ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 27. Profª. Lívia Bahia

Documentos relacionados
Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

LINHA DE CUIDADO GERAL EM DIABETE

ANÁLISE DO MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR EM INSULINODEPENDENTES PARA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO DIABETES MELLITUS

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA. Parte 26. Profª. Lívia Bahia

FISIOTERAPIA PREVENTIVA

DIABETES MELLITUS. Jejum mínimo. de 8h. Tolerância à glicose diminuída 100 a a 199 -

ÍNDICE. Introdução 4. O que é diabetes 5. Os diferentes tipos de diabetes 5. Fatores de risco do diabetes tipo 1 e tipo 2 6. Sintomas 7.

HIPERTENSÃO DIABETES ESTEATOSE HEPÁTICA

Abordagem de Prevenção ao Diabetes

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 3. Profª. Tatiane da Silva Campos

Introdução Descrição da condição

TRATAMENTO DIETÉTICO DO DIABETES MELLITUS. Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas

CADERNO DE QUESTÕES. Comentário: 2. (2015/CONSULPLAN/HOB). Acerca do Diabetes mellitus, assinale a alternativa correta.

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

TÍTULO: HIPERTRIGLICERIDEMIA PÓS-PRANDIAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E O RISCO CARDIOVASCULAR

AULA: 5 - Assíncrona TEMA: Cultura- A pluralidade na expressão humana.

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

Aula 05 DIABETES MELLITUS (DM) Definição CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES. Diabetes Mellitus Tipo I

Aprenda a Viver com a Diabetes

Medicações usadas no tratamento do Diabetes Mellitus. Disciplina Farmacologia Profª Janaína Santos Valente

O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE DOENÇA METABÓLICA

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

Aula 1 - Fatores de risco Cardiovascular

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Diabetes Mellitus Parte 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

O papel do enfermeiro com os clientes diabéticos [1]

5) Hiperglicemia hospitalar

MUTIRÃO DA SAÚDE. Doutora, Docente do Departamento de Biologia Estrutural, Molecular e Genética da UEPG, 4

Protocolo para controle glicêmico de paciente não crítico com diagnóstico prévio ou não de diabetes mellitus

Principais sintomas: - Poliúria (urinar muitas vezes ao dia e em grandes quantidades); - Polidipsia (sede exagerada); - Polifagia (comer muito);

PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

Insulinoterapia no Diabetes tipo 1. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

RASTREAMENTO DE PRESSÃO ARTERIAL E GLICEMIA

número 29 - setembro/2016 RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Hipertensão Arterial. Educação em saúde. Profa Telma L. Souza

INVESTIGAÇÃO DO ESTADO GLICÊMICO EM FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO E ATIVIDADES PROFISSIONALIZANTES.

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO DA PESSOA COM DOENÇA CRÔNICA

Acompanhamento farmacoterapêutico do paciente portador de Diabetes mellitus tipo 2 em uso de insulina. Georgiane de Castro Oliveira

TALITA GANDOLFI PREVALÊNCIA DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES IDOSOS DIABÉTICOS EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE PORTO ALEGRE-RS

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSIVEIS. Doenças Renais Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

Vigilância e Monitoramento de Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis

DIABETES MELLITUS: PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES EM IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE ALAGOA GRANDE-PB

Pâncreas O Pâncreas é um órgão do sistema digestivo e endócrino. Tem uma função exócrina (segregando suco pancreático que contém enzimas digestivas) e

DIMINUA O RISCO DE ATAQUE CARDÍACO E ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CONTROLE A SUA TENSÃO ARTERIAL D I A M U N D I A L DA S AÚ D E 2013

PALAVRAS-CHAVE Escore de Framingham. Atenção Básica. Cuidado. PET- Saúde.

Qualidade de Vida 02/03/2012

Controle glicêmico no paciente hospitalizado. Profa. Dra. Juliana Nery de Souza- Talarico Depto. ENC Disciplina ENC 240

Protocolos de Enfermagem para Pacientes Crônicos: experiência de Florianópolis. Lucas Alexandre Pedebôs

Problemas Endócrinos

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais, e

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 1. Profª. Tatiane da Silva Campos

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR ENTRE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA.

