A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO

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Transcrição:

Revista Científica UNAR (ISSN 1982-4920), Araras (SP), v.16, n.1, p.277-284, 2018. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA ALFABETIZAÇÃO Alexandra Cristina Martoni CARDOZO ¹ Eva Sandra Monteiro CIPOLA² Ademir Pinto Adorno de Oliveira JÚNIOR³ RESUMO Este artigo tem como objetivo mostrar a importância da inclusão do jogos e músicas no desenvolvimento das crianças. Através dos jogos, músicas e brincadeiras podemos atrair a atenção, e dessa forma oferecer um novo método de aprendizagem diversificado e atraente. Dessa forma o educador com um trabalho pedagógico variado consegue desenvolver o cognitivo das crianças utilizando-se de diversas possibilidades educativas á fim de conseguir no final a avaliação do seu trabalho desenvolvido. PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização. Lúdico na aprendizagem. ABSTRACT The article presented here aims to show how the process of literacy of young people and adults occurs, through differentiated techniques that allow full student development, since this comes from precarious school situations as well as daily life. Thus, the rescue of different techniques allows the EJA student to complete his studies satisfactorily and with the certainty of mediated learning. Thus, the article was made through bibliographical research, according to the theorists studied and quoted throughout the following text. KEYWORDS: Literacy. Ludico in learning. INTRODUÇÃO A partir do trabalho realizado poderemos identificar os caminhos traçados até hoje pela educação historicamente, com seus avanços e conquistas, as leis que garantem o atendimento para todas as crianças e quais as expectativas devem ser alcançadas em seu trabalho pedagógico. ¹Especialização em Alfabetização e Letramento com psicopedagogia institucional pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson-Unar, Araras, São Paulo, Brasil. E-mail do autor: alexandra.martoni@hotmail.com. ²Coordenadora e orientadora dos cursos de Pós Graduação e MBA do UNAR. e-mail: eva.cipola@unar.edu.br. ³ Coorientador

A trajetória da formação do professor para trabalhar com o lúdico em todas as areas, qual a necessidade encontrada para desenvolver uma aprendizagem, se deparando com tantas dificuldades encontradas e até mesmo com a situação de alunos que carregam consigo a desmotivação pelo aprender, o educador deve perceber que seu trabalho é baseado na concepção de educação e que une a ação, educação e assistência, trabalhando desta forma o educar. O lúdico acompanha as crianças em toda a fase de desenvolvimento, seja ela desde sua gestação onde mães expressam seu carinho mesmo com o bebê dentro de seu ventre,ondechegam a cantar músicas de ninar, no acalanto de seus braços pra dormir, e até em brincadeiras elaboradas em família e em grupo de amigos. A fase de alfabetização em alunos é muito devagar, pois o mesmo ao chegar na sala se depara com situações talvez nunca vivenciadas em seus lares, pela falta de diálogo e a falta de informações vindas de revistas, jornais e meios de comunicação, já na escola tudo isso e colocado em prática as vezes de forma um pouco assustadora para as crianças. O LUDICO NA ALFABETIZAÇÃO Para a criança começar o processo de alfabetização é preciso desde o início proporcionarmétodos que possam dar a condição para o conhecimento da leitura e da escrita, tornando essa capaz não somente à ler e escrever, mas fazer o uso das funções que ela irá construir em convívio com a sociedade. Ler éinteragir, dessa forma devemos incluir símbolos, imagens, jogos, músicas contribuindo para que a criança no decorrer de sua alfabetização tenha um caminho de perspectivas positivas, atraente e com um aprendizado de qualidade. Hoje ainda nos deparamos com muitos educadores que se limitam ao auxílio de cartilhas, livros e sem perceber deixam o lado lúdico para trás causando sérios problemas de aprendizagem em muitos alunos Através de atividades é possível construir um espaço amplo na leitura e na escrita. O educador ao incluir o lúdico deve estar preparado para a temática que irá trazer consigo, apresentar jogos, músicas, brincadeiras que possa estimular o processo de alfabetização, muitos desses processos ajudam a desenvolver e solucionar dúvidas e até mesmo inserir um aluno num grupo de amizades e até a busca pelo desconhecido A brincadeira e o jogo são as melhores maneiras de a criança comunicar-se sendo um instrumento que ela possui para relacionar-se com outras crianças. É através das atividades lúdicas que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade interior. Ela irá aos poucos se conhecendo melhor e aceitando a existência dos outros, estabelecendo suas relações sociais. Pinto e Lima(2003. P.5) A prática de um jogo possibilita tanto para o desenvolvimento do intelecto da criança quanto para sua relação interpessoal, fundamental para o processo de aprendizagem. Assim sendo, quando jogam ou criam os seus próprios jogos, as crianças terão uma compreensão maior de como o mundo funciona e de como poderão lidar com ele à sua maneira. Os jogos, portanto, podem ser afirmações do que está acontecendo, ou representações do que as crianças entendem. 278

