CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA



Documentos relacionados
1. INVENTÁRIOS 1.2 INVENTÁRIO PERIÓDICO. AGENTE E ESCRIVÃO DA POLICIA FEDERAL Disciplina: Contabilidade Prof.: Adelino Corrêa. 1..


2.2 Resultado com mercadorias 2.3 Impostos que afetam as mercadorias 2.4 Critérios de avaliação do estoque

CONTABILIDADE GERAL I

Devolução de mercadoria vendida - Contabilização - Roteiro de Procedimentos

13. Operações com mercadoria

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Crédito diferencial de alíquota no Ativo Imobilizado - SP

BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS - EMBALAGENS E CONJUNTOS PROMOCIONAIS

Imunidade O PIS e a Cofins não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação (CF, art. 149, 2º, I).

Contabilidade Comercial

DEVOLUÇÃO DE VENDAS DOS PERÍODOS ATUAL E ANTERIOR

Unidade III CONTABILIDADE COMERCIAL. Profa. Divane Silva

AGENTE E ESCRIVÃO DA POLICIA FEDERAL Disciplina: Contabilidade. Aula: 04 Prof.: Adelino Corrêa DATA: 26/10/ Operações com mercadoria

Unidade II CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA. Profa. Divane Silva

RECEITAS E SUBVENÇÕES

FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA MÓDULO 9

Unidade IV CONTABILIDADE COMERCIAL. Profa. Divane Silva

SIMPLES NACIONAL DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS TRATAMENTO FISCAL

Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de

CONTABILIDADE DE CUSTOS/GERENCIAL PARA CONTÁBEIS/ADMINISTRAÇÃO REVISÃO: CUSTO DE MERCADORIAS E PRODUTOS VENDIDOS.

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

CONTABILIDADE BÁSICA Aula: Operações com Mercadorias

Contmatic - Escrita Fiscal

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP 5º CCN DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

1 Apresentação do Problema

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE II

SAD Gestor ERP. Módulo Estoque. Cadastro de Produto Escrita Fiscal. Seja Bem Vindo!

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - DVA

O que é Substituição Tributária de ICMS e sua contabilização

4 Fatos Contábeis que Afetam a Situação Líquida: Receitas, Custos, Despesas, Encargos, Perdas e Provisões, 66

Cada prova possuirá 20 (vinte) questões objetivas e 1 (uma) questão discursiva. A prova terá duração de 2 (duas) horas, com início às 9h.

MANUAL DE EMISSÃO DE NFS-e

Jurisprudência. SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 47 de 12 de Novembro de 2012

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Diferencial de alíquota para produtos com destino industrialização

Contabilidade Financeira e Gerencial. Conceitos Básicos: bens, direitos e balanço patrimonial

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IRPJ. Lucro Presumido

CONTABILIDADE DE CUSTOS. Avaliação de Estoques

Cordilheira Escrita Fiscal 2.109A

CONTABILIDADE COMERCIAL MÓDULO 15

AULA 9 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA - Hipóteses de Incidência, Cálculo e Formas de Recolhimento. Matéria elaborada com base na Legislação vigente em:

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Soma do IPI ao total da NF

RESULTADO COM MERCADORIAS!!!

Prezado(a) Concurseiro(a),

Prof. Walter Dominas

O IMPACTO DOS TRIBUTOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Os valores totais do Ativo e do Patrimônio Líquido são, respectivamente,

CONTABILIDADE COMERCIAL I PROFESSOR Salomão Dantas Soares APOSTILA 3 Operações Típicas de Empresas Comerciais : Contabilização de Impostos e Taxas

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA TROPA DE ELITE CURSO AEP PROF. ALEXANDRE AMÉRICO

CADERNO DE QUESTÕES PROCESSO SELETIVO TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA (TRV) 2ª ETAPA EDITAL 02/2015-COPESE DATA: 08/02/2015. HORÁRIO: das 09 às 12 horas

ESTADO DO ACRE SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE AÇÃO FISCAL NOTA TÉCNICA

IMPOSTOS SOBRE VENDAS! ICMS, PIS/COFINS, ISS e IPI! O que fazer com a CPMF?! As alterações da legislação tributária no cálculo da COFINS ASSOCIADOS

AUDITORIA DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VENDA PARA ENTREGA FUTURA E FATURAMENTO ANTECIPADO Aspectos Legais e Contábeis. Matéria elaborada com base na legislação vigente em: 04/04/2011.

