Ref. Processo Licitatório SMSC/RN nº Pregão Presencial nº 032/2015

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Transcrição:

Ref. Processo Licitatório SMSC/RN nº 1504200039 - Pregão Presencial nº 032/2015 Trata-se de RECURSO ADMINISTRATIVO interposto pela empresa licitante ARTMED COMERCIAL LTDA, contra a decisão do Pregoeiro da Secretaria Municipal de Saúde do Município de Caicó/ RN que INABILITOU a referida empresa pela não apresentação do Balanço Patrimonial, demonstrações contábeis e índices financeiros que comprovam a boa situação financeira da empresa referente ao exercício financeiro 2014, não atendendo as exigências editalícias dos itens 7.1.3.b e 7.1.3.1. No dia da sessão, o representante credenciado manifestou seu interesse de recorrer da decisão proferida pelo Pregoeiro sob a alegação de que balanço patrimonial 2013 é válido até junho de 2015. O Pregão Presencial nº 032/2015 tem por objeto o Registro de Preços para possível aquisição gradativa de medicamentos judiciais e suplementares. Invocou a empresa licitante recorrente ARTMED COMERCIAL LTDA, em seus memoriais escritos, que a Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013 (arts. 3º e 5º) obriga as empresas sujeitas a tributação do Imposto sobre a renda com base no lucro real e presumido a ECD Escrituração Contábil Digital, onde será transmitida até o ultimo dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário através do SPED Sistema Público de Escrituração Digital. DA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO VINCULATÓRIO E DO JULGAMENTO OBJETIVO Há previsão editalícia no item 16.4 concedendo a oportunidade de qualquer pessoa solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do Pregão, não havendo nenhuma manifestação da empresa recorrente quanto à exigência editalícia objeto deste recurso administrativo. E ainda, o item 16.4.3, expressamente conclama a aplicação integral dos termos editalícios quando não houver a provocação dentro do prazo estabelecido, tudo em cumprimento e aplicação ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Vinculatório. 16.4 - Até 02 (dois) dias úteis anteriores à data fixada para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do Pregão. 16.4.1 - A petição será dirigida ao Pregoeiro, que decidirá no prazo de 01 (um) dia útil. 16.4.2 - Acolhida a petição contra o ato convocatório, será designada nova data para a realização do certame. 16.4.3 Não havendo provocação para esclarecimentos, providências ou impugnação dos termos do edital, o mesmo será aplicado na íntegra, operando a preclusão processual para todos os possíveis licitantes. 1

16.5- Os casos omissos do presente Pregão serão solucionados pelo Órgão Gerenciador. Havendo dúvida sobre quaisquer exigências editalícias é assegurada ao possível licitante, dentro dos prazos ali fixados, apresentar pedido de esclarecimentos, providências ou impugnar os seus termos. Assim dispõe a Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º: Art. 3 o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Quando da proclamação da decisão de INABILITAÇÃO DA EMPRESA LICITANTE RECORRENTE, pelo não atendimento às exigências editalícias de HABILITAÇÃO já identificada, a mesma foi motivada e respaldada por critérios previamente fixados no Edital, de forma clara e explícita, aplicando-se estritamente o PRINCÍPIO LICITATÓRIO DO JULGAMENTO OBJETIVO, segundo o qual as decisões proferidas em sede de licitação devem ser abalizadas nas regras previamente exigidas no instrumento editalício. DA APRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DO ÚLTIMO EXERCÍCIO SOCIAL E DA COMPROVAÇÃO DA BOA SITUAÇÃO FINANCEIRA ATRAVÉS DE INDÍCES CONTÁBEIS Dispõe o inciso I do artigo 31 da Lei 8666/93: Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômicofinanceira limitar-se-á a: I balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; Grifamos. Assim dispõe o Código Civil Brasileiro: Art. 1.078. A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício social, com o objetivo de: 2

I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; Grifamos. Prevê a Lei geral das Licitações que o balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, serão aqueles já exigíveis e apresentados na forma da lei. E a Lei que disciplina a constituição e procedimentos a serem adotados pelas pessoas jurídicas é o Código Civil, que em seu art. 1.078, I disciplina o prazo máximo para deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico de todas as empresas, ou seja, até o dia 30 de abril do ano seguinte. Já a Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013 que Dispõe sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD), assim dispõe: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos III e XXVI do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, Resolve: Art. 1º Fica instituída a Escrituração Contábil Digital (ECD), para fins fiscais e previdenciários, de acordo com o disposto nesta Instrução Normativa. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.486, de 13 de agosto de 2014). (...) Art. 3º Ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014: I - as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real; II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita; e III - as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.510, de 5 de novembro de 2014) IV as Sociedades em Conta de Participação (SCP), como livros auxiliares do sócio ostensivo. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.486, de 13 de agosto de 2014) (...) 3

Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao Sped até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração. Havendo normas legais vigentes e conflitantes no ordenamento jurídico, aplica-se o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE DA LEI, segundo o qual será aplicada a legislação específica que rege as licitações e contratos administrativos, em prejuízo da norma conflitante, além de que uma Instrução Normativa não tem o poder de contrariar a disposição de lei frente a HIERARQUIA DAS LEIS, onde um ato administrativo que é a Instrução Normativa não pode se opor a disposição prevista em Lei. Explica-nos Priscila de Oliveira Stuque BITTENCOURT e José Carlos CLEMENTINO, no Trabalho HIERARQUIA DAS LEIS 1, que: No Brasil, vigora o princípio da Supremacia da Constituição, segundo o qual as normas constitucionais, obra do poder constituinte originário, estão num patamar de superioridade em relação às demais leis, servindo de fundamento de validade para estas. Assim, as normas podem ser separadas em 03 grupos: normas constitucionais, normas infraconstitucionais e normas infralegais. Importante ressaltar que não há hierarquia entre as normas de um mesmo grupo, o que existe é campo de atuação diferenciado, específico entre essas normas que compõem o mesmo grupo. O que existe é hierarquia entre os grupos, sendo que as normas constitucionais são hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais que são hierarquicamente superiores às normas infralegais. Vejamos: O Tribunal de Contas da União se posicionou sobre a matéria através do Acórdão 1999/2014 Plenário: GRUPO I CLASSE VII Plenário 1 http://fgh.escoladenegocios.info/revistaalumni/artigos/edespecialmaio2012/hierarquia_das_leis.pdf 4

TC 015.817/2014-8 Natureza: Representação. Interessada: Cibam Engenharia Eirelli (EPP). Unidade: Gerência Executiva do INSS em Piracicaba/SP. Advogado constituído nos autos: não há. Sumário: REPRESENTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE QUE HOUVE INABILITAÇÃO INDEVIDA DA REPRESENTANTE EM CERTAME LICITATÓRIO, ANTE A EXIGÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMAIS DEMONSTRATIVOS RELATIVAMENTE AO EXERCÍCIO DE 2013. LEGALIDADE DESSA EXIGÊNCIA. NÃO CARACTERIZAÇÃO DA IRREGULARIDADE APONTADA. INDEFERIMENTO DA CAUTELAR PLEITEADA. IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. (...) VOTO Em exame representação formulada pela empresa Cibam Engenharia Eirelli (EPP) contra possíveis irregularidades praticadas pela Gerência Executiva do INSS em Piracicaba/SP na condução do Pregão Eletrônico 3/2014, cujo objeto era a contratação de empresa para execução de serviços de manutenção predial. 2. Alega a empresa que teria sido inabilitada indevidamente no certame, por suposto descumprimento do item 11.1.4.1-a do edital, que trata da qualificação econômico-financeira das licitantes. 3. O citado dispositivo assim estabelecia, em consonância com o disposto no art. 31, inciso I, da Lei 8.666/93: 11.1.4.1. A Qualificação Econômico-Financeira será comprovada mediante a apresentação dos seguintes documentos: a) Balanço Patrimonial e Demonstrações Contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados, quando encerrados há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta, tomando como base a variação, ocorrida no período, do índice Geral de Preços Disponibilidade Interna IGP-DI, publicado pela Fundação Getúlio Vargas FGV ou de outro indicador que o venha substituir. 4. A representante foi desclassificada por ter apresentado o balanço e demais demonstrações relativamente ao exercício de 2012, enquanto a Gerência Executiva do INSS em Piracicaba entendeu que ela deveria ter apresentado os citados documentos referentes ao exercício de 2013. 5

