SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA. Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua

Documentos relacionados
Orientações para Notificação / Investigação de casos suspeitos de Sarampo (CID 10: B05)

ORIENTAÇÃO DO DEPARTAMENTO CIENTÍFICO DE INFECTOLOGIA DA SOCEP PARA OS PEDIATRAS PARA O ENFRENTAMENTO DO SURTO DE SARAMPO NO CEARÁ

INFECTOPEDIATRIA COQUELUCHE E SARAMPO

Informe Técnico Sarampo e Rubéola

NOTA TÉCNICA AOS ENFERMEIROS DO ES RISCO DE REINTRODUÇÃO DO VIRUS DO SARAMPO

Síndromes clínicas ou condições que requerem precauções empíricas, associadas às Precauções Padrão.

Informe Técnico Sarampo e Rubéola

Agentes de viroses multissistêmicas

NOTA DE ALERTA SARAMPO

Sarampo. Transmissão Sintomas Tratamento Vacinação e Prevenção

Informe Técnico. Assunto: Informe sobre a situação do sarampo e ações desenvolvidas - Brasil, 2013.

Sarampo. O sarampo ocorre em todo o mundo. No entanto, a interrupção da transmissão autóctone do sarampo foi alcançada em vários países.

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 5. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. ZIKA VIRUS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Doenças Exantemáticas em Pediatria. Dra. Joelma Gonçalves Martin Departamento de Pediatria Faculdade de Medicina - UNESP

NOTA INFORMATIVA Nº 57/2018-CGDT/DEVIT/SVS/MS

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Secretaria da Saúde

Ofício Circular S/SUBPAV/SAP n.º 019/2015 Rio de Janeiro, 03 de novembro de 2015.

Atualização das medidas de controle: Sarampo/Rubéola

NOTA INFORMATIVA FEBRE PELO VÍRUS ZIKA NO ESTADO DE SÃO PAULO, MAIO 2015

Imagem da Semana: Fotografia

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO / RUBÉOLA. 24 de setembro de 2018

Influenza (gripe) 05/07/2013

Doenças Exantemáticas Agudas (DEAS)

Doenças exantemáticas DIP II

INFORME TÉCNICO 001/2016

Manejo dos casos suspeitos de Febre pelo vírus ZIKA / Microcefalia

Circulação do vírus da rubéola no Brasil será monitorada pela OMS até

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO / RUBÉOLA. Julho de 2019

Informe Técnico - SARAMPO nº4 Atualização da Situação Epidemiológica

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO / RUBÉOLA. Julho de 2019

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO / RUBÉOLA. 04 de outubro de 2018

DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS

Espectro clínico. Figura 1 Espectro clínico chikungunya. Infecção. Casos Assintomáticos. Formas. Típicas. Fase Aguda. Fase Subaguda.

DIVISÃO DE LABORATÓRIO CENTRAL HC FMUSP PARAMETRIZAÇÃO DE COLETA

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO / RUBÉOLA. 04 de julho de 2018

ARBOVIROSES - FLUXOGRAMA DA LOGÍSTICA LABORATORIAL E DE NOTIFICAÇÃO - CAP 3.1 ZIKA DENGUE

A r g avo v s o s Ep E i p de d m e i m ol o óg ó i g co c s CON O CEI E T I OS DOE O N E ÇA

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. CHIKUNGUNYA Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Sarampo e Doenças Degenerativas

Hospital Angelina Caron - HAC Prova Geral

FUPAC Araguari Curso de medicina. Disciplina Saúde Coletiva II 7º período. Prof. Dr. Alex Miranda Rodrigues. A CRIANÇA COM DISPNÉIA

Manejo de casos suspeitos de Febre Maculosa. Outubro de 2018

INDICAÇÕES PARA USO DO FOSFATO DE OSELTAMIVIR (TAMIFLU )

ESTRATÉGIA DE ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE SINDROME GRIPAL HC-FMUSP

NOTA TÉCNICA CONJUNTA

Direcção-Geral da Saúde

Vigilância das Arboviroses

ALERTA AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Influenza A H1N1: Manejo do paciente Vigilância Epidemiológica Biossegurança

O INVERNO ESTÁ CHEGANDO Temos que dobrar os cuidados

INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS (IRAs) NA INFÂNCIA. Enfermagem na Atenção Básica Profa. Maria De La Ó Ramallo Veríssimo

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

NOTA TÉCNICA. Coleta, Acondicionamento e Transporte de Material para Diagnóstico de Influenza. ALERTA Recife, 15 de Maio de 2013.

