MINERAÇÃO NA COLÔNIA PORTUGUESA

Documentos relacionados
Ciclo da Mineração: Período de Extração de ouro no Brasil século XVII-XVIII ( fim do século 17 e 18) Ouro de Aluvião: Ouro encontrado nos leitos dos

Mineração no Brasil 8 º ano História Prof. Bianca

Mineração- Brasil século XVIII

Invasão holandesa. Em meados do século XVII, a Holanda invadirá a região de Pernambuco.

Ciclo da Mineração: Período de Extração de ouro no Brasil século XVII-XVIII ( fim do século 17 e 18) Ouro de Aluvião: Ouro encontrado nos leitos dos

A Exploração do Ouro

A EXPANSÃO TERRITORIAL, O CICLO DA MINERAÇÃO E AS REVOLTAS COLONIAIS Prof. Maurício Ghedin Corrêa

O CASO MARIANA E O CICLO DO OURO DO SÉCULO XVIII AOS DIAS ATUAIS

SOCIEDADE DO OURO. Prof. Victor Creti Bruzadelli

Sugestões de avaliação. História 8 o ano Unidade 2

Movimentos dos século XVII e XVIII NATIVISTAS

História do Brasil (C) Apostila 2. Prof.ª Celiane

A Economia Mineradora (Século XVIII) O Processo de Independência. 1 A Economia Mineradora do Século XVIII. 2 As Reformas Pombalinas

b) Quem foi o primeiro navegador a chegar a essas terras? c) Em qual data ele chegou? d) Qual foi a primeira vila do Brasil?

Colégio Santa Dorotéia

Do litoral para o interior do país Séculos XVI e XVII

Do litoral para o interior do país Séculos XVI e XVII

Cipriano Barata,Pe. Agostinho Gomes, Luís Gonzaga das Virgens,João de Deus Lucas Dantas

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 15 A MINERAÇÃO: ECONOMIA

1640 > Fim da União Ibérica Comércio com Buenos Aires e contrabando Rei de São Paulo: Amador Bueno da Ribeira. Amador Bueno recusou o título de rei e

A Historiografia do Brasil Colonial tem início em 22 de abril de 1500 com a chegada dos portugueses.

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO SEMESTRAL DE HISTÓRIA

Apresentar a formação e Constituição da economia mineira e sua importância no período colonial

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: História

Movimentos nativistas e emancipacionistas

História do Brasil. Período Colonial: escravismo e produção de riqueza Parte 11. Prof ª. Eulália Ferreira

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO II ETAPA LETIVA HISTÓRIA 4.º ANO/EF 2015

Origem O gado foi introduzido, e passou a ser criado nos engenhos do Brasil em meados do século XVI, para apoiar a economia açucareira como força

AMÉRICA PORTUGUESA: BRASIL

Revoltas Coloniais / Nativistas. História do Brasil

Domínios Estrangeiros e Economia Colonial. Alan

Lutas e processo de independência. Patrícia Albano Maia

Jimboê. História. Avaliação. Projeto. 4 o ano. 4 o bimestre

Aula 08 Movimentos de Pré- Independência e Vinda da Família Real.

Cópia autorizada. II

Disciplina: HISTÓRIA Data: 15/12 /2018 Ensino Fundamental II Série: 7º ano Turma: BA; BE;

Sociedade do Ouro. Prof. Victor Creti

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO II ETAPA LETIVA HISTÓRIA 5.º ANO/EF 2018

Regulação Semestral do Processo Ensino Aprendizagem 4º bimestre Ano: 2º ano Ensino Médio Data:

REVISÃO I Prof. Fernando.

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO II ETAPA LETIVA HISTÓRIA 4.º ANO/EF

LISTA DE RECUPERAÇÃO. Do 3º trimestre - Disciplina: HISTÓRIA

Mineração no século XVIII. Furtado cap. 13 a 15

A colonização da América

O BRASIL COLONIAL ( ) PROF. OTTO TERRA

Cópia autorizada. II

Livro de atividades - páginas 10 e 11

biografia de tiradentes

Profª Adriana Moraes

02. A atividade mineradora ao longo de todo o século XVIII alterou a paisagem no ambiente da área mineradora.

BRASIL DE PAÍS AGROEXPORTADOR A PAÍS INDUSTRIALIZADO CAPÍTULO 1 PROFESSOR LEONAM JUNIOR COLÉGIO ARI DE SÁ CAVALCANTE

TIRADENTES O HERÓI DA INCONFIDÊNCIA

RELACIONE a política mercantilista com a colonização e exploração do continente americano.

