Parecer Consultoria Tributária Segmentos Soma do IPI ao total da NF
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- Milena Azambuja Fraga
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1 Soma do 13/12/2013
2 Sumário Título do documento 1. Questão Normas Apresentadas pelo Cliente Análise da Consultoria Base de cálculo Emissão da Nota Fiscal com IPI Devoluções de compra com IPI IPI na base de cálculo do ICMS Conclusão Informações Complementares Referências Histórico de Alterações
3 1. Questão O cliente, empresa do ramo da construção civil, sediada no Estado de São Paulo, recebe notas fiscais de entrada de aquisições de mercadorias para suas obras, em algumas destas notas fiscais há a incidência do IPI, no entanto, segundo o cliente, nestas notas fiscais o IPI não entra na base de cálculo do ICMS e por este motivo não está compondo o total da nota fiscal. Ou seja, em seu entendimento, se o IPI veio destacado na nota de entrada, mas não compôs a base de cálculo do ICMS, ele deve escriturar esta NF, calcular o IPI, mas não deve somar o IPI ao total da nf. Em contato com o cliente, o mesmo nos informou que seu fornecedor compõe o preço da mercadoria embutindo o valor do IPI, só o indicando no documento fiscal, sem somá-lo ao total da NF, solicita implementação no sistema para este tratamento. 2. Normas Apresentadas pelo Cliente O cliente embasou seu entendimento na passagem das seguintes normas: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Art Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996 Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de ) I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; II - o valor correspondente a: a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado. 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. 3
4 3. Análise da Consultoria Título do documento O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é calculado mediante a aplicação das alíquotas constantes da Tabela de Incidência do IPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660/2011, sobre a base de cálculo atribuída à respectiva operação. Esse procedimento não exclui outra modalidade de cálculo estabelecida pela legislação, como, por exemplo, em relação às bebidas e aos cigarros, hipóteses em que o imposto deve ser recolhido por quantidade do produto ou por classe de enquadramento Base de cálculo A base de cálculo do IPI consiste, em regra: Em relação aos produtos de procedência estrangeira: No valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; No valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial; No que se refere aos produtos nacionais, no valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou a ele equiparado. O valor da operação referido acima compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou ao destinatário. Será também considerado como cobrado ou debitado pelo contribuinte, ao comprador ou ao destinatário, o valor do frete quando o transporte for realizado ou cobrado por firma coligada, controlada ou controladora ou interligada do estabelecimento contribuinte ou por firma com a qual este tenha relação de interdependência, mesmo quando o frete seja subcontratado. RIPI - Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Decreto nº 7.212, de DOU de Ret. DOU de Seção II Da Base de Cálculo Valor Tributável Art Salvo disposição em contrário deste Regulamento, constitui valor tributável: I - dos produtos de procedência estrangeira: a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis ( Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, inciso I, alínea "b" ); e b) o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial ( Lei nº 4.502, de 1964, art. 18 ); ou 4
5 II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial ( Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, inciso II, e Lei nº 7.798, de 1989, art. 15 ). 1º O valor da operação referido na alínea "b" do inciso I e no inciso II compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário ( Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, 1º, Decreto-Lei nº 1.593, de 1977, art. 27, e Lei nº 7.798, de 1989, art. 15 ). 2º Será também considerado como cobrado ou debitado pelo contribuinte, ao comprador ou destinatário, para efeitos do disposto no 1º, o valor do frete, quando o transporte for realizado ou cobrado por firma controladora ou controlada - Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, art. 243, coligadas - Lei nº , de 10 de janeiro de 2002, art , e Lei nº , de 27 de maio de 2009, art. 46, parágrafo único, ou interligada - Decreto-Lei nº 1.950, de 1982, art. 10, 2º - do estabelecimento contribuinte ou por firma com a qual este tenha relação de interdependência, mesmo quando o frete seja subcontratado ( Lei nº 4.502, de 1964, art. 14, 3º, e Lei nº 7.798, de 1989, art. 15 ) Emissão da Nota Fiscal com IPI Conforme vimos acima, para o IPI o valor da