AQUISIÇÕES INTERESTADUAIS INSTRUTORA: VALÉRIA PERES

Versão 06/2012. Substituição Tributária

EXEMPLO DE EMISSÃO DA NOTA FISCAL

OPERAÇÕES COM ERCADORIAS

Maratona Fiscal ISS Contabilidade geral

OFICINA DE PREENCHIMENTO DA NOTA FISCAL DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

PIS e COFINS. Um Estudo Comparativo entre as Sistemáticas de Apuração das Empresas Optantes pela Tributação do Lucro Real e Lucro Presumido

IPI - Devolução de produtos - Tratamento fiscal

Introdução l Resumo Exercícios 15 Demonstrações Contábeis

ASPECTOS FISCAIS NAS EXPORTAÇÕES

Parecer Consultoria Tributária Segmentos ICMS-SP Transferência de mercadoria entre estabelecimento de mesmo titular.

INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL

RESENHA TRIBUTÁRIA ATUALIZADA

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Contabilidade Parte II

MANUAL DO SISTEMA DE APURAÇÃO DO ICMS RELATIVO AO CUSTO DAS SAÍDAS DE MERCADORIAS E PRESTAÇÕES DE

Art. 2º Fica suspenso o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta da venda, no mercado interno, de:

FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE CRITÉRIO PEPS ENTRADA SAÍDA SALDO DATA Quanti Valor Total. Total ade Unitário

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Palestra. Créditos Fiscais (ICMS/ IPI/ PIS e COFINS) Julho Elaborado por: Katia de Angelo Terriaga

Contabilidade Empresarial e Comercial ETEC GUARACY. Prof. Procópio 2º CONTAB Aula - 8

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Bacharelado CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Parte 6

Tabelas práticas. TABELA DE CFOP E CST è CÓDIGO FISCAL DE OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES CFOP

O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Proporcionalidade do Crédito de PIS e COFINS

ICMS/SP - Principais operações - Venda para entrega futura

Pergunte à CPA. Devolução e Recusa de Mercadorias Regras gerais

I CASOS PRÁTICOS DACON Segue abaixo orientações quanto ao preenchimento prático de informações a serem prestadas em Dacon através de exemplos

CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS E MATÉRIAS-PRIMAS

PIS/Cofins e bonificações nas compras

Taxa de Aplicação de CIP (Custos Indiretos de Produção)

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 12 Ajuste a Valor Presente.

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS E ANTECIPAÇÃO DO IMPOSTO

Lei /14 Valmir Oliveira 18/03//2015

A partir da referência maio de 2009 (entrega até 10/06) foram feitas as seguintes adequações relacionadas à DIME e DCIP:

Unidade I CONTABILIDADE EMPRESARIAL. Prof. Amaury Aranha

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO INTERMUNICIPAL OU INTERESTADUAL DE CARGAS - Crédito do ICMS

67. As ME e EPP, optantes ou não pelo Simples Nacional, podem emitir que tipo de nota fiscal?

Transcrição:

