específico. As ações de educação em saúde devem se fazer presentes, sempre que possível, pois permitem transmitir informações e ensinar a população a como usálas. Através disso, propiciando o seu autocuidado e a disseminação do conhecimento através da rede familiar, amigos e sociedade como um todo. REFERÊNCIAS FONSECA, J. C. F. Histórico das hepatites virais. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba; vol.43; n. 3; Maio/Jun de 2010. Acesso em: 11/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual técnico para diagnóstico da infecção pelo hiv: Ministério da Saúde. A Secretaria de Vigilância em Saúde. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014. Disponível em:< http://www.aids.gov.br/pt-br/node/57787 >. Acesso em: 15/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para a Implantação dos Testes

Rápidos de HIV e Sífilis na Atenção Básica. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/orientacoes_implantacao_te stes_rapidos_hiv_sifilis.pdf>. Acesso em: 15/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis. Manual Aula 7. TELELAB. Disponível em: <https://telelab.aids.gov.br/moodle/pluginfile.php/22198/mod_resource/content/1/s% C3%ADfilis%20-%20Manual%20Aula%207.pdf>. Acesso em: 15/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis: Estratégias para Diagnóstico no Brasil. Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (Série TELELAB), Brasília; 2010. Diponível em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf > Acesso em 12/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Disponível em <http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-ist> Acesso em 11/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico e monitoramento. TELELAB. Disponível em: <https://www.telelab.aids.gov.br/index.php/component/k2/item/93- diagnostico-de-hiv> Acesso em 11/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico: Sífilis, HIV e Hepatite. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/es/centrais-de-conteudos/boletinsepidemiologicos-vertical>. Acesso em 11/05/2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico: Hepatites virais. Disponível em: <https://central3.to.gov.br/arquivo/387533/>. Acesso em 12/05/2018.