NOTA INFORMATIVA Nº 92, DE 2017/SVS/MS

Assunto: Procedimentos a serem adotados para a vigilância da Febre do vírus Zika no Brasil

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO e RUBÉOLA

Doença de Kawasaki. Acadêmico: Lucas Thiesen Pientka Orientadores: Dr. Marcos Cristovam Dra. Adriana Bresolin Cascavel, outubro de 2015

Orientações gerais para as famílias. Ambulatório

GRIPE INFLUENZA TIPO A H1N1. Prefeitura Municipal de Campinas Secretaria Municipal de Saúde Coordenadoria de Vigilância em Saúde

ALERTA SARAMPO Atualização da situação epidemiológica Fevereiro 2014

PRECAUÇÕES PADRÃO Contato Respiratório (Gotículas, aerossóis)

ORIENTAÇÕES SOBRE USO DE OSELTAMIVIR (TAMIFLU ) NO MANEJO DE PESSOAS COM SÍNDROME GRIPAL OU PROFILAXIA DE INFLUENZA

O Sarampo é uma doença infecciosa grave, extremamente contagiosa, que. pode evoluir com complicações e óbito. Eliminada das Américas em 2016,

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO Nº 05 VÍRUS ZIKA SEMANA 15 MATO GROSSO DO SUL / 2016

Tratamento (Coquetel Anti- HIV)

Gripe H1N1: o que é, sintomas, tratamentos e como prevenir

9º ano em AÇÃO. Assunção contra o mosquito!

Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika Vírus

CENTRO ESTADUAL DE VIGILÂNCIA DIVISÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A SITUAÇÃO DA INFLUENZA NO RS 24/06/11

COORDENADORIA DE VIGILÂNCIA ÀS DOENÇAS E AGRAVOS NOTA TÉCNICA 02/2017. Assunto: Orientação sobre conduta diante dos casos ou surto de conjuntivite

CAPACITAÇÃO AGENTE COMUNITÁRIOS

INFORME EPIDEMIOLÓGICO - INFLUENZA Monitoramento Epidemiológico da Semana 01 a 52 de 2017.

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Vigilância das Arboviroses

Guia de Serviços Atualizado em 01/07/2019

Nota Técnica 03/2017 CIEVS/GEEPI/GVSI. Assunto: Fluxo Assistencial de Pessoa com Suspeita de Febre Amarela na Rede SUS-BH

Infecções da pele. A pele integra saudável protege os tecidos subjacentes e proporciona uma excelente defesa contra os micróbios invasores

Informe Epidemiológico

Inquérito epidemiológico *

RESULTADO TRABALHOS CIENTÍFICOS

SARAMPO. Introdução. Agente etiológico

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DE PACIENTES COM DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA PARA A REDE DE SAÚDE DE RIO CLARO Versão II 12/08/2009

GRIPE PERGUNTAS E RESPOSTAS

Paraná registra primeira morte por hantavirose em

HC UFPR COMITÊ DE INFLUENZA SUÍNA

Informe Técnico SARAMPO nº 6 Atualização epidemiológica CASOS CONFIRMADOS DE SARAMPO - BRASIL, 2011

HELTON FERNANDES DOS SANTOS LABVIR ICBS - UFRGS

& INCIDÊNCIA DE RUBEÓLA, CAXUMBA E SARAMPO NO MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS ENTRE OS ANOS 1995 E

SARAMPO: Procedimentos em unidades de saúde - Programa Nacional Eliminação Sarampo

infectadas. O período de contagiosidade estimado estende-se do quinto dia antes

FEBRE AMARELA VACINE-SE PREVENIR SAIBA COMO CONHEÇA OS SINTOMAS E

ADULTO TAMBÉM TOMA VACINA!

Meningite: O que você PRECISA SABER

Afastamento de pacientes com Doenças Infecto-Contagiosas

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

Informe técnico XXIX Influenza A (H1N1)

Transcrição:

Hospital Regional Dr. Leopoldo Bevilacqua PROTOCOLO DE SARAMPO - 2018 -

ELABORAÇÃO 2018 Arnaldo D'Amore Zardo Médico Infectologista do SCIH Renan Augusto de Ramos Enfermeiro do NHE Ivana Franco de Souza Enfermeira do SCIH Junior Muniz Auxiliar de Enfermagem do SCIH APROVAÇÃO 2018 Membros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CCIH HRLB Arnaldo D'Amore Zardo Médico Infectologista Carlos Augusto Silva Diretor de Serviços Administrativos Edna Maria Mescyszyn Enfermeira Flávia Rascado Matos Muniz Farmacêutica Ivana Franco de Souza Enfermeira Junior Muniz Auxiliar de Enfermagem Ligia Mara Artemtchonque Bioquímica Marcelo George Pedroso de Oliveira Enfermeiro Márcio José Mendes Bazzo Médico Neusa Balbo de Almeida Diretora de Enfermagem Robson Régio Pinto Secretário Sandra Maria Assumpção Médica da Vigilância Epidemiológica DIRETORIA HRLB 2018 Márcio José Mendes Bazzo Diretor Técnico Fredy Amable Paredes Buitron Diretor Clínico