1 CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Prof. Carmem Haab Lutte Cavalcante 2012 2

CONTABILIDADE SOCIETARIA 2

3 1 CONTABILIDADE Conceito de contabilidade, campo de atuação, usuários, objetivos e objeto, técnicas, finalidade. Método das partidas dobradas, livros de escrituração (razão e diário), balancete, encerramento e ajustes, DRE, BP. 2 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 2.1 Custo das mercadorias vendidas Podemos calcular o valor do custo das mercadorias vendidas por meio de dois sistemas: inventário periódico e inventário permanente. 2.1.1 Inventário permanente Quando controlamos de forma contínua o estoque de mercadorias, dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo dessas mercadorias vendidas. Nesse sistema, temos, preferencialmente, que registrar todas as compras diretamente na conta de mercadorias: Exemplo: Durante o período teve as seguintes operações: 02.04 - Compra de mercadorias para revenda, conforme NF 008, no valor de 2.000,00, a vista, com ICMS de 17%. 04.04: Venda das mercadorias adquiridas em 02.04, conforme NF 234, no valor de 6.000,00, a vista, com ICMS de 17%. (fazer registros do diário) 2.1.2 Atribuição de preços aos inventários: Preço específico Quando é possível fazer a determinação do preço especifico de cada unidade em estoque, pode-se dar baixa, em cada venda, por esse valor; com isto, no estoque final, seu valor será a soma de todos os custos específicos de cada unidade ainda existente. Tal tipo de apropriação de custos somente é possível em alguns casos, onde a quantidade, ou o valor, ou a própria característica da mercadoria o permite, por exemplo em um comercio de carros usados. Na maioria das vezes não é possível ou economicamente conveniente a identificação do custo especifico de cada unidade. PEPS ou FIFO Neste critério, o material utilizado é custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em estoques. O primeiro a entrar é o primeiro a sair (first-in, first out). Com o uso do PEPS, há uma tendência de o produto ficar avaliado por custo menor do que quando do custo médio, tendo-se em vista a situação normal de preços correntes. Ao se utilizar o PEPS, acaba-se por apropriar ao produto, via de regra, o menor valor existente do material nos estoques. Essa subavaliação do custo do produto elaborado acaba por apropriar um resultado contábil maior para o exercício em que for vendido. É lógico que o material estocado, avaliado por preços maiores, será apropriado no futuro à produção, mas é provável que então o preço de venda também seja maior.

Exemplo: Considere-se a seguinte movimentação nos estoques durante o mês de Julho (os valores, para fins de exemplo, já estão líquidos do ICMS): Dia 03 - Compra de 1.000 unidades pelo valor de 10.000,00 Dia 15 Compra de 2.000 unidades pelo valor de 23.300,00 Dia 17 Venda de 2.200 unidades Dia 23 Compra de 1.200 unidades pelo valor de 15.600,00 Dia 29 Venda de 1000 unidades Pede-se: elaborar a planilha de controle de estoque. Ficha de estoque com utilização do PEPS Data Entradas Saídas (utilização) Saldo Qtde Preço total Preço unit. Qtde Preço total Preço unit. Qtde Kg Preço total Preço unit. 03 1.000 10.000,00 10,00 1.000 10.000,00 10,00 15 2.000 23.300,00 11,65 2.000 23.300,00 11,65 17 1.000 10.000,00 10,00 1.200 13.980,00 11,65 23 1.200 15.600,00 13,00 1200 15.600,00 13,00 29 800 9.320,00 11,65 200 2.600,00 13,00 Total 4.200 48.900,00 3.200 35.900,00 1.000 13.000,00 13,00 Com o uso deste critério verifica-se um estoque final de 1000 unidades ao valor unitário de 13,00, e total de 13.000,00. O custo dos produtos vendidos foi de 35.900,00. UEPS ou LIFO O método de último a entrar primeiro a sair (last-in, first-out) provoca efeitos contrários ao PEPS. Com a adoção do UEPS, há tendência de apropriar custos mais recentes aos produtos feitos, o que provoca normalmente redução do lucro contábil. Provavelmente por essa razão, essa forma de apropriação não é admitida pelo Imposto de Renda Brasileiro. Existe um risco na adoção do UEPS; olhando o exemplo anterior, verificamos que todo o estoque de materiais está avaliado por preços antigos. No dia em que houver utilização desse estoque sem que tenha havido compras adicionais, será ele apropriado ao produto; este estará então subavaliado em comparação com preços recentes, e todo o resultado não apresentado anteriormente será contabilizado agora. Exemplo (os valores, para fins de exemplo, já estão líquidos do ICMS): Dia 03 - compra de 1.000 kg pelo valor de 10.000,00 Dia 15 compra de 2.000 kg pelo valor de 23.300,00 Dia 17 o setor de produção requisitou 2.200 kg Dia 23 compra de 1.200 kg pelo valor de 15.600,00 Dia 29 o setor de produção requisitou 1.000 kg 4