19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

AÇÃO DE INTERVENÇÃO SOCIAL EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE GRÃO MOGOL MINAS GERAIS

Nefropatia Diabética. Caso clínico com estudo dirigido. Coordenadores: Márcio Dantas e Gustavo Frezza

41 ANOS DE EXISTÊNCIA. 942 Médicos Cooperados 71 mil clientes. 1ª Sede Praça Carlos de Campos

DIABETES: IMPORTANTE FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR

DATA HORÁRIO TITULO. A MAPA e seu valor de preditividade para doença hipertensiva gestacional em adolescentes primíparas.

Doença de Addison DOENÇA DE ADDISON

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LUCIANA MACEDO MEDEIROS CARTILHA DE AUTOCUIDADO PARA OS DIABÉTICOS DA UBS ASSIS BRASIL

DIABETES MELLITUS ( DM )

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

Os Benefícios da Atividade Física no Tratamento do Transtorno no Uso de Drogas

ESTUDO DIRIGIDO - DIABETES MELLITUS - I

Autor(es) MILENE FRANCISCHINELLI. Orientador(es) FÁTIMA CRISTIANE LOPES GOULARTE FARHAT. Apoio Financeiro FAPIC/UNIMEP. 1.

Sumário. FUNDAMENTOS DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM 32 Capítulo 1 Introdução à Enfermagem 34. Capítulo 6 Valores, Ética e Defesa de Direitos 114

AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA OBSTÉTRICA ENDOB

DIABETES MELLITUS. Em exercícios

Paulo C J L Santos, PhD Department of Pharmacology Federal University of Sao Paulo, EPM-UNIFESP, Sao Paulo, Brazil

Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica b

Maio, Unidade de Cuidados na Comunidade de Castelo Branco. Hipertensão Arterial

Auditório das Piscinas do Jamor 20 e 21 de Outubro Corrida e Saúde

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

FACULDADE ICESP INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

ASSOCIAÇÃO DO ÁCIDO GRAXO ÔMEGA 3 EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

& VIVÊNCIAS ACADÊMICAS EM UMA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA

Colaboradores...5 Dedicatória...6 Agradecimentos...7 Prefácio...9

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS AVE / AVC. Profª. Tatiane da Silva Campos

ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR PARA O ATENDIMENTO AOS PACIENTES DIABÉTICOS INTERNADOS

PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS. Acadêmica de medicina: Sângela Cunha Pereira Liga de diabetes.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre Secretaria Municipal de Saúde Coordenação da Rede de Atenção Primária em Saúde (CGRAPS) Área Técnica de Saúde

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Assistência de Enfermagem ao Pré-Natal Parte 7. Profª. Lívia Bahia

ABORDAGEM NÃO FARMACOLÓGICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

GLICEMIA DE JEJUM NA AVALIAÇÃO DO METABOLISMO GLICÍDICO

Os Benefícios da Atividade Física no Tratamento da Dependência Química. Benefícios Fisiológicos

MODY: QUANDO SUSPEITAR? COMO INVESTIGAR? YARA MEDEIROS CONGRESSO CATARINENSE DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA 2015

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DOS PACIENTES DIABÉTICOS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA ESMÉRIA EM NEPOMUCENO-MINAS GERAIS

TPC Módulo 3 As respostas obtidas

PALAVRAS-CHAVE Hipertensão arterial. Diabetes mellitus. Glicemia capilar. Medicamentos.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA LUCIANA HENDGES ROTINA ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DIABÉTICO NA ESF EM CHAPECÓ/SC

Saúde do Homem. Medidas de prevenção que devem fazer parte da rotina.

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

O CONHECIMENTO SOBRE O DIABETES TIPO I DOS ADOLESCENTES ATENDIDOS EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas FBF Fundamentos de Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica

Benefícios Fisiológicos

Projecto MobES, Mobilidade e Envelhecimento Saudável

Cetoacidose Diabética

Transcrição:

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA Parte 27 Profª. Lívia Bahia

Estratégias para o cuidado ao paciente com doença crônica na atenção básica Diabetes O termo diabetes mellitus (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina;

É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares;

No Brasil, dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2011, mostram que a prevalência de diabetes autorreferida na população acima de 18 anos aumentou de 5,3% para 5,6%, entre 2006 e 2011; É estimado que o Brasil passe da 8ª posição, com prevalência de 4,6%, em 2000, para a 6ª posição, 11,3%, em 2030;

