! "#$ " %'&)(*&)+,.- /10.2*&4365879&4/1:.+58;.2*<>=?5.@A2*3B;.- C)D 5.,.5FE)5.G.+ &4- (IHJ&?,.+ /?<>=)5.KA:.+5MLN&OHJ5F&4E)2*EOHJ&)(IHJ/)G.- D - ;./);.& CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS: CERTIFICAÇÃO E ROTULAGEM AMBIENTAL. Angela Patricia Linard Barreto (UFPB) patricialinard@centec.org.br Elisabeth de Amorim Coelho (UFPB) elisabethamorim@superig.com.br Herbart dos Santos Melo (UFPB) herbartmelo@hotmail.com Lise Alcantara Castelo (UFPB) lise@centec.org.br Sergio de Sousa Alcantara (UFPB) alcantara_sergio@hotmail.com Esse trabalho procura mostrar quais as vantagens que a certificação proporciona, e também os problemas enfrentados pelas empresas que decidem por sua obtenção. A discussão é dirigida para a importância da Avaliação do Ciclo de Vida, procuraando mostrar todos os caminhos do processo, começando pelos conceitos gerais, discutindo a rotulagem ambiental e as fases de sua aplicação, tendo como foco a norma ISO 14025 e sua recente aprovação. Palavras-chaves: Certificação; Rotulagem; Ciclo de vida do produto
1. Introdução O objetivo desse trabalho é fornecer de forma clara e direta, informações sobre a importância da Análise do Ciclo de Vida dos produtos para as empresas de todos os setores, bem como dos aspectos dirigidos à certificação e a rotulagem. No mundo globalizado, o Brasil, como outros países, está correndo para garantir uma fatia no mercado internacional. Sabemos que tal desejo é acompanhado de necessidades de melhorias, principalmente, no desempenho ambiental de todas as atividades produtivas. Vários países já adotam regulamentos ambientais para controle da poluição industrial e no Brasil, temos Estados que já implantaram ou trabalham políticas de adoção de metodologias ecoeficientes. A Rede Brasileira de Produção Mais Limpa, da qual o Sebrae é o principal patrocinador desde a sua criação em 1999, vem continuamente realizando programas de capacitação e implantação da metodologia de produção mais limpa em centenas de pequenas e médias empresas com resultados econômicos e ambientais notáveis. No entanto, em nosso país e na maioria dos países da América Latina estas ações ainda estão aquém do desejado, se comparadas com as principais regiões econômicas: União Européia, Nafta e APEC. A relação entre gestão ambiental e inovação tecnológica, passando pela melhoria do desempenho e aplicação da legislação ambiental, remete a importância de avaliarmos como as empresas brasileiras poderão participar desse modelo, diante de um mercado globalizado cada vez mais regulado e exigente, onde cada região econômica ou país pode dificultar o acesso a mercadorias importadas de outros em desenvolvimento por meio de regulamentos, políticas, medidas ou práticas governamentais, gerando barreiras comerciais tarifárias, não-tarifárias ou técnicas que não se baseiam em normas internacionalmente aceitas. As normas internacionais não impedem que os produtos sejam comercializados, mas aqueles que não estiverem de acordo com elas, ou nelas baseados, terão maior dificuldade de aceitação no mercado. Espera-se com esse trabalho, contribuir com as empresas brasileiras em relação a Análise do Ciclo de Vida, a Certificação e a Rotulagem. 2. O aperfeiçoamento tecnológico e a evolução da gestão ambiental As primeiras manifestações foram determinadas pelo esgotamento dos recursos, como o caso da escassez de madeira para fundição do ferro, construção de moradias, fortificações, mobiliário, instrumentos, armas e combustível para aquecimento e preparação de alimentos, cuja exploração era intensiva desde a era medieval. As ações para reduzir a poluição somente foram iniciadas a partir da Revolução Industrial. Sabe-se que na antiguidade diversas experiências foram realizadas para remover o lixo urbano que infestava as cidades, causando inúmeras doenças aos seus habitantes. Mas foi somente na metade do século XIX que a comunidade cientifica mundial iniciou a pressão sobre os governos para que delimitassem e protegessem áreas de vida selvagem. A segunda metade do século XX foi marcada por grandes catástrofes ambientais que tiraram vidas humanas e modificaram preciosos ecossistemas. Esse período foi também marcado pelas denúncias e debates sobre a poluição ambiental, como a proibição do uso do DDT em vários países, até então aplicado largamente na agricultura e considerado um milagre no combate às pragas 2
agrícolas e à malária. Pela primeira vez, a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a proteger o meio ambiente se tornou aceita. Para Lemos e Barros (2006, p.14) a evolução da gestão ambiental praticada pelas empresas seguiu três abordagens, embora os limites entre elas nem sempre sejam nítidos. A primeira aborgagem, baseada no cumprimento de normas legais, é o controle da poluição, que desenvolveu soluções tecnológicas procurando controlar a poluição sem alterar significativamente os processos e os produtos que as produziram. A segunda abordagem, mais atual, é a prevenção da poluição, adotada para atuar sobre os produtos e processos produtivos com o objetivo de prevenir a geração de poluentes. A prevenção da poluição requer mudanças em processos e produtos a fim de reduzir ou eliminar os resíduos na fonte, isto é, antes que eles sejam produzidos. Essa abordagem combina duas preocupações ambientais básicas: uso sustentável dos recursos naturais e controle da poluição. Segundo os autores supra citados (2006, p.15) e Barbieri (2004, p.107), os instrumentos típicos para o uso sustentável dos recursos são os conhecidos 4R s: redução, reuso, reciclagem e recuperação energética, destacado na Figura 1. Redução na Fonte Reuso e Reciclagem Externa USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS Recuperação Energética Tratamento Disposição Final CONTROLE DA POLUIÇÃO Figura 1 Prevenção da poluição Prioridades Fonte: BARBIERI (2004, p.108) Finalmente, na terceira abordagem, muitos investidores já consideram a questão ambiental em suas decisões estratégicas, pois sabem que os problemas ambientais estão entre os principais fatores de perda de rentabilidade e de valor patrimonial da empresa. O marketing ambiental é outro fator que impulsiona o tratamento estratégico das questões ambientais, proporcionando benefícios estratégicos, tais como: melhoria da imagem institucional; renovação do portifólio de produtos; aumento da produtividade; maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho; criatividade e disposição para os novos desafios e; melhores relações com autoridades públicas, comunidade e ONGs ambientais. 3. O acordo internacional ISO 14000 Após o sucesso das Normas de qualidade, no final dos anos 1980 o British Standards Institution iniciou a criação de Normas sobre Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Paralelamente, em vários países foram criadas normas para o mesmo fim, gerando restrições ao comércio internacional. Em 1992 entra em cena a ISO (International Organization for Standardization), criando um grupo de trabalho para estudar as questões decorrentes da 3
diversidade crescente de normas ambientais e seus impactos sobre o comércio internacional. Em 1996 são editadas as primeiras normas sobre gestão ambiental. Desde então, outras foram editadas sobre outas áreas: auditoria, rotulagem, avaliação do cilco de vida do produto, tec. O núcleo dessa família de normas é a ISO 14001, uma norma que tornou o ciclo PDCA conhecido internacionalmente (P de Plan, planejar; D de Do, fazer; C de Check, conferir; e A de Action, ação). Todas as normas da gestão têm como base o ciclo PDCA, criando uma espécie de modelo padrão de gestão para implementar qualquer melhoria de modo sistemático e contínuo. As normas da série ISO 14000 são autônomas, podendo ser implementadas de modo isolado. Porém, para que os melhores resultados venham a ser obtidos as normas devem ser usadas de modo articulado. Para destacar os aspectos ambientais da nova ISO 14001:2004 é recomendável a utilização das normas da série ISO 14040 que tratam da Análise do Ciclo de Vida (ACV). Normas que compõe a série de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV): NBR ISO 14040:2001 fornece os elementos gerais e metodologias requeridas para uma ACV de produtos e serviços. NBR ISO 14041:2004 Guia para determinar o objetivo e escopo e análise de inventário de um estudo de ACV. NBR ISO 14042:2004 Guia para fase de avaliação do impacto do ciclo de vida. NBR ISO 14043:2005 Guia para interpretar o ciclo de vida. A adoção de práticas sustentáveis vem exigindo das empresas uma reorganização dos sistemas gerenciais, necessária para formalizar os valores, as expectativas, os relatórios sobre o desempenho e os critérios de reconhecimento e recompensa adotados. A Norma ISO 14000 tem como objetivo promover às organizações os elementos de um sistema de gestõ eficaz, passível de integração com os demais objetivos da empresa. Foi concebido de modo a aplicar-se a todos tipos e partes de organizações, independentemente de suas condições geográficas, culturais e sociais. Sobre esta questão, Donaire (1999, p. 117) apresenta o comportamento da Norma na organização (Figura 2). 4
MELHORIA CONTÍNUA Análise crítica pela administração Política ambiental Planejamento Verificação e ação corretiva Implementação e operação Figura 2 O sistema de Gestão Ambiental Fonte: Adaptada pelos autores De acordo com Lemos e Barros (2006, p.16), no início dos anos 90, muitas indústrias passaram a adotar códigos voluntários de conduta como o Atuação Responsável utilizado por indústrias químicas após dramáticos acidentes (Bhopal na Índia em 1984 e em 1986 na Brasiléia, Suíça) e as normas ambientais internacionais da família ISO 14000, que incluem normas de gestão, de auditorias, de avaliação de desempenho, de rotulagem, de avaliação de ciclo de vida de produtos, de introdução de aspectos ambientais no desenvolvimento de produtos (Ecodesign), de comunicação ambiental, e mudança climáticas. 4. Rotulagem Entende-se como rotulagem ambiental um mecanismo de comunicação com o mercado consumidor sobre os aspectos ambientais do produto ou serviço com características benéficas, cujo objetivo é diferenciá-lo da concorrência. Os mesmos são materializados por meio de símbolos, marcas, textos ou gráficos. Segundo Lemos e Barros (2006, p. 17) os tipos de rotulagem ambiental são três, a saber: a) Rotulagem Tipo I: NBR ISO 14024 Esta Norma relaciona os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental, incluindo: seleção de categorias, critérios ambientais e características funcionais dos produtos, para avaliar e demonstrar sua conformidade. Relaciona também os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo; b) Rotulagem Tipo II: NBR ISO 14021 Esta Norma especifica os requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Descreve, ainda, termos selecionados usados comumente em declarações ambientais e fornece qualificações para seu uso. Apresenta uma metodologia de avaliação e verificação geral para auto-declarações ambientais; 5
c) Rotulagem Tipo III: NBR ISO 14025 Esta Norma informa sobre dados ambientais de produtos, qualificados de acordo com os conjuntos de parâmetros previamente selecionados e baseados na Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), são rótulos concedidos e lincenciados por organizações externas independentes. 5. Análise do Ciclo de Vida Segundo Barbieri (2004, p. 146) o ciclo de vida que interessa à Gestão Ambiental refere-se aos aspectos ambientais de um bem ou serviço em todos os seus estágios. Iniciando desde as origens dos recursos do meio ambiente até a disposição final dos residuos de materiais e energia após o uso, passando por todas as etapas intermediárias. Analisando a produção de qualquer produto dentro desta estrutura pode-se desenvolver um conjunto de fases que poderão compor a ACV. Essas fases são: a) Análise da entrada de matérias primas em um processo de produção; b) Análise do processamento ou preparo das matérias primas para o uso em um processo; c) Análise do processo de produção; d) Análise do processo de embalagem; e) Análise do processo de transporte e distribuição; f) Análise da recuperação de resíduos e produtos secundários; g) Análise de administração de resíduos. A ACV dos produtos está discriminada conforme a Figura 3, abaixo. Figura 3 -Ciclo de vida ambiental do produto Fonte: ROBLES JÚNIOR (2003, p. 128) 6
5.1 Estrutura da Avaliação do Ciclo de Vida No entendimento de Lemos e Barros (2006, p.34), o primeiro estudo de ACV foi desenvolvido no início dos anos 70 pela Coca Cola para comparar os diferentes tipos de embalagens de refrigerante e selecionar qual deles se apresentava como o mais adequado sob o ponto de vista ambiental e de melhor desempenho com relação à preservação dos recursos naturais. Em linhas gerais, o estudo da Avaliação do Ciclo de Vida de um produto ou serviço consiste na seguinte estrutura: a) Objetivo e escopo - Etapa do planejamento para aplicação da ACV e definição clara do objetivo do estudo; b) Análise do inventário Etapa de coleta de dados e de cálculos para análise do inventário do ciclo de vida (ICV) do estudo; c) Avaliação do impacto ambiental Nesta etapa verifica-se os resultados obtidos no ICV de um sistema de produto, avaliando a intensidade e o significado das alterações potenciais sobre o meio ambiente associado aos recursos naturais, energia e emissões relacionadas ao produto estudado; d) Interpretação Nesta etapa dedica-se as conclusões da análise de inventário e da avaliação de impacto. Relacionando o objetivo e escopo para chegar às conclusões e recomendações. Considerando que os resultados da AICV são baseados em uma abordagem relativa, que indica efeitos ambientais potenciais e que não prevê impactos reais sobre pontos finais de categoria, a extrapolação de limites e de margens de segurança ou riscos. 5.2 Benefícios, restrições e aplicações do ACV Os benefícios do uso da ACV estão diretamente relacionados a Cadeia de Valor das empresas, conduzindo-as a pensarem com mais responsabilidade em relação aos impactos adversos de seus produtos no ambiente e a agirem em melhoria contínua nos seguintes pontos: a) Melhoria no design dos produtos - A AVC é utilizada para ajudar na tomada de decisão durante o projeto ou reavaliação dos produtos. As empresas podem usar a ACV para comparar os impactos ambientais de diferentes alternativas de design e analisar suas potenciais vantagens e desvantagens ambientais. Nesse sentido, a ACV oferece uma avaliação sistemática dos impactos ambientais associados ao um determinado produto. b) Obtenção de informações ambientais - Com a inexorável tendência para a aplicação da ACV nos principais mercados consumidores, torna-se cada vez mais necessário para as empresas oferecerem informações sobre os impactos ambientais de seus produtos para os outros integrantes da cadeia de valor. Essas informações podem ser demandadas pelos governos, outros produtores e os consumidores, melhorando, paralelamente, a reputação e imagem da organização. O esforço da reputação permite que as empresas possam obter concessões para sua participação de mercado, por meio de melhores oportunidades em processos licitatórios, menores condições de negociação com instituições financeiras e de seguros bem como maior capacidade de fixação de preço. c) Marketing - A ACV pode ser utilizada como uma notável ferramenta de marketing. 7
Empresas que desenvolvem estudos de ACV para melhoria ambiental dos seus produtos possuem forte argumentos para convencer clientes da cadeira de valor, como as grandes corporações multinacionais que já possuem programas ambientais já implantados, pressionando para que a cadeia produtiva também adote os mesmos padrões ambientais. d) Benefícios econômicos - Os impactos ambientais examinados pela ACV podem ser eliminados ou reduzidos aumentando a eficiência do uso dos insumos e matérias-primas, preferencialmente por meio da ecoeficiência. e) Benefícios para o processo - Economia de matérias-primas e materiais auxiliares como resultado de um processo mais completo de substituição, reutilização ou reciclagem de insumos de produção; Aumento de rendimento do processo; Conversão dos desperdícios em formas de valor; Economia de energia; Redução dos custos de armazenagem e manuseio de materiais; Ambiente de trabalho mais seguro; Eliminação ou redução dos custos das atividades envolvidas nas descargas ou no manuseio, transporte e descarte de resíduos; Redução dos riscos com penalidades legais e acidentes no processo produtivo. f) Benefícios para os produtos - Produtos com melhor qualidade e mais uniformidade; Redução de custo do produto com a substituição de materiais, por exemplo; Redução nos custos de embalagem; Uso mais eficiente dos recursos pelos produtos; Aumento da segurança dos produtos; Redução do custo líquido do descarte do produto pelo cliente; e, Maior valor de revenda e de sucata do produto. 