5 Pede-se: elaborar a planilha de controle de estoque. Ficha de estoque com utilização do UEPS Data Entradas Saídas (utilização) Saldo Qtde Preço total Preço unit. Qtde Preço total Preço unit. Qtde Preço total Preço unit. Kg Kg Kg 03 1.000 10.000,00 10,00 1.000 10.000,00 10,00 15 2.000 23.300,00 11,65 2.000 23.300,00 11,65 17 2.000 23.300,00 11,65 200 2.000,00 10,00 23 1.200 15.600,00 13,00 1.200 15.600,00 13,00 29 1.000 13.000,00 13,00 Total 4.200 48.900,00 3.200 38.300,00 800 8.000,00 10,00 200 2.600,00 13,00 Neste caso, o estoque final ficará: 800 un ao preço de 10,00 e 200 un ao preço de 13,00. Já o custo dos produtos vendidos érias é de 38.300,00. Média Ponderada Móvel É assim chamado aquele mantido por empresa com controle constante de seus estoques e que por isso atualiza seu preço médio após cada aquisição. Exemplo: Considere-se a seguinte movimentação nos estoques durante o mês de Julho (os valores, para fins de exemplo, já estão líquidos do ICMS): Dia 03 - Compra de 1.000 unidades pelo valor de 10.000,00 Dia 15 Compra de 2.000 unidades pelo valor de 23.300,00 Dia 17 Venda de 2.200 unidades Dia 23 Compra de 1.200 unidades pelo valor de 15.600,00 Dia 29 Venda de 1000 unidades Pede-se: elaborar a planilha de controle de estoque. Ficha de estoque com utilização do Preço Médio Móvel Data Entradas Saídas (utilização) Saldo Qtde Preço total Preço unit. Qtde Preço total Preço unit. Qtde Preço total Preço unit. 03 1.000 10.000,00 10,00 1.000 10.000,00 10,00 15 2.000 23.300,00 11,65 3.000 33.300,00 11,10 17 2.200 24.420,00 11,10 800 8.880,00 11,10 23 1.200 15.600,00 13,00 2.000 24.480,00 12,24 29 1.000 12.240,00 12,24 1.000 12.240,00 12,24 Total 4.200 48.900,00 3.200 36.660,00 1.000 12.240 12,24 Com a ficha de estoque verifica-se que o dos produtos vendidos foi de 36.660,00. O estoque final ficou em 1.000 unidades, com um valor total de 12.240,00.

2.2 IPI, ICMS, PIS, COFINS, abatimentos e descontos, devoluções de Compras e Vendas São considerados despesas operacionais, redutoras da receita bruta para fins de apuração da receita liquida: ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações. ISS Imposto sobre serviços de qualquer natureza. COFINS Contribuição para financiamento da seguridade social na parcela incidente sobre a receita bruta de vendas e serviços. PIS Programa de integração social, na parcela incidente sobre a receita bruta de vendas e serviços. Não constitui despesa nem receita, seu controle é efetuado por meio de contas patrimoniais: IPI Imposto sobre produtos industrializados. Hipóteses de recuperação de impostos (Neves e Vicenconti, 2006, p.145): Operações Imposto a recuperar Compras para comercialização ou revenda ICMS Compras para industrialização ou ICMS e IPI transformação Lei complementar 114/2002: ICMS Entrada de energia elétrica utilizada no processo industrial Bens destinados ao Ativo Permanente ICMS (parcelado em 48 meses) (entradas a partir de 01.01.2001) Serviços de transporte substituição tributária A empresa compradora de mercadorias que contratar transportadora será a responsável pelo pagamento do ICMS relativo ao frete. A empresa compradora, nesta hipótese, somente terá direito ao crédito do ICMS caso promova a venda tributada da referida mercadoria. Assim, não terá direito ao crédito do ICMS sobre o valor do frete caso a venda seja efetuada com isenção do imposto (artigos 116 e 317 do regulamento do ICMS RICMS de 2000, aprovado pelo Decreto 45.490, de 2000) Direito ao crédito imposto Para que haja direito ao crédito do ICMS é necessário que as saídas sejam tributadas e que a mercadoria ou serviço adquirido não seja alheio à atividade do estabelecimento. Se houver credito pela entrada de mercadorias e posteriormente ocorrer venda com isenção a empresa compradora deverá efetuar o estorno do crédito (artigos 20, 21 e 33 da Lei Complementar 87/96 alterada pela Lei Complementar 102/2000) 6