No que consiste aos tipos de jogos, é importante destacar que são normais às expressões como: jogo tradicional e os jogos populares. O jogo tradicional é aquele transmitido de geração em geração, quase sempre de forma oral. De pais para filhos e de filhos para netos; de crianças mais velhas para crianças menores. (...) O jogo popular faz referência ao que procede do povo, por isso se define o jogo popular como aqueles que são praticados pelas massas e não necessariamente são jogos tradicionais, mesmo que com o tempo possam se perpetuar.murcia (2005. P.110) COMO OS JOGOS AUXILIAMNA ALFABETIZAÇÃO Profissionais da área educacional, comprometidos com a qualidade da sua prática pedagógica, reconhecem a importância do jogo como um veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos. O jogo não é simplesmente um passatempo para distração dos alunos; ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo ocupando um lugar de suma importância na educação escolar. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorando toda a sua espontaneidade criativa. O jogar é essencial para que a criança manifeste sua criatividade. É somente sendo criativo que a criança descobre seu próprio eu. Ele está intimamente ligado à espécie humana, é um fenômeno antropológico que serviu de vínculo entre os povos e é um facilitador da comunicação entre eles, sendo muito importantes os jogos e as brincadeiras para o desenvolvimento infantil e para o processo de ensino aprendizagem nesta etapa da educação. Ele se mostra um processo que poderá auxiliar as crianças, visto que precisa conhecer de várias ferramentas de aprendizagem para assimilar os conteúdos e se desenvolver cognitivamente e não contar somente com as formas tradicionais de ensino. Ao analisar a escola nos dias atuais vemos que os jogos são deixados muitas vezes de lado por vários motivos, inclusive por considerar que há outras coisas mais importantes a serem trabalhadas na escola não sobrando tempo assim para os mesmos. Através ao jogo não somente abre-se uma porta para o mundo social e para a cultura infantil como se encontra uma rica possibilidade de incentivar seu desenvolvimento. O jogo vincula-seao sonho, a imaginação, ao pensamento e ao símbolo e sobre o homem como ser simbólico, que se constrói coletivamente e cuja capacidade de pensar está ligada a capacidade de sonhar, imaginar e jogar com a realidade, é fundamental para propor uma nova pedagogia da criança. Kishimoto vê o jogo como gênese da metáfora humana. Ou, talvez, aquilo que nos torna realmente humanos. Kishimoto (P. 183. 1994).significados. É uma proposta para a educação de crianças (e professores de crianças) com base nos jogos e nas linguagens artísticas. A concepção de Kishimoto 279

No momento que se inclui jogos, a presença do educador sobre a atividade aplicada se torna indispensável, o aluno consegue desenvolver a memória e o raciocínio lógico sobre os jogos, importante também realizar intervenções e abordagens durante a atividade exercidapara valorizar as potencialidades de cada brinquedo e a exploração dos mesmos. Brincar faz parte da vida das crianças desde muito cedo e traz um momento de felicidade e descobertas por algo desconhecido. Isso ajuda a despertar sua curiosidade para estabelecer proximidades com objetos fazendo estimular seus futuros conhecimentos. Participar de atividades que estimulam o convívio coletivo e desenvolvimento de habilidades no convívio social. O importante na brincadeira é incentivar o aluno na participação gratuíta sem receber nada em troca, apenas pelo prazer de brincar sem competição, mostrar que a cada jogo existem novas formas de aprender e estimular o desenvolvimento. Brincando as crianças aprendem, e como numa brincadeira de faz de conta onde ela se coloca no lugar da mãe ao brincar de casinha, se coloca no lugar do professor ao brincar de escolinha, estimulando sua criatividade e no desenvolvimento de seus signos. Assim, no espaço escolar, o jogo pode ser um veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos. O professor das fases iniciais pode e deve permitir a brincadeira. Entretanto, mais importante que isso é definir os objetivos que se deseja alcançar, para que este momento seja, de fato, significativo. Ensinar a brincar, de forma a mediar ações na zona de desenvolvimento proximal é uma forma de promover o crescimento de seu aluno. Brincar favorece a auto-estima da criança e a sua interação com o mundo que a rodeia, proporcionando situações de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. Por meio de jogos a criança aprende a agir, tem sua curiosidade estimulada e exercita sua autonomia (VYGOTSKY, p. 84. 1984; FREIRE, 1989; VASCONCELOS, 2002 O autor acima refere-se especificamente à brincadeira de "faz-de-conta, como brincar de casinha, brincar de escolinha, brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo. Faz referência a outros tipos de brinquedo, mas a brincadeira "faz-de-conta" é privilegiada em sua discussão sobre o papel do brinquedo no desenvolvimento. O brinquedo é a atividade principal da criança, aquela em conexão com a qual ocorrem as mais significativas mudanças no desenvolvimento psíquico do sujeito e na qual se desenvolvem os processos psicológicos que preparam o caminho da transição da criança em direção a um novo e mais elevado nível de desenvolvimento. (LEONTIEV, P. 56. 1998b). A partir do momento queé inserido uma brincadeira seja ela individual ou em grupo, é construída uma série de conhecimentos e várias habilidades são desenvolvidas, além de serem criadas diversas estratégias para solucionar os conflitos emocionais. Considerando importante esta construção da criança e privilegiando o brincar, mesmo assim é necessária uma atenção especial. Durante a brincadeira a criança usa vários recursos seassociando com elementos 280