operação não tem o valor do próprio imposto embutido como ocorre com o ICMS, que é um imposto por dentro. O IPI é destacado do valor da operação e deve ser somado ao valor total do documento fiscal: RIPI - Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Decreto nº 7.212, de DOU de Ret. DOU de Art A nota fiscal, nos quadros e campos próprios, observada a disposição gráfica dos modelos 1 ou 1-A, conterá: IV - no quadro Dados do Produto : a) o código adotado pelo estabelecimento para identificação do produto; b) a descrição dos produtos, compreendendo: nome, marca, tipo, modelo, série, espécie, qualidade e demais elementos que permitam sua perfeita identificação; c) a classificação fiscal dos produtos por Posição, Subposição, item e subitem da TIPI (oito dígitos); d) o Código de Situação Tributária - CST; e) a unidade de medida utilizada para a quantificação dos produtos; f) a quantidade dos produtos; g) o valor unitário dos produtos; h) o valor total dos produtos; i) a alíquota do ICMS; j) a alíquota do IPI; e l) o valor do IPI, sendo permitido um único cálculo do imposto pelo valor total, se os produtos forem de um mesmo código de classificação fiscal; V - no quadro Cálculo do Imposto : a) a base de cálculo total do ICMS; b) o valor do ICMS incidente na operação; c) a base de cálculo aplicada para a determinação do valor do ICMS retido por substituição tributária, quando for o caso; d) o valor do ICMS retido por substituição tributária, quando for o caso; e) o valor total dos produtos; 5
6 f) o valor do frete; Título do documento g) o valor do seguro; h) o valor de outras despesas acessórias; i) o valor total do IPI; e j) o valor total da nota; Podemos confirmar este entendimento pelos valores validados na emissão da NF-e, que considera os seguintes dados para a composição do total deste documento: Manual de Orientação do Contribuinte - Versão 5.0 Março 2012 W - Valores Totais da NF-e (+) vprod (id:w07) (-) vdesc (id:w10) (+) vicmsst (id:w06) (+) vfrete (id:w09) (+) vseg (id:w10) (+) voutro (id:w15) (+) vii (id:w11) (+) vipi (id:w12) (+) vserv (id:w19) (NT 2011/004) Desta forma, ao contrário do ICMS que vem destacado, porém está incluso no preço do produto, o IPI vem excluso, ou seja, você tem que incluir no preço do seu produto pra formar o preço de venda final. Exemplo de cálculo: Aquisição de 550 kg de Chapa de Aço, como o preço está sendo negociado por tonelada, o peso sairá como 0,550 Tons. Chapa de Aço = R$ 2.650,00 a Tonelada ICMS, PIS e COFINS já inclusos, IPI de 5% a Incluir; Calculando: = 0,550 x 2.650,00 = R$ 1.457,50 O valor de R$ 1.457,00 corresponde então ao valor total do material (0,550 Tons ou 550 kg) já com ICMS, PIS e COFINS inclusos, falta agora calcular o IPI, que para este produto é de 5%. Fórmula Valor do Prod + IPI = Valor Total NF Cálculo: R$ 1.457,50 x 1,05 = R$ 1.530,37 (1,05 é o mesmo que + 5%) 6
7 Fizemos o cálculo direto multiplicando o valor por Se o IPI fosse de 10%, bastaria multiplicar por 1.10, ou até mesmo de 25% por 1.25 e assim por diante. Como vimos, o cálculo do IPI é bem simples, na maioria das vezes ele é calculado e destacado em campo próprio no documento fiscal e somado ao valor total do documento fiscal Devoluções de compra com IPI Há, também, casos, em que, apesar de ser calculado, o IPI não é destacado em campo próprio, devendo somente ser indicado no quadro de Informações complementares, como ocorre nos casos de devolução de mercadoria. Isso se justifica pelo fato de que a saída em devolução não configura fato gerador desse imposto. Regulamento do IPI - DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE Dos Créditos por Devolução ou Retorno de Produtos Art O direito ao crédito do imposto ficará condicionado ao cumprimento das seguintes exigências: I - pelo estabelecimento que fizer a devolução, emissão de nota fiscal para acompanhar o produto, declarando o número, data da emissão e o valor da operação constante do documento originário, bem como indicando o imposto relativo às quantidades devolvidas e a causa da devolução; e. O art. 231, I do RIPI, determina que: O estabelecimento que efetuar a devolução irá declarar os dados da nota fiscal de origem e indicar o valor do IPI e, por consequência lógica, somá-lo ao valor total da nota fiscal de devolução. O procedimento é válido para qualquer estabelecimento que efetuar a devolução, seja indústria ou comércio. A expressão INDICANDO ou INDICAR, usada na norma, é interpretado por uma parcela de tributaristas como que significando dizer que o IPI deverá constar em Dados Adicionais, Informações Complementares ou, ainda, no corpo da nota fiscal se ali não houver espaço. E, ao contrário, a expressão destacar determina que o valor deva constar em campo próprio. Caso o estabelecimento que efetuar a devolução for contribuinte do IPI, (indústria que comprou insumos, por exemplo), e tenha creditado o imposto