Exemplo de compra de imobilizado: A empresa Comercial Silva Ltda adquiriu a prazo bens para o ativo permanente da sociedade PVSN Equipamentos Industriais, através da NF 1430: Valor bruto 28.000,00 (+) IPI (8%) 2.240,00 (=) Total da NF 30.240,00 ICMS destacado 5.443,20,00 Contabilização: D Maquinas e equipamentos 24.796,80 D ICMS a recuperar* 5.443,20 C Contas a pagar 30.240,00 * O ICMS será recuperado em 48 meses. Exemplo de compra de material de escritório para uso nas atividades comerciais da empresa: Nota fiscal de compra: Valor bruto 8.000,00 (+) IPI (25%) 2.000,00 (=) Total da NF 10.000,00 ICMS destacado 18% 1.800,00 Contabilização: D Estoque de material de escritório C Contas a pagar 10.000,00 A parcela do IPI deve ser incluída na base de cálculo do ICMS quando o produto for destinado a uso e consumo do adquirente, ainda que este seja contribuinte do imposto. 7

8 2.2.1 ICMS nas devoluções de compras e nas devoluções de vendas Ocorrendo devoluções de compras e vendas, a contabilização desses eventos será feita invertendo-se os lançamentos originais. Exemplo: Devolução de compras: a) A empresa comprou mercadorias no valor de 1.000,00, com ICMS 180,00 D Estoque mercadorias 820,00 C Caixa 1.000,00 D ICMS a recuperar 180,00 b) A empresa devolveu ao seu fornecedor mercadorias no valor de 1.000,00, com ICMS de 180,00. D Caixa 1.000,00 C Estoque 820,00 C ICMS a recuperar 180,00 (ou ICMS a recolher) Devolução de vendas: c) A empresa vendeu mercadorias no valor de 5.000,00, com ICMS 900,00, com custo de 1.000,00: D caixa 5.000,00 C Vendas 5.000,00 D ICMS vendas 900,00 C ICMS recolher 900,00 C Estoque 1.000,00 D CMV 1.000,00 d) Devolução de parte das mercadorias vendidas à vista por 5.000,00, com ICMS incidente de 900,00, com custo de 1.000,00. D Vendas anuladas 5.000,00 C Caixa 5.000,00 D ICMS a recolher 900,00 (ou ICMS a recuperar) C ICMS sobre vendas 900,00 D Estoque 1.000,00 C CMV 1.000,00

2.2.2 IPI IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados. É um imposto de competência federal. Por incidir sobre produtos industrializados, é devido pelas empresas industriais e por algumas empresas a elas equiparadas. O IPI,ao contrário do ICMS, é considerado Imposto por Fora, o que significa que seu valor é calculado aplicando-se uma alíquota sobre o preço dos produtos; depois, os dois valores são somados. Ao adquirirmos um determinado produto por 600,00, com IPI incidente de 60,00, pagaremos a importância de 660,00, sendo 60,00 relativos ao custo do produto e 60,00, ao IPI. Neste caso o valor total da NF é de 660,00. O IPI também não é imposto cumulativo, isto é, o valor do imposto incidente em uma operação de compra será abatido do valor do imposto incidente na operação de venda subseqüente. Contabilização do IPI: A atividade principal de uma empresa industrial tradicional concentra-se nas seguintes operações: compra, transformação e venda. A empresa industrial compra materiais, transformaos em novos produtos e os vende. Assim, o IPI incidente na compras de materiais cujos valores foram pagos aos fornecedores será compensado do valor do IPI incidente na venda dos produtos fabricados com esses materiais. Como ocorre com o ICMS, o IPI também é apurado periodicamente, sendo o mais comum sua apuração mês a mês. Na venda: Sendo o IPI um imposto por fora, não integra a Receita Bruta de Vendas, podendo ser contabilizado em um lançamento só, registrando-se a receita bruta de vendas e o valor do imposto diretamente a crédito da conta IPI a Recolher. Exemplo: QUANDO A EMPRESA PODE RECUPERAR O VALOR DO IPI a) Compra de matéria-prima, a vista, da empresa Industrial Três Marias, conforme NF nº 250, no valorde 2.000,00, com IPI incidente de 200,00, perfazendo o total de 2.200,00: D Estoque matéria-prima 2.000 C Caixa 2.200 D IPI a recuperar 200 b) Venda de produtos, a vista, conforme NF 150, no valor de 7.000,00, com IPI incidente de 700,00, perfazendo do total de 7.700,00. D Caixa 7.700,00 C - Vendas 7.000,00 C IPI a recolher 700,00 Considerando apenas esses fatos no período, faz-se, no final do mesmo, o lançamento de ajuste para determinar o saldo do IPI (direito ou obrigação): C IPI recuperar 200 D IPI a recolher 200 IPI A RECOLHER 200 700 500 saldo a recolher Após esse lançamento de ajuste, a conta IPI a recuperar, que possuía o menor saldo (200,00), ficou com saldo igual a zero; a conta IPI a recolher, que tinha o maior saldo (700,00), sendo debitada por 200,00, ficou com saldo credor de 500,00, refletindo assim a obrigação da empresa junto ao governo. 9