5. Observa-se que o art. 31, inciso I, da Lei 8.666/93, reproduzido no edital, reza que o balanço e as demonstrações contábeis a serem apresentados devem ser relativos ao último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei. 6. A questão se resume a saber se, na data em que as propostas foram apresentadas, a lei exigia que o balanço e demonstrações contábeis referentes a 2013 já estivessem aprovados. 7. O art. 1078 do Código Civil estabelece que a assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes ao do término do exercício social, com diversos objetivos, entre eles o de tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e de resultado econômico. 8. Verifica-se, portanto, que, em até quatro meses (30 de abril), devem estar aprovados o balanço patrimonial e os demais demonstrativos contábeis. Como a sessão para abertura das propostas ocorreu no dia 20/5/2014, já era exigível nessa data a apresentação dos citados documentos referentes ao exercício de 2013. 9. Alega a representante que a validade dos balanços se findaria em 30/6/2014, por força da Instrução Normativa da Receita Federal 1.420/2013. 10. Tal normativo institui a Escrituração Contábil Digital (ECD), que deverá ser transmitida ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), pelas pessoas jurídicas obrigadas a adotá-la. Segundo o art. 3º dessa norma, ficam obrigadas a adotar a ECD as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real ou presumido (o que seria o caso da representante). O art. 5º da IN estabelece que a ECD será transmitida até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao que se refira a escrituração. 11. Entende a representante que os dispositivos acima mencionados exigiriam que o INSS, em maio de 2014, ainda aceitasse como válido o balanço e as demonstrações relativas a 2012, uma vez que não teria se encerrado o prazo estabelecido no art. 5º da referida norma, que é 30 de junho. 12. Esse entendimento não merece prosperar. O prazo para aprovação do balanço é 30/4/2014, segundo disposto no art. 1078 do Código Civil. Evidentemente, uma instrução normativa não tem o condão de alterar esse prazo, disciplinado em lei ordinária. O que a IN faz é estabelecer um prazo para transmissão da escrituração contábil digital, para os fins operacionais a que ela se destina. 13. Conclui-se, portanto, que o ato do pregoeiro de inabilitar a representante, que apresentou a documentação referente ao exercício de 2012, foi correto, embasado no edital do certame e na legislação pertinente. Assim, deve ser considerada improcedente a representação formulada pela empresa Cibam Engenharia Eirelli. 14. Ressalte-se, por fim, que o valor da proposta considerada vencedora da licitação (empresa M Service Ltda., valor negociado R$ 390.767,27 peça 4, fl. 36) foi praticamente idêntico ao que havia 6

sido apresentado pela representante (valor negociado R$ 390.842,17 peça 4, fl. 9). Sala das Sessões, em 30 de julho de 2014. AROLDO CEDRAZ Relator ACÓRDÃO Nº 1999/2014 TCU Plenário 1. Processo nº TC 015.817/2014-8. 2. Grupo I Classe VII Representação 3. Interessada: Cibam Engenharia Eirelli (EPP) (CNPJ: 01.211.015/0001-61). 4. Unidade: Instituto Nacional do Seguro Social (Gerência Executiva em Piracicaba). 5. Relator: Ministro Aroldo Cedraz. 6. Representante do Ministério Público: não atuou. 7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio de Janeiro (Secex/RJ). 8. Advogado constituído nos autos: não há. 9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de representação formulada pela empresa Cibam Engenharia Eirelli (EPP) contra possíveis irregularidades praticadas pela Gerência Executiva do INSS em Piracicaba/SP na condução do Pregão Eletrônico 3/2014, cujo objeto era a contratação de empresa para execução de serviços de manutenção predial. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1 conhecer desta representação, uma vez preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos no art. 113, 1º, da Lei 8.666/93, c/c os arts. 235 e 237, inciso VII, do Regimento Interno; 9.2 indeferir o requerimento de medida cautelar formulado pela representante, tendo em vista a inexistência dos pressupostos necessários para adoção dessa medida; 9.3 considerar a representação improcedente; 9.4 dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o fundamentam, à representante e à Gerência Executiva do INSS em Piracicaba; 9.5 arquivar os autos. 10. Ata n 28/2014 Plenário. 11. Data da Sessão: 30/7/2014 Ordinária. 7

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1999-28/14-P. 13. Especificação do quorum: 13.1. Ministros presentes: Benjamin Zymler (na Presidência), Aroldo Cedraz (Relator), Raimundo Carreiro, José Jorge, José Múcio Monteiro e Ana Arraes. 13.2. Ministros-Substitutos convocados: André Luís de Carvalho e Weder de Oliveira. 13.3. Ministro-Substituto presente: Marcos Bemquerer Costa. (Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente) BENJAMIN ZYMLER AROLDO CEDRAZ na Presidência Relator Fui presente: (Assinado Eletronicamente) PAULO SOARES BUGARIN Procurador-Geral Grifos acrescidos Assim, frente ao todo exposto e fundamentado não há sustentação legal e normativa nos MEMORIAIS ora analisados. Frente ao exposto, RATIFICO a decisão proferida nos autos deste processo, para INABILITAR a empresa licitante ARTMED COMERCIAL LTDA, pela não apresentação do Balanço Patrimonial, demonstrações contábeis e índices financeiros que comprovam a boa situação financeira da empresa para o exercício financeiro de 2014, não atendendo as exigências editalícias dos itens 7.1.3.b e 7.1.3.1.Encaminhem-se os autos para apreciação e julgamento do Exmº Sr Prefeito Municipal.Caicó/ RN, 22 de maio de 2015.Ivaldo Dias de Medeiros - Pregoeiro da SMSC. 8