por ocasião da entrada o procedimento é o mesmo, aos contribuintes e não contribuintes do IPI. A ressalva é que o contribuinte do IPI deverá estornar o crédito que havia efetuado pela entrada, diretamente no RAIPI conforme art. 193, inciso VI, acima transcrito. O destinatário por sua vez, fará o crédito do IPI indicado no momento do lançamento no livro de Registro de Entradas conforme o art. 167 e 190, I do RIPI, ainda que venha só indicado. Como haverá o estorno do IPI na apuração, por ocasião do lançamento da nota fiscal de devolução no livro de Registro de Saídas, o emitente da nota fiscal de devolução irá utilizar as seguintes colunas do livro registro de saídas para escriturá-la: Valor Contábil, (com o IPI) e Outras (sem o IPI), indicando o mesmo (IPI) em Observações. 7
8 3.4. IPI na base de cálculo do Título ICMS do documento O montante do IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configura fato gerador de ambos os impostos, nos termos do art. 155, 2º, XI, da Constituição Federal e do art. 13, 2º, da Lei Complementar nº 87/1996. LEI COMPLEMENTAR Nº 87, DE 13 DE SETEMBRO DE 1996 Art. 13. A base de cálculo do imposto é: 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de ) I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; II - o valor correspondente a: a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado. 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. Portanto, o montante do IPI: Não integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado à industrialização ou à comercialização; Integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado a uso, consumo ou ativo imobilizado, independentemente de o destinatário ser ou não contribuinte. Para melhor compreensão do assunto, veja as seguintes ilustrações: Quando não se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS: Remetente Destinatário Finalidade Contribuinte do IPI e do ICMS Contribuinte do IPI e/ou do ICMS Industrialização comercialização ou Quando se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS: 8
9 Remetente Destinatário Finalidade Contribuinte do IPI e do ICMS Contribuinte ou não do IPI Uso, consumo ou ativo e/ou do ICMS imobilizado Como já dito, o ICMS integra a sua própria base de cálculo, isto é, trata-se de um tributo calculado "por dentro". Isso significa que no preço de venda do produto (base de cálculo) já se encontra embutido o valor do ICMS incidente, constituindo o destaque no documento fiscal por mera indicação para fins de controle. Considerando-se que o IPI poderá ou não ser incluído na base de cálculo do ICMS, dependendo do destino a ser dado ao produto pelo destinatário, o estabelecimento industrial ou equiparado poderá somar esta parcela do ICMS a maior, calculada sobre o IPI embutido na base de cálculo do ICMS para determinar o valor da operação, ou seja, o preço de venda do produto (base de cálculo) com o valor do ICMS incidente já embutido. 4. Conclusão Por todo o exposto, concluímos que nas operações de aquisições nas quais ocorre a incidência do IPI, este deve ser calculado sobre o valor da operação, que compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou ao destinatário, se considerando a alíquota prevista na TIPI para o produto, destacado em campo próprio do documento fiscal e somado ao total da nota fiscal. Tratando-se de devolução de mercadoria, como esta operação não configura fato gerador do IPI, o emitente da nota fiscal de devolução deverá efetuar o cálculo do IPI, e somente indicá-lo no campo de Informações complementares e considerá-lo para compor o total do documento fiscal. Ressaltamos que o IPI integra o valor total da nota fiscal, independentemente da composição da base de cálculo do ICMS e destino da mercadoria. Há que se considerar que o IPI é um tributo de competência Federal e o ICMS de competência Estadual. Desta forma, considerando a operação do cliente, compra com incidência do IPI, entendemos que nenhuma alteração deva ser feita no sistema a fim de que o IPI seja calculado sem ser somado ao total da nota fiscal tendo como condição o fato de somar ou não o valor do IPI na base de cálculo do ICMS. Em nosso entendimento, a forma de composição da base de cálculo do ICMS não interfere nas obrigações acessórias do IPI. 5. Informações Complementares Sugerimos que seja analisado um dos documentos de entrada do cliente e verificada a melhor forma de incluir o mesmo no sistema, da forma tradicional, calculando o IPI e somando ao total do documento de entrada, ou, se for somente informativo e o valor da operação já for composto por este imposto, nenhum cálculo de IPI deve ser feito e o preço unitário informado pelo valor cheio, conforme conste no documento do fornecedor. 9
10 6. Referências Título do documento Histórico de Alterações ID Data Versão Descrição Chamado LJAC 13/12/ Soma do TICAQT 10
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