QUANDO A EMPRESA NÃO PODE RECUPERAR O VALOR DO IPI a) A empresa adquiriu as mercadorias para revender. Neste caso, somente o ICMS incidirá na venda das mercadorias, sendo recuperável. O IPI integrará o custo de aquisição. Compra de mercadorias por 1.000,00, com ICMS incluso de 180,00 e IPI adicionado no valor de 100,00. C caixa 1.100,00 D Estoque mercadorias 920,00 D ICMS a recuperar 180,00 OBSERVAÇÕES quanto ao ICMS e IPI: Para que a empresa tenha direito de recuperar o valor do ICMS pago aos fornecedores no momento da compra de mercadorias, é necessário que, ao serem vendidas, essas mercadorias sofram a incidência desse imposto. Caso contrário o valor do ICMS incidente nas compras integrará o custo de aquisição das referidas mercadorias. Para que a empresa possa recuperar o valor do IPI incidente nas compras de materiais, é necessário que os produtos fabricados com esses materiais sofram a incidência do referido imposto por ocasião das vendas. Caso contrário, a exemplo do ICMS, o valor do IPI incidente nas compras integrará o custo dos respectivos materiais. Como ocorre com o ICMS, também é comum a legislação do IPI isentar determinadas operações do imposto; por isso, uma empresa poderá adquirir materiais com incidência do IPI e revendê-los com isenção. Assim com no ICMS pode-se utilizar IPI CONTA CORRENTE ou adotar contas distintas para contabilização do IPI, isto é, IPI A RECUPERAR e IPI A RECOLHER. Importante: O IPI incidente sobre o valor total da operação, que compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. Os descontos, ainda que incondicionais, não podem ser deduzidos do valor da operação (Lei 7.798 de 10.07.89). O ICMS incide sobre o valor bruto menos o Desconto Incondicional Obtido. 10 2.2.3 FRETES E SEGUROS As despesas decorrentes de fretes e seguros incidentes sobre o produto também compõe o custo das mercadorias e, portanto, deverão ser contabilizados na mesma conta (Compras). Exemplos: a) Compra de mercadorias a vista no valor de 3.000,00. Foi pago à Transportadora X a importância de 100,00, correspondente ao valor do frete. D Estoque Mercadorias 3.100,00 C Caixa 3.100,00

2.2.4 PIS e COFINS PIS Programa de Integração Social. COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. PIS sobre folha de pagamento entidades sem fins lucrativos, públicas ou particulares. PIS sobre faturamento pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo regime do Simples. COFINS sobre faturamento - pessoas jurídicas de direito privado, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do imposto de renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo regime do Simples. Os valores das contribuição são calculados no final de cada mês mediante a aplicação de alíquotas sobre o faturamento que a empresa teve ou sobre o valor bruto da folha de pagamento. Deverão ser pagas até o ultimo dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente dos fatos geradores. Faturamento = total da receita bruta decorrente da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia, bem como as demais receitas auferidas pela empresa, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Podem ser excluídos valores como as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. PIS - Regime cumulativo = 0,65% PIS - Regime não cumulativo = 1,65% COFINS Regime cumulativo = 3,0% COFINS Regime não cumulativo = 7,6% O recolhimento deverá ser feito sempre no mês seguinte ao mês da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Cálculos na modalidade cumulativa No ultimo dia do mês apura-se a base de calculo de cada um dos tributos, subtraindo-se os valores permitidos. Sobre essa base aplicam-se as alíquotas. As receitas devem ser separadas conforme a classificação contábil. A contabilização será debitando as contas que representam os encargos correspondentes (PIS sobre faturamento, PIS sobre receitas financeiras., etc), e creditando a conta PIS a recolher. A conta PIS sobre faturamento é redutora da receita bruta de vendas, e o seu saldo será transferido para a conta Resultado da Conta Mercadorias por ocasião da apuração do Resultado Bruto. As demais contas representativas de despesas terão seus saldos transferidos para a conta Resultado do Exercício por ocasião da apuração do Resultado Liquido do Exercício. O mesmo procedimento é aplicado ao COFINS. Exemplo (Ribeiro Contabilidade Comercial, 2009): Considere as seguintes informações relativas ao mês de fevereiro, extraídas dos registros contábeis de uma empresa: - Receita bruta auferida na venda de produtos (incluído ICMS) de 5.000.000,00 - Receitas Financeiras de 30.000,00 - Aluguéis ativos de 20.000,00 Pede-se: com base nas receitas supra, calcule e contabilize as contribuições para o PIS/PASEP pela alíquota de 0,65% e para a COFINS pela alíquota de 3%, considerando que a empresa esta sujeita ao regime cumulativo de tributação dessas contribuições. C PIS a recolher ou PIS conta corrente 32.825,00 D PIS sobre faturamento 32.500,00 D PIS sobre receitas financeiras 195,00 11