CONTEÚDOS HISTÓRIA 4º ANO COLEÇÃO INTERAGIR E CRESCER

Exercícios de Expansão Territorial, Século do Ouro e Revoltas Nativistas

AS VÉSPERAS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA

O processo de Independência do Brasil Aulas 40 e 41

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA O Egito está situado no Nordeste da África em meio a dois imensos desertos: o da Líbia e o da Arábia.

A Formação Territorial do BRASIL

Revoltas Nativistas e Anticoloniais. Alan

CIÊNCIAS HUMANAS ADA 1º BIMESTRE - CICLO I HISTÓRIA 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ATIVIDADES

Brasil - Período Colonial

Formação espacial do Brasil. Prof. Gonzaga

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 10 AS ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES

Colonização espanhola na América

Cópia autorizada. II

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 18 OS MOVIMENTOS SEPARATISTAS: INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789)

A empresa açucareira e o Brasil holandês Prof. Maurício Ghedin Corrêa

OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO O povoamento brasileiro, no século XVI, se limitou em territórios litorâneos próximos ao oceano Atlântico onde desenvolveram

Geografia Marcelo Saraiva

Sociedade Açucareira VERSÃO DO ALUNO OS ENGENHOS DE AÇÚCAR

Capítulo 06. Economia e sociedade no período da cana-de-açúcar no Brasil

CADERNO DE EXERCÍCIOS 1F

Colonização Espanhola na América. Módulo 3

Obs.: *Fazer a leitura de todo o conteúdo (P.06 a 24), em seguida responda as questões. * Depois revise com atenção tirando as duvidas.

O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL COLÉGIO PEDRO II PROFESSOR: ERIC ASSIS

1. Brasil: formação e organização do território P Á G I NAS 0 2 À 19.

COLONIZAÇÃO DO BRASIL

ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO DE HiSTÓRIA

4 - A EUROPA NOS SÉC.S XVII E XVIII SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS COLONIAIS 3. TRIUNFO DOS ESTADOS E DINÂMICAS ECONÓMICAS NOS SÉCULOS XVII E XVIII

Reforço das economias nacionais e tentativas de controlo do comércio. Jorge Penim de Freitas

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 11 A UNIÃO IBÉRICA (1580)

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 7º - Ensino Fundamental Professora: Letícia

Aluno( (a): Nº_ Disciplina: CIÊNCIAS HUMANAS Professor (a): Barros Antônio Guimarães Dutra Goiânia,JUNHO de 2017 AVALIAÇÃO DIA 12 DE JUNHO DE 2017

A escravidão também chamada de escravismo, escravagismo e escravatura é a prática social em que um ser humano adquire direitos de propriedade sobre

ROTEIRO DE ESTUDOS I ETAPA LETIVA HISTÓRIA 5.º ANO/EF 2018

Crise do Sistema Colonial: Rebeliões Coloniais e Tentativas de Emancipação

A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL

OS DOIS BRASIS QUAL A ORIGEM DO SUBDESENVOLVIMENTO DO BRASIL? PENSAMENTO DETERMINISTA

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 17 REBELIÕES COLONIAIS

A EXPANSÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA

Ouro e Serra Pelada (A Corrida pelo Ouro e a problemática ambiental) Mariana Antunes Vieira

ESCOLA NOVA PEDAGOGIA. ALUNO: TURMA POFESSORA: ADRIANA SOARES TAREFÃO AM1

Unidade Parque Atheneu Professor (a): João Carlos Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE HISTÓRIA

Atividade de Revisão Prova 1 cap. 01 Questões Objetivas. Utilize o mapa a seguir para auxiliar na resolução das questões de 1 a 4:

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

29/10/2013. Engenho: Unidade produtiva

Transcrição:

MINERAÇÃO NA COLÔNIA PORTUGUESA

Áreas de mineração no Brasil colonial.

Ao longo do século XVIII, o imposto estabelecido pela Coroa portuguesa variou muito. O mais frequente foi o quinto: o governo português ficava com a quinta parte de todo o ouro encontrado. Assim, de cada 100 kg de ouro retirados das minas, 20kg pertenciam ao rei. Com o esgotamento das jazidas, o governo português determinou que o quinto não deveria ser inferior a cem arrobas (1500 kg) por ano. Quando não chegasse a isso, os guardas do rei podiam invadir casas para confiscar bens até totalizar os quilos estipulados > DERRAMA. A Derrama foi o estopim de uma revolta contra o domínio português: a Inconfidência Mineira.