Rastreamento A probabilidade de apresentar diabetes ou um estado intermediário de glicemia depende da presença de fatores de risco; As pessoas com fatores de risco para DM deverão ser encaminhados para uma consulta de rastreamento e solicitação do exame de glicemia. Não existem evidências para a frequência do rastreamento ideal;

Recomenda-se que a consulta de rastreamento para a populaçãoalvo definida pelo serviço de saúde seja realizada pelo enfermeiro da UBS, encaminhando para o médico em um segundo momento, a fim de confirmar o diagnóstico dos casos suspeitos;

Os objetivos da consulta de rastreamento são: o conhecer a história pregressa da pessoa; o exame físico, incluindo a verificação de pressão arterial, de dados antropométricos (peso, altura e circunferência abdominal) e do cálculo do IMC; o identificar os fatores de risco para DM; o avaliar as condições de saúde e solicitar os exames laboratoriais necessários e que possam contribuir para o diagnóstico e para a decisão terapêutica ou preventiva;

Critérios para o rastreamento da DM em adultos assintomáticos * OU risco cardiovascular moderado

Classificação DM tipo 2 abrange cerca de 90% dos casos de diabetes na população, sendo seguido em frequência pelo DM tipo 1, aproximadamente 8%; Em algumas circunstâncias, a diferenciação entre o diabetes tipo 1 e o tipo 2 pode não ser simples. Em alguns casos de dúvida, podem ser solicitados níveis de anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-gad) e avaliação da reserva de insulina pancreática por meio da medida de peptídeo-c plasmático; Anticorpos positivos e peptídeo C abaixo de 0,9 ng/ml sugerem o diagnóstico de diabetes tipo 1, enquanto que anticorpos negativos e peptídeo C elevado sugerem diabetes tipo 2;

Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Atenção Básica e Saúde da Família - A apresentação do diabetes tipo 1 é em geral abrupta; - Acomete principalmente crianças e adolescentes sem excesso de peso; - Na maioria dos casos, a hiperglicemia é acentuada, evoluindo rapidamente para cetoacidose, especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse. O termo tipo 1 indica o processo de destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose; - O DM tipo 2 costuma ter início insidioso e sintomas mais brandos; - Manifesta-se, em geral, em adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar de DM tipo 2; O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina, isto é, há um estado de resistência à ação da insulina, associado a um defeito na sua secreção, o qual é menos intenso do que o observado no diabetes tipo 1. Seu uso, nesses casos, não visa evitar a cetoacidose, mas alcançar o controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose nesses casos é rara

Diagnóstico Os sinais e sintomas característicos que levantam a suspeita de diabetes são os quatro P s : poliúria, polidipsia, polifagia e perda inexplicada de peso; Embora possam estar presentes no DM tipo 2, esses sinais são mais agudos no tipo 1, podendo progredir para cetose, desidratação e acidose metabólica, especialmente na presença de estresse agudo; Sintomas mais vagos também podem estar presentes, como prurido, visão turva e fadiga.

Elementos clínicos que levantam a suspeita de DM Atenção Básica e Saúde da Família

No DM tipo 2, o início é insidioso e muitas vezes a pessoa não apresenta sintomas. Não infrequentemente, a suspeita da doença é feita pela presença de uma complicação tardia, como proteinuria, retinopatia, neuropatia periférica, doença arteriosclerótica ou então por infecções de repetição; O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia. Existem quatro tipos de exames que podem ser utilizados no diagnóstico do DM: glicemia casual, glicemia de jejum, teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG) e, em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c);

A hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada ou glicohemoglobina (A1C e HbA1C), indica o percentual de hemoglobina que se encontra ligada à glicose. Como ele reflete os níveis médios de glicemia ocorridos nos últimos dois a três meses, é recomendado que seja utilizado como um exame de acompanhamento e de estratificação do controle metabólico; Tem a vantagem de não necessitar de períodos em jejum para sua realização;

Valores preconizados para o diagnóstico de DM tipo 2 e seus estágios pré-clínicos

Diagrama de rastreamento e diagnóstico de DM tipo 2

Consulta de enfermagem para avaliação inicial e orientação sobre estilo de vida saudável o É de competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior risco para desenvolver DM tipo 2, abordando fatores de risco, estratificação do risco cardiovascular e orientação sobre MEV. o Objetivo de conhecer a história pregressa do paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e avaliar as condições de saúde;