D PIS sobre outras receitas oper. 130,00 Pela apropriação do PIS referente receitas do mês. 12 C COFINS a recolher ou PIS conta corrente 151.500,00 D Cofins sobre faturamento 150.000,00 D Cofins sobre receitas financ. 900,00 D Cofins sobre outras receitas operac. 600,00 Suponhamos agora que houve uma devolução de vendas no valor de 60.000,00, com ICMS 17% e PIS e Cofins não cumulativos. Considere o custo de 25.000,00. D Devolução de vendas C Clientes 60.000,00 D Estoque C CMV 25.000,00 D ICMS a recolher ou conta corrente C ICMS sobre vendas 10.200,00 Dessa forma, ao apurar o faturamento para cálculo do PIS e COFINS deverá ser deduzido o valor das devoluções de vendas. Caso a devolução ocorra em mês seguinte ao da venda, tal devolução entrará no próximo cálculo. Cálculos na modalidade não cumulativa Suponhamos o seguinte fato ocorrido em uma empresa comercial, no mês de fevereiro: Compra de mercadorias, a prazo, conforme NF 272 de JC S.A., no valor de 40.000,00 com ICMS incidente no montante de 7.200,00. Operação com direito a crédito do PIS pela alíquota de 1,65% e do COFINS pela alíquota de 7,6%. C Fornecedores 40.000,00 D Estoque de mercadorias 29.100,00 D ICMS a recuperar 7.200,00 D PIS a recuperar 660,00 D COFINS a recuperar 3.040,00 Histórico: Compra de mercadorias cf NF.272 JC S.A. Considerando que no mesmo mês a empresa contabilizou vendas de mercadorias no montante de 100.000,00, rendimentos de aplicações financeiras no montante de 10.000,00 e receitas de alugueis no valor de 20.000,00, pede-se: a) Calcular e contabilizar o PIS/PASEP sobre o faturamento do mês, pela alíquota de 1,65% e COFINS pela alíquota de 7,6%. C PIS a recolher 2.145,00 D PIS sobre faturamento 1.650,00 D PIS sobre receitas financeiras 165,00 D PIS sobre outras receitas operac. 330,00 Histórico: Pela apropriação da contribuição referente faturamento do mês. C COFINS a recolher 9.880,00 D COFINS sobre faturamento 7.600,00 D COFINS sobre receitas financ. 760,00 D COFINS sobre outras receitas operac. 1.520,00 Histórico: Pela apropriação da contribuição referente faturamento do mês.

13 b) Ajustar os saldos das contas PIS/PASEP a recuperar e PIS/PASEP a recolher. Observe os saldos: PIS a recolher PIS a recuperar COFINS a recolher COFINS a recuperar 2.145 660 9.880 3.040 Assim, deve-se zerar a conta de menor valor. Por exemplo, no PIS deve-se creditar PIS a recuperar e debitar PIS a recolher no valor de 660,00. Com isso, a conta PIS a recolher ficará com o saldo de 1.485,00 que representa a obrigação e deverá ser recolhido ao Governo Federal. Da mesma forma, deverá, neste caso, ser creditado COFINS a recuperar e debitado COFINS a recolher no valor de 3.040,00. Ficará assim, um saldo de 6.840,00 a ser recolhido. Suponhamos agora que houve uma devolução de vendas no valor de 60.000,00, com ICMS 17% e PIS e Cofins não cumulativos. Considere o custo de 25.000,00. D Devolução de vendas C Clientes 60.000,00 D Estoque C CMV 25.000,00 D ICMS a recolher ou conta corrente C ICMS sobre vendas 10.200,00 D PIS a recolher ou conta corrente C PIS sobre faturamento 990,00 D Cofins a recolher ou conta corrente C Cofins sobre faturamento 4.560,00

