SEGREGAÇÃO ESPACIAL NO MUNICIPIO DE CUIABÁ: um olhar a partir da localização dos conjuntos habitacionais



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Transcrição:

SEGREGAÇÃO ESPACIAL NO MUNICIPIO DE CUIABÁ: um olhar a partir da localização dos conjuntos habitacionais Sampaio, Vanessa Pinheiro 1 RESUMO O presente artigo tem como objetivo discutir e fomentar algumas discussões de como a construção de Conjuntos Habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida Faixa 1 - no Município de Cuiabá pode agravar e legitimar a Segregação Espacial que impera na Cidade. O estudo parte de referências bibliográficas, bem como observações realizadas durante o Estágio Supervisionado na Secretaria Municipal de Cidades de Cuiabá. A questão habitacional continua tendo destaque significativo dentre os problemas do país, visto que a expansão urbana foi marcada por uma intensa desigualdade, onde as classes mais abastadas têm privilégios na localização nas cidades, se instalam em lugares com maior acesso serviços urbanos e às atividades econômicas, assim, não é de se admirar que as cidades brasileiras sejam marcadas por uma explícita Segregação Espacial das classes sociais. Tendo em vista que a moradia se constitui como uma mercadoria existe uma estreita relação entre o acesso à habitação e o nível de renda da população, sendo a cidade o local onde ocorre a luta de classes. Através do estudo constatamos que a cidade capitalista ao conservar as relações sociais, reproduz a desigualdade social e econômica inerente ao modo de produção vigente no país, onde a distribuição espacial da população em meio ao crescimento desordenado da cidade reflete a condição social e habitacional de seus moradores, manifestando no espaço a segregação que ocorre no âmbito das relações econômicas. No decorrer do artigo serão pontuadas categorias de análise que irão subsidiar a discussão a cerca da Segregação Espacial. Palavras-chave: Segregação espacial, Conjuntos habitacionais e Cidade. Introdução De acordo com o art. 6º da Constituição Federal Brasileira de 1988 todos/as os/as cidadãos/dãs têm o direito social à moradia digna. Nesse sentido que o Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e o Plano Diretor no Município de Cuiabá regulamentam o direito e a função social da terra. Apesar desses serem alguns documentos que asseguram o direito à moradia a todos os cidadãos e cidadãs, o déficit habitacional na capital mato-grossense continua elevadíssimo, cerca de 35.000 famílias 2 da baixada cuiabana almejam ser atendidas pela política habitacional. 1 Graduanda do Curso de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso 2 Dados retirados da cartilha Tira-dúvidas da Casa cuiabana elaborada pela Secretaria Municipal de Cidades.

Destacamos aqui que o déficit habitacional 3 existente no Brasil, decorre inicialmente da intensificação do processo de urbanização na segunda metade do século XX. A migração em direção à cidade instituiu o crescimento acelerado dos grandes centros urbanos, fator que proporcionou a aglomeração populacional nesses territórios. Com o valor diferenciado do solo urbano os grupos sociais ocuparam áreas distintas da cidade, proporcionando assim uma apropriação desigual desses espaços (PINTO, 2004). O padrão mais conhecido de segregação é o centro versus periferia, segundo esse modelo, as classes sociais mais ricas ficariam nas áreas mais centrais dotadas de infraestrutura e com maiores preços, e as classes pobres ficariam relegadas às periferias distantes e desprovidas de equipamentos e serviços. Outro modelo existente nas cidades brasileiras é a segregação espacial das classes sociais em áreas distintas da cidade (VILLAÇA, 2001). Atualmente o Estado e os governos apresentaram algumas políticas públicas direcionadas ao setor habitacional, entretanto tais políticas ainda são insuficientes para atender o déficit habitacional. Como os programas e projetos habitacionais não atendem toda população que anseia por uma moradia, resta-lhes então buscar alternativas para morar, em geral devido ao preço da terra urbana essa população é afastada para as áreas periféricas. Em Cuiabá a Secretaria Municipal de Cidades é a instituição responsável pela implementação dos projetos e programas habitacionais de interesse social que se alicerçam na Política Nacional de Habitação, os quais objetivam viabilizar o acesso à moradia digna, a terra urbanizada, a água potável, ao ambiente saudável, a mobilidade com segurança, e o reassentamento de famílias que residem em áreas insalubres ou de risco. Tais projetos e programas buscam atender prioritariamente famílias de menor renda e consequentemente diminuir mesmo que minimante o déficit habitacional. Segregação Espacial: o reflexo que o fenômeno traz à vida cotidiana dos moradores Os projetos habitacionais executados na cidade de Cuiabá estão localizados em áreas periféricas, dificultando o acesso dos moradores aos bens e serviços públicos essenciais. Os conjuntos habitacionais em geral se encontram em áreas que não oferecem à população beneficiária aparatos públicos como, por exemplo: Unidade Básica de Saúde, Creches, Centro 3 O déficit habitacional, pelo conceito etimológico, é a falta física da unidade habitacional (casa, apartamento, etc.) no estoque de habitações de mercado (Caixa Econômica Federal, 2012, p. 21).