Consulta de enfermagem para acompanhamento de pessoas com DM o Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE); o A assistência de enfermagem para a pessoa com DM precisa estar voltada para um processo de educação em saúde que auxilie o indivíduo a conviver melhor com a sua condição crônica, reforce sua percepção de riscos à saúde e desenvolva habilidades para superar os problemas, mantendo a maior autonomia possível e tornando-se corresponsável pelo seu cuidado;

Histórico - Identificação da pessoa (dados socioeconômicos, ocupação, moradia, trabalho, escolaridade, lazer, religião, rede familiar, vulnerabilidades e potencial para o autocuidado); Percepção da pessoa diante da doença, tratamento e autocuidado; - Antecedentes familiares e pessoais (história familiar de diabetes, hipertensão, doença renal, cardíaca e diabetes gestacional); - Queixas atuais, história sobre o diagnóstico de DM, tratamento prévio; - Medicamentos utilizados para DM e outros problemas de saúde e presença de efeitos colaterais; - Hábitos de vida: alimentação, sono e repouso, atividade física, higiene, funções fisiológicas; - Identificação de fatores de risco (tabagismo, alcoolismo, obesidade, dislipidemia, sedentarismo);

Exame físico - Altura, peso, circunferência abdominal e IMC; - Pressão arterial com a pessoa sentada e deitada; Frequência cardíaca e respiratória e ausculta cardiopulmonar; - Alterações de visão; - Exame da cavidade oral, com atenção para a presença de gengivite, problemas odontológicos e candidíase; - Avaliação da pele quanto a sua integridade, turgor, coloração e manchas; - Membros inferiores: unhas, dor, edema, pulsos pediosos e lesões; articulações (capacidade de flexão, extensão, limitações de mobilidade, edemas); pés (bolhas, sensibilidade, ferimentos, calosidades e corte das unhas);

Diagnóstico das necessidades de cuidado - É a interpretação e suas conclusões quanto às necessidades, aos problemas e às preocupações da pessoa para direcionar o plano assistencial; - É fundamental, para seguir o processo de planejamento e implementação da Assistência de Enfermagem, estar atento para as seguintes situações: Dificuldades e déficit cognitivo, analfabetismo; Diminuição da acuidade visual e auditiva; Problemas emocionais, sintomas depressivos e outras barreiras psicológicas; Sentimento de fracasso pessoal, crença no aumento da severidade da doença; Medos: da perda da independência, do ganho de peso, das aplicações de insulina;

vida, complicações da doença; Atenção Básica e Saúde da Família Planejamento da assistência - Pontos importantes no planejamento da assistência: Orientar sobre sinais de hipoglicemia e hiperglicemia e como agir diante dessas situações; Incentivar a modificação de hábitos de vida não saudáveis (fumo, estresse, bebida alcoólica e sedentarismo); Percepção de presença de complicações; A doença e o processo de envelhecimento; Uso de medicamentos prescritos (oral ou insulina), indicação, doses, horários, efeitos desejados e colaterais, controle da glicemia, estilo de

Implementação da assistência - Deverá ocorrer de acordo com as necessidades e grau de risco e da capacidade de adesão e motivação para o autocuidado, a cada consulta; Avaliação do processo de cuidado - Avaliar com a pessoa e a família o quanto as metas de cuidados foram alcançadas e o seu grau de satisfação em relação ao tratamento; - Observar se ocorreu alguma mudança a cada retorno à consulta; - Avaliar a necessidade de mudança ou adaptação no processo de cuidado ereestruturar o plano de acordo com essas necessidades;

Tratamento O tratamento do diabetes mellitus (DM) tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, moderação no uso de álcool e abandono do tabagismo, acrescido ou não do tratamento farmacológico; O controle glicêmico pode ser monitorado por glicemias de jejum, préprandial (antes das refeições), pós-prandial (após as refeições) e pela hemoglobina glicada (HbA1c); As glicemias são utilizadas para orientar o ajuste de dose da medicação empregada, uma vez que apontam os momentos no decorrer do dia em que ocorre falta ou excesso de sua ação;

Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel-Brasil 2011: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília, 2012