14 2.2.5 ABATIMENTOS E DESCONTOS Abatimentos quando um comerciante se vê prejudicado ao receber certa mercadoria cujo tipo, qualidade, ou qualquer outro fator não esteja em conformidade com seu pedido, pode devolver a mercadoria ou pedir abatimento ao vendedor. Assim, no caso de abatimento: D Abatimento sobre vendas C Clientes Os saldo da conta Abatimentos, no fim do período, será jogado contra o saldo de Receita de Vendas, para apuração do valor das vendas liquidas. Abatimentos sobre vendas D Abatimentos sobre vendas C Clientes (no DRE, deduções) Abatimento recebido sobre compras D Fornecedores C Mercadorias - estoque Descontos comerciais são os concedidos pelo vendedor a favor do comprador no ato da compra, em função de vários motivos: quantidade, cliente especial... O procedimento mais comum é o registro da compra ou venda diretamente pelo valor liquido. Mas, também se pode abrir uma conta especial chamada Descontos Comerciais sobre Vendas ou Descontos Obtidos. a) Compra de mercadorias no valor de 2.000,00, com desconto de 200,00. D Estoque mercadorias 2.000,00 C Caixa 1.800,00 C Descontos obtidos 200,00 (no DRE nas receitas financeiras) b) Venda de mercadorias a vista no valor de 1.000,00 com desconto concedido de 50,00. D caixa 950,00 C Vendas 1.000,00 D Descontos concedidos 50,00 (no DRE nas deduções ) Descontos financeiros são os prêmios oferecidos pelo vendedor ao comprador por um pagamento antecipado de dívidas assumidas com transações de mercadorias. Não deve ser confundido com descontos comerciais. a) Venda de mercadorias no valor de 10.000,00 para pagamento em 60 dias, com 5% de desconto se o pagamento for em 30 dias. O cliente resolveu aproveitar o desconto pagando antes: D Caixa 9.500,00 C Clientes 10.000,00 D Descontos financeiros concedidos 500,00 b) Compra de mercadorias no valor de 10.000,00 para pagamento em 60 dias, com 5% de desconto se o pagamento for em 30 dias. A empresa resolveu aproveitar o desconto pagando antes: D Fornecedores 10.000,00 C Caixa 9.500,00 C Descontos financeiros obtidos 500,00

15 3. DESPESAS ANTECIPADAS As despesas do mês que foram pagas antecipadamente estão registradas em contas do Ativo Circulante. A apropriação no último dia do mês é feita debitando-se uma conta que represente a referida despesa e creditando-se a conta do Ativo Circulante que registrou a despesa paga antecipadamente. A mais comum dessas despesas é a Despesa com Seguros, a qual, no dia do pagamento, é registrada a débito da conta Prêmio de Seguro a Vencer; mensalmente, ou no último dia do ano, deve ser apropriada a importância correspondente à Despesa do mês ou do ano. Suponhamos que no dia 01 de agosto a empresa tenha efetuado um pagamento no valor de 36.500 para a Companhia Seguradora X, referente a seguro contra incêndio, pelo período de um ano. Assim, no dia 01 de agosto, a empresa efetuou o seguinte registro no livro Diário: D Prêmios de Seguros a vencer 36.500,00 C Caixa (ou banco) 36.500,00 A conta debitada (Prêmios de Seguro a Vencer) é conta do Ativo Circulante que registra despesa paga antecipadamente. No final de cada mês, a empresa deverá apropriar o valor da despesa de seguro do referido mês, debitando uma conta que represente a despesa de seguro (Prêmios de Seguros) e creditando a conta do Ativo Circulante que registrou a despesa paga antecipadamente. A contabilização da apropriação mensal se faz da seguinte forma: D Prêmios de seguros ou Despesas com Seguros 3.041,67 (conta de resultado) C Prêmios de seguros a vencer 3.041,67