SARAMPO O Sarampo é uma doença infecciosa aguda grave, extremamente contagiosa, que pode evoluir com complicações e óbito. A doença ainda é endêmica em regiões da Europa e Ásia, por isso a necessidade de manutenção de altas, homogêneas coberturas vacinais e constante vigilância epidemiológica, mesmo em países onde não há mais circulação do vírus. A sustentabilidade da eliminação do sarampo, da rubéola e síndrome da rubéola congênita requer o compromisso de todos: médicos, demais profissionais da saúde, sistemas de vigilância epidemiológica, adequada rede de diagnóstico laboratorial e de programas de vacinação em níveis federal, estadual e municipal. Desde julho de 2017, a Venezuela enfrenta surto de sarampo. Devido ao intenso fluxo migratório para o nosso país, o vírus foi reintroduzido. Roraima, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro já têm casos confirmados (atualizado em 04 de julho de 2018). Características Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave e de alta transmissibilidade. Transmissão ocorre através do contato com secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, falar, espirrar ou respirar. Transmissão ocorre de 4 a 6 dias antes do exantema e dura até 4 dias após o seu aparecimento. Diagnóstico diferencial Rubéola, Dengue, Influenza, Roséola infantum, Enteroviroses, Parvovírus B19, Chikungunya, Zika, Riquetsiose, Sepse Bacteriana, Meningococcemia, Kawasaki. Manifestações clínicas comuns Período de incubação: 6 a 21 dias (média de 13 dias). Sintomas respiratórios transitórios, febre e rash podem aparecer, contudo, a forma assintomática é a mais comum nesse período. Fase prodrômica: duração de 2 a 4 dias podendo persistir por 8 dias. Sintomas como: febre alta, prostração, anorexia, conjuntivite, coriza e tosse são encontrados nessa fase. Fase exantemática: Surge 2 a 4 dias após o início da febre. As lesões são eritematosas, maculopapulares de surgimento crânio caudal e centrífugas. Escurecem e descamam após 3 a 4 dias. Em condições mais severas, as lesões podem tornar-se hemorrágicas. Região palmo plantar raramente é acometida. Lesões na cavidade oral poderão ser encontrados 48 horas após o surgimento do exantema. São elevadas, esbranquiçadas ou acinzentadas que medem 1 a 3 mm com uma base eritematosa (manchas de Koplik). Esplenomegalia e linfadenopatia podem ser encontrados. A febre eleva-se gradualmente, com pico máximo no início do período exantemático; a curva térmica pode ainda ser bifásica, com elevação inicial, declínio após 24 horas e posterior exacerbação, sendo também máxima no início de exantema (38,5 a 40,5 C). Sua queda ocorre, em crise ou lise, a partir do terceiro dia do exantema. Febre persistente, após o quarto dia de exantema, impõe minucioso exame clínico à procura de complicações bacterianas.

-

SARAMPO 6-21 dias Período de incubação Média de 11 dias Febre alta Até 8 dias Mal estar Coriza Período pródromos Tosse seca Conjuntivite Linha de Stimson Média de 2-4 dias Manchas de Koplic 1º e 2º dias clímax * Pico máximo febre Média de 7 dias Exantema maculopapular avermelhada com início em rosto retroauricular e cervical, caráter descendente chegando aos MMII no 3º dia. 6º-7º dia tom castaho acinzentado e descamação. Fase exantemática Em imunossuprimidos o exantema pode ser menos intenso. * Clímax 1º e 2º dias do exantema (febre mais alta, Koplik, exantema, congestão conjuntival)

Complicações: Ocorrem em 30% dos casos. Diarreia é a complicação mais comum (8% dos casos). Pneumonia bacteriana (6%) ou coinfecção viral por parainfluenza, adenovírus(25%), influenza, RSV, enterovírus. Encefalite e encefalomielite aguda disseminada (1 para 1000 casos de sarampo). Panencefalite subaguda esclerosante ocorre 7 a 10 anos após a infecção. Miocardite e pericardite. O sarampo hemorrágico, embora raro, é a forma clínica mais grave com que o sarampo se manifesta. Caracteriza-se por intensa toxemia, de início súbito com febre alta, convulsão, delírio, podendo chegar ao coma e resultar em graves distúrbios respiratórios. Além do exantema hemorrágico surge sangramento na boca, nariz e tubo digestivo. A coagulação intravascular disseminada parece estar envolvida nesse processo, que se caracteriza por ser frequentemente fatal. Alterações Laboratoriais: Inespecíficas. Trombocitopenia. Leucopenia. RX/TC: infiltrado intersticial. Investigação laboratorial via LACEN Sorologia (ELISA) para Sarampo Material e volume: 5 a 10 ml de soro em tubo gel. Fase de coleta: 1 atendimento ou no máximo até 28 dias após o surgimento do exantema. Conservar o tubo sob refrigeração (4-8 C) por no máximo 48 horas ou no freezer a -20 C por no máximo 4 dias. Transporte em caixa térmica com gelo reciclável. Isolamento e/ou RT- PCR para o vírus do sarampo - Secreção naso e orofaríngea Material: três swabs (1 de cada cavidade nasal e 1 da orofaringe), armazenar os três no mesmo tubo contendo solução salina. Fase de coleta: 1 atendimento ou no máximo até 7 dias após o surgimento do exantema. Conservar o tubo sob refrigeração (em -20ºC) por no máximo 48 horas. Transporte em caixa térmica com gelo reciclável.