de Referência de Assistência Social - CRAS, Escolas e Lazer. É indiscutível a presença da segregação espacial na cidade de Cuiabá, pois os conjuntos não são construídos em locais ocupados pelas classes mais abastadas, estas residem em regiões mais valorizadas e/ou centrais, assim a população mais pobre é afastada para as áreas periféricas. Um dos Programas habitacionais em execução na Secretaria Municipal de Cidades e o Minha Casa, Minha Vida- Faixa 1 4, o qual já entregou para a população cuiabana sete Residenciais, são eles: Nova Canaã I 1ª etapa; Nova Canaã II 2ª etapa; Alice Novack; Nilce Paes Barreto, Jamil Broutos Nadaf; Altos do Parque I- 1 ª etapa e Altos do Parque II- 2 ª etapa 5. O Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), foi instituído no dia 07 de julho de 2009, pela Lei 11.977 e alterado pela Lei 12.424, de junho de 2011 e, objetiva diminuir em longo prazo o déficit habitacional do país. Cabe destacar que as construções são realizadas pela iniciativa privada, as construtoras passam por um processo de licitação para assumir a edificação do residencial. A título de exemplo cabe mencionar que em 2013, no mês de julho, o Município de Cuiabá e o estado de Mato Grosso entregaram a 472 famílias o Residencial Altos do Parque I, localizado na Rodovia Palmiro Paes de Barros (acesso para Santo Antônio), região do Coxipó. O residencial conta com um único equipamento público, sendo este uma quadra Poliesportiva descoberta. Como os serviços e equipamentos públicos essenciais não estão presentes no Altos do Parque I, os moradores não veem outra alternativa se não ir buscar atendimento nos bairros mais próximos. A partir do exposto acima podemos perceber que apesar da PNH prever que os residenciais sejam entregues com toda infra-estrutura e com os serviços sociais inseridos na sua área, as ações não vêm sendo postas em prática, haja vista que no momento da sua inauguração os residenciais resumem-se às unidades habitacionais. O fato de as moradias populares se localizarem em locais periféricos e precários e as políticas habitacionais não desenvolverem estratégias de garantir o acesso à cidade, impede que esses moradores se beneficiem da vida urbana. Segundo Silva (2012, p.15) As 4 Este programa possui várias faixas de aten9dimento, a faixa 1 apresenta como públicos prioritários: famílias residentes em área de rico ou insalubres ou que tenham sido desabrigadas, assim definidas pela defesa civil; famílias em vulnerabilidade social, dentre as quais se destacam: famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar e, que tenham como dependentes menores de idade; famílias de que façam parte pessoas com deficiência e/ou idosos. Sendo reservado um percentual de 3% de cada empreendimento; ter renda familiar de R$ 0 à 1.600,00 reais (CUIABÁ, MINHA CASA, MINHA VIDA ) 5 Dados retirados da Secretaria Municipal de Cidades de Cuiabá.