disponíveis no ambiente e traz para o contexto do brincar, situações vivenciadas por ela ou por outra pessoa (imitação), construindo assim novos significados. Hoje em diaas mulheres conquistaram seu lugar no mercado de trabalho e estão cada vez mais sendo inseridas no campo de trabalho em busca de uma vida melhor, e até mesmo muitas dessas mulheres se tornam a única renda financeira de seus lares, e nesse momento a escola se torna um ambiente onde a criança passa maior parte do seu tempo. Sendo assim, são necessários espaços lúdicos para suprir suas necessidades de brincar como também abertura e disponibilidade dos envolvidos: professores, orientadores, diretores, para tal. A brincadeira está inserida na vida da criança. Na escola tem como função o aspecto de auxiliar no seu desenvolvimento enquanto ser humano, e a construção do conhecimento, aspectos esses que estão interligados. IMPORTÃNCIA DA MÚSICA NA ALFABETIZAÇÃO A música faz parte da vida da criança desde a sua gestação, ainda na barriga da mãe. Logo após o nascimento o convívio com a música se torna mais freqüente e já com alguns meses de vida ela começa a interagir com esses sons. As atividades com música em sala de aula ainda está sendo pouco desenvolvido, pois ainda é muito difícil encontrar no Brasil materiais ou até mesmo bibliografias falando a esse respeito. Porém alguns trabalhos já estão sendo desenvolvidos com sucesso, em toda fase escolar. As atividades realizadas com a música ajudam a desenvolver nas crianças habilidades e comportamentos necessários à convivência social, o qual é estimulado nas atividades coletivas, dentro das salas de aula ou em atividades externas. Através da música é possível trabalhar os sons, a voz, o corpo e o movimento com atividades criativas e divertidas, de forma que todos possam participar. Èimportante lembrar que o ensino da música não tem o objetivo de formar músicos e sim incentivar a criatividade. Ela proporciona ao professor um campo fértil para o desenvolvimento de tal habilidade A criação musical deve ser o ponto central do processo de ensinoaprendizagem ou de prática musical. Mais do que aprendizado ou a execução perfeita de exercícios e musica, o importante é propiciar, por meio da musicalização, modificações internasque levam ao crescimento do individuo. Zagonel(2011.P. 17) A música deve ser considerada uma verdadeira linguagem de expressão, que contribui na formação global da criança, além de estimular o equilíbrio. A música atende diferentes aspectos do desenvolvimento humano, como o aspecto social, físico, mental, emocional e espiritual, por isso tem sido um grande facilitador no processo de aprendizagem. Infelizmente hoje,muitos professores não utilizam a música como uma fonte de aprendizagem e de desenvolvimento, mesmo sendo exigida pela LDBN 9394/96. A música deve ser considerada uma verdadeira linguagem de expressão, que contribui na formação global da criança, além de estimular o equilíbrio, a criatividade, a sensibilidade, a auto estima. O importante benefício da música é perceber a influência que ela possui na alfabetizaçãoda linguagem. Conclui-se que a música é uma das mais importantes expressões humanas, e que por si só justifica sua presença no 281