- Urina Material e volume: 15ml de urina em frasco estéril. Fase de coleta: 1 atendimento ou no máximo até 7 dias após o surgimento do exantema. Conservar o tubo sob refrigeração (em -20ºC) por no máximo 48 horas. Transporte em caixa térmica com gelo reciclável. TRATAMENTO Não há terapêutica específica contra o vírus do sarampo e tampouco drogas capazes de prevenir ou interromper os sintomas da doença uma vez instalados. Entretanto, vários estudos têm observado que o uso de vitamina A em crianças com sarampo tem se associado à redução de mortalidade e da morbidade. A Academia Americana de Pediatria recomenda que a administração de vitamina A seja feita com cautela, monitorizando-se seus efeitos colaterais (abaulamento de fontanela, vômitos e cefaleia) e selecionando-se para a suplementação os seguintes pacientes: Pacientes de seis meses a dois anos de idade hospitalizados com sarampo e suas complicações como laringite, pneumonia e diarreia. Existem poucos estudos de avaliação de segurança e necessidade de suplementação em lactentes menores de seis meses. pacientes maiores de seis meses com sarampo que tenham qualquer dos seguintes fatores de risco e ainda não tenham recebido vitamina A: imunodeficiência (síndrome de imunodeficiência adquirida, imunodeficiência congênita e terapia imunodepressora); evidência oftalmológica de deficiência de vitamina A; dificuldade de absorção intestinal (exemplo: obstrução biliar, fibrose cística, etc.); desnutrição moderada e grave, incluindo aquela associada com distúrbios alimentares; imigração recente de áreas com altas taxas de mortalidade por sarampo. A dose de Vitamina A recomendada é de 100.000 UI, por via oral, para crianças menores de doze meses de idade e de 200.000 UI para crianças maiores de um ano. É preferível evitar a hospitalização dos casos não complicados, a menos que não possam ser corretamente tratados em casa. O repouso no leito se impõe, enquanto houver febre e erupção, devendo ser mantido o isolamento por cinco dias após o início do exantema. Os cuidados com os olhos limitam-se, na maioria das vezes, à limpeza diária com soro fisiológico; quando há intensa hiperemia com abundante secreção mucosa, pode ser feita limpeza com água boricada. Na presença de conjuntivite purulenta estão indicados os colírios de antibióticos por cinco a sete dias. Ambiente escuro é recomendado para o paciente quando a fotofobia é intensa. Os antimicrobianos não possuem nenhum efeito no curso do sarampo, nem qualquer capacidade de alterar o quadro inflamatório causado pelo vírus. Não devem, pois, ser utilizados, a não ser nos casos com complicação bacteriana. Nas encefalites, a corticoterapia tem valor questionável, estando indicada nas síndromes de hipertensão intracraniana que frequentemente acompanham esta complicação.

Controle hospitalar Na emergência, colocar uma máscara cirúrgica no paciente e direcioná-lo para o leito de isolamento. Instalar precaução para aerossol até 4 dias após o surgimento do rash em pacientes imunocompetentes e durante todo o período da doença em pacientes imunodeficientes. Máscara cirúrgica no paciente durante transporte. Máscara N95 ou PFF2 para os profissionais de saúde. Pessoas suscetíveis DEVEM EVITAR entrar no quarto do paciente com suspeita ou confirmação de sarampo. Em caso de alta, óbito ou transferência, o quarto deverá ser usado apenas 2 horas após limpeza terminal. Comunicar o SCIH e a Vigilância Epidemiológica imediatamente. BIBLIOGRAFIA American Academy of Pediatrics, Committee on Infectious Diseases. Vitamin A treatment of measles. Pediatrics 1993; 91: 5. Freire LMS, Menezes FR. Sarampo. In: Tonelli E, Freire LMS, ed. Doenças Infecciosas na Infância e Adolescência. 2a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 2000. P. 851-83. http://portalms.saude.gov.br/sarampo São Paulo. Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória.Protocolo de coleta de amostras biológicas. Out.2017 Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/resources/cvecentro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-respiratoria/sindromeda-rubeola-congenita-src/doc/sararubeola17_protocolo_laboratorial.pdf