GRANDES E PEQUENOS EXPLORADORES Os depósitos eram encontrados no leito dos rios e córregos (ouro de aluvião), ou em jazidas no interior da terra. As maiores minas eram chamadas de lavras: eram exploradas pelos grandes mineradores, que tinham a seu serviço numerosos trabalhadores (escravos e etc.) As minas menores e as lavras, quase esgotadas pelos grandes mineradores, ficavam para os garimpeiros ou os faíscadores ( veio do fato de, no leito dos rios, a areia e as pedras que continham ouro faiscarem, isto é, brilharem ao sol.) Eram geralmente homens livres e escravos autorizados pelos mineradores.

FAISCADORES O trabalho do faiscador consistia em recolher a areia do rio ou da terra da mina. O material era colocado na bateia (uma vasilha de madeira) para ser lavado. A areia e a terra, mais leves, eram retiradas, enquanto o ouro, mais pesado, ficava no fundo da bateia, sendo recolhido pelo garimpeiro.

A SOCIEDADE MINEIRA Em sua maioria, tanto os donos das minas quanto os que trabalhavam nelas moravam em vilas e cidades. Algumas delas tinham uma intensa vida urbana: ruas repletas de gente, igrejas decoradas com ouro, grupos musicais, poetas, escultores. Muitas das construções eram sólidos sobrados, decorados com materiais de pedra, ferro e porcelana. A sociedade se tornou mais complexa. Profissões urbanas, até então pouco praticadas, ganharam impulso. Artesãos, funcionários públicos, comerciantes, tropeiros, vendedores ambulantes, profissionais liberais passaram a fazer parte da vida cotidiana das cidades.

TROPEIROS: homens que conduziam tropas de mulas com mercadorias de outras regiões para as Gerais e para áreas do centro da colônia. PROFISSIONAIS LIBERAIS: pessoas que exercem profissões como as de médico, advogado, engenheiro, etc.

Sociedade mais flexível, em relação à sociedade da produção do açúcar: número maior de pessoas nas camadas sociais intermediárias. Entretanto, a polarização entre senhores de terras e escravos, característica da sociedade açucareira, continuou a predominar sobre as outras relações sociais.

RIQUEZA E MISÉRIA Como todos os esforços eram dirigidos à extração do outro, quase não se cultivava a terra na região das minas; Assim, alimentos e outros produtos tinham de vir de regiões como o Nordeste, o Sul e o Leste, transportados no lombo de mulas; Como resultado, intensificou-se o comércio entre várias regiões da colônia e o contato que mantiveram entre si; A fome, a doença e a morte prematura era enfrentada não só por escravos que sofriam com o trabalho excessivo e insalubre;

CRISE DE FOME Entre 1700 e 1713, em plena época de prosperidade, as minas foram assoladas por crises cíclicas de fome. Ricos proprietários tiveram de comer cães, fatos e insetos, como reata Eduado Galeano, no livro As veias abertas da América Latina. Além da fome, tinham de cumprir longas jornadas de lavagem do ouro, com os pés sempre imersos na água. Enfraquecidos e esgotados, os moradores das minas eram vítimas fáceis de doenças e epidemias.

As crises de fome ocorreram principalmente no início do povoamento, quando o abastecimento da região ainda era precário. Mesmo depois de estabelecidas as rotas seguidas pelos tropeiros, o abastecimento das minas permaneceu penoso: o alimento vinha de longe e sua conservação era difícil. Com a escassez dos gêneros de primeira necessidade e a grande quantidade de ouro em circulação, os preços subiram vertiginosamente(inflação). Até os produtos mais triviais tornaram-se valiosos e, na falta de moeda oficial, eram pagos com ouro.

CONSEQUÊNCIAS DA EXPLORAÇÃO DO OURO Com a descoberta do ouro, o eixo da economia de descolou do Nordeste para o Sudeste. Toda a vida colonial foi alterada; A população da colônia aumentou; O interior do território começou a ser ocupado; Surgiram cidades; As profissões se diversificaram; A mobilidade social aumentou; Estilo de vida das pessoas da colônia foi alterado.

ADMINISTRAÇÃO DA COLÔNIA Na esfera administrativa, o governo português tomou várias medidas para resolver os conflitos surgidos na área de mineração, assim como aumentar o controle e a eficiência na cobrança de impostos, como: Criação da Inconfidência das Minas em 1702 para controlar a exploração do ouro; Criação de novas capitanias, como a de São Paulo(1709), a de Minas Gerais (1720), a de Goiás(1744) e a de Mato Grosso (1748), situadas na região do ouro. Elevação do Estado do Brasil à categoria de vice reino (1762) Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), para que a sede do governo colonial ficasse mais próxima da área das minas.