processo de alfabetização. Nas aulas de música, a criança deverá ter múltiplas oportunidades para expressar-se livremente, para apreciar e aprender dentro de um macro de ampla liberdade. Uma criança criativa raciocina melhor e inventa meio de resolver suas próprias dificuldades. Percebendo toda a espontaniedade em cantar, dançar, temos a certeza que a música tem um papel importante no desenvolvimento integral da criança e em seu pensamento criativo.(gainza, Violeta Hemsyde. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: Summus, P. 22.1988) Promover atividades que envolvam música,que estejam relacionadas aos conteúdos trabalhados, auxiliam e favorece a aprendizagem, independente da matéria que seja lecionada. As cantigas de rodas e as parlendas também inserem ritmo e contexto aos conteúdos trabalhados, proporcionando prazer, interesse e o envolvimento efetivo das crianças, uma vez que a música exerce um papel extremamente afetivo e lúdico. Nesse sentido, pode-se observar que, desenvolver atividades relacionadas com música pode servir, também, de estímulo para crianças com dificuldades de aprendizagem e, ainda, contribuir sua inclusão no espaço escolar, pois, muitas crianças não conseguem interagir e com esse método elas acabam sendo agrupadas e dessa forma se tornam sociáveis. Antes ainda de começar a falar, podemos ver o bebê cantar, gorjear, experimentando os sons que podem ser produzidos com a boca. Observando uma criança pequena, podemos vê-la cantarolando um versinho, uma melodia, ou emitindo algum som repetitivo e monótono, balançando-se de uma perna, ou ainda para frente e para trás, como que reproduzindo o movimento de acalanto. Essa movimentação bilateral desempenha papel importante em todos os meios de expressão que se utilizam do ritmo, seja a música, a linguagem verbal, a dança etc (JEANDOT, 2001, p. 18). O Referencial Curricular Nacional (1998) aborda as brincadeiras cantadas: As canções de ninar tradicionais, os brinquedos cantados e rítmicos, as rodas e cirandas, os jogos com movimentos, as brincadeiras com palmas e gestos sonoros corporais, assim como outras produções do acervo cultural infantil, podem estar presentes e devem se constituir em conteúdos de trabalho (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL: Conhecimento de mundo 1988). Artes é um ensino obrigatório nos diversos níveis da Educação Básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural do aluno. Mais tarde, a música passa a ter mais destaque, quando a LDB é novamente alterada, em 18 de agosto de 2008, tornando obrigatório o ensino da música na Educação Básica. A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular. LDB( artigo 26 da lei nº 11769) 282

CONCLUSÃO Concluímos com esse trabalho que a Educação no Brasil vem tendo importantes mudanças, mas que ainda tem muito a ser avaliado e melhorado para que atinja uma educação de qualidade em todo país. Algumas escolas já desenvolvem um trabalho diferenciado com a inclusão de atividades diferenciadas no contexto educacional. É preciso ainda entender que hoje na Educaçãonão se deve mais existir apenas a alfabetização de forma a ser restrita a leitura, escrita e linguagem, é preciso que se desenvolvam práticas pedagógicas que possibilitem o desenvolvimento integral da criança. O professortem que estar apto a novas mudanças e a prática de novos conhecimentos, ter o conhecimento de novos instrumentos que regem essa educação e que se empenhe para que possa realizar um trabalho que propicie o desenvolvimento da criança utilizando das inúmeras práticas hoje já existentes e que se especialize não só através da formação superior mas também acompanhar as novas adaptações que estão sendo lançadas. O trabalho na Educaçãoé um campo em desenvolvimento que possibilita não somente o aprendizado do aluno mas também a profissionalização do docente em busca de aulas com rendimento positivo e satisfatória O aluno tem que ter o desejo pelo aprendizado, e essas novas técnicas possibilita uma inserção satisfatória, fazendo com que uma simples aula torne-se menos exaustiva e mais apreciada. REFERÊNCIAS PINTO, Gerusa Rodrigues; LIMA, Regina Célia Villaça. O desenvolvimento da criança. 6. ed. Belo Horizonte: FAPI, 2003. MURCIA, Juan Antonio Moreno (Org). Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005. KISHIMOTO, TizukoMorchida. O jogo e a educação infantil. 1a ed. São Paulo: Pioneira, 1994. 63 p. ZAGONEL, Bernadete. Brincando com música na sala de aula: jogos de criação musical usando a voz, o corpo e o movimento. Curitiba: Ibpex, 2011.. GAINZA, Violeta Hemsyde. Estudos de Psicopedagogia Musical. 3. ed. São Paulo: Summus. 1988.. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.. BRASIL, Lei Ordinária nº. 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Diário Oficial, Brasília, DF. 283

JEANDOT, Nicole. Explorando o Universo da Música. São Paulo: Ed. Scipione, 2001. 2ª Edição. LEONTIEV, A.N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimentoda psique infantil. VASCONCELOS, M. S. Brinquedo, Aprendizagem e o Desenvolvimento da Inteligência Reflexiva. Temas em Educação I Livro das Jornadas 2002. Curitiba: Futuro, 2002. FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1989. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes: São Paulo 1984. 284