6. Aplicação da ACV em uma indústria de móveis Um exemplo consideravél é o da indústria de móveis especiais que combina o melhor do design com a preocupação ambiental. No Brasil, algumas empresas moveleiras premiadas, de classe mundial, como a Mataybá e a Etel Interiores, utilizam madeiras provenientes de áreas de manejo florestal e, principalmente, buscam espécies pouco comercializadas, contribuindo para a diminuição da exploração concentrada em poucas espécies vegetais. Na linha de mobiliários de escritório, destaca-se a declaração ambiental da empresa americana Steelcase para a cadeira THINK, baseada em estudo da ACV na qual se destacam as cinco fases do ciclo de vida. a) Materiais - Para reduzir o uso de material total, a cadeira THINK pesa somente 15 kg. É fabricada com 41% de materiais recicláveis e não contém materiais perigosos, tais como: cromo, mercúrio, ou chumbo. A espuma não contém CFC e HCFC. A embalagem consiste no cartão de identificação (de material reciclado) e na película do LDPE (polietileno da densidade baixa), que contém 30% do material reciclado. Os papéis e embalagens usam tintas a base de água, sem solventes; b) Produção - A cadeira THINK foi desenvolvida para produzir o mínimo de resíduos, consumo de energia e impactos ambientais. A pintura eletrostática está livre de componentes orgânicos voláteis e de metais pesados. Nenhum processo de colagem é usado e toda a espuma de uretano é à base de água; c) Transporte - Para reduzir o transporte as cadeiras são manufaturadas próximas dos seus consumidores na Europa, na Ásia e na América do Norte. Por ter pouco peso e pequeno volume para embalagem requer menos energia para o transporte; 8
d) Uso - Para maximizar seu tempo de vida o assento e coxins traseiros, braços, apoio de cabeça e a sustentação lombar podem ser adicionados ou substituídos; e) Fim de Vida - Pode ser desmontada em 5 minutos usando somente ferramentas manuais. 99% do seu peso total são constituídos de materiais recicláveis. As peças que pesam mais de 50 g são etiquetadas claramente para reciclagem, bem como o papelão e a película de LDPE usados na embalagem. 7. Recomendações finais As empresas em geral não dispõem de planejamento formal e costumam ter dificuldade com registros e documentações por terem pouco ou nenhum sistema confiável de finanças ou controle de processos. Seus líderes e gerentes são multifuncionais e, quase sempre, operam com horizontes de curto prazo. As PMEs não enfrentam problemas significativos de conformidade como as grandes corporações. No âmbito da rotulagem ambiental, as PMEs podem ganhar vantagem competitiva ao longo prazo, pois ganham a credibilidade necessária para competir no mercado mundial, que valoriza produtos ecologicamente responsáveis. Isto requer não somente uma integração verticalizada dentro das PMEs, mas também a integração com a cadeia produtiva, tais como fornecedores, distribuidores e clientes. Baseado na amostra de PMEs brasileiras que adotam metodologias ecoeficientes, mostrou-se que fizeram significativos progressos para tratar dos impactos de seus processos e produtos e que obtiveram considerável vantagem competitiva de suas iniciativas ambientais. Dessa forma, as PMEs precisam mover-se mais rapidamente para vender seus produtos ou qualificar-se como fornecedores de uma cadeia de classe internacional. Adotar uma abordagem ambiental responsável é uma excelente estratégia para empresas de todos os tamanhos. Referências Bibliográficas UNEP. Life Cycle Assessment: What it is and how to do it. Industry and Environment, Paris, 1996; CHEHEBE, J.R. Análise do ciclo de vida de produtos: ferramenta gerencial da ISO 14000. Qualitymark/CNI, 1998; BARBIERI, J.C. Gestão Ambiental Empresarial. Campus, 2004; MMA. Rotulagem Ambiental: documento base para o Programa Brasileiro de Rotulagem Ambiental. Brasília, 2002; CALDEIRA-PIRES, A., SOUZA-PAULA, M.C., VILLAS BOAS, R.C. (org.). Avaliação do Ciclo de Vida: a ISO 14040 na américa Latina. Abipti, 2005; CEBDS, Relatório de atividades dos núcleos regionais de econegócios do SEBRAE, 2004; CEMPRE, SENAI. Reduzindo, Reutilizando e Reciclando: a indústria ecoeficiente. 2006; CEMPRE, CETEA. Avaliação do Ciclo de Vida: Princípios e aplicações. 2002; LEMOS, Haroldo; BARROS, Ricardo L.P. Ciclo de Vida dos Produtos, Certificação e Rotulagem Ambiental nas PMEs. PNUMA. Rio de Janeiro, 2006 9