urbanizações periféricas, por sua vez, trarão custos adicionais para os municípios, com gastos em infraestrutura, transportes e serviços públicos. O modo de produção de moradias populares para além dos limites da cidade tem consequências graves que acabam prejudicando a todos. Além de encarecer a extensão das infraestruturas urbanas, que precisam alcançar locais cada vez mais distantes, o afastamento entre os locais de trabalho, os equipamentos urbanos e as áreas de moradia aprofundam as segregações socioespaciais e encarecem os custos da mobilidade urbana. As longas viagens diárias entre a residência e os locais de trabalho ou de ensino congestionam as vias e os transportes coletivos, prejudicando a qualidade de vida coletiva (Ibidem 2012, p.14). Silva (2012) nos evidencia que os moradores dos conjuntos habitacionais edificados nas periferias da cidade, podem apresentar inúmeros desafios em sua vida cotidiana. Ela afirma que para morar bem não basta dispor de uma unidade habitacional, mas também de condições favoráveis para realização das atividades diárias. Segregação Espacial como reflexo do capitalismo Não podemos discorrer sobre a segregação espacial, sem fazermos alusão de como a mesma foi concebida dentro da sociedade brasileira. Para tanto, mencionaremos alguns aspectos relevantes relacionados a habitação. O problema habitacional no Brasil não é um fato histórico, mas que se acentuou com o passar dos anos, principalmente com o crescimento da industrialização e da urbanização no século XX. A mudança da economia agrária para a economia urbana acarretou um aumento do fluxo migratório da população em direção à cidade, fator este que ocasionou a concentração populacional nos centros urbanos. Com isso a necessidade por moradia aumentou, e a única alternativa para a população mais pobre era morar de forma improvisada (DIAS, 2012, p.1) No Estado de Mato Grosso, a urbanização passou a ser incentivada pelo Governo Federal no ano de 1930, momento em que empresas particulares se instalaram na região. Estas empresas propiciaram a vinda de inúmeros trabalhadores (DIAS, 2011, p.58). Com a chegada dessa população criou-se uma demanda de novos espaços e equipamentos urbanos. Segundo Dias (2011), o acelerado crescimento populacional da cidade de Cuiabá após a década de 1960 ocasionou uma alta demanda por moradias, e as respostas

tardias do poder público ao problema habitacional eram insuficientes para atender essa demanda. Em seu processo de desenvolvimento, Cuiabá foi uma cidade marcada pela falta de planejamento urbano, bem como pela apropriação desigual dos bens econômicos. Muitas famílias por não encontrar um lugar de moradia recorreram à ocupação e à autoconstrução nas áreas de expansão da cidade. Para Pinto (2004) a urbanização das cidades se baseou na modernização excludente. Os trabalhadores que não possuíam meios de garantir sua sobrevivência e não tinham condições de pagar por uma moradia digna, eram lançados às ruas, periferias e cortiços. Para o autor, foram as relações sociais capitalistas estabelecidas na produção e reprodução da divisão do trabalho que, ao transformar a moradia em uma mercadoria, introduziu uma relação entre a habitação e o nível de renda da população. O protagonismo dos movimentos sociais organizados pela sociedade civil foi primordial para a criação das políticas públicas direcionadas ao setor habitacional, as manifestações da população por moradia e por melhores condições de vida, pressionaram os governos a se posicionarem diante de tal expressão da questão social. O primeiro órgão federal brasileiro voltado para a área da habitação ocorreu no Governo Vargas, em 1946 foi criada a Fundação da Casa Popular (FCP), tinha como objetivo principal saciar as necessidades habitacionais da população que não tinha acesso aos Institutos de Aposentadorias e Previdência (IAPs), haja vista que este almejava atender somente seus associados, ou seja, os trabalhadores formais. A FCP não alcançou seu objetivo, dado que os recursos e as condições de financiamento definidas para a efetivação da referida política eram ineficazes (BRASIL, 2004). Com o golpe militar na década de 1960, destacou-se uma política de incentivo às atividades das indústrias privadas de construção civil, garantindo assim a expansão do capitalismo. Ainda, durante o período do regime militar, mais especificamente no ano de 1964 foram criados o Banco Nacional de Habitação (BNH) e o Sistema Financeiro Habitacional (SFH), iniciando assim uma nova política habitacional. Os conjuntos habitacionais foram erguidos distantes dos centros urbanos, a população ficava desassistida, em áreas sem nenhuma infra-estrutura básica, equipamentos e serviços públicos (DIAS, p. 41-42). Ainda que a atual política habitacional implantada pelo Ministério das Cidades se insira na concepção de desenvolvimento urbano integrado, no qual a habitação não se

restringe a casa, mas incorpora o direito à infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos e serviços urbanos essenciais, buscando garantir direito à cidade, o recorte setorial ainda existe (PNH, 2004, p.12). Geralmente os conjuntos habitacionais são construídos em áreas com precária infra-estrutura e sem equipamentos urbanos. Destacamos aqui a ineficiência do poder público em assegurar a esta população o direito à moradia. Segundo Kowarick (1979, p.80), os chamados problemas habitacionais devem ser analisados nos aspectos socioeconômicos e políticos, pois determinam a produção e o uso excludente do espaço de uma cidade, refletindo assim sobre a terra urbana a segregação espacial. Para Villaça (2001, p.146), a segregação espacial é entendida como um processo no qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros na metrópole. O modelo de segregação espacial das cidades brasileiras mais conhecido é o de centro periferia, onde o primeiro é ocupado pelas classes de renda mais alta e em seu território estão presentes a grande maioria dos serviços urbanos, públicos e privados. Já as áreas periféricas são ocupadas predominantemente pelas classes mais pobres e em seu território, muitos equipamentos públicos e privados não se fazem presente. Constatamos assim, que é o modelo capitalista que dita as regras da produção do espaço urbano, os que têm maior poder aquisitivo são os que se instalam nas regiões com melhor infra-estrutura e com acesso facilitado aos bens e serviços urbanos, ou seja, a segregação espacial está diretamente associada à distribuição desigual de renda. O espaço como reprodução da pobreza Existe uma inseparável relação entre território e sujeitos, ou território e população, permitindo assim uma visão da dinâmica do cotidiano vivido pelos moradores de um lugar. O espaço apresenta-se como uma organização histórica que engloba a totalidade da vida social, e corresponde às transformações sociais feitas pelo homem na natureza. O espaço reproduz a totalidade através de transformações determinadas pela sociedade, modos de produção, distribuição da população, entre outras necessidades, desempenham funções evolutivas na formação econômica e

social, influencia na sua construção e também é influenciado mas demais estruturas de modo que torna um componente fundamental da sociedade e de seus movimentos (SANTOS,1979 p. 10) O território é o lugar onde os cidadãos e cidadãs exercem sua cidadania, pois cidadania significa vida ativa no território, onde se concretizam as relações sociais, as relações de vizinhança e solidariedade, as relações de poder (KOGA, 2003, p. 33). O território também é o local onde as desigualdades sociais são estabelecidas de forma mais evidente entre os indivíduos. As condições de vida de moradores de uma mesma cidade são postas de forma diferente, a ausência dos equipamentos sociais, da infra-estrutura e a qualidade dos serviços públicos apresentam-se mais significantes para a classe trabalhadora (KOGA, 2003). No Brasil, o déficit habitacional é impulsionado pelo modelo capitalista altamente concentrador e excludente. A desigualdade na distribuição de renda acentua ainda mais a pobreza existente no país. Os baixos salários e o elevado nível de desemprego, muitas vezes impossibilitam que a classe trabalhadora adquira uma moradia, haja vista que o acesso a este bem está diretamente relacionado ao poder aquisitivo do/a cidadão/ã. Marques (2011) ao escrever sobre o fenômeno da pobreza urbana associa-a com a produção do espaço. A centralização da pobreza e a relação dos seus espaços à marcas territoriais negativas, ligadas principalmente à violência, faz com que o Estado implante a lógica da penalização. A segregação sócio-territorial é justificada pela identidade e segurança que determinado grupo tem como o território Para o referido autor a pobreza é um fenômeno de caráter multidimencional, sendo assim influenciada por diversos processos sociais, os indivíduos, ainda que consigam sobreviver, não tem o acesso facilitado aos mais relevantes benefícios das sociedades urbanas atuais. A forma de acesso aos bens e serviços públicos tem relação direta com a localização dos indivíduos no espaço urbano e com as redes sociais que fazem parte. A pobreza não tem uma forma única, mas sim formas distintas de se manifestar, associa-se a características diversas ligadas à estrutura etária, à composição familiar e a inserção no mercado de trabalho (MARQUES, 2010). Discute-se sobre algumas variáveis quando se analisa a categoria pobreza, a que mais se destaca relaciona-se ao nível de escolaridade, onde se cultiva a ideia de que a pobreza é produzida pela capacidade individual de obter rendimentos de forma atomizada no mercado

(Ibidem, p. 30), ou seja, a responsabilidade da pobreza é atribuída ao indivíduo de formas distintas. É diretamente influenciada pelas relações sociais estabelecidas em um dado espaço. A distribuição espacial dessas formas de pobreza aumenta ainda mais a complexidade do fenômeno, já que a inserção desses grupos no espaço urbano pode facilitar ou dificultar ao acesso aos bens, serviços e oportunidades. O direito à Cidade e Habitação Para discutir essa categoria, partiremos da concepção de que o direito à cidade engloba o direito à moradia digna, à terra urbanizada, ao saneamento ambiental, ao transporte público coletivo e seguro que democratize o acesso e garante a mobilidade, à infra-estrutura urbana, ao serviços e equipamentos urbanos e de qualidade, além dos meio de geração de renda, acesso à educação, saúde, informação, cultura, esporte lazer, segurança pública trabalho, enfim ao serviços urbanos essenciais para a efetivação da cidadania plena. Como a expansão urbana ocorreu de forma desordenada, o setor imobiliário prosseguiu com a ocupação espacial, apropriando-se de grandes áreas situadas próximas aos centros da cidade à espera da valorização imobiliária. As áreas disponíveis para aquisição livre das classes pobres eram as mais distantes da cidade, locais estes que dispunham de pouca ou nenhuma infra-estrutura (KOWARICK, 1979). Percebe-se que a valorização imobiliária tem intrínseca relação com o fato dos projetos habitacionais da cidade de Cuiabá serem executados em locais periféricos, assim as produções estudadas referentes à especulação imobiliária visam estabelecer a associação entre os interesses das empresas imobiliárias e os interesses da população demandatária do setor habitacional. Neste cenário, a questão habitacional tornou-se uma questão de mercado, na qual a iniciativa privada assume o protagonismo na construção das unidades habitacionais, pois a alta valorização das terras atende aos interesses do mercado imobiliário, dificultando o acesso das populações mais pobres as áreas centrais da cidade. Para Maricato (1982) a cidade é o espaço por excelência da luta de classes, e a articulação do capital imobiliário acaba assumindo o comando da cidade. A habitação é uma mercadoria especial vinculada à terra, sendo o produto de consumo privado mais caro para a

classe trabalhadora. Por estar ligada à renda o direito à cidade depende de uma política urbana de estruturação, que repense, principalmente, o uso e a democratização do solo. Em qualquer lugar em que a habitação é mercadoria e propriedade privada a questão da habitação se identifica com a questão da casa própria. Seja pela forma em que a iniciativa privada encaminha a questão, através da publicidade incentivando a aquisição da casa, seja pela forma como o Estado encaminha, oferecendo financiamento para compra ou construção da casa própria, a questão da habitação fica bastante dirigida, deslocando para o campo da ficção discussões e estudos a cerca de inovações arquitetônicas coletivistas que se referem a um novo modo de habitar(pag.71). Percebe-se assim que o direito à cidade não é apresentado de forma homogenia para todas as classes da sociedade: as classes mais pobres, por residirem em locais mais distantes do centro têm seu acesso aos serviços urbanos dificultados. A construção de conjuntos habitacionais para população de baixa renda legitima tal realidade, pois os conjuntos se localizam em lugares afastados do centro da cidade. O poder público viabiliza uma solução habitacional popular, barata, segregada, compatível com a baixa remuneração dos trabalhadores. Tendo em vista que a atual Política Nacional de Habitação apresenta o desenvolvimento social como um de suas diretrizes e a moradia digna com direito de vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de habitabilidade, infra-estrutura saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos e serviços urbanos essenciais como um de seus princípios, é um tanto contraditório o fato de os projetos habitacionais serem executados em locais tão distantes e sem o mínimo de acessibilidade (POLITICA HABITACIONAL, 2004, p. 30). Esta realidade é fruto da correlação de forças que confronta os interesses do Estado, das empresas privadas de construção Historicamente no Brasil, a maioria das políticas habitacionais propostas foram ineficazes, devido a inúmeros determinantes políticos, sociais, econômicos e culturais. Conseqüentemente esse processo resultou em um elevado déficit habitacional no país. Segundo Silva (2013, p.27) as políticas de desenvolvimento econômico alicerçaram-se na manutenção das desigualdades sociais, refletindo-se no espaço urbano através das múltiplas expressões da segregação espacial e exclusão sócio-territorial dos bairros populares e periferias da cidade.

disserta: Ao abordar o Programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, a autora A produção por construtoras, para faixas de renda mais baixas, entre 0 a 3 salário mínimos por famílias (ate R$ 1.600,00), é feita por oferta privada ao poder público. Isso significa que a construtora define o terreno e o projeto, aprova-os junto aos órgãos competentes e vende integralmente aquilo que produzir para a Caixa Econômica Federal, sem gastos de incorporação imobiliária e comercialização, sem riscos de inadimplência dos compradores ou vacância das unidades (p.53). Esse fato influência diretamente na localização dos conjuntos habitacionais, que são construídos em locais periféricos da cidade, cabe destacar que quanto mais distante, mais gastos municipais serão realizados, pois terá que se levar a estes locais infra-estrutura, transporte e serviços públicos (Ibidem, p.59). Em consonância com a Constituição Federal de 1988 que considera a habitação como direito fundamental de todos/as cidadãos/ãs, a atual Política Nacional de Habitação objetiva promover as condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da população, especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a inclusão social (BRASIL, PNH, 2004, p.29), entretanto o direito à moradia é assegurado para uma mínima parcela da população de baixa renda, em detrimento da manutenção da reprodução das relações sociais capitalistas. A PNH, estabelecida pelo Ministério das Cidades, define que morar não se limita a obtenção da casa, mas sim as condições de habitar no local: [...] dentro da concepção de desenvolvimento urbano integrado, no qual não se restringe a casa, incorpora o direito à infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos urbanos e sociais, buscando garantir direito à cidades (Ibid., p.12) Os programas e projetos habitacionais do governo federal, estadual e municipal delimitam o atendimento a um público prioritário, sendo que somente uma parcela desse público tem acesso à moradia garantido, pois os programas e projetos são insuficientes para atender a demanda habitacional. Outro fator que contribui para a permanência do elevado déficit habitacional é a demora na construção dos residenciais, pois geralmente a entrega da unidade habitacional ao morador, demora em média dois anos.

A cidade se caracteriza como um espaço de expressões contraditórias e antagônicas entre as classes sociais, contradições essas advindas da apropriação desigual da riqueza socialmente produzida.assim Kowarick discorre: É o capital e não a força de trabalho que deteriora a vida na cidade. Para o capital, a cidade e a classe trabalhadora interessam como fonte de lucro. Para os trabalhadores a cidade é o mundo onde devem procurar desenvolver suas potencialidades coletivas. Entre os dois existe um mundo de diferenças. E um mundo de antagonismo (1979, p.53). A organização das cidades visa favorecer a ordem capitalista, respondendo aos movimentos de reprodução do capital e da reestruturação do mercado de trabalho. Conclusão Podemos perceber assim, que o processo de segregação espacial foi definido por inúmeros fatores que atuam sobre o espaço urbano, afastando a população em vulnerabilidade social para áreas mal equipadas e distantes. Como descrito anteriormente, a urbanização ao acentuar a questão habitacional forçou os trabalhadores a residir onde sua renda lhe permitisse, por isso as possibilidades de localização habitacional da população estão diretamente ligadas a renda familiar, o que explica o alarmante número de moradores vivendo em casas precárias. Muitas vezes o próprio poder público reforça esse cenário segregatório, haja vista que prioriza os investimentos e melhorias em áreas onde concentra-se a população com maior renda, ignorando assim as áreas mais pobres da cidade. Outro aspecto que fortalece a segregação espacial dos conjuntos habitacionais é o fato deles serem desassistidas dos bens e serviços públicos básicos. Enfim, a questão habitacional é uma expressão das contradições inerentes à relação capital versus trabalho no espaço urbano, desta forma, a cidade é uma expressão da luta de classes. Constata-se assim que a realidade atual vem afastando cada vez mais a população em vulnerabilidade econômica do centro urbano da cidade de Cuiabá, dificultando assim o acesso aos serviços e equipamentos urbanos e dificultando a realização das atividades diárias dos